Projeto para produção nacional dos modelos das marcas da Chery será antecipada. Diversas opções estão à mesa, incluindo a fábrica de Jacareí.
São Paulo – Antes mesmo de definir seu planejamento para a introdução de veículos no mercado brasileiro, já conhecido pela experiência de sua controladora Chery, as marcas Omoda e Jaecoo tinham como meta produzir localmente. Diversas opções, incluindo o aproveitamento da fábrica de Jacareí, SP, estavam – e estão – à mesa, mas o plano precisou ser acelerado, segundo admitiu Alex Wang, seu diretor de operações. A razão: o retorno da cobrança de imposto de importação para híbridos e elétricos.
A estréia da Omoda Jaecoo no Brasil será feita com modelos eletrificados. No fim de dezembro, em evento em São Paulo, a empresa mostrou seu primeiro modelo, o Omoda 5, que chega importado primeiramente em configuração 100% elétrica e depois em duas versões MHEV, a híbrida leve. Os preços ainda não foram calculados mas os planos precisaram ser alterados por causa do retorno da tributação.
“A volta do imposto acelerou nossos planos de produção local”, admitiu Wang em conversa com a reportagem no evento de apresentação dos modelos. “Estamos estudando o mercado e locais para a produção e todas as opções são consideradas, não apenas uma ou outra região específica. Queremos definir o mais rápido possível.”
Naturalmente considerada por se tratar de uma fábrica que foi construída pela Chery, embora hoje seja compartilhada com a Caoa, mas que está sem produzir veículos desde 2022, a operação de Jacareí é, sim, considerada pela diretoria da Omoda Jaecoo como alternativa. Mas os benefícios que as regiões Nordeste e Centro-Oeste oferecem, e que foram renovados também no fim do ano até 2032, junto com a reforma tributária, fazem com que os chineses olhem para opções nestes estados. A conterrânea BYD aproveitará os incentivos com sua fábrica em Camaçari, BA.
Wang disse, também, que o portfólio das duas marcas não será composto apenas por eletrificados. “Mais de 90% das vendas no Brasil são de modelos a combustão. É uma possibilidade trazer este tipo de veículo”.
Operação brasileira começa em 2024
A Omoda Jaecoo passou os últimos meses estruturando sua operação local e focada nos processos de homologação. Um escritório será aberto em São Paulo nas próximas semanas e contratações estão sendo feitas. A ideia é lançar três modelos, dois Omoda e um Jaecoo, e abrir quarenta concessionárias no primeiro ano de operação.
Leandro Teixeira, chefe de planejamento de produtos e preços, afirmou que as duas marcas se complementam e atendem a públicos diferentes. A Omoda busca público mais jovem e a Jaecoo tem como atrativo a sobriedade, segundo ele. As duas compartilharão showroom e oficinas.
Ele não vê também concorrência direta com a Caoa Chery, com quem a controladora mantém joint-venture: “Globalmente as marcas mantêm DNAs diferentes. Não será diferente no Brasil”.
O primeiro lançamento, o Omoda 5, ainda poderá sofrer alteração nos pormenores porque a empresa segue em clínicas com clientes. A ideia é iniciar a homologação nas próximas semanas para, em breve, lançá-lo no mercado. Seu porte se assemelha ao do Jeep Compass, com 4m40 de comprimento, 1m83 de largura e 1m59 de altura.