São Paulo – A produção em série da GWM, ainda em regime CKD, na fábrica de Iracemápolis, SP, deverá começar em março ou abril doano que vem, estima Ricardo Bastos, seu diretor de assuntos institucionais. Antes disto, até dezembro, deverão ser montados os primeiros modelos pré-série. Os fornecedores locais serão agregados na sequência, de acordo com o executivo.
A previsão é montar cerca de 20 mil unidades no primeiro ano de operação, iniciando com o H6, que terá todas as suas versões nacionalizadas. Quanto ao primeiro a sair da linha de produção Bastos preferiu manter o mistério. Em um segundo passo chegará o SUV H4 e um SUV da marca Tank.
De início os modelos ainda deverão ser híbridos com motor a gasolina mas o projeto é que todos os GWM de Iracemápolis tenham motor híbrido flex, 1.5 turbo ou 2.0 turbo. A tecnologia está em desenvolvimento: “Não queremos adiar mais a produção local. Então, se for preciso começar montando os veículos com motor apenas a gasolina, faremos desta forma. Assim que o híbrido flex estiver pronto irá para a linha”.
Para os próximos anos a GWM projeta elevar o ritmo das linhas, alcançando volume de 50 mil a 70 mil unidades, o que permitirá expandir a cadeia nacional de fornecimento e exportar.
“Precisamos elevar a produção local e ter um volume bom por aqui, que justifique a nacionalização de novos componentes para atender aos porcentuais exigidos nos acordos que o Brasil possui com outros países da América Latina. Só assim, sem pagar impostos, será possível ser mais competitivo do que os produtos produzidos na China e vendidos na região.”
Segundo Bastos os acordos que o Brasil mantém com países da região consideram a montagem no País com 25% de conteúdo local e, caso agregue itens como pneus, rodas, bancos e vidros, será possível chegar a 40% em um curto espaço de tempo. Com esse porcentual os acordos já permitem a exportação, desde que a empresa se comprometa a avançar até 60% nos anos seguintes.
A grande questão é o volume produtivo da GWM, que começará em torno de 20 mil unidades, com a expectativa de chegar a 100 mil nos próximos anos. Bastos disse que a busca na cadeia de fornecimento local é por empresas que acreditem no projeto da GWM e queiram encarar juntos esta jornada.
De olho nos incentivos do Mover a GWM também quer localizar novas tecnologias no País, para avançar nos porcentuais de bonificação dos créditos tributários, e estuda a produção local de chicotes elétricos diferentes dos tradicionais do mercado, assim como sensores e câmaras. Ricardo Bastos disse que este processo não é tão difícil e que tudo depende do volume e dos custos. O mesmo cenário vale para uma possível montagem local dos packs de baterias.
Outro trabalho dentro da GWM é a inserção de fornecedores na fábrica de Iracemápolis, o que será feito um prazo mais longo, para que eles montem seus equipamentos na unidade antes que os veículos entrem na linha de produção. Existem oportunidades na parte de freio, painel e sistema multimídia.
Bastos disse que os equipamentos da linha de produção serão novos e já foram negociados com fornecedores chineses, mas uma pequena parcela deverá ser nacional. Com a aprovação do Mover, Programa de Mobilidade de Verde, a GWM efetuará a compra de tudo que precisa para produzir localmente. Segundo Bastos a montadora não fechou a compra e a importação do maquinário antes da aprovação do Mover porque não queria correr o risco de perder qualquer tipo de incentivo que o programa oferece.