Sedã médio híbrido plug-in é nono lançamento da marca no Brasil que chega em duas versões de R$ 175,8 mil e R$ 187,8 mil
São Paulo – Embalada pelo sucesso de suas vendas no Brasil, que este ano tornou-se seu segundo maior mercado mundial ainda que com grande distância da China, a BYD fez o seu nono lançamento, seguramente o mais presunçoso deles a julgar pelo nome do carro e as ambições declaradas. Pois para a empresa o recém-chegado King é o “novo rei do mercado de sedãs”, nada menos.
A narrativa criada pela imprensa – e claramente incentivada pela empresa – levou o presidente da BYD Brasil, Tyler Li, a embarcar na ambição: “O King chega com grande entusiasmo da mídia especializada, gerando expectativa e curiosidade sobre o modelo que tem grande potencial de desbancar o modelo líder em vendas há anos”.
O alvo, portanto, é o Toyota Corolla híbrido, líder do segmento de sedãs médios no País há mais de uma década.
Em preço realmente dá para competir: o King chega em duas versões, sem opcionais, a GL por R$ 175,8 mil e a GS por R$ 181,8 mil, e as duas opções híbridas do Corolla custam R$ 190,1 mil e R$ 200,9 mil.
O King também pode ser assinado por meio de programa exclusivo da Arval, a locadora do banco BNP Paribas. O plano de 36 meses sai por R$ 4 mil 990 ao mês com quilometragem mensal máxima de 1,5 mil km.
Ambos são sedãs médios mas um tanto quanto diferentes. O Corolla produzido no Brasil é um híbrido flex fechado, recarregado só pelo motor, que quase sempre usa o motor a combustão e o elétrico para rodar, e o King importado da China é um híbrido plug-in a gasolina, que tem bateria mais potente, recarregável por meio do motor a combustão aspirado 1.5 ou plugado na tomada — por isto tem autonomia para rodar com tração 100% elétrica até 80 quilômetros, segundo medições do Inmetro.
Henrique Antunes, diretor comercial da BYD Brasil, confirma a ambição: “Nossa expectativa é vender cerca de 1 mil unidades do King por mês”.
É mais ou menos o que a Toyota vende mensalmente do Corolla híbrido. Agora, portanto, só resta combinar o jogo com os fiéis clientes da marca japonesa, conquistados pela qualidade de seus veículos e pelo bom atendimento no pós-venda.
Aposta na versão mais cara
Segundo Antunes a demanda inicial pelo King já justifica as expectativas após a abertura, nesta semana, da pré-venda do sedã, que somou 5 mil reservas com sinal de R$ 5 mil e oferta de bônus de R$ 6 mil, válida só até a quarta-feira, 19.
O executivo avalia que a maior procura será pela versão mais cara, a GS, que deverá responder por 70% das vendas: “A diferença de preço é pequena para um carro deste nível”. Ambas as versões do King têm design, acabamento e pacote de equipamentos muito parecidos, o que mais muda é a potência combinada e a autonomia máxima em modo elétrico.
Ambas as opções do King têm motor a combustão 1.5 aspirado a gasolina de 108 cv. A versão mais barata GL usa motor elétrico de 177 cv, somando potência combinada de 209 cv, e a bateria de 8,3 kW/h confere autonomia com tração 100% elétrica em torno de 40 quilômetros. Já o King GS usa motor elétrico de 194 cv, agregando 235 cv combinados, e bateria bem maior, de 18,3 kW/h, que aumenta o alcance da propulsão puramente elétrica para 80 quilômetros, segundo medições já feitas no Brasil de acordo com padrões do Inmetro.
Segundo a BYD, usando a propulsão combinada o King pode percorrer até 1,2 mil km antes de precisar reabastecer o tanque e recarregar a bateria, distância equivalente ao percurso São Paulo-Brasília, DF. O sistema DM-i prioriza o modo elétrico, o que resulta em consumo de combustível de elásticos 25,6 km/l.
Ainda de acordo com a fabricante a combinação de propulsões garante desempenho bastante esperto ao sedã: 0 a 100 km/h em 7,3 segundos para o GS e 7,9 segundos para o GL, e ambos chegam à máxima de 185 km/h.
Qualidades reais
As duas versões do King são bastante completas em equipamentos e sistemas de segurança e conforto. Taz recursos de série como assistência de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, controle de aceleração de cruzeiro, direção assistida elétrica, freio de estacionamento eletrônico com autohold, sensores de estacionamento, câmara 360 graus, espelhos laterais elétricos e retráteis, chave com sensor de presença, seletor de câmbio eletrônico por botão rotativo no console central, saída de ar-condicionado traseira – mas só o GS tem duas zonas de temperatura –, quadro de instrumentos digital de 8,8 polegadas, quatro portas USB-A, tomada 12V e carregamento sem fio por indução para smartphones.
Na versão GS os faróis LED do King são ligados por um filete de luz diurna e no interior os bancos dianteiros têm ajustes elétricos.
Para competir com mais proximidade do Corolla híbrido faz falta ao King os sistemas avançados de assistência à condução, os ADAS, que o Toyota tem, como controle adaptativo de velocidade de cruzeiro ACC, assistência de manutenção em faixa LKA e frenagem automática de emergência AEB. Henrique Antunes reconhece que os recursos não foram agregados para manter o preço abaixo do concorrente: “Claro que precisamos fazer um balanço de equipamentos para chegar no valor que estamos vendendo. Mas só falta o ACC para o King ter ADAS, no mais o carro é bastante completo, é mais potente e é plug-in”.
Os sistemas de segurança do King agregam seis airbags – frontais, laterais e cortina –, frenagem inteligente, controle eletrônico de estabilidade e tração.
O sistema de infoentretenimento conta com a já conhecida tela flutuante de 12,8 polegadas e rotação elétrica, com espelhamento de smartphone via Android Auto e Apple CarPlay, e o sistema de cockpit inteligente da BYD, que entende comandos de voz e faz atualizações de sistema remotamente por conexão à internet.
O King tem design atualizado, com mistura de sobriedade e esportividade, em linha com a maioria dos concorrentes. O coeficiente de penetração aerodinâmico, 0,29, denota sua silhueta fluída, com baixo arrasto. O sedã tem dimensões espaçosas, com 1m49 de altura, 1m84 de largura, 4m78 de comprimento e 2m72 de entre-eixos, e utiliza rodas de aro 17 e pneus 215/55R17. O porta-malas acomoda 450 litros de bagagens.