Ano 32 | Dezembro 2023 | Edição 406 ANTONIO FILOSA PERSONALIDADE DO ANO O italiano-mineiro que fez a Stellantis crescer na América do Sul - e foi para Detroit CONGRESSO AUTODATA As perspectivas para 2024 RENAULT AOS 25 ANOS DE BRASIL Com investimento de R$ 2 bilhões ELÉTRICOS E HÍBRIDOS A volta do imposto de importação 2023 Empresa do Ano Volkswagen Prêmio AutoData 2023
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» ÍNDICE Dezembro 2023 | AutoData 44 VOLKSVAGEN 52 FORD LANÇAMENTO CITROËN C3 AIRCROSS IMPOSTO DA DISCÓRDIA ELÉTRICOS VOLTAM A SER TAXADOS PRÊMIOS MWM E BMW INDÚSTRIA RENAULT INVESTE MAIS R$ 2 BILHÕES 68 54 74 46 Depois do novo hatch C3 marca lança o segundo carro do projeto C-Cubed, um SUV com apelo popular e versão com até sete assentos. Governo anuncia retomada gradual e rápida da tarifa de importação para veículos eletrificados mas não traça nenhum plano de nacionalização. Fabricante de motores reconhece o desempenho dos fornecedores e marca alemã premia inovação e governança socioambiental dos parceiros. Ao completar 25 anos de operação da fábrica de São José dos Pinhais, PR, a empresa anuncia novos aportes e a produção de mais um SUV inédito. Utilitário com transmissão automática é aposta da fabricante no crescimento da demanda por veículos comerciais leves mais confortáveis. Entidade que representa fabricantes de componentes completa sete décadas de atuação com história de rupturas e reconstruções. O resumo das principais projeções e tendências para o próximo ano debatidas nos dois dias do mais tradicional evento do setor automotivo. A eleita pelos participantes do Congresso AutoData venceu dentre nove concorrentes. Além dela foram premiados 16 cases descritos nesta edição. 10 FROM THE TOP Antonio Filosa conta sua trajetória na Stellantis no Brasil e os novos rumos como CEO global da Jeep. GENTE & NEGÓCIOS Notícias da indústria automotiva e movimentações de executivos pela cobertura da Agência AutoData. 76 6 80 LENTES FIM DE PAPO Os bastidores do setor automotivo. E as cutucadas nos vespeiros que ninguém cutuca. Frases e números mais relevantes e irrelevantes do mês, escolhidos a dedo pela nossa redação. LANÇAMENTO 2 IVECO DAILY AUTOMÁTICA AUTOPEÇAS 70 ANOS DE SINDIPEÇAS CONGRESSO AUTODATA AS PERSPECTIVAS PARA 2024 PRÊMIO AUTODATA 2023 VOLKSWAGEN É A EMPRESA DO ANO 72 60 34 18 2023
» EDITORIAL AutoData | Dezembro 2023 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros, Caio Bednarski, Fernando Pedroso, Lúcia Camargo Nunes, Soraia Abreu Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR/divulgação, Bruna Nishihata Capa Foto Divulgação Stellantis Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora @autodataeditora Por Pedro Kutney, editor O ano que não foi Ao menos para esta AutoData o ano acabou. Noticiamos e analisamos os principais fatos e acontecimentos do setor automotivo nas onze edições de 2023. No balanço de mais um calendário gregoriano completado este foi o primeiro de novo normal pós-pandêmico, no qual a indústria voltou a ter os problemas de sempre e deixou para trás a extraordinária falta de semicondutores que distorceu o mercado em 2021 e em 2023, depois da paralisia causada pela covid em 2020. Pois neste novo normal o que falta é demanda, pressionada por preços altos – um legado da pandemia – combinados com inadimplência alta e juros abusivos que tornaram os financiamentos inviáveis. Neste cenário claro que o ano não foi bom, mas também não foi tão ruim. O resultado teria sido bem pior sem o programa emergencial do governo que irrigou o mercado com R$ 800 milhões para patrocinar descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil na compra de carros até R$ 120 mil. Com todas as suas distorções – gastou subsídios com quem não precisava deles – no fim as vendas de automóveis e comerciais leves termina 2023 com crescimento na casa dos 10% segundo projeta a Anfavea: no começo do ano a expectativa da entidade era bem mais baixa, 4%, que mudou para 7% em outubro. Já no mercado de caminhões a coisa foi pior do que se previa: o tombo esperado, provocado pela mudança na legislação de emissões e encarecimento dos produtos, era de redução de 12% mas será acima de 15%. Já as vendas de ônibus foram muito melhores do que a projeção de queda de 8%, que foi revertida para crescimento de 19%. Se foi tão bom também não foi um ano tão ruim e para 2024 a pasmaceira continua, com projeção de novo baixo crescimento de 7%. Este foi o ano no qual AutoData superou as quatro centenas de edições publicadas em seus 31 anos. Na edição 400, em junho, foi abordada a possível agenda para a indústria, com análises sobre como reaquecer o mercado, caminhos para a reindustrialização do País, os novos rumos do programa Rota 2030, a evolução da eletrificação no Brasil e o uso da potência bioenergética. Desta agenda pouco ou nada se avançou, o setor continua a carecer de políticas mais afirmativas para tirá-lo da inércia e indicar seu futuro, ou no fim do próximo calendário gregoriano voltaremos, aqui, a escrever sobre o que não aconteceu. Que 2024 seja mais feliz após o primeiro ano de reconstrução da civilização brasileira.
6 LENTES Dezembro 2023 | AutoData VOLTA DA VELHA SENHORA QUE PRETENDE REAVER AS JOIAS DA COROA A Metal Leve foi uma das joias da coroa no mundo brasileiro de autopeças. A Varga também, assim como a Cofap. Faziam parte de pequena constelação de empresas de capital eminentemente nacional reconhecidas por seu pioneirismo, por sua solidez e pela qualidade de seus produtos. Nenhuma destas manteve-se nesta condição, de empresa de capital eminentemente nacional. Sabó, que também integrava este grupo seleto, segue discretamente em atividade repleta de êxitos. E a Arteb, outra empresa pertencente ao grupo, nos dá talvez a última boa notícia de 2023: acaba de vencer de cabo a rabo o processo de recuperação judicial a que foi submetida, está de volta ao jogo de gente grande. Nos últimos sete anos sua força de trabalho chegou a declinar 60% e, agora, aproxima-se novamente da contratação número 1 mil. VOLTA DA VELHA SENHORA QUE PRETENDE REAVER AS JOIAS DA COROA 2 Pretendo me referir, em dias futuros, a empresas brasileiras que são as atuais joias da coroa, como o Grupo Randoncorp e o Grupo Iochpe-Maxion. Mas a coluna deste dezembro é dedicada às potências que redesenharam o quadro industrial automotivo a partir dos anos 1970. Para quem se interessar em conhecer mais este processo de revival da Arteb recomendo a leitura de reportagem de Soraia Abreu Pedrozo postada no Portal AutoData em 11 de dezembro. O aftermarket tornou-se atividade de muita importância na recuperação da empresa assim como o processo de lançamentos constantes da indústria de veículos: os produtos Arteb ganharam em valor agregado à medida que iluminação e luzes ocuparam mais espaço com o design contemporâneo. Sua capacidade de produção retornou a 3,5 milhões de peças/ano e a perspectiva de crescimento de receita, para 2024, é de 15% a 20%. Também no ano que vem completará seus primeiros 90 anos. VOLTA DA VELHA SENHORA QUE PRETENDE REAVER AS JOIAS DA COROA 3 São, estas, novidades muito boas para o sorriso de pioneiros da indústria de veículos e de observadores mais antigos do setor automotivo neste Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br Divulgação
7 AutoData | Dezembro 2023 dezembro. Pois a Arteb, e seu presidente, depois também presidente do Sindipeças, Pedro Eberhardt, fazia parte daquilo que chamávamos nosso Circuito Elizabeth Arden, que incluía os donos e principais diretores daquelas empresas já nomeadas como Da Coroa. Era obrigatório consultá-los para repercutir de maneira conveniente notícias do setor. Tornaram-se fontes inestimáveis: a partir das minúcias de suas observações, de uma palavra quase soletrada aqui e outra ali, era muito mais simples entender as circunstâncias econômicas em jogo. QUE FALTA FAZEM AS FONTES CONFIÁVEIS Acredito e compreendo quando jovens repórteres reclamam, hoje em dia e desde há muito tempo, da dificuldade de acesso que têm às fontes do setor automotivo, barrados que são pelos parapeitos corporativos que se tornaram as assessorias de imprensa. Às vezes a iniciativa é dos próprios executivos, que preferem escuridão que lhes garanta resultados e bônus. Nem sempre foi assim – e nunca os leitores ganharam tanto em informação e fonte e repórteres puderam festejar amizade e até bem-querer construídos pedra por pedra em uma edificação conhecida na praça de Santos como confiança mútua. Esta construção sem dúvida era demorada mas valia a pena. Muitos de nós investimos neste tipo de construção e jamais nos arrependemos. Mas é claro que falar com empresários é mais fácil do que tirar informações de executivos: José e Sérgio Mindlin e seu dileto braço direito Celso Lafer, Celso Varga e Miguel Guazelli de Araújo, Abraham Kasinski, Newton Chiaparini e os Sabó, Pedro Eberhardt, Carlos Fannucchi de Oliveira e depois Cláudio Vaz e Paulinho Butori. Estes todos não estavam domados debaixo do laço corporativo e iam além nas análises e seus pontos de vista. Enriqueciam qualquer reportagem, até aquelas sobre o preço do quiabo na feira. QUE FALTA FAZEM AS FONTES CONFIÁVEIS 2 É o caso, também, dos mais conhecidos representantes da comercialização de veículos, também empresários e normalmente donos do próprio nariz e da própria língua. A lista pode não ser muito extensa mas é representativa: José Edgard Pereira Barretto Filho, Alencar Burti, Mauri Missaglia, Assis Augusto Pires, João Zarif, Sérgio Reze. Também é representativa a relação de fontes respeitáveis na indústria de veículos: André Beer, Wolfgang Sauer, Luiz Adelar Scheuer, Joseph O’Neil, JJ Sánchez, Alcides Bracher S Ribas, Célio Batalha, Mark Hogan, Volker Barth, Jacy Mendonça – melhor não mencionar aqueles que ainda estão na ativa para não lhes causar problemas. São todos lembrados com respeito e muita vênia, alguns de nós ainda bebem à sua saúde! QUE FALTA FAZEM OS JORNALISTAS PROFISSIONAIS A única profissão que tem como missão levar massivamente a seus leitores a melhor informação possível é a das e dos jornalistas profissionais: estes caras são treinados para isto, vivem disto. Enganam-se entidades e empresas que pensam o contrário pois se esquecem, ou ignoram, o que representou a imprensa para seus negócios até outro dia. Não gostaria de ser tomado de sentimento do mais puro Schadenfreude ao ver desabar castelos sem substância.
Dá os PARABÉNS às empresas, suas ações, produtos e serviços eleitos no Prêmio AutoData 2023 Por isto o Prêmio AutoData é considerado o mais relevante concurso empresarial do Brasil.
Este RECONHECIMENTO demonstra o COMPROMETIMENTO do SETOR AUTOMOTIVO com o desenvolvimento dos negócios e com o FUTURO da INDÚSTRIA NO PAÍS. NOS VEMOS NOVAMENTE EM 2024!
10 FROM THE TOP » ANTONIO FILOSA, STELLANTIS/JEEP Dezembro 2023 | AutoData O napolitano que virou mineiro – e foi para Detroit Eleito Personalidade do Ano do Prêmio AutoData 2023 pelo trabalho bem-sucedido na direção da Stellantis América do Sul, Antonio Filosa não esconde suas duas maiores predileções: andar pelo chão das fábricas e ter recebido o título de cidadão honorário de Minas Gerais, onde se casou com uma mineira, com quem teve dois filhos. Pois Filosa já fez muito das duas coisas. Ainda no Grupo Fiat, em 2005, ele veio trabalhar na subsidiária brasileira em Betim, MG, para ficar seis meses e ficou dezoito anos: “O Brasil é minha casa, foi onde me formei como homem e profissional, por isso sempre vou voltar até poder ficar para sempre”. Depois de liderar um programa de investimentos de R$ 16 bilhões no Brasil – desde 2018 como presidente da FCA Latam e depois, desde 2021, ocupando a mesma posição na Stellantis – Filosa foi chamado a ser o CEO global da Jeep, com sede perto de Detroit, nos Estados Unidos, cargo que assumiu em novembro. Um dos benefícios da nova posição, sublinha o executivo, é que o Brasil é o segundo maior mercado da Jeep no mundo, onde veículos da marca são produzidos em fábrica que ele próprio ajudou a construir: “Voltarei no mínimo a cada dois meses e a Jeep receberá muitos investimentos no País”. Quanto a estar perto do chão de fábrica também na Jeep Filosa já impõe seu estilo: “Já visitei vários complexos industriais aqui e vou continuar visitando. Para mim é fundamental minha presença nas fábricas, faz meu dia melhor, gosto muito, mais do que de escritórios”. O senhor foi eleito Personalidade do Ano do Prêmio AutoData 2023 justamente quando está deixando o Brasil e a direção da Stellantis América do Sul. Agora trabalha perto de Detroit, no berço da indústria automotiva dos Estados Unidos, onde assumiu a direção global da marca Jeep. É um reconhecimento do seu trabalho na presidência da FCA e da Stellantis na América do Sul nos últimos cinco anos, com uma pandemia no meio. Como esta experiência pode ajudá-lo nesta nova fase? Aprende-se muito no Brasil, é um mercado cheio de desafios mas muito qualificado, pois tem muitos construtores de automóveis localizados. Ao mesmo tempo a região tem altíssima volatilidade no câmbio e inflação bem diferente dos patamares de outros mercados. Então quem consegue fazer bons negócios no Brasil e na América do Sul geralmente traz uma série de aprendizagens para o resto da carreira. Tudo que aprendi será de enorme valor para o que vou fazer como CEO global da Jeep. Entrevista a Leandro Alves e Pedro Kutney Clique aqui para assistir à versão em videocast desta entrevista
11 AutoData | Dezembro 2023 Foto: Stellantis/Pedro Lefèvre
12 FROM THE TOP » ANTONIO FILOSA, STELLANTIS/JEEP Dezembro 2023 | AutoData e para minha família, mas isto abriu uma pequena e já grande saudade. Por isto fico muito feliz de ter no Brasil um mercado extremamente estratégico para a Jeep, porque assim posso visitar com muita frequência. Quais foram os grandes marcos de sua carreira até agora? O primeiro foi em 2005 quando aceitei ir para o Brasil, para um projeto de no máximo seis meses que se multiplicaram muitas vezes. Naquela época estava voltando de Chicago, nos Estados Unidos, para a Itália e estava me organizando para ficar lá. Aí veio o convite, aceitei, foi uma decisão acertada. O segundo marco foi antes de ser presidente, o que mais marcou minha carreira, a construção da fábrica de Pernambuco. Fui responsável pelo projeto de montar o parque de fornecedores com as primeiras dezessete empresas. Aquilo foi incrível para a indústria automotiva brasileira e para minha vida profissional, pois é algo histórico, espetacular o que fizemos lá e continuamos fazendo. O terceiro grande marco foi ter sido o primeiro presidente da Stellantis na América do “ Queremos fazer do Brasil um polo de sucesso para a globalização crescente da Jeep, não só por ser minha segunda casa, ou a primeira, mas também porque é a segunda casa da Jeep no mundo, e como tal receberá investimentos em novos produtos, tecnologias e ampliação da capacidade.” Dos quase 25 anos de carreira no Grupo Fiat, depois FCA e agora Stellantis, foram dezoito anos passados na operação sul- -americana, principalmente no Brasil e em Minas Gerais, por isto diz que se considera um brasileiro-mineiro. O que pensou quando foi indicado a assumir a direção global da Jeep e deixar o que chama de sua casa? Não nasci duas vezes mas sem dúvida o Brasil é meu país de adoção e acabou sendo minha verdadeira casa: tenho uma esposa mineira e dois filhos que nasceram no Estado. Então o único não- -mineiro da família sou eu, mas tentei corrigir isso quando fui agraciado com o título de cidadão honorário de Minas Gerais, talvez o título que mais me enche de orgulho. O Brasil tornou-se minha casa, não é mais a Itália, onde tenho minha mãe e parte da família, tenho um monte de memórias de criança, mas foi no Brasil que me formei como homem e profissional, e por isto sempre voltarei até poder ficar para sempre. Quando recebi o convite para liderar a Jeep e me mudar para os Estados Unidos aceitei com enorme prazer, porque é uma oportunidade ímpar para minha carreira
13 AutoData | Dezembro 2023 o cargo impõe. Eu estava trabalhando para aquilo mas no momento que chegou foi inesperado. Ainda bem que deu certo e sou muito feliz por isto. Em 2021, com a fusão dos grupos PSA e FCA que criou a Stellantis, o senhor seguiu na direção da companhia na América do Sul. Foi uma grande mudança ou apenas continuou a fazer o que fazia desde 2018? Foi uma grande mudança. Carlos Tavares [atual CEO global do Grupo Stellantis] algumas semanas antes [da conclusão da fusão FCA-PSA] me chamou e disse que eu me preparasse, porque ele tinha decidido me manter na presidência [América do Sul]. Logo descobri que a responsabilidade da minha missão seria ainda maior. Passamos de duas fábricas de veículos [da FCA] no Brasil [Betim, MG, e Goiana, PE] e uma na Argentina [Córdoba] para o dobro disso, com mais uma planta brasileira [Porto Real, RJ], outra argentina [El Palomar] e uma parceria no Uruguai [montagem de utilitários Peugeot e Citroën na Nordex]. Além disso foram agregadas pessoas ao grupo com a necessidade de integrar rapidamente as equipes para formar na Stellantis uma cultura regional única, identificar de imediato as sinergias possíveis, e algumas ainda estão acontecendo como, por exemplo, o uso dos motores da Fiat nos carros Peugeot e Citroën que eram da PSA. Também promovemos a integração das redes de concessionários e de fornecedores. Então tudo mudou muito, dobrou a responsabilidade assim como dobraram as oportunidades de melhorias e sinergias. Sul: tive a sorte de liderar o processo de fusão da FCA com a PSA na região, com uma equipe que foi responsável pelo sucesso da companhia, aproveitando as muitas oportunidades de melhorias desta união. Mas uma coisa não posso deixar de enfatizar: o que fiz foi liderar uma equipe, então todos estes marcos na minha carreira eu devo a um time espetacular que tive oportunidade de estar à frente. Depois de passar por vários cargos executivos nas áreas de compras e manufatura no Brasil e na Argentina estava no seu horizonte ser escolhido presidente da FCA Latam, em 2018? Era uma ambição poder ter uma honra tão grande, trabalhava por aquilo, mas havia muitos candidatos qualificados concorrendo, sabia que a corrida era cheia de corredores muito bons. O dia em que o antigo CEO da FCA Sergio Marchionne comunicou [a promoção] não era algo claramente esperado mas foi uma grande alegria. Imediatamente pensei na enorme responsabilidade que “ O investimento no Brasil foi forte, R$ 16 bilhões, mas o retorno foi bem adequado, o que nos coloca em excelente posição para confirmar um novo plano de investimento ainda mais ambicioso.”
14 FROM THE TOP » ANTONIO FILOSA, STELLANTIS/JEEP Dezembro 2023 | AutoData Do programa de investimento de R$ 16 bilhões da Stellantis no Brasil de 2019 a 2025, que o senhor gastou tudo ou quase tudo antes de partir, após dezenas de lançamentos de novos produtos, na sua opinião, o que foi feito de melhor e o que foi mais desafiador? Acho que gastamos até um pouco mais. Agora Emanuele [Cappellano, novo CEO da Stellantis América do Sul] traçará os investimentos e aprovará um novo ciclo. Investimos em muitos lançamentos de produtos, serviços e até em marcas novas, como o relançamento da Abarth e da Ram na região, mas o feito mais interessante foi com a Fiat. Quando assumi [a presidência da FCA Latam, em 2018] a marca tinha o menor market share de sua história, baixou a menos de 13% no Brasil e na América do Sul estava em torno de 9%. Trabalhamos de forma muito consistente com o lançamento de tecnologias e produtos, assim fizemos um turnaround histórico para a Fiat, que estava muito depreciada e preocupava a todos com a ociosidade na fábrica. Hoje a capacidade de Betim está toda ocupada e a marca tem um reconhecimento incrível do mercado: por três anos seguidos a Strada é o modelo mais vendido do Brasil, a participação da Fiat no mercado brasileiro passou de 13% para 23% e de 9% para 15% no conjunto dos mercados sul-americanos. Também renovamos os modelos Jeep, lançamos o Commander e queremos fazer muito mais com a marca em 2024. Localizamos a Rampage [em Pernambuco], a primeira picape a Ram desenvolvida e industrializada fora dos Estados Unidos. Fizemos a nova fábrica de motores turbo em Divulgação/Stelantis
15 AutoData | Dezembro 2023 Betim que hoje estão em quase todas as marcas da Stellantis na América do Sul, e também são exportados para a Europa. O investimento foi forte, R$ 16 bilhões, mas o retorno foi bem adequado, o que nos coloca em excelente posição para confirmar um novo plano de investimento ainda mais ambicioso. Sob sua gestão a divisão sul-americana da Stellantis cresceu em volume de vendas, tornou-se líder na região e do mercado brasileiro. Também vem entregando resultados financeiros com margens robustas, mesmo diante da estagnação dos mais mercados da região. Qual é o segredo? Repassou isto a Emanuele Cappellano? Passei tudo ao Emanuele porque o segredo é o trabalho diário, determinado e competente da melhor equipe da indústria na América do Sul, com folga, até um dos melhores do mundo. Creio que fez diferença o plano de localizar ao máximo a produção exatamente porque repudiamos importar de outros países em vez de investir no Brasil e gerar PIB “ Quem consegue fazer bons negócios no Brasil e na América do Sul geralmente traz uma série de aprendizagens para o resto da carreira. Tudo que aprendi será de enorme valor para o que vou fazer como CEO global da Jeep.” e emprego no País e na região. Fortalecemos todos os polos industriais em Betim, Goiana e também Porto Real, que recentemente começou a produzir um novo produto Citroën [o C3 Aircross]. Nosso plano de negócios nos últimos seis anos de localização de fornecedores e descentralização da produção gerou múltiplos impactos positivos onde a Stellantis está localizada. O caminho foi bastante assertivo e, mais do que tudo, contou com a dedicação da equipe, que agora está todo na mão de uma pessoa que respeito muito profissionalmente, que é Emanuele. Qual é, agora, sua principal missão à frente da Jeep? Acho que temos muitas coisas a fazer aqui. A marca é espetacular, tem produtos espetaculares, mas temos de melhorar nossa penetração nos principais mercados e trabalharemos para globalizar ainda mais a Jeep. O Brasil nos últimos cinco anos é um perfeito exemplo de localização da marca fora da América do Norte. Recentemente levamos adiante a localização da Jeep na Europa com o Avenger, que está indo muito bem. A marca é tão forte que quando ela se associa a excelentes produtos, como temos e teremos no futuro, e a planos assertivos de localização, o céu é o limite como bem demonstraram o Brasil e a América do Sul com o Renegade, Compass e Commander em Pernambuco, e assim como na Europa está sendo demonstrado com o Avenger feito na Polônia para todos os mercados europeus. É o que temos de fazer, além de lançar novos produtos que estamos desenvolvendo.
16 FROM THE TOP » ANTONIO FILOSA, STELLANTIS/JEEP Dezembro 2023 | AutoData novos produtos e tecnologias, além de ampliação da capacidade produtiva com novos empregos qualificados, porque queremos fazer de Pernambuco um case como poucos já vistos na indústria automotiva global. Não à toa o senhor recebeu cidadania mineira e pernambucana, pois deixa aqui um legado de resiliência e pró- -atividade para as mudanças, com um inegável gosto pelo chão-de-fábrica. Conseguirá adotar o mesmo estilo aí nos Estados Unidos? Sim. Já tive o privilégio de passar algumas horas em complexos industriais aqui perto de Detroit. Para mim é fundamental minha presença nas fábricas, primeiro porque faz meu dia melhor, gosto muito, mais do que escritórios, por mais que sejam bonitos e confortáveis. Segundo porque é nas fábricas que acontecem os projetos de ganhos de competitividade, engajamento de fornecedores. Não adianta melhorar o custo de um produto em uma planilha Excel ou AutoCad. Claro que essas análises são fundamentais, mas no fim tudo se materializa nas fábricas. Então, sim, já estou fazendo visitas às plantas aqui nos Estados Unidos, também farei na Europa e continuarei fazendo no Brasil. Somos uma empresa industrial, então fábricas são muito do que somos, não somente as nossas, mas também as dos fornecedores. Pretende voltar a morar no Brasil? Sim, não sei quando, mas minha casa onde vou aumentar a família e ficar mais velho seguramente será no Brasil, com imenso prazer, porque gosto mesmo dos brasileiros e das brasileiras. Como o Brasil está inserido nos novos planos globais da Jeep? Podemos esperar por eletrificação e novos modelos? O Brasil é com folga o segundo maior mercado global da Jeep, conta com três produtos de incrível sucesso e a marca tem forte presença industrial em Goiana, com fornecedores que continuam crescendo em número. Então o ponto de partida já é espetacular: um mercado relevante, presença industrial relevante e produtos relevantes. A partir daqui temos de evoluir. Então, sim, teremos novas tecnologias, novos produtos e importantes ações a fazer sobre os produtos existentes. Queremos fazer do Brasil um polo de sucesso ainda maior para a globalização crescente da Jeep. Por isto o País sempre será um ponto forte na minha agenda, não só por ser minha segunda casa, ou verdadeiramente a primeira, pois acabo de receber também o título de cidadão honorário de Pernambuco e, então, agora sou o único não-brasileiro que tem duas cidadanias honorárias no País. Desta forma também é a segunda casa da Jeep no mundo, e como tal receberá investimentos importantes em “ O Brasil tornou-se minha casa, não é mais a Itália. Foi no Brasil me formei como homem e profissional, por isso sempre voltarei até poder ficar para sempre.”
18 Dezembro 2023 | AutoData PRÊMIO AUTODATA 2023 » OS VENCEDORES Redação AutoData Volkswagen é eleita Empresa do Ano Participantes do Congresso AutoData Tendências e Perspectivas 2024 escolheram a Volkswagen dentre nove empresas vencedoras de onze categorias corporativas do Prêmio AutoData deste ano Bruna Nishihata
19 AutoData | Dezembro 2023 Com a forte simbologia de sua marcante história de 70 anos no Brasil, completados em março, a Volkswagen foi eleita Empresa do Ano do Prêmio AutoData 2023, escolhida pela maioria dos cerca de trezentos participantes do Congresso AutoData Tendências e Perspectivas 2024, realizado em 21 e 22 de novembro. A Volkswagen venceu com 30% dos votos dos participantes do evento, que a escolheram no grupo de nove empresas vencedoras de onze categorias corporativas do Prêmio AutoData deste ano. A empresa concorreu à melhor do ano do setor porque já tinha vencido por votos on-line na categoria Exportador – Montadora. Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil, que foi um dos entrevistados e palestrantes do evento, após a premiação escreveu no seu LinkedIn: “Participar do Congresso AutoData Tendências e Perspectivas 2024 foi mais um momento muito especial neste ano em que a Volkswagen completou 70 anos no País e, hoje [22 de novembro], foi reconhecida como a Empresa do Ano do Prêmio AutoData”. Além da vencedora também concorriam Toyota, Scania, Caterpillar, Marelli, Moura, Marcopolo, Mercedes-Benz e Goodyear, que já tinham sido previamente escolhidas pelos leitores de AutoData em eleição direta nos meses de setembro e outubro, com resultado divulgado em 10 de novembro – todos os cases dos vencedores estão relatados nas páginas seguintes. NOVO FORMATO Este ano a metodologia e algumas categorias do prêmio foram alteradas para ampliar seu alcance. No universo de mais de trezentas iniciativas selecionadas pelo corpo editorial de jornalistas a partir de reportagens que figuraram nas páginas da revista e na agência AutoData, no período de doze meses terminados em julho, foram indicadas a concorrer 32 empresas, alocadas em onze categorias corporativas, e dezesseis produtos e seis personalidades. Na votação on-line, em setembro e outubro, os leitores tiveram de escolher três de cada quatro cases por categoria e quatro personalidades. Este formato tornou a eleição mais justa, porque evitou a concentração de votos em cada uma das empresas concorrentes, pois os eleitores precisaram escolher mais cases do que somente o da sua própria empresa. Após encerrada a votação on-line os vencedores foram divulgados em 10 de novembro, com exceção da categoria Personalidade do Ano, cujo vencedor foi anunciado somente no dia do Congresso: Antonio Filosa, que dirigiu as operações da Stellantis na América do Sul e, em novembro, foi transferido para os Estados Unidos para ser o CEO global da marca Jeep. Por fim a Volkswagen foi escolhida Empresa do Ano em votação eletrônica dedicada somente aos participantes do evento de AutoData: “O mais gratificante é que a escolha foi definida pelos participantes do Congresso, o mais tradicional evento de informação econômica do setor automotivo da América Latina”, observa Possobom. “Agradeço a todos os nossos colaboradores, clientes e parceiros de negócios por ajudarem a construir essa história.” Fotos: Bruna Nishihata
20 Dezembro 2023 | AutoData PRÊMIO AUTODATA 2023 » OS VENCEDORES 2023 PERSONALIDADE DO ANO ESG Antonio Filosa – Stellantis Mercedes-Benz Mais do que se adaptar a transformações Antonio Filosa sabe como fazê-las. Tem sido assim ao longo de mais de duas décadas de carreira do engenheiro industrial napolitano, que ingressou no então Grupo Fiat em 1999 e desde 2005, como ele diz, tornou-se um brasileiro mineiro. Após ser alçado a cargos de direção em manufatura e compras da companhia na América Latina em 2018 foi nomeado CEO da então FCA Latam e seguiu no posto após a fusão com a PSA que criou a Stellantis, em 2021. Como presidente da operação sul-americana Filosa manteve em alta a relevância da região com liderança de vendas e lucros expressivos. Sob sua gestão a empresa continuou a tocar investimentos de R$ 16 bilhões, com dezenas de lançamentos, como a picape Rampage, e o desenvolvimento de plataformas eletrificadas. Em novembro Filosa assumiu a direção global como CEO da marca Jeep e foi transferido para os Estados Unidos. Com a preocupação de integrar cada vez mais as mulheres ao mundo dos veículos pesados e de pensar em maneiras de oferecer maior conforto, empoderamento, equidade e, principalmente, segurança às profissionais que ganham a vida na boleia a Mercedes-Benz lançou o movimento A Voz Delas, ainda em 2019. A iniciativa se transformou em um caminhão Actros 2651, totalmente customizado, batizado de Estrela Delas. É o primeiro caminhão do mundo feito para mulheres. Por fora chama a atenção a pintura rosa e por trazer uma bicicleta, na mesma cor, encaixada atrás da cabine. Mas é dentro que estão as principais atrações, como o banheiro: ao levantar uma das duas camas, revestidas com tecido aveludado e no mesmo tom da cor do veículo, está um vaso sanitário com ducha higiênica. Bruna Nishihata Bruna Nishihata
21 AutoData | Dezembro 2023 2023 MONTADORA DE VEÍCULOS COMERCIAIS MONTADORA DE AUTOMÓVEIS E COMERCIAIS LEVES Scania Toyota A Toyota oficializou investimento de R$ 1,7 bilhão para produzir um novo veículo híbrido flex em Sorocaba, SP. Segundo a montadora o carro será um modelo totalmente novo e chegará em duas versões, uma só com motor a combustão para ser seu novo modelo de entrada e outra híbrida flex que será o primeiro compacto eletrificado fabricado no Brasil, possivelmente um SUV pequeno. A perspectiva da Toyota é iniciar a produção até o fim de 2024 e a iniciativa poderá gerar cerca de setecentos empregos na unidade e na fábrica de motores de Porto Feliz, também no Interior paulista. O aporte contará com recursos do programa Pró-Veículo Verde, do governo do Estado de São Paulo, com estimativa de liberação, em quatro anos, de R$ 1 bilhão em créditos de ICMS gerados principalmente a partir de exportações da própria Toyota. Após lançar a linha de caminhões Super com ganho extra de consumo de até 8% – para além dos 20% já obtidos na geração anterior de motores – a Scania apresentou a linha Plus, com motor Euro 5 adaptado para Euro 6. A alternativa, com preço cerca de 15% mais baixo e o mesmo bom desempenho de consumo da geração anterior, ajuda a empresa a enfrentar tempos de mercado retraído em razão da troca de motorização para atender à nova fase do Proconve, iniciada este ano. A Scania também avançou nos veículos a gás natural ou biometano. Foram iniciados testes com ônibus e foi ampliada a família de caminhões a gás: além do motor de 410 cv a partir de 2024 também será oferecida opção de 460 cv e configuração X-Gás, com cilindros extras que garantem autonomia de até 900 quilômetros. Bruna Nishihata Bruna Nishihata
22 Dezembro 2023 | AutoData PRÊMIO AUTODATA 2023 » OS VENCEDORES 2023 xxx Bruna Nishihata MONTADORA DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS E DE CONSTRUÇÃO CADEIA AUTOMOTIVA AMPLIADA Caterpillar Marcopolo A Caterpillar atingiu a marca de 300 mil máquinas rodoviárias de construção produzidas no Brasil 63 anos após fabricar sua primeira motoniveladora no País. O marco foi considerado mais importante ainda pela empresa por ter sido atingido no ano em que finaliza o investimento de R$ 600 milhões para modernizar a operação brasileira. O aporte envolveu a instalação de uma nova linha de produção na fábrica de Campo Largo, PR, única que produzirá minicarregadeiras, assim como melhorias produtivas na unidade de Piracicaba, SP. Os produtos da Caterpillar feitos no País também são exportados para países da América do Norte, Europa e Oceania. De olho no aumento de demanda por ônibus urbanos elétricos no País a Marcopolo começou neste segundo semestre a vender o Attivi, seu primeiro veículo completo com chassi e carroceria projetados e produzidos na fábrica de Ana Rech, em Caxias do Sul, RS. Após cinco anos de desenvolvimento a empresa programou a produção de 130 unidades até o fim deste ano. Com a eletrificação a Marcopolo decidiu adotar os dois modelos de negócio: desenvolver o seu primeiro veículo completo e, ao mesmo tempo, continuar a montar carrocerias sobre chassis elétricos de parceiros. O Attivi tem índices de nacionalização de 58% para o chassi e de 96% para a carroceria, com sistemas de baterias fornecidos pela Moura, de Belo Jardim, PE, e o motor elétrico central de 530 cv da também brasileira WEG, de Jaraguá do Sul, SC.
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24 Dezembro 2023 | AutoData PRÊMIO AUTODATA 2023 » OS VENCEDORES 2023 Bruna Nishihata Bruna Nishihata FORNECEDOR DE PEÇAS, PARTES E COMPONENTES SISTEMISTA Moura Marelli A partir do contrato para fornecer o painel de instrumentos, consoles centrais e outras partes do interior da nova picape Chevrolet Montana, produzida pela General Motors em São Caetano do Sul, SP, a Marelli decidiu abrir nova unidade produtiva de sua divisão Interior Experience, ainda sem sede no Brasil, na fábrica de Hortolândia, SP, onde já produz componentes de motor e eletrônicos há cerca de trinta anos. Com investimento de R$ 150 milhões a unidade já nasceu com um contrato robusto, com capacidade para atender até 180 mil veículos/ano, e outros três projetos engatilhados para começar ainda em 2023. Uma obra foi feita na fábrica, que teve seu prédio expandido para abrigar os 5,8 mil m² da nova divisão com linhas de injeção plástica, pintura e montagem. Oitenta profissionais foram contratados para atividades iniciais. A Moura está avançando no mercado nacional de baterias especiais EFB e AGM para veículos equipados com sistema start-stop. A empresa produz em Belo Jardim, PE, os dois tipos de acumuladores e desenvolveu tecnologia própria para as EFB, que têm desempenho similar e é mais barata do que as AGM. A Moura já detém 75% de participação no fornecimento de baterias para carros com start-stop no Brasil, porcentual acima dos 56% que a empresa domina do mercado total de baterias fornecidas diretamente às montadoras. A fabricante também vem se preparando para o aumento da demanda por eletrificação. Desde 2017 envolveu-se no projeto do VW e-Delivery para produção e montagem de sistemas de baterias de lítio para o caminhão elétrico. Agora as negociações evoluem para o fornecimento a outros fabricantes nacionais de veículos.
25 AutoData | Dezembro 2023 2023 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – MONTADORA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – FORNECEDOR Toyota Goodyear A Toyota apresentou na Índia o projeto piloto Hybrid Flex Technology, replicando a iniciativa que já existe no Brasil há quatro anos, quando foi lançado o Corolla com powertrain híbrido que combina motor elétrico e a combustão que pode ser abastecido com etanol ou gasolina. Um modelo produzido em Indaiatuba, SP, foi apresentado a autoridades indianas. Segundo a companhia esta será uma importante alternativa para reduzir as emissões do transporte na Índia, que, como o Brasil, é um dos principais produtores de cana-de-açúcar do mundo. Em abril representantes da Toyota estiveram no país em uma delegação com integrantes do governo, da Unica, União da Indústria de Cana-de-Açúcar, e outros representantes da indústria automotiva do Brasil para promover o uso de etanol. Após mostrar um pneu produzido com 70% de material sustentável, que deverá chegar ao mercado ainda em 2023, a Goodyear apresentou um modelo que eleva para 90% o uso de insumos renováveis e com menor resistência ao rolamento. A intenção da companhia é, até 2030, introduzir o primeiro pneu 100% sustentável. Segundo a Goodyear são dezessete ingredientes no pneu com 90% do material sustentável, em doze diferentes componentes. Só de carbono são quatro tipos, produzidos a partir de matérias-primas como metano, dióxido de carbono, óleo vegetal e óleo de pirólise de pneus em fim de vida. O composto usa ainda óleo de soja, que reduz o uso de produtos à base de petróleo e é feito com o excedente da proteína de soja, aplicada em alimentos e ração animal. Antranik Photos xxx
26 Dezembro 2023 | AutoData PRÊMIO AUTODATA 2023 » OS VENCEDORES 2023 EXPORTADOR – FORNERCEDOR EXPORTADOR – MONTADORA Moura Volkswagen A Volkswagen, que em 2023 comemora 70 anos de história no Brasil, é a maior exportadora do setor automotivo brasileiro, responsável por cerca de 25% de todos os embarques de veículos. No ciclo histórico das sete décadas a montadora alcançou, este ano, 4,1 milhão de unidades exportadas desde 1970, quando começou a explorar mercados externos, com carros já vendidos para 147 países do mundo. Atualmente os modelos Volkswagen Polo, Virtus, Saveiro e T-Cross produzidos em três fábricas – São Bernardo do Campo e Taubaté, SP, e São José dos Pinhais, PR, seguem para mais de uma dúzia de mercados, principalmente da América do Sul. Após consolidar sua liderança no mercado brasileiro de baterias, tanto na reposição como no fornecimento direto a montadoras, a Moura está ampliando presença internacional por meio de exportações para mais de vinte países e produção local na Argentina, onde já lidera o mercado doméstico e é, também, a maior fabricante. As vendas ao Exterior representam 15% do faturamento da empresa com sede em Belo Jardim, PE, e a ambição é elevar este porcentual ampliando a presença em mercados onde a Moura já opera, principalmente na América Latina e em Angola, na África. A Moura já vende suas baterias em onze mercados sul-americanos e os cinco maiores compradores atualmente são, pela ordem, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela e Guiana. Na América Central e Caribe são atendidos mais seis países, incluindo Cuba. Bruna Nishihata Bruna Nishihata
Assista a mensagem que a Dana preparou para você. 2023 chegou ao fim. Um ano repleto de aprendizado, desafios e muitas conquistas. Juntos, realizamos muito, aplicando tecnologia e inovação, fortalecidos por nosso compromisso com a longevidade e sucesso de nossa empresa, colaboradores, parceiros, mercado e principalmente, dos nossos clientes, seja no aftermarket ou nas montadoras. Agradecemos por todo seu trabalho e dedicação, que o próximo ano seja de oportunidades e muito mais sucessos. Feliz Natal e Próspero Ano Novo! Estaremos juntos em 2024, movendo o que importa!
28 Dezembro 2023 | AutoData PRÊMIO AUTODATA 2023 » OS VENCEDORES 2023 LANÇAMENTO – AUTOMÓVEL LANÇAMENTO – COMERCIAL LEVE E PICAPE Fiat Fastback Ram Rampage O inédito SUV-cupê coloca a Fiat em patamar mais alto: é o mais caro e sofisticado dentre os seus modelos produzidos no País, com design refinado, acabamento caprichado, tecnologias modernas, motores potentes turboflex 1.0 ou 1.3 e preços que partem de R$ 120 mil. Produzido em Betim, MG, o Fastback encerra um ciclo, iniciado em 2020, de revalorização da Fiat, com renovação completa do portfólio e escalada para preços mais elevados. O SUVcupê encarna essa estratégia com dimensões e estilo que concorrem com modelos de categoria superior. Primeira Ram produzida fora dos Estados Unidos a Rampage demonstra a importância da América do Sul nos planos da Stellantis para sua marca de picapes. Quinto veículo produzido na fábrica de Goiana, PE, o projeto da Rampage consumiu investimento de R$ 1,3 bilhão. Nem grande, nem pequena, e com preços de R$ 240 mil a R$ 270 mil, a Rampage chega para competir não apenas no crescente segmento de picapes no Brasil mas, também, no segmento premium. A picape tem duas opções de motorização: 2.0 turbo a gasolina de 272 cv e turbodiesel 2.0 de 170 cv. Divulgação/Stellantis Divulgação/Stellantis
29 AutoData | Dezembro 2023 2023 LANÇAMENTO – ÔNIBUS LANÇAMENTO – CAMINHÃO Marcopolo Attivi Scania Plus Atendendo ao que identificou ser uma oportunidade de mercado em faixas de preços inferiores à sua linha Super, com motores Euro 6, a Scania ampliou seu portfólio com três caminhões que ocuparam a faixa de entrada, em gama batizada Plus. Na nova linha os modelos pesados R450 e R540 herdaram o motor antigo Euro 5, que recebeu sistema de pós-tratamento Euro 6, a caixa de câmbio Opticruise GRS905R e os diferenciais do portfólio antigo. Com essas alterações os preços ficaram de 6% a 7% inferiores aos da linha Super, que segue com as opções de 420 cv a 560 cv. Primeiro veículo completo com chassi e carroceria projetado e produzido pela Marcopolo o ônibus urbano elétrico Attivi foi desenvolvido para atender à nascente demanda de grandes cidades da América Latina. Produzido em Caxias do Sul, RS, com motor elétrico de 530 cv da WEG e baterias Moura com autonomia de até 250 quilômetros o Attivi tem índice de nacionalização de 58% para o chassi e de 96% para a carroceria. Segundo a fabricante o modelo foi testado para durar dezesseis anos – embora a garantia das baterias seja de oito anos – e projetado de acordo com as necessidades específicas de grande parte das cidades brasileiras, com ruas esburacadas e enchentes constantes. Divulgação/Scania Divulgação/Marcopolo
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34 Dezembro 2023 | AutoData EVENTO » CONGRESSO AUTODATA TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS 2024 Redação AutoData Crescimento e investimentos no horizonte Os debates do Congresso AutoData Tendências e Perspectivas 2024 indicaram que o setor automotivo se prepara para um novo ciclo de crescimento no Brasil, com aumento nas vendas e mais investimentos Márcio Stéfani, AutoData Marcando o retorno dos eventos presenciais organizados por AutoData os cerca de trezentos participantes do Congresso AutoData Tendências Perspectivas 2024, realizado em 21 e 22 de novembro em São Paulo saíram do mais tradicional fórum de informação econômica e de negócios do setor automotivo nacional com uma certeza: a indústria está se preparando para uma nova era de crescimento nas vendas e mais investimentos. Todos os executivos da alta direção das empresas fabricantes de veículos leves que subiram ao palco de apresentações admitiram já terem acertado ou estar negociando com as matrizes novos ciclos de investimentos no País, alguns recém-anunciados, e trabalham com a perspectiva de 2024 ser melhor do que 2023. Os presidentes das associações que representam no País os fabricantes de veículos e autopeças, respectivamente Anfavea e Sindipeças, abriram o CongresFotos: Bruna Nishihata
35 AutoData | Dezembro 2023 so com projeções positivas para 2024, mas ainda contidas, que representam pequeno avanço após três anos de estagnação do mercado brasileiro. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, concordou que é preciso fazer um esforço conjunto dos setores público e privado para que o País volte a crescer com mais estabilidade. A entidade estima que em 2024 fatores positivos podem permitir crescimento maior do mercado interno, na ordem de 5% a 7% sobre 2023. Mas o dirigente ponderou que a indústria nacional pode perder terreno, pois este ano houve aumento expressivo das importações, tanto das montadoras quanto das próprias importadoras. Cláudo Sahad, presidente do Sindipeças, afirmou que a entidade trabalha com expectativa de fornecer à indústria com produção em crescimento de 5% sobre 2023, para 2,4 milhões de veículos em 2024. Para o segmento de automóveis a estimativa é de alta de 4% e, para comerciais leves, 7%, com recuperação prevista também para caminhões e ônibus. Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil, foi o mais otimista: “Esperamos um crescimento [do mercado de veículos leves] de 5% a 10%, puxado pela redução da taxa de juros, pelo mercado corporativo muito forte e pelo fato de todas as montadoras estarem com abastecimento pleno, sem grandes faltas de componentes, apesar das guerras”. Mais comedido Fábio Rua, vice-presidente de comunicação e relações governamentais da General Motors do Brasil, falou em crescimento de 2% a 5% do mercado brasileiro, resultado de ações como o empenho do governo em acelerar o processo de descarbonização da emissões: “Mas, mais do que isto, precisamos ser mais eficientes, pois temos capacidade ociosa de 53%. Podemos produzir 750 mil carros por ano e nosso desejo é fazer pelo menos 600 mil”. Márcio de Lima Leite, Anfavea Cláudio Sahad, Sindipeças Margarete Gandini, MDIC
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