A Toyota apresentou a ideia e mostrou o seu meio. A ideia: popularizar o conceito do carro híbrido, ”expandir o conhecimento dos consumidores brasileiros”. O meio: o Prius 2016. O local escolhido para a convenção de imprensa foi Brasília, DF, na segunda e terça-feira, 6 e 7, onde a Embaixada do Japão abriu suas portas para palestras sobre a tecnologia híbrida. O carro, avaliado em R$ 172 mil, será vendido por R$ 119 mil 950.
A projeção para as vendas, feita pelo vice-presidente executivo Miguel Fonseca, é de seiscentas unidades este ano e 1,1 mil no seu primeiro ano cheio, 2017.
No Brasil os números referentes a veículos híbridos são extremamente modestos, nada além de 0,14% do total – menos de oitocentas unidades do Prius desde 2011 – e, nem de longe, refletem os esforços de empresas, como a própria Toyota e a Ford, com o Fusion, por exemplo, de investirem globalmente nessa tecnologia, que reúne, no caso do Prius, motor a combustão interna movido a gasolina de 98 cv e motor elétrico de 72 cv.
O embaixador Kunio Umeda cumpriu uma de suas tarefas, que é expor o valor acumulado do conhecimento gerado no Japão, e de certa forma resumiu uma das dificuldades dos híbridos desde o início: garantir o valor de revenda em função do custo. Ele garantiu o apoio de seu governo ”à tecnologia consolidada que reduz a emissão de gás carbônico e de outras fontes de poluição e que representa, hoje, 20% do total de compras no Japão”.
No caso da Toyota tecnologia híbrida faz parte de sua política estratégica depois de quase 9 milhões de unidades produzidas desde 1997. Stephen St.Angelo, CEO para a América Latina e Caribe e chairman para o Brasil, disse, alto e forte, que ”o futuro é híbrido” e que a frota de 9 milhões de unidades Toyota híbridas foram as responsáveis pelo não lançamento na atmosfera de 67 milhões de toneladas de CO2 e pelo não consumo de 25 bilhões de litros de gasolina nesse período.
”Temos um compromisso corporativo: até 2050 não produziremos mais veículos dotados de motor de combustão interna. Nós, aqui, no Brasil, estamos muito atrasados nesse processo, uns vinte anos atrasados.” É um compromisso e tanto, que envolve híbridos, plug ins e células de combustível – inclusive para a linha de veículos comerciais.
St.Angelo exemplificou com a cidade de São Paulo e o seu para-e-anda as virtudes de economia, conforto e respeito ao meio ambiente dos veículos dotados da tecnologia híbrida – ”Sem contar, é claro, com o seu baixo custo de manutenção”.
Presidente da Toyota no Brasil Koji Kondo também bateu na tecla do compromisso estratégico da companhia, que qualificou como ”desafio ambiental global Toyota”. Isso implica não só veículos com emissões zero mas unidades produtivas idem e idem nos centros de reciclagem: ”Trabalhamos para que a sociedade viva em harmonia com a natureza”.
Kondo destacou, dirigindo-se ao embaixador Umeda, a forte cooperação do governo japonês diante de projetos que envolvem tecnologia híbrida. Por meio da concessão de atrativos e de incentivos para os consumidores, como redução específica de impostos. Lembrou a colaboração do governo brasileiro com a causa híbrida: redução do imposto de importação, devolução de parte do IPVA cobrado pelos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro e dispensa do rodízio em São Paulo.
Um dos pleitos atuais é a redução do IPI, imposto sobre produtos industrializados, contra a possibilidade de se produzir aqui veículos dotados de tecnologia híbrida. Para demonstrar a boa ideia o que empresas já fazem são empréstimos de carros híbridos para integrar a frota de empresas públicas.
O vice-presidente Miguel Fonseca lançou o olhar para vantagens e desvantagens das várias tecnologias alternativas à combustão interna disponíveis, levando em conta produto, preço, frota, rede de concessionárias, vendas, pós-vendas, comunicação. Para ele os híbridos representam o coração de todas as alternativas pelas suas características unidas de baixo consumo com baixa emissão.
”No Brasil pavimentaremos nosso caminho demonstrando o desempenho e a eficiência da tecnologia híbrida.”
O carro – O Prius 2016, de quarta geração, tem uma nova plataforma, a TNGA, de Toyota New Global Architecture, que lhe permite design diferenciado, quase arrojado. Com centro de gravidade mais baixo o seu Cx, coeficiente de penetração aerodinâmica baixou de 0,25 para 0,24 – o menor de todos os sedãs hatch do mercado internacional.
A potência combinada dos dois motores é estimada em 123 cv, com eficiência energética de pelo menos 40%. O motor a gasolina é o 1.8 VVT-i de ciclo Atkinson com 14,2 kgfm de torque a 3,6 mil rpm, de novos desenho e peso e de tamanho menor. O motor elétrico tem 16,6 kgfm de torque.
Em regime de teste o Prius cumpriu a aceleração de 0 a 100 km/h em 11 segundos. De acordo com o Inmetro seu consumo é o mais eficiente do País, com 18,9 km/l em trânsito urbano e de 17 km/l em estrada.
Com relação ao modelo atual o Prius traz, como coisa nova ar-condicionado dual zone dotado de comando S-Flow, que permite concentrar o fluxo de ar nas áreas ocupadas por pessoas, carregador de celular sem fio, sistema de navegação integrado, display projetado no para-brisas colorido. Estará na rede de concessionárias Toyota a partir da quarta-feira, 8.