São Paulo — Terminou sem acordo a audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região que reuniu Renault, Horse e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Com isto os cerca de 4,1 mil operários que trabalham na linha de produção da montadora e da fabricante de motores no Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR, continuam em greve. Na quinta-feira, 16, haverá assembleia às 14h00 para que sejam debatidos os rumos da paralisação.
Durante a audiência de conciliação, que teve uma primeira sessão na sexta-feira, 10, e prosseguiu na quarta-feira, 15, a entidade seguiu recusando a proposta da Renault a respeito da PLR, participação nos lucros e resultados, e do dissídio coletivo.
A Renault oferece PLR de R$ 25 mil, com primeira parcela de R$ 18 mil a serem pagos em até três dias após a assembleia. Quanto ao reajuste é oferecida a correção com base na inflação, sem ganho real.
Durante a audiência, porém, não foi realizada contraproposta. O sindicato afirmou pleitear melhora da oferta, e que fica a cargo da empresa apresentar uma melhor, e não uma que já tenha sido rejeitada anteriormente. A entidade busca também que seja resolvida questão da falta da segurança no local de trabalho devido ao ritmo excessivo de produção.
Cálculos da entidade apontam que, por dia, deixam de ser fabricados oitocentos veículos, Kardian, Duster, Kwid, Oroch e Master. Considerando que amanhã será o décimo dia corrido de paralisação, iniciada na terça-feira, 7, e portanto oitavo dia útil, a quebra de produção gira em torno de 6,4 mil veículos.
Há uma semana, na quinta-feira, 9, o TRT julgou a greve abusiva e determinou a volta ao trabalho, o que ainda não ocorreu. Liminar estipulou multa de R$ 30 mil por dia sem produção, além de R$ 10 mil adicionais se o sindicato impedir a entrada dos operários.