A Volvo Latin America começou o ano apostando alto. A montadora anunciou um plano de investimentos para a região de R$ 1 bilhão. Os recursos serão aplicados até 2019 e devem ser aplicados na renovação do maquinário da fábrica no Brasil, melhora da rede de concessionários no Chile e em desenvolvimento de produtos.
Wilson Lirmann, presidente da companhia para a região, disse que a empresa se prepara para a retomada do mercado, que para ele, deve começar a partir de março e mais forte no segundo semestre. Os investimentos, no entanto, são menores do que o ciclo anterior, que durou de 2013 a 2015. O executivo ressaltou que foram aplicados recursos da ordem de US$ 500 milhões (R$ 1,5 bilhão em valores atuais).
“90% desses aportes serão investidos na operação brasileira e desses, boa parte em atualização de nossos centros de desenvolvimento. Estamos nos preparando para a retomada. Sempre quem está na frente, bebe água fresca”, disse Lirmann.
O executivo disse que há indicadores na economia brasileira que apontam para uma recuperação gradual este ano. “A inflação se aproximando do centro da meta e, há estimativas de que será menor do que os 4,5% estimados pelo governo. Isso faz com que a taxa de juros tem espaço para ser reduzida. Todos esses fatores fazem com que a confiança retorne ao mercado”.
Apesar da confiança reestabelecida para este ano, 2016 não foi bom para a montadora. O faturamento na região saiu de R$ 5,5 bilhões, apurados em 2015, para R$ 4,8 bilhões no ano passado. “Hoje, a subsidiária responde por 5% da receita global e está longe de ser satisfatória. Já chegamos a uma participação de 10%, quando o mercado brasileiro estava demandante”.
Lirmann ressaltou que, em 2011, o Brasil era o segundo maior mercado da Volvo no mundo em volume de caminhões vendidos, com mais de 20 mil unidades licenciadas. No ano passado, o país figurou no quinto maior mercado para a companhia, com 6 mil 258 caminhões vendidos, de acordo com dados da Anfavea, entidade que reúne as montadoras no país. “Estamos atrás dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França”. Para este ano, a estimativa da Volvo é um crescimento de até 10% nas vendas de caminhões pesados e semipesados pelas montadoras instaladas no Brasil.
Com esse mercado doméstico ladeira a baixo, a produção da fábrica em Curitiba trabalha com uma ociosidade perto de 70%. Isso fez com que a companhia fizesse ajustes na folha de pagamento e reduziu em 400 pessoas o número de funcionários na unidade. “Hoje, operamos com 3 mil empregados, está ajustado a nossa nova realidade. Praticamente durante todo o ano passado estávamos com um programa de demissão voluntária aberto e tivemos muitas adesões”, explicou o executivo. No ano passado, conforme dados da Anfavea, a montadora fabricou 9 mil 679 veículos, entre caminhões e ônibus.
Essa produção foi muito sustentada pelo mercado externo. A Volvo, no ano passado, exportou 4 mil 369 unidades, o que representou cerca de 40% da montagem em Curitiba. Em 2015, a participação das vendas externas na produção foi de 29%. “Crescemos em mais de 30% os volumes entregues para os países da América Latina. Peru, Chile e Argentina cresceram muito no ano passado. Para este ano, acreditamos que esses mercados devam continuar aquecidos. Há muitos projetos, principalmente de mineração, que estão sendo reativados no Peru e no Chile. Inclusive, dentro dos investimentos para o triênio vamos expandir a rede no Chile para atender essa demanda”.