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Mercado
09/02/2018

Caminhões médios perderão espaço nos próximos anos

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Foto Jornalista  Caio Bednarski

Caio Bednarski

O segmento médio de caminhões perdeu espaço nos últimos anos por causa de algumas mudanças no cenário nacional e pelo crescimento do segmento leve. Em 2011 foi o melhor momento dos médios com 14 mil 52 unidades vendidas, já em 2017 foram apenas 4 mil 443, de acordo com os dados da Anfavea, e esse número seguirá caindo, como afirma Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing, peças e serviços da Mercedes-Benz: “Esse segmento já é pequeno e a tendência é que sua participação seja cada vez menor por causa do crescimento dos leves”.

 

Antonio Cammarosano, diretor de vendas da MAN no Brasil, também acredita que “o segmento médio diminuirá nos próximos anos, como já aconteceu em alguns países da Europa”. Segundo o executivo, “um dos fatores principais para a retração deste segmento é o crescimento dos leves, que antes transportavam até 10 toneladas e, atualmente, conseguem levar até 13 toneladas se forem equipados com terceiro eixo”.

 

Porém, algumas mudanças que aconteceram fora do setor nos últimos anos também são responsáveis pela queda nas vendas de caminhões médios, e o diretor da MAN falou sobre elas:

 

“A mobilidade urbana foi um grande fator, pois as restrições de circulação para caminhões nos grandes centros urbanos e o aumento das vendas nessas áreas fizeram com que os empresários buscassem soluções para fazer as entregas, enquanto as empresas desenvolveram produtos que podem circular nos centros urbanos com maior capacidade de carga, esse movimento fez com que as vendas dos médios de 15 e 17 toneladas diminuíssem”.

 

A crise econômica também contribuiu para esse movimento do mercado, pois o custo de operação que as empresas têm com os leves é menor do que com médio. Outro benefício que os leves trazem na comparação com os médios é na hora de entrar e sair das áreas de carga e descarga e a maior facilidade para manobrar. Outra mudança dos médios foi à migração de frota de algumas empresas, que passaram a operar com pesados e extrapesados por causa da maior demanda de trabalho que antes era atendida pelo segmento menor.

 

Sobre o futuro deste segmento, ambos os diretores concordam que sua participação será cada vez menor, porém, para Leoncini “existe a possibilidade desse segmento sumir do mercado”. Por outro lado, Cammarosano afirma que “mesmo diminuindo, os médios terão sempre muitas aplicações, como entrega de bebidas fora dos grandes centros urbanos e caminhões frigoríficos”.

 

Foto: Divulgação.