No inicio deste mês o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., projetou que, mesmo depois da grande redução neste ano, as vendas de veículos registrarão queda de pelo menos mais 5% no próximo ano.
Poucos dias depois, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, constatou que a média diária de vendas do setor estava estabilizada em torno de 9 mil a 9,5 mil unidades. E projetou que permaneceriam neste mesmo patamar ao longo dos próximos quatro a cinco meses, com alguma chance de pequena elevação apenas a partir de então.
No entanto, ao contrário do que pode parecer, os dois estão falando praticamente a mesma coisa: se a media diária de vendas se mantiver no mesmo patamar que registrou nos últimos meses deste 2015, o resultado final de 2016 será cerca de 5% a 10% menor que o registrado neste ano.
A explicação é simples: no primeiro semestres de 2015 a média diárias de vendas ficou na faixa de 9,5 mil a 10,5 mil unidades e, na segunda metade do ano, desceu para 9,0 mil a 9,5 mil – as mesmas 9,0 mil a 9,5 mil unidades que Moan agora projeta para boa parte de 2016.
Computados e comparados os dois semestre dos dois anos, o resultado final de 2016 acaba ficando cerca de 5% a 10% inferior ao registrado em 2015.
Ou seja: a indústria automobilística aparentemente já chegou, sim, ao fundo do poço – ou, mais exatamente, àquilo que Moan definiu, no inicio do segundo semestre, como o porão que havia escondido no fundo do poço.
Todavia, como este piso mais baixo foi alcançado apenas na segundo semestre, por mais que as vendas se mantenham ao longo de todo 2016 no mesmo patamar atual, o registrado nestes meses finais 2015, o resultado final do próximo ano será inferior ao deste.
Na prática, assim, considerado o ano como um todo, as vendas de veículos podem, de fato, cair ainda mais em 2016, na comparação com 2015, tal como projeta o presidente da Fenabrave.
Isto não significaria , todavia, deterioração ainda maior do cenário automotivo que, a rigor, apenas seria mantido no mesmo patamar destes meses finais de 2015, postergando maiores recuperações para 2017.
Neste emaranhado de números, o presidente da Kia, José Luiz Gandini, colocou um pouco mais de pimenta no molho ao afirmar que a vendas de 2016 não irão além de 2 milhões de unidades.
Trata-se, na verdade, mais uma vez, de outra face do mesmo cenário. Afinal, venda diária media de 9,0 mil unidades representa venda média mensal de 180 mil unidades e, portanto, venda anual de R$ 2 milhões 160 mil, incluindo caminhões e ônibus. E como Gandini se referia especificamente ao mercado de automóveis…
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