AutoData - Volkswagen: debater para encontrar consenso.
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23/11/2015

Volkswagen: debater para encontrar consenso.

Por Décio Costa

- 23/11/2015

Para enfrentar os muitos desafios presentes no setor automotivo brasileiro atual o novo presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels, propõe uma agenda na qual fabricantes e entidades representativas do setor, como Anfavea, Sindipeças, Fenabrave e sindicatos de trabalhadores discutam juntos os problemas para encontrar as possíveis soluções.

“Primeiro é preciso reconhecer as dificuldades e, depois, compartilhar os conhecimentos para encontrar um consenso. Tenho a impressão que muitas vezes cada um nós segue por um caminho diferente, quando deveríamos caminhar juntos”, disse o executivo durante sua apresentação de estreia no primeiro dia do Congresso AutoData Perspectivas 2016, realizado na sede da Fecomercio, em São Paulo.

De acordo com Powels os debates poderiam se transformar em documento no qual estariam listadas as soluções para os diversos desafios existentes e, então, encaminhadas ao governo como proposta a fim de resolver as distorções encontradas no setor. São preocupações do presidente da Volkswagen, por exemplo, a baixa competitividade do produto brasileiro, o crescente custo da mão de obra, o sistema tributário e o grande aumento da capacidade instalada.

Powels conta que após sua primeira passagem no País, como vice-presidente de finanças da Volkswagen, em 2002, o Brasil perdeu muita competitividade. Nos treze anos em que ficou no Exterior, em diversos cargos na Volkswagen pelo mundo, o custo da mão de obra aqui cresceu 181%, enquanto o preço do carro evoluiu 117% e a inflação 141%. “Não é por acaso que as exportações de automóveis e comerciais leves durante todo esse período praticamente não cresceram: sempre oscilaram de 6% a 9% da produção.”

Suas preocupações também estão focadas na base fornecedora e, principalmente para os próximos 10 anos. Powels lembra que os produtos têm cada vez mais tecnologia embarcada, enquanto a cadeia de suprimentos brasileira não possui poder de fogo para investir, o que ameaça mais uma vez a ideia de maior conteúdo local. “O fornecedor, principalmente Tier 1 e 2, não tem tecnologia para o futuro, nem mesmo processos e competência para atender as montadoras, além do momento atual não ser o ideal para investir. Mas é preciso, para não perder ainda mais conteúdo local.”

O presidente da Volkswagen comentou rapidamente em sua apresentação o caso da fraude global nos motores diesel da montadora. Para ele este “certamente é um desafio muito grande para a companhia, que está trabalhando para conseguir uma solução rápida. A prioridade é voltar a fazer com que o cliente volte a confiar na marca rapidamente”.


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