Serão três plataformas híbridas e uma totalmente elétrica que trarão o aprimoramento dos motores flex e a etanol
Betim, MG – Durante o que a Stellantis chamou de Tech Day, o dia reservado para apresentar novas tecnologias de eletrificação que estão sendo nacionalizadas e que serão industrializadas, no ano que vem, em ao menos dois produtos das suas marcas de maior volume, coube a Márcio Tonani, vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia para a América do Sul, apresentar as plataformas híbridas e ainda os trabalhos na evolução do motor térmico a combustão interna movido exclusivamente a etanol.
Os objetivos com um motor térmico, seja com a tecnologia biocombustível ou 100% a etanol, são elevar a eficiência destas duas opções e, também, prepará-las para a combinação com motores elétricos de várias formas, como veremos adiante com os pormenores da arquitetura Bio-Hybrid.
Segundo Tonani os motores térmicos turbinados, especialmente o E4 movido exclusivamente a etanol, que já estava nos planos da antiga FCA desde 2019, podem surgir “de acordo com a demanda de mercado e com as necessidades de clientes como, por exemplo, donos de frotas que precisam descarbonizar a mobilidade para atingir metas de ESG”.
No entanto, mesmo que esta demanda acabe não motivando o lançamento de veículos com motores 100% a etanol, a Stellantis trabalha para melhorar a eficiência com uma nova arquitetura da câmara de combustão, em melhorias termodinâmicas com o uso da injeção direta, de turbina de geometria variável, dentre outros pontos que ainda podem surgir no processo. Ainda é cedo para apresentar resultados mas a expectativa é a de que essas atualizações possam tornar os motores térmicos consumindo etanol ainda mais econômicos.
“Estamos criando aqui no Brasil, com tecnologia 100% nacional, uma rota sustentável para esses propulsores que ao mesmo tempo seja acessível ao consumidor. Além disso todos esses motores estarão prontos para a hibridização.”
As plataformas Bio-Hybrid trabalharão com motores térmicos à medida que eles passem por essas atualizações. Mas, afinal, quais são as tecnologias envolvidas? É preciso esclarecer que em todos os momentos das apresentações técnicas a equipe da Stellantis enfatizou que a maioria dos itens utilizados nessas arquiteturas serão nacionalizadas. Conheça um pouco mais cada uma das plataformas:
Bio-Hybrid
Utilizará bateria de íons de lítio com menos de 1 kWh e motor elétrico com cerca de 3 kW. Terá função start-stop aprimorada. Esta tecnologia carrega a bateria e gera torque adicional para o sistema. Além disto terá gerenciamento eletrônico que permitirá ao veículo continuar em movimento com o câmbio desacoplado e até mesmo com o motor desligado.
Bio-Hybrid e-DCT
Utilizará baterias com tensões de 12 V e 48 V e terá um segundo motor acoplado ao câmbio e-DCT. Também terá a função start-stop aprimorada. A bateria de íons de lítio terá capacidade de 1 kWh. Os motores elétricos poderão ter potência de 3 kW a 16 kW. Esta tecnologia carrega a bateria e gera torque adicional para o sistema. Terá gerenciamento eletrônico que permitirá ao veículo continuar em movimento com o câmbio desacoplado e até mesmo com o motor desligado.
Bio-Hybrid Plug-in
Permite a condução 100% elétrica, diminuindo o uso do motor térmico, gerando eficiência energética e promovendo a redução de emissões. Utilizará bateria de íons de lítio com cerca de 12 kWh. Esta bateria de alta tensão será recarregada por meio das desacelerações e das frenagens ou de fonte de alimentação elétrica externa. O motor elétrico com cerca de 44 kW será conectado diretamente ao eixo traseiro. A eletrônica gerenciará a operação em modos a combustão, híbrido e totalmente elétrico para otimizar a eficiência e a economia de combustível.
Arquitetura BEV 100% elétrica
Utilizará bateria de íons de lítio com capacidade a partir de 45 kWh. O motor elétrico terá potência a partir de 90 kW. Esta bateria tem alta tensão e será recarregada por meio de desacelerações e frenagens ou por meio de fonte de alimentação elétrica externa. Oferecerá torque imediato mesmo em baixas velocidades.