Veículo aumenta a capacidade de transporte da cana-de-açúcar em 50% e pode ser usado em uma segunda vida como rodoviário
São Paulo – Com a vantagem de ter uma dupla capacidade de transporte, tanto para fazer o trabalho de transbordo como também o rodoviário, a Scania e a Megatec, distribuidora da Randon instalada em Araçatuba, SP, uniram-se para desenvolver o G 560 XT, veículo apresentado durante a Agrishow, principal palco de lançamentos do setor de agronegócio na América Latina, realizada em Ribeirão Preto, SP, de segunda-feira, 28, até sexta-feira, 2 de maio.
Segundo o diretor de desenvolvimento de negócios da Scania Operações Comerciais Brasil, Marcelo Gallao, o produto visa a sanar dor do segmento sucroalcooleiro, que adquire um caminhão de transbordo, normalmente utilizado durante cinco anos, que não oferece valor de revenda até sucatear.
“Oferecemos dupla capacidade de transporte em um só caminhão. Depois do uso para transbordo, ou seja, como uma máquina agrícola, ele pode retornar em uma segunda vida, por isto fizemos no 560 cv, que é o nosso 6×4 rodoviário.”
Gallao observou que, quando há a safra de cana-de-açúcar, existe a necessidade de transportar grande volume em um curto espaço de tempo, pois se chove bastante a máquina não rodará no talhão de cana e a usina ficará parada. Neste contexto, ao ampliar a capacidade de cana transportada, é possível maximizar volume e minimizar o tempo parado.
“Em vez de ter dez caminhões o produtor terá cinco. Este veículo reduz em 50% a necessidade e aumenta em 50% a capacidade de transbordo. Sem falar na redução de CO2, ao considerar que isto normalmente é feito com trator. A diminuição das emissões chega a 45%.”
Protótipo do caminhão de transbordo G 560 XT que pode ser usado como rodoviário em uma segunda vida: Foto: Divulgação/Megatec
Caminhão poderá ser utilizado para finalidades além da cana
De acordo com João Henrique Pascutti, diretor e sócio da Megatec Implementos Agrícolas, o produto é inovador no mercado por não ser confinado exclusivamente em uma aplicação. O primeiro teste está sendo feito na cana.
“O que existe hoje no mercado é sobrechassis, que tem limitação de entreeixos. No nosso, como estamos trabalhando como um trator agrícola, levamos duas carretas atrás de uma composição, é o nosso bitrem de transbordo. Desta forma saímos de 22 toneladas para 34 toneladas de carga útil, no caso da colheita da cana.”
O gerente industrial da Megatec, Luciano Silva, contou que além de carregar maior volume outro benefício do produto é a modularidade. Por meio dela trabalha-se, também, com vinhaça e já estão sendo feitos testes para trabalhar em aplicações com sólidos, como calcário. A ideia é também partir para outros plantios para que, nas entressafras, o caminhão não fique parado.
A expectativa é que durante a apresentação do protótipo na Agrishow seja negociada a venda de dez a vinte unidades, estimou Pascutti. Preço: de R$ 1,1 milhão a R$ 1,2 milhão.