A CNH Industrial, grupo que controla marcas como a Case e a New Holland, acredita em uma tendência de alta no mercado de tratores e colheitadeiras por conta das demandas crescentes do agronegócio. A expectativa é de um incremento que vai variar entre 10% e 15% das vendas este ano. Em 2016, a empresa comercializou 11 mil 287 unidades, entre tratores, colheitadeiras de grãos e colhedoras de cana, no mercado doméstico. O volume é praticamente o mesmo do vendido em 2015, quando a CNH vendeu no Brasil 11 mil 282 unidades.
A estimativa positiva de mercado fez a companhia renovar o contato dos 250 funcionários temporários para a fábrica de colheitadeiras da New Holland, em Curitiba, PR. Os acordos, que venciam em dezembro do ano passado, foram estendidos para setembro de 2017. Na América Latina a empresa emprega 8,5 mil pessoas em onze fábricas, sendo sete unidades no Brasil.
“Acredito que haverá um período de alta prolongada que vai durar até o meio do ano que vem. Viemos de dois períodos de vendas internas sem crescimento”, disse Christian Gonzalez, diretor de portfólio e produto da CNH Industrial no Brasil, recém-chegado ao posto após ter passado por vários cargos na Case e na New Holland.
Para ele, é no agronegócio que estão as melhores oportunidades para as máquinas produzidas pela CNH aqui no Brasil. “As obras públicas não deverão surtir o efeito desejado. Os anúncios do governo dependem de leilões de concessões e depois de licitações. Resultados só deverão aparecer a partir de 2018″.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, projetou crescimento de 13% em 2017 nas vendas de máquinas e colheitadeiras. No ano passado foram comercializadas 42,8 mil unidades, o que representou queda de 4,8%.
A recuperação também está diretamente ligada ao aumento da confiança dos produtores rurais em relação ao setor por causa dos recursos do Moderfrota, linha de crédito do governo com juros subsidiados que sustenta a maior parte das vendas de máquinas agrícolas no mercado interno. Inicialmente, o Plano Safra 2016/17, que terminará em 30 de junho deste ano, reservou R$ 5 bilhões para a linha de incentivo.
Exportações – Outra linha de frente da empresa é o mercado externo, segundo o executivo. No ano passado, o crescimento das vendas externas foi de 27%, chegando de 1 mil 980 unidades. O aumento nos embarques aconteceu principalmente por novos contratos firmados com a China e com os Estados Unidos.
Foi o bom desempenho nas exportações que ajudaram a empresa a manter a rentabilidade da operação no Brasil, aponta Gonzalez. No ano passado, as exportações da empresa representaram 20,6% de todas as máquinas e equipamentos agrícolas que o País exportou, 9 mil 598 unidades. Em 2015, a fatia foi de 15%. “Hoje temos uma produção 90% voltada para o mercado interno, e esta fatia já foi menor nos últimos anos”.