As mulheres certamente representam fatia importante nos gêneros que compram automóveis no Brasil. De olho nesta realidade as fabricantes têm buscado, nos últimos anos, entender melhor o perfil das consumidoras. E, por isso, passaram a desenvolver veículos com características para fisgar este público. A maior oferta de SUVs, por exemplo, tem a ver com este cenário e, inclusive, seu sucesso no País está relacionado à preferência do público feminino por este tipo de carro, que tem no visual e na altura seus pontos mais fortes.
Fernando Pfeiffer, gerente de marketing da Ford, diz que as necessidades das mulheres são levadas em conta na hora do desenvolvimento de um veículo: “Diversos equipamentos são incorporados pensando em meios que proporcionem mais facilidades para as consumidoras”.
Os últimos desenvolvimentos da empresa neste sentido são as chaves com sensor de presença para abrir o carro. Outro exemplo é o porta-malas do Ford Edge, que possui um sensor no assoalho que abre a tampa automaticamente: “Isto auxilia pessoas que têm sacolas e bagagens nas mãos”.
Do lado das concessionárias o que se percebe, de acordo com Antônio Jorge Martins, coordenador de MBA de gestão de empresas da cadeia automotiva e concessionárias da FGV, é uma preocupação maior em satisfazer as exigências das mulheres.
“Há um esforço da área comercial para um atendimento mais especializado, principalmente porque sabem que é ela quem define qual modelo a família vai comprar.”
Há 25 anos no ramo de concessionárias o vendedor Eduardo Guedes Mazili, da multimarca Vermarc, de São Paulo, diz que hoje as mulheres já são 50% dos consumidores da loja:
“Quando eu comecei a trabalhar nesta área elas eram apenas 25%. Dificilmente uma mulher chegava sozinha a uma concessionária. Hoje elas têm independência financeira para entrar e escolhem o que desejam”.
De acordo com ele são as mulheres, também, que dão a palavra final na escolha do automóvel da família.
O aumento do consumo feminino fez com que as concessionárias aprendessem mais sobre um perfil de consumidor mais detalhista, com apego ao conforto e ao design. Everaldo Gueterres, vendedor da concessionária Itavema Renault, de São Paulo, lembra que dificilmente uma mulher se importa se automóvel possui motor 1.0 ou 2.0, “mas elas chegam munidas de informações sobre os tipos de acessórios e opcionais que não podem faltar e não demonstram interesse por marcas específicas”.
Ele conta, também, que a cor do automóvel é fator importante e se não tiver a que elas preferem há o risco de perder a venda – “Isto já aconteceu comigo…”.