Uma delas é o Finame Direto, oferecido a São Paulo e, a outra, dentro do Novo Fundo Clima, será extensiva às demais regiões do Brasil
São Bernardo do Campo, SP – O financiamento de ônibus elétricos com recursos do BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, para operadores da cidade de São Paulo, anunciado em outubro, deverá ser liberado nos próximos dois meses. Como esta opção é dedicada somente para veículos que circulem na Capital paulista, outra linha atenderá interessados de outras partes do País, o Novo Fundo Clima, que conseguiu captar R$ 10 bilhões a partir de emissão soberana, ou seja, da venda de títulos do Tesouro, e emprestará parte desses recursos.
Foi o que informou à Agência AutoData Luciana Costa, diretora de infraestrutura do BNDES: “A expectativa é que ambas as linhas com recursos para financiar a eletromobilidade sejam liberadas no primeiro trimestre”.
O contrato firmado pela Prefeitura de São Paulo com o BNDES prevê a liberação de R$ 2,5 bilhões, por meio da linha Baixo Carbono do produto Finame Direto, conhecido pela aquisição e comercialização de máquinas e equipamentos de fabricação nacional. A Capital será a primeira cidade apoiada na compra de ônibus elétricos. O objetivo é que 1,3 mil veículos a bateria possam ser adquiridos, a fim de renovar 10% da frota composta por 13 mil unidades.
De acordo com o BNDES as principais condições para financiamento de ônibus elétrico, que custam até três vezes mais do que um veículos a diesel, serão taxa de juros composta por custo financeiro baseado na TLP, taxa de longo prazo, Selic ou dólar, mais a remuneração do BNDES, a partir de 0,9% ao ano, e remuneração de risco a partir de 0,2% ao ano.
O prazo de pagamento será de até 192 meses, o equivalente a dezesseis anos, sendo concedida carência de até 36 meses. Estão credenciados no sistema do Finame as empresas Mercedes-Benz, Eletra, Marcopolo e BYD.
Fundo Clima dará até 25 anos para pagar ônibus elétricos
Com relação ao Novo Fundo Clima o financiamento de ônibus elétricos está enquadrado dentro da área de logística de transporte, transporte público e mobilidade verde. Costa assinalou que não é sabido, por ora, quanto dos R$ 10 bilhões estarão disponíveis para essa finalidade.
Os juros desta linha serão compostos pelo custo financeiro de 6,15% ao ano mais a remuneração do banco de até 3,5% ao ano, para o caso de modalidade direta com BNDES. Quando os recursos forem contratados por meio de agente financeiro a taxa adicional é de até 3,9% ao ano.
O prazo para a quitação do contrato é de até trezentos meses ou 25 anos, sendo que serão oferecidos até sessenta meses ou cinco anos de carência.
“Ressaltamos que o lançamento do Novo Fundo Clima aguarda reunião do Comitê Gestor do Fundo Clima e, após este evento, serão tornadas públicas, integralmente, as condições operacionais”, informou o banco.
O Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima na forma de um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de garantir recursos para apoiar projetos ou estudos e para financiar empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.