Ford e Construtora São José assinam termo para negociação da fábrica

São Paulo – Agora é oficial: a Ford informou em comunicado que assinou na sexta-feira, 19, um memorando de intenções para a venda da fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo, SP, para a Construtora São José. A negociação fora adiantada pelo prefeito Orlando Morando na terça-feira, 16, mas a companhia negou que tenha fechado o acordo – segundo a nota haverá uma diligência conjunta de noventa dias para que a construtora efetive o negócio, avaliado em R$ 550 milhões de acordo com a prefeitura.

De toda forma a novela entra em um aparente capítulo final. As incertezas sobre o futuro da fábrica perduram por mais de um ano, desde que a Ford anunciou o fim da produção na unidade e da sua operação de caminhões. À época o governador do Estado de São Paulo, João Doria, tomou à frente e se dispôs a encontrar um comprador para a fábrica. O Grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade – um dos maiores concessionários Ford –, a Foton e a BYD foram algumas empresas interessadas em manter o DNA automotivo no terreno que, agora, tem futuro indefinido.

A Ford não forneceu pormenores da proposta da São José. Disse, na nota, que a construtora “apresentou a melhor alternativa para a planta e para a região”. Morando afirmara que ali funcionará uma montadora ou um centro logístico.

Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, disse que  assinatura do memorando representa importante passo para a venda da unidade. “Nós avaliamos uma série de alternativas e acredito que chegamos à melhor solução dentre as opções disponíveis para atender as necessidades da região e gerar empregos. A São José é uma empresa grande e conceituada, com presença nacional, e tenho certeza de que será importante para São Bernardo do Campo.”

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que não houve, por parte da Ford, a indicação do tipo de atividade que será realizada no terreno. “Se concentrará na área de logística e construção”, afirmou, em nota após reunião com a diretoria da companhia. A representação dos trabalhadores alega que havia o comprometimento, por parte da empresa, de priorizar a negociação de venda para uma atividade industrial, gerando oportunidade de emprego para os ex-funcionários.

Agora a entidade pede reunião com a São José para obter informações a respeito do futuro da área.

Foto: Adonis Guerra/SMABC.