O primeiro trimestre passou e a Tupy trouxe boas notícias para seus acionistas: a despeito do mau desempenho do mercado brasileiro de veículos e da própria economia, o lucro líquido da companhia, de capital aberto na Bovespa, dobrou com relação ao período de janeiro a março de 2014.
A forte presença no mercado externo, de onde vem mais de 70% da receita, combinada com a valorização do dólar, contribuiu para o resultado positivo. Outro importante fator foi o recorde de vendas de blocos com tecnologia embarcada: das 128,2 mil toneladas comercializadas no período, 16% foram de produtos usinados e 13% de CGI, sigla em inglês para produtos em ferro vermicular.
“Podemos esperar mais recordes nesses produtos para os próximos trimestres”, assegurou Fernando Cestari de Rizzo, vice-presidente da unidade de negócios automotivos da Tupy, em entrevista à Agência AutoData. “A indústria demanda mais desses produtos, uma vez que tem novas tecnologias aplicadas em seus produtos.”
Segundo o executivo a companhia se especializou na fundição de blocos e cabeçotes de motores em ferro fundido e na sua aplicação na indústria automotiva, atendendo às diferentes legislações de controles de emissões de poluentes. “Contribuímos desde o início no desenvolvimento de novos projetos, ao lado dos nossos clientes.”
Nos últimos anos a Tupy ampliou sua capacidade em usinagem, parcial ou total, de produtos fundidos em diversas ligadas metálicas, segmento em crescimento. O mesmo ocorreu com os CGI, ou ferro vermicular, cujas propriedades permitem a redução de peso e contribuem para a produção de motores mais eficientes. De acordo com Rizzo a Tupy lidera a produção e desenvolvimento desses blocos globalmente.
Esse é um dos motivos do desempenho da companhia no Exterior. Outra razão foi nunca deixar de lado as oportunidades para exportar: mesmo quando o dólar baixou para patamares inferiores aos R$ 2, a Tupy manteve sua política mandar para o Exterior em torno de 45% a 55% de sua produção.
Para entender melhor esse fenômeno é preciso voltar doze anos: “Até este período dependíamos de uma base pequena de clientes, o que promovia muitas oscilações de resultados. Abrimos o leque e buscamos novos setores e clientes. Hoje temos contratos firmes de longo prazo na Itália, Inglaterra, Alemanha e China, em diferentes segmentos. Nossa carteira pulverizada permite menor exposição ao risco”.
A dependência do mercado externo nos resultados cresceu a partir de 2012, quando a companhia adquiriu duas fundições do México, mas as exportações continuam fortes a partir de Joinville, SC. “A Tupy é a empresa que mais contribui para a balança comercial de autopeças. Embora sejamos o terceiro maior exportador do setor, não importamos nada.”
As buscas por novos clientes lá fora não param. Com escritórios nos Estados Unidos e na Europa, além das fábricas mexicanas, o objetivo é estar sempre próximo das grandes montadoras, alguns de seus principais clientes.
A fábrica no México, porém, não deverá reduzir a produção de Joinville para o Exterior. Segundo Rizzo a produção é bem dividida e cada unidade especializada em determinados tipos de produtos.
A redução de 26% nos investimentos no primeiro trimestre é explicada pelo diretor: nos últimos cinco anos os aportes foram volumosos em novas fábricas, ampliação de usinagem e aquisições. Os valores, agora, são aplicados em pesquisa e desenvolvimento e na manutenção do parque fabril.
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