Sistemistas: obsessão por conectividade.

Segundo seus principais executivos, as empresas sistemistas instaladas no Brasil têm um desafio em comum: pensar no futuro enquanto driblam o presente, que, acreditam, pode começar a melhorar a partir do fim do ano em função de alguns sinais que têm recebido dos clientes. Mesmo com a economia fragilizada, as inovações em conectividade não podem esperar. Representantes das companhias falaram sobre o assunto durante o Seminário Revisão das Perspectivas 2016.

Besaliel Botelho, presidente da Bosch, afirmou que nos últimos dez anos a companhia investiu R$ 1,7 bilhão para o desenvolvimento de novas tecnologias no País. “E este ano serão mais R$ 150 milhões”, assegurou, complementando que as novas tecnologias colaboraram para amenizar os resultados ruins nos últimos meses. “Conseguimos aumentar 30% nossas exportações em 2015, ante 2014, por termos produtos globalizados e modernos.”

O presidente da Delphi, Paulo Santos, ressaltou que as últimas três aquisições da companhia estadunidense no mundo foram de empresas de tecnologia. “É uma sinalização global e não podemos perder esse movimento”, afirmou.
As novas tecnologias de conectividade, segurança e motorização podem colaborar com a retomada do mercado nacional. “As vendas de seminovos em alta comprovam a demanda reprimida. Com novas tecnologias podemos atrair e reconquistar clientes”, pondera.

Marcelo Machado, vice-presidente automotivo da Schaefller, também destacou que a companhia investe constantemente em startups ao redor do mundo em busca de inovações: “Procuramos novas ideias constantemente. O desafio é fazer isso em um momento de vendas em baixa, mas não podemos esperar”.

Segundo Ricardo Bacelar, diretor da consultoria KPMG, a obsessão das sistemistas por novas tecnologias ajudará a construir um novo conceito de veículo, rapidamente. De acordo com Bacelar, atualmente o porcentual de conectividade embarcado nos veículos representa cerca de 10% dos custos.

“Em dez anos esse patamar será de pelo menos 60% a 65%. O carro que conhecemos hoje será algo completamente diferente em 2026”, afirmou.

Retomada lenta e gradual

O atual momento pelo qual atravessa o segmento de caminhões é dramático, no entanto, já se percebe no ar o começo de um retorno da confiança do consumidor, o mais importante item no processo de decisão de compra. Essa foi a impressão unânime dentre os participantes de painel a respeito do mercado de caminhões no Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2016, ocorrido na segunda-feira, 13, no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo.

Ari Carvalho, diretor de vendas e marketing caminhões da Mercedes-Benz, lembrou que apesar do mercado grande, como o brasileiro, sem confiança o consumidor não compra e ainda vê muita indefinição, fazendo com que o comprador ainda espere para ver o que vai acontecer com País no cenário político-econômico, mas “se ainda não chegamos no fundo do poço, estamos muito perto dele.”

Da mesma maneira, João Pimentel, diretor da operação Ford Caminhões para a América do Sul, acredita nos sinais de melhora que estão surgindo no mercado, como o aquecimento de negócios ocorrido no segmento de máquinas em virtude da Agrishow. “É um dado importante, porque são notícias assim que começam a puxar o mercado.”

Bernardo Fedalto, diretor de vendas de caminhões da Volvo, reforçou a melhoria nos números da macroeconomia divulgados nos últimos dias, o que faz com que ele acredita que o mercado de caminhões terá um aquecimento ainda este ano e, como seus pares, reforça: “A confiança do empresário está voltando, mas o processo de decisão de compra pode demorar um pouco mais. Por isso não acredito em uma reação a curtíssimo prazo, mas movimento maior lá por agosto, setembro, isso ainda se as medidas da nova equipe econômica do governo interino realmente forem introduzidas.”

O vice-presidente de vendas da Iveco para a América Latina, Marco Borba, também concorda com o representante da Volvo, e completa ao dizer que pelo menos agora há uma linha de ação da nova equipe econômica e “pode fazer com que a confiança volta, porque o desastre ocorrido até agora no segmento não foi falta de mercado”.

Todos os representantes, porém, trabalham em um cenário de recuperação lenta e gradual, embora eles concordem com capacidade do segmento de reagir rápido, como costuma acontecer historicamente com o mercado de caminhões. “É uma questão de oportunidades, de elas serem capazes de gerar demandas, como concessões, obras de infraestrutura, safras agrícolas. Entretanto, o mais importante agora é destravar a economia.”

Borba, da Iveco, também acredita que esse longo período de baixa no mercado de caminhões pode estar gerando uma demanda reprimida, podendo acelerar um pouco as compras e enfatiza também que o consumidor ainda não se adequou às novas regras de financiamento com a extinção do PSI. “Com essa nova realidade, o empresário está custando mais a se adequar, o que sinaliza um retomada de maneira mais gradual.”

Toyota opera com apenas treze dias de estoque

Apesar da crise atual do mercado, a Toyota espera repetir este ano o mesmo volume de produção de 2015, na faixa de 174 mil veículos, e prevê queda de apenas 2,3% em suas vendas internas, que devem ficar em 172 mil unidades ante as 176 mil do ano passado. Ao participar do Seminário Revisão das Perspectivas 2016 na segunda-feira, 13, o vice-presidente executivo da Toyota do Brasil, Miguel Fonseca, falou dos diferenciais da marca em relação à concorrência e disse que o mercado brasileiro já chegou ao fundo do poço: “Uma das nossas vantagens neste momento é a de não atuar no segmento de entrada, aquele dos compactos 1.0, que este ano retraiu 45%, acima, portanto, da queda média do mercado. Além disso, renovamos todos nosso portfólio e mantemos uma política junto à rede de concessionários de controle da oferta e demanda que nos permite operar com apenas treze dias de estoque, incluindo os veículos em trânsito”.

Esses três dias representam menos de 1/3 da média de estoque hoje do mercado, que encontra-se na faixa de quarenta a 42 dias. “Temos uma estrutura enxuta e mantemos nossa produção em linha com nossos objetivo”, destacou Fonseca.

Sem citar números, Fonseca também comentou que a rede da marca ampliou venda de usados e de acessórios e vem atravessando a crise sem perda de rentabilidade. Tanto é que no ano passado houve abertura de dez novos pontos de venda sem alterar o total de concessionários, ampliando a área de cobertura no País.

Fonseca disse que a Toyota é otimista com relação ao futuro do Brasil. Para ele, o País tem fundamentos econômicos muito fortes e é um dos mais avançados em matrizes energéticas. Defendeu, dentre outras medidas, a adoção do programa de renovação de frota que em outros países, principalmente europeus e também nos Estados Unidos, foi fundamental para aquecer vendas em período de crise.

Fundo do poço – Na sua avaliação, o mercado já chegou ao fundo do poço e a tendência agora é de estabilidade. Não arriscou número de crescimento para 2017, mas admitiu que já no ano que vem a Toyota poderá apertar o botão que colocará em operação o projeto de ampliação de sua capacidade da fábrica de Sorocaba, SP, onde produz o Etios. A empresa já concluiu os investimentos e as obras que elevam de 74 mil para 108 mil a produção daquela unidade industrial, mas deixou o projeto em suspenso por causa da retração do mercado brasileiro.

Fonseca também comentou sobre veículos híbridos, elétricos e afins, garantindo que a Toyota não descartou a hipótese de futuramente vir a produzir modelos do gênero no País. Segundo ele, até 2030 perto de 58% dos veículos no mundo serão desse tipo. Na América Latina a Toyota prevê que naquela ocasião terá 40% de sua oferta com base em modelos híbridos, elétricos e similares.

“Não temos projeto industrial no momento, mas a localiação no futuro será uma necessidade”, comentou. Mesmo porque, pelas previsões da Toyota, até 2050 não haverá mais veículo movido só a combustão.

Fabus acredita no Caminho da Escola Urbano

O presidente da Fabus, José Martins, revelou durante o Seminário Revisão das Perspectivas 2016, na segunda-feira, 13, que até o fim de julho a ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, deverá concluir as especificações dos veículos – ônibus e vans – que atenderão ao programa Caminho da Escola Urbano.

“Estamos em contato direto com a ABNT e também com o BNDES. Nossa proposta ao BNDES é a de que seja criado um financiamento específico para esse segmento escolar nos moldes do programa Pró-Caminhoneiro, ou seja, que contemple não só pessoas jurídicas, mas também pessoas físicas.”

De acordo com Martins, levantamento feito junto a orgãos ligados ao trânsito dá conta de que cerca de 110 mil veículos são utilizados hoje para transporte escolar em áreas urbanas. “Se sair o programa acredito que em oito anos poderemos vender 110 mil vans e ônibus para renovação da frota atual”, comentou Martins.

Em painel sobre o mercado de ônibus que teve a participação do presidente da Fabus e do diretor de vendas de ônibus da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, foi consensual a análise de que o maior problema hoje no segmento é a falta de crédito. Até maio, pelos dados da Fabus, as vendas de ônibus caíram 38% no comparativo com o mesmo período de 2015. O que tem compensado em parte essa queda são as exportações que devem crescer 15% no ano.

Barbosa, da Mercedes-Benz, confirmou o bom momento para a exportação de ônibus. “Somos líderes em vendas externas nesse segmento e atendemos mais de cinquenta países. Já no ano passado nossas exportações cresceram 5,2% e este ano o ritmo de vendas continua bom.”

Jaguar Land Rover inaugura sua fábrica brasileira

A Jaguar Land Rover inaugurou na terça-feira, 14, sua primeira fábrica nas Américas – e também a pioneira em voo solo fora do Reino Unido. A unidade de Itatiaia, na região sul-fluminense, consumiu R$ 750 milhões em investimentos e começou a enviar para a rede Land Rover os primeiros Range Rover Evoque nacionais. Os carros são montados também na Índia e China, mas por meio de joint venture. No mercado indiano a linha fica dentro de uma unidade industrial da Tata Motors, sua controladora. Na China a parceria é com a Chery.

Com capacidade para produzir até 24 mil unidades em dois turnos, a fábrica brasileira começa a operar com o objetivo de alcançar a metade disso. Sem precisar data, Frank Wittemann, presidente da JLR, estima chegar lá no “médio prazo”, embora um pouco depois do inicialmente imaginado. “Esperávamos chegar ao topo do primeiro turno mais rápido, mas estamos confiantes de que o mercado retome logo.”

O projeto da planta fluminense englobou série de projetos ambientais, como o recolhimento de águas pluviais e o plantio de mais de 1,2 mil árvores nativas para melhorar o ecossistema do entorno. A JLR pretende obter o certificado LEED de sustentabilidade e ser a primeira fábrica de automóveis no Brasil a conquistar o selo.
A produção em Itatiaia começou no ritmo de um carro por hora – quando alcançar o topo, serão nove unidades a cada sessenta minutos. O sistema de produção é o SKD: até a carroceria é importada e chega armada e pintada, necessitando uma desmontagem logo no início da linha.

Alguns itens já são nacionais, como os vidros Pilkington, os bancos Johnson Controls e as baterias e sistemas de exaustão. A vizinha Benteler, instalada em Porto Real, RJ, entrega também conjunto montado de chassi, motor e transmissão, porém, com grande quantidade de componentes importados.

Tudo atende às exigências do Inovar-Auto, um dos principais motivadores da chegada da JLR ao Brasil. Mas não o único, de acordo com Wolfgang Stadler, diretor global de manufatura da companhia e um dos executivos presentes à cerimônia de inauguração:
“A Jaguar Land Rover acredita que a produção deve seguir os mercados. E o Brasil é o segundo mais importante das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos”.

A empresa é líder de mercado no Brasil na categoria de utilitários esportivos premium, respondendo por 33% de todas as vendas nesse segmento, ressalta a JLR. O segmento premium, no entanto, tem ainda tímida participação aqui, da ordem de 2,5% do mercado nacional de automóveis, enquanto em mercados maduros essa relação beira os 10%.

No ano passado a companhia vendeu em torno de 10 mil unidades no mercado interno, somadas as duas marcas. O objetivo deste ano é pelo menos igualar esse resultado e voltar a crescer a partir de 2017. De janeiro a maio a empresa negociou 3 mil 69 veículos Land Rover e 283 unidades Jaguar.

Stadler minimizou os efeitos da situação econômica do País e disse que a fábrica foi pensada no longo prazo. De fato está claro que a JLR não poupou no projeto: há muito espaço dentro dos galpões, onde podem ser colocadas mais uma ou duas linhas no futuro sem grandes necessidades de readequação.

Além do Evoque, que já está chegando às revendas ainda este mês, será produzido em Itatiaia o Range Rover Sport, com início programado para as próximas semanas. Esses dois modelos respondem por 70% das vendas no Brasil.

Stadler, porém, garantiu que não há outros modelos planejados para a fábrica no curto prazo. Não deixaria de ser uma alteração de plano, já que a fabricação do sedã Jaguar XE era tida como certa, segundo apurou a Agência AutoData
Exportar também está momentaneamente fora dos planos, assegura Stadler: “Não descartamos no futuro, mas atualmente não há estudos a respeito”.

A planta também inclui o primeiro centro educacional da Jaguar Land Rover fora do Reino Unido, que manterá série de atividades em salas de aulas para até 12 mil crianças de escolas locais por ano. “Esse centro é apenas um passo que estamos dando para entregar programas educacionais interessantes a crianças de diversas idades. A nossa ambição é incentivá-los a considerar uma carreira na indústria automotiva no futuro”.

O novo centro educacional é coordenado em parceria com o Senai e oferecerá programas de educação para crianças de 5 e 18 anos. Os cursos são voltados para áreas como engenharia, manufatura e outras atividades relacionadas ao setor automotivo.

Fora da matriz – A empresa também criou o programa Inspirando os Trabalhadores de Amanhã no ano passado e, dos mais de cem alunos que já completaram o curso, doze foram contratados na nova fábrica. O programa oferece experiência de trabalho, formação e qualificações de empregabilidade para pessoas desempregadas. É o primeiro projeto do gênero que a empresa adota fora de sua matriz, no Reino Unido.

Ainda como parte das comemorações que marcam a inauguração da unidade de Itatiaia, a Jaguar Land Rover promoverá uma expedição com os primeiros veículos Range Rover Evoque e Discovery Sport produzidos na planta. Os dois modelos percorrerão, pelo chamado programa My Land, milhares de quilômetros pelo País.

Volvo VM fora de estrada

A Volvo ampliou sua família de caminhões VM com o lançamento de um modelo específico para atender às necessidades de transporte de carga nas aplicações fora de estrada. O novo veículo tem capacidade para 32 toneladas, 5,3 toneladas a mais do que a versão anterior.

De acordo com a fabricante, a novidade, desenvolvida e produzida na fábrica de Curitiba, PR, possui a maior capacidade de carga útil de sua categoria e chega para cumprir operações específicas no segmento fora de estrada “É um setor que precisa de caminhões com capacidade de carga intermediária e adequada a aplicações onde a intensidade e a severidade não exigem um veículo de maior potência”, diz em nota o gerente de engenharia de vendas da Volvo América Latina, Álvaro Menocim.

O caminhão é equipado com motor de 330 cv e configurado como 6×4. Compartilha diversos componentes da linha FMX, tradicional família de caminhões da Volvo indicada para as aplicações do transporte pesados em condições severas. Assim, o novo VM traz eixo de tração com redução nos cubos, eixo dianteiro de viga reta e caixa de transmissão automatizada I-Shift.

O compartilhamento de componentes permitiu à Volvo introduzir diversos aperfeiçoamentos no VM. O eixo dianteiro, por exemplo, na versão anterior suportava 6,7 toneladas, agora está apto para 8 toneladas. Os eixos traseiros também antes eram projetados para 20 toneladas, agora podem suportar 24 toneladas. No caso dos eixos traseiros ainda, além da redução nos cubos, foi introduzido bloqueio de diferencial entre as rodas e entre eixos.

Segundo a fabricante as diversas adequações no modelo permitiram aumentar em 20% a capacidade do novo VM. Assim, o caminhão teve seu PBT técnico elevado de 26,7 toneladas para 32 toneladas. “Ousamos dizer que é o melhor veículo em sua classe”, atreveu-se em nota Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil.

O novo VM será oferecido no Brasil e em todos os demais países da América Latina que aplicam a norma Euro 5 de emissões. As primeiras unidades serão enviadas para a rede de concessionárias da marca ainda este mês.

David Powels assumirá comando regional da Volkswagen

David Powels, presidente e CEO da Volkswagen do Brasil, assumirá também o comando das operações da companhia para América do Sul, América Central e Caribe. De acordo com comunicado da empresa, a decisão faz parte de estratégia de regionalização da fabricante e, assim, está criando uma nova estrutura regional na América do Sul.

Com a nova organização corporativa, Thomas Owsianki será vice-presidente de vendas e mar­keting para a região América do Sul, como também membro do Comitê Executivo da Volkswagen do Brasil.

David Powels é sul-africano, formando pelo British Institute of Cost and Management Accountants. Começou carreira na Volkswagen em seu país natal em 1989 como responsável pela contabilidade de impostos na divisão de finanças. Após passagem pela Audi, na Alemanha, em 1998 retornou para a África do Sul para assumir a diretoria de finanças da companhia. De 2002 a 2007 atuou no Brasil como vice-presidente de finanças e estratégia corporativa e, daí, partiu mais uma vez para a África do Sul nomeado como diretor geral da Volkswagen daquele país. Em 2015 foi escalado novamente para o Brasil para ocupar a presidência da companhia.

Como vice-presidente de vendas e marketing para a região América do Sul, Thomas Owsianski responderá a Powels. Funcionalmente, Owsianski torna-se um membro da equipe de liderança de vendas e marketing global do Board Member da Volkswagen, Jürgen Stackmann. Owsianski, atualmente diretor executivo de vendas da Skoda e negócios de marketing na SVW na China, possui extensa experiência internacional em funções sênior de vendas e marketing na indústria automotiva e ocupará o novo cargo até 1º de outubro.

Jorge Portugal, vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil, manterá todas as suas funções, dentre elas a responsabilidade pelo relacionamento com a rede de concessionárias do País e o desenvolvimento de estratégias para o fortalecimento da marca no Brasil.

Tenneco investe em nova linha de conversores catalíticos

A Tenneco decidiu produzir no Brasil, em sua fábrica de Mogi Mirim, no Interior paulista, conversores catalíticos para o aftermarket. São diversos modelos do equipamento com a marca Walker que estão chegando ao mercado local agora em junho para atender, inicialmente, 240 aplicações. Os produtos são destinados a veículos leves com motorização flex, gasolina e etanol.

Sem revelar números de investimento e nem volume de produção para este ano, o diretor de engenharia e vendas da Tenneco Sistemas de Exaustão, Rafael Rampazzo, comenta que a nova linha representa a entrada da companhia no mercado de reposição de sistemas de exaustão:
“Temos presença forte em OEM, mas não tínhamos produtos de exaustão no aftermaket. O investimento não foi muito representativo porque aproveitamos parte da ociosidade da linha de conversores catalíticos que fornecemos para as montadoras para produzir a linha Walker para reposição”.

Com essa iniciativa a empresa quer ampliar em 20% as suas vendas de conversores catalíticos no Brasil e começar a atuar no mercado de reposição de outros países da América do Sul, principalmente Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Internamente a empresa utilizará a estrutura de aftermaket da Monroe, marca também pertencente a Tenneco, para divulgar a vender os conversores catalíticos Walker.

Apesar de mais conhecidos como catalisadores, Rampazzo explica que o nome correto do equipamento é conversor catalítico: “O catalisador é a peça cerâmica que vai dentro dele”. De acordo com o diretor de engenharia e vendas, os produtos que já estão sendo feitos em Mogi Mirim com a marca Walker têm os mesmos padrões de qualidade dos originais, aqueles que são fornecidos diretamente à indústria automobilística: “O lançamento é fruto da expertise adquirida em anos de fornecimento a montadoras de todo o mundo. Os nossos clientes podem esperar um produto com tecnologia de ponta e alto desempenho”.

Exigência legal – O uso do catalisador nos veículos que saem das linhas de montagem das montadoras é obrigatório no Brasil por lei desde 1997, mas não há regulamentação no varejo em relação ao equipamento. Rampazzo explica que o mercado de reposição do produto manteve-se mais aquecido no período em que havia inspeção veicular em São Paulo.

“Não definimos volume porque é um mercado não regulamentado e é difícil neste momento fazer previsão de venda. De qualquer forma é grande a frota de veículos que já saíram de fábrica com o conversor catalítico e certamente é um mercado promissor principalmente se a inspeção veicular for retomada em São Paulo e vier a ser implantada em outros Estados brasileiros. Queremos estar preparados para o futuro.”

A função do conversor catalítico é transformar os gases tóxicos, resultantes da combustão do motor, em gases inofensivos, reduzindo a emissão de poluentes na atmosfera. De acordo com a Tenneco, o equipamento também é uma importante peça do sistema de exaustão, por garantir a taxa de compressão do motor. Além de passível de multa, sua retirada do veículo afeta o módulo de injeção eletrônica e principalmente o consumo de combustível. Mas como o mercado não está regulamentado não há números sobre o número de veículos com o equipamento danificado ou mesmo sem ele.

Hyundai Caoa estuda novos centros de serviços

O Caoa Hyundai Premium Service, gigantesco centro de serviços da Hyundai Caoa erguido na Zona Sul de São Paulo, completa um ano. O complexo de 10 mil m² e quatro pavimentos realizou mais 20 mil atendimentos nesse período, dos quais 12,6 mil revisões. Mais importante do que o número, porém, avalia a empresa, é o conceito que o empreendimento, que consumiu R$ 25 milhões em estrutura e equipamentos, irradia para a rede de mais de cem lojas do grupo.

Rogério Gonzaga, diretor de pós-venda da Caoa, enfatiza exatamente esse aspecto: o papel multiplicador que o centro proporciona à rede. A ideia é que ele dissemine boas práticas e padrões de atendimento e serviços. “Nosso propósito com esse projeto era introduzir padrões e processos em toda nossa rede. Se fizéssemos isso uma a uma, levaríamos uns sete anos.”

Para reduzir esse prazo, de quando em quando, grupo de gerentes é submetido a uma imersão nos procedimentos e tomam contato com os indicadores que revelam a eficiência dos processos e prática. A operação alcançou 958 pontos no Índice de Satisfação do Cliente, dezoito acima da meta proposta pela Hyundai. “E queremos ser, até 2017, o primeiro lugar em serviços de pós-venda pelos critérios da JD Power”, afirma Gonzaga, há pouco mais de dois anos no cargo.

O Caoa Hyundai Premium Service, de fato, tem clima e instalações muito distintos das áreas de oficinas das concessionárias convencionais, está mais para um shopping de serviços. Tanto que o público feminino, afirma a empresa, forma a maioria dos clientes. Além de café e snacks servidos gratuitamente, possui rede wi-fi, espaço para crianças, além de o carro ser entregue com mimos, como água mineral com o logotipo da empresa. A companhia compra mensalmente 45 mil garrafas.

Para uma avaliação rápida do cliente, um tablet foi instalado junto ao caixa. Nele o proprietário do veículo encontra três alternativas para manifestar sua satisfação, ou não, com o atendimento. Caso indique estar insatisfeito, imediatamente o gerente do centro recebe em seu celular mensagem SMS e, caso o cliente assim autorize, poderá abordá-lo para descobrir o motivo da desaprovação. E Gonzaga já antecipa seu próximo passo em poucos dias: o lançamento de aplicativo dedicado. Por ele o consumidor poderá agendar serviços e, por meio de chat, sanar dúvidas.

A fórmula adotada em São Paulo – que não substituiu as oficinas de concessionárias próximas, mas ajudou a desafogá-las –, deu tão certo que o grupo já estuda outras unidades do gênero, ainda que com menores proporções. Todas, porém, em regiões metropolitanas. Gonzaga e equipe analisam oportunidades no Rio de Janeiro, RJ, Recife, PE, e Porto Alegre, RS.

“E uma segunda unidade em São Paulo”, acrescenta o executivo. A Grande São Paulo sozinha, justifica Gonzaga, responde por algo acima de 35% das vendas de carros novos do grupo. E o Estado, por mais de 50%.
Equilíbrio – O Caoa Hyundai Premium Service, localizado no bairro de Moema, já atingiu seu ponto de equilíbrio financeiro, mesmo bem longe de sua capacidade mensal de atendimento, da ordem de 3 mil passagens. “Hoje trabalhamos com um teto de 2 mil atendimentos. Isso para que possamos atingir todos os índices que nos propusemos e somente depois aumentar essa capacidade. Em nosso planejamento chegaremos ao total somente no fim do ano que vem.”

Pós-venda em momento de mercado de veículo em baixa é alternativa segura para equilibrar contas e absorver parte dos custos fixos. Gonzaga calcula que serviços, vendas de autopeças e acessórios garantem rentabilidade muito superior à obtida no showroom de carros novos, algo entre 8% a 12%.

Ontário, no Canadá, atrai investimentos automotivos

FCA e General Motors preparam expansão dos negócios e de seus centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia automotiva sediados na principal província do Canadá, Ontário. A primeira anuncia investimento por volta de US$ 1 bilhão para sua unidade da cidade de Windsor com objetivo sustentar a produção da primeira minivan elétrica híbrida plug-in a ser construída na América do Norte.

A fabricante também receberá subsídios do governo de Ontário equivalente a US$ 81 milhões. A Fiat Chrysler Automobiles Canada emprega mais de 11 mil pessoas nas três unidades de negócio presentes na região e no centro de pesquisa e desenvolvimento em parceira com a Universidade de Windsor. Com o investimento anunciado projeta ainda contratar mais 1,2 mil profissionais.

A GM, por sua vez, escolheu Ontário para ampliar o desenvolvimento tecnológico da empresa com a construção de um centro de desenvolvimento de softwares na cidade de Markham, além de expandir sua instalação de testes em clima frio no município de Kapuskasing. O aporte da fabricante permitirá que o Canadian Technical Centre desempenhe papel de liderança no desenvolvimento da próxima geração de veículos conectados. A expectativa é de que setecentas novas vagas de emprego sejam criadas ao longo dos próximos anos.

Ontário é um dos mais importantes produtores de veículos da América do Norte, responsável por 15% da produção nos últimos cinco anos, empregando em torno de 100 mil pessoas. A província já investiu mais de US$ 12 bilhões no desenvolvimento do setor automotivo e no início deste ano passou ser a primeira a permitir testes com veículos conectados e automatizados em estradas, além de aportar US$ 20 milhões para criação de uma rede de estações de carregamento rápido para veículos elétricos.