Mercedes-Benz vende superarticulados para o Rio

A Mercedes-Benz do Brasil comemora a liderança no segmento de ônibus urbano com a venda de cinquenta unidades do chassi superarticulado 0 500 MDA para operadores do sistema BRT, Bus Rapid Transit, do Rio Janeiro. Agora já são 68 veículos negociados nos últimos seis meses. Os ônibus serão utilizados nos corredores Transoeste, Transcarioca e no Transolímpico, que será inaugurado em julho.

De acordo com Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, com esse novo negócio já são 271 ônibus da marca, dentre superarticulados, articulados e padrons, que estarão em circulação no sistema BRT carioca.  “São produtos que asseguram melhoria da qualidade do transporte e da mobilidade urbana para população, turistas e o grande número de pessoas atraídas por eventos esportivos na cidade”, diz o executivo.

Barbosa afirma que,  apesar da crise no mercado de ônibus, com queda de cerca de 45 45% no acumulado dos primeiros cinco meses com relação ao mesmo período de 2015, a Mercedes-Benz está conseguindo ampliar participação no segmento. O market share da empresa, da ordem de 44,1% em 2013, subiu para 52,5% no ano passado e está em 55,3% no acumulado deste ano – 56% nos rodoviários e 71,6% nos urbanos. No Rio de Janeiro, em particular, a presença da marca é ainda mais expressiva, com participação nos urbanos de 80%.

Segundo Barbosa, o superarticulado O 500 MDA é uma solução inovadora desenvolvida pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico da empresa, localizado na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, centro mundial de competência da Daimler para chassis de ônibus.”O O 500 vem se consolidando cada vez mais como solução eficaz e rentável para o transporte coletivo de massa em sistemas como BRT, corredores e faixas exclusivas”, comenta Barbosa. “Com 23 metros de comprimento, quatro eixos e 4º eixo direcional, o superarticulado facilita manobras, assegurando conforto e segurança para o motorista e usuários.”

Dependendo do modelo e da configuração interna o 0 500 oferece capacidade superior a duzentos passageiros. “É um  produto que oferece alta capacidade de transporte com baixo custo operacional, atuando com eficiência tanto no pico quanto no entrepico da demanda de passageiros.”

Para divulgar a venda dessa meia centena de seu superarticulado a Mercedes-Benz promoveu encontro com a imprensa na linha Transolímpica, ainda a ser inaugurada, e no Centro de Operações do Sistema BRT no Rio de e Janeiro. Apesar das obras ainda em curso, os responsáveis pelo novo corredor garantem que será inaugurado até o fim de julho, antes portanto da abertura dos Jogo Olímpicos, em 5 de agosto.

A parceria da empresa com o sistema BRT do Rio de Janeiro vem desde 2012, quando o primeiro corredor – o Transoeste – entrou em operação. “Temos acompanhado o crescimento do sistema e as novas demandas da população, conhecendo de perto as reais necessidades dos usuários, o que é uma referência muito importante para nossos futuros desenvolvimentos”, diz Barbosa, que recorda que o superarticulado O 500 já circula também nos principais sistemas de transporte coletivo urbano de grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba.

“Tanto no BRT, como em sistemas por corredores ou faixas exclusivas, nossa participação é extremamente expressiva. No primeiro quadrimestre de 2016 chegou a 70% nos urbanos”, reforça Barbosa. “Só nos últimos três anos vendemos 1 mil unidades do superarticulado, sendo 90% para a cidade de São Paulo.”

Segue o drama das vendas em queda

De janeiro a maio o mercado brasileiro absorveu 811,8 mil  automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, retração de 26,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando registrou 1 milhão 106 mil unidades.Apenas em maio foram 167,5 mil veículos emplacados, volume 21,2% menor do que as 212,7 mil unidades licenciadas no mesmo mês de 2015. O resultado mensal, porém, registrou pequeno crescimento de 2,8% com relação a abril.Os dados são da Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, divulgados na quinta-feira, 2.

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves no acumulado até maio somaram 784,8 mil  unidades, queda de 26,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram negociadas 1 milhão 65 mil 211 unidades.

Somente em maio o mercado interno absorveu 162,2 mil automóveis e comerciais leves, retração de 20,9% com relação ao mesmo mês de 2015. O resultado mensal, no entanto, se mostrou melhor do que as vendas de abril, quando foram emplacadas 157,6 mil unidades, o que representou  pequeno avanço de 2,9%.

A General Motors encerrou o período na liderança de vendas dos segmentos com 19,5% de participação, seguida pela Fiat com fatia de 15,0%, Volkswagen, 13,5%, Hyundai, 10,1% e Toyota, 8,9%.

Pesados – No segmento de caminhões o cenário também não é nada agradável. Bem ao contrário: segue a forte curva descendente dos últimos meses. Até maio as vendas somaram exatos 21 mil 265 veículos, baixa de 31,8% na comparação com os mesmos cinco meses do ano passado, período no qual foram emplacados 31 mil 183 mil caminhões.

O desempenho isolado de maio, contudo, mostrou vendas de somente 4 mil 84 unidades, queda de 32,2% frente ao mesmo mês de 2015. Na comparação com abril, mais um recuo, ainda que bem menos: 2,5%.

Nos cinco primeiros meses do ano a Mercedes-Benz encabeça as vendas de caminhões com 30,5% dos veículos negociados. A MAN Latin America seguiu a concorrente líder bem de perto e deteve 27,1% , à frente da Ford, que encerrou o período com 15,2% de participação, Volvo, 11,7%, Scania, 7,7%, e Iveco, 5,7%.

No segmento de ônibus o resultado das vendas no acumulado é ainda pior, com queda de nada menos que 42,8%. De janeiro a maio foram negociadas 5 mil 745 unidades contra as 10 mil licenciadas no mesmo período do ano passado.

Apenas em maio ganharam as ruas do País 1 mil 255 ônibus, volume 26,6% menor do que as 1,7 mil unidades emplacadas no mesmo mês de 2015. Contra abril, porém, quando foram licenciados 1 mil 145 ônibus, a curva é ascendente: alta de 9,6%.

Também no segmento de ônibus a Mercedes-Benz encerrou o período até maio na liderança, com 58,6% do mercado. Atrás dela estiveram os produtos da Volkswagen Caminhões e Ônibus, com 14,4% dos négocios, seguidos pela Marcopolo, com 12,6%, Iveco, 4,9%, Volvo, 4,3%, Agrale, 3,1% e Scania, com 1,7%.

Quando da divulgação dos resultados do primeiro quadrimestre, no início de maio, a Fenabrave revisou para baixo suas estimativas de vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Dos 5,8% de queda estimados no início do ano a entidade passou a considerar recuo de 20% nas vendas internas, ou pouco mais de 2 milhões 50 mil unidades negociadas em 2016.

Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, justificou as revisões com base na piora dos cenários econômico e político: “A crise política agrava ainda mais a situação econômica. Não fosse isso, a economia não estaria tão ruim”.

Negócios da Bosch chegam a R$ 6 bilhões na América Latina

Desnecessário afirmar  que o mercado automotivo brasileiro não tem ajudado muito, para não dizer atrapalhado bastante, o desempenho das operações de empresas do setor automotivo na América Latina nos últimos dois anos. Mesmo assim há quem comemore o resultado regional no ano passado. É o caso Bosch, que, segundo declara em nota oficial, “cresceu mais do que o esperado na América Latina em 2015”, “apesar do desenvolvimento econômico desfavorável na região”.

As vendas líquidas totais do Grupo Bosch, incluindo as exportações e as vendas das empresas coligadas, cresceram em torno de 6,6%, atingindo cerca de R$ 6 bilhões. Bem pouco dessa evolução a creditar ao setor automotivo, a julgar pela declaração de  Besaliel Botelho, presidente do conglomerado na América Latina:

“Os negócios nos setores de bens de consumo, energia e tecnologia predial e tecnologia industrial apresentam boas perspectivas e continuam a ser os importantes indutores do nosso desenvolvimento na região. Contudo, o segmento de soluções para mobilidade se manteve desafiador e impactou os nossos resultados, exceção para os negócios de reposição automotiva que registraram bom desenvolvimento em 2015”.

 Naturalmente, tudo sob a destacada influência dos combalidos negócios internos do mercado automotivo brasileiro, o maior na região. As operações do Grupo Bosch no País foram responsáveis por perto de 80% do volume das vendas na América Latina, cerca R$ 4,7 bilhões, algo como 30% do total gerados a partir das exportações de produtos e serviços, sobretudo para países latino-americanos, além dos Estados Unidos e  Europa.

 A empresa, de qualquer forma, prefere não especificar e afirma que a situação econômica na América Latina tem imposto série de desafios. “Acreditamos que a estabilidade política é crucial para retomar o crescimento da economia e recuperar a credibilidade dos investidores e dos consumidores”, ressalta Botelho.

Apesar disso, a região continua a ser região estratégica, diz a Bosch, que atua na região desde o início do século passado. Em 2016, afirma o conglomerado alemão, espera crescimento moderado na região “pautado, principalmente, pelo aumento das exportações, alavancadas pelo efeito do câmbio e o contínuo desenvolvimento dos negócios não automotivos.”

A empresa investiu mais de R$1,7 bilhão em suas operações na América Latina. Só para este ano calcula algo como R$ 150 milhões, recursos que serão utilizados principalmente na modernização das linhas de produção. Após o recorde de 2015, o Grupo Bosch persegue marca ainda superior ester ano. Espera vendas globais de 3% e 5% maiores.

A Bosch tem operações na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Panamá, Peru e Venezuela. No ano passado, abriu escritórios comerciais no Equador e Costa Rica e planeja iniciar operação no Uruguai ainda este ano.

A empresa antecipa que o leque de mercados na região poderá crescer um tanto mais. Cuba, República Dominicana e Paraguai já constam como próximos alvos para expansão no curto prazo. Em Cuba a Bosch já persegue oportunidades com auxílio de distribuidores locais de autopeças e ferramentas elétricas. 

Vendas na Argentina em alta de 29%

O mercado argentino acumula o quinto mês consecutivo do ano com alta nas vendas de veículos. De janeiro a maio, os concessionários receberam pouco mais de 283 mil unidades, crescimento de 28,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente em maio, a venda no atacado somou 60,3 mil automóveis e utilitários, expansão de 19,8% na comparação com maio de um ano antes. Os dados são da Adefa, a associação que representa as montadoras instaladas naquele país.

A produção, no entanto, recuou 12,5% no período de cinco meses. Até maio saíram das linhas de montagem argentina 182,4 mil unidades contra 208,4 mil nos mesmos primeiros cinco meses de 2015. Isoladamente em maio, a produção somou 39,8 mil automóveis e utilitários, 9,6% menor do que em maio do ano passado.

Nos cinco primeiros meses de 2016 o setor automotivo argentino exportou 74,1 mil unidades, volume 25,% inferior ao registrado no mesmo resultado acumulado do ano passado. No comparativo mensal de um ano antes o resultado também é negativo. Em maio embarcaram da Argentina 18,2 mil unidades, recuo de 15,5%.

O Brasil é de longe o maior parceiro, respondendo até agora 79,8% das exportações argentinas, acumulando compras de 59,1 mil no período dos cinco primeiros meses do ano, volume 21,3% menor do que o volume exportado no mesmo período do ano passado.

Depois do Brasil, o México é o maior o destino dos veículos feitos da Argentina, com quase 10% de participação.

Chery abre lay off por cinco meses

A Chery e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região chegaram a um acordo para abertura de lay-off por cinco meses na fábrica em Jacareí, SP, informa a entidade representante dos trabalhadores. De acordo com o sindicato o prazo começa em 15 de julho e vai até 15 de dezembro. A montadora, porém, suspenderá as atividades já a partir da próxima segunda-feira, dia 4.

A própria fabricante não revela pormenores a respeito do acerto. Alega que falta protocolar o acordo no Ministério do Trabalho, “o que deve ocorrer nos próximos dias” e somente a partir desse procedimento poderá ser definido o início do período do lay-off.

O sindicato, no entanto, garante que 180 dos cerca de quatrocentos funcionários da Chery foram incuídos no regime especial. Permanecerão na fábrica apenas funcionários da administração e aqueles responsáveis pela manutenção.

O acordo atende à reivindicação dos trabalhadores para garantia de estabilidade de emprego até fevereiro de 2017, diz a entidade. Com o lay-off, parte dos salários será paga pelo governo federal e o restante pela empresa. O FGTS passará a ser depositado na conta bancária dos trabalhadores. 

“A Chery é uma montadora com total capacidade de garantir direitos e salários. As negociações com a empresa foi para que os trabalhadores tivessem todos os seus direitos garantidos. A conquista da estabilidade foi um ponto fundamental para a assinatura do acordo”, disse Guirá Guimarães, diretor do sindicato, que já afirmara que alguns trabalhadores estavam em regime de licença remunerada há cerca de um mês.

A fábrica de Jacareí, a primeira operação completa da montadora fora da China, foi inaugurada oficialmente em agosto de 2014, após investimento US$400 milhões de dólares. Inicialmente a unidade tem capacidade para produzir 50 mil veículos/ ano ou até três vezes mais em uma segunda etapa.

Lá são fabricados três modelos – Celer hatch, Celer sedã e o compacto New QQ. Um quarto modelo planejado para lá, o utilitário esportivo Tiggo, deve ser apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. A adequação da linha de montagem para a produção do SUV, inclusive, é uma das justificativas da Chery, além dos altos estoques, para a interrupção da operação.

Não há dados oficiais recentes sobre o ritmo de produção na fábrica. Em dezembro, Luís Cury, vice-presidente da Chery Brasil, projetava fabricar de 8 mil a 10 mil veículos em 2016, de 1 mil a 2 mil unidades destinadas ao Exterior.

Nos primeiros cinco meses do ano, contudo, foram licenciados no mercado interno apenas 991 veículos da marca – 527 unidades deles importados –, segundo a Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores .

Embora inaugurada em agosto de 2014, o primeiro carro nacional da Chery saiu da linha em fevereiro do ano passado e logo em seguida, semanas depois, a empresa enfrentou sua primeira greve, que durou mais de trinta dias. Logo na sequência um raio atingiu a cabine de força da fábrica, provocando nova paralisação. Em seus dez primeiros meses de funcionamento a fábrica ficou paralisada durante quase quatro deles.

Caminhões Ford têm novo sistema de monitoramento

Em tempos de vendas em forte baixa os fabricantes de caminhões têm lançado mão de novidades no pós-venda para atrair clientes e, paralelamente, garantir fluxo em sua rede de revendedores.  Esta semana, por exemplo, a Ford Caminhões passou a oferecer um novo serviço de monitoramento para seus veículos. Batizado de  FordTrac Segurança, o sistema é  instalado já na linha de produção da  fábrica da montadora em São Bernardo do Campo, SP, e basta ao usuário ativá-lo  para ter monitoramento, bloqueio e serviço de pronta-resposta.

Paulo Koga, da área de Programas de Serviço da Ford Caminhões, aposta na eficiência e custo do novo serviço: “É uma garantia ao proprietário do veículo. Cito caso recente na empresa Rodoveiga Transportes, do Rio Grande do Sul, que em menos de 50 minutos recuperou um Cargo 1119 encontrado a  20 quilômetros do local do roubo. É o sistema de rastreamento e bloqueio mais seguro e barato do mercado”.

O dispositivo conta com bloqueio eletrônico feito diretamente pela rede de comunicação eletrônica do caminhão, serviço de pronta-resposta em todo o País e aplicativo móvel, denominado Supervisor Mobile.  O cliente pode monitorar os veículos de sua frota por smartphone ou tablet, nas plataformas iOS e Android, e tem acesso às principais funcionalidades do produto.

Pesquisas da montadora indicaram que a maioria dos clientes prioriza, mesmo, funções de segurança, como monitoramento, bloqueio e serviço de pronta-resposta, afirma Koga.

Todos os caminhões Ford, das linhas Cargo e Série F, já vêm com o módulo do de fábrica, evitando que o cliente gaste com a aquisição e instalação. A ativação é rápida – feita por meio da rede de telefonia celular, sem a necessidade de intervenção no veículo –, realizada na própria concessionária, onde o proprietário define ainda por quanto tempo quer contar com o serviço, de um a cinco anos.

Metalúrgicos bloqueiam a via Anchieta

Metalúrgicos da Ford e da Mercedes-Benz estiveram mobilizados na quarta-feira, 1, na Via Anchieta para reivindicar a renovação da adesão das fabricantes ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego. Na Scania também trabalhadores protestaram em frente à fábrica, mas em ato separado.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, as montadoras já sinalizaram que não pretender realizar a renovação com a ameaça de novas demissões com o objetivo de se adequar ao atual cenário de queda nas vendas de veículos. “Não vamos aceitar o corte de mais 4 mil empregos que a Mercedes, Ford e Volks querem fazer nos próximos meses”, afirmou em nota o representante do sindicato.

O PPE permite às empresas reduzir a jornada e os salários dos funcionários em até 30%, metade da perda salarial é compensada pelo governo por meio dos recursos do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. O programa foi lançado em julho do ano passado e atraiu boa parte das montadoras instaladas no ABC.

Em comunicado, o sindicato relata que na Mercedes-Benz os trabalhadores realizaram um dia de paralisação em 4 de maio depois que o presidente da  montadora, Philipp Schiemer ter dito à imprensa que não renovaria o PPE. Já na Ford foi aprovada uma paralisação da produção no dia 9 de maio contra a demissão de mil trabalhadores que a empresa que fazer.

A adesão da Mercedes-Benz ao PPE inclui por volta de 7 mil trabalhadores e venceu na terça-feira, 31. A empresa já tinha cerca de 1 mil funcionários horistas em licença remunerada e ampliou o número para 1,8 mil por tempo indeterminado. A partir de 1º de junho também a Mercedes-Bez abriu para horistas e mensalistas um PDV, Programa de Demissão Voluntária, válido até julho com valor máximo de R$ 115 mil, a depender do tempo de casa, com direto a assistência média até o fim do ano.

Na Ford são em torno de 4 mil trabalhadores dentro do programa que vence dia 30 de julho.

Segundo o sindicalista, hoje, há 23 mil trabalhadores no PPE na região do ABC. “Essa perspectiva de demissões pode impactar fortemente em toda a categoria.”

E chega o esperado Cruze

Produto global da General Motors, presente em 75 países, o novo Chevrolet Cruze entusiasma a equipe da companhia encarregada de apresentá-lo ao mundo. No Brasil tudo começou na noite da segunda-feira, 30, em São Paulo. Barry Engle, responsável pelas operações na América do Sul, destacou a conectividade OnStar, Santiago Chamorro, presidente para o Brasil, enfatizou a força global do novo carro. E o vice-presidente Marcos Munhoz falou das características do produto: motor, transmissão, direção elétrica inteligente.

É um sedã bonitão, é certo, tão certo que será para poucos. A versão básica LT custará R$ 89 mil 990, a mediana LTZ R$ 96 mil 990 e a topo de linha LTZ Plus R$ 107 mil 450. Lote de 450 unidades já chegou da Argentina, onde são produzidas na fábrica de Alvear, Rosario, para a realização de tests-drives pela rede e concessionárias. Em julho o carro novo já estará disponível para compra.

“Com o Cruze queremos ser o primeiro, ou o segundo, do segmento”, garantiu Engle, que admite dura disputa com Honda Civic e Toyota Corolla. “Mas realmente acredito que temos em mãos um autêntico campeão de vendas. É um carrão.”

Para Chamorro o carrão “é simplesmente um produto superior: quem o dirigir perceberá imediatamente”.

E por que eles consideram o novo Cruze “o sedã mais surpreendente do segmento”?: por ser maior, mais leve e completo?, por ganhos de dirigibilidade, conforto, esportividade e desempenho?, por motor turbo Flex 1.4 de 153 cv com injeção direta e consumo considerado baixo?, por sistemas semi-autônomos de auxílio em manobras, em saídas involuntárias da faixa, alerta de colisão e de ponto cego?

A confiança da companhia está na soma dessas, e de outras, virtudes. O consumo é considerado similar ao de veículo dotado de motor 1.0, mas é um Ecotec com stop/start e injeção direta. A transmissão é automática, de seis velocidades.

De última geração o sistema multimídia MyLink 2 tem Android Auto e Apple CarPlay com tela de 8 polegadas, navegador embarcado. O computador de bordo permite, por exemplo, checar a pressão de cada um dos pneus.

O jeitão do carro é influenciado pelos Chevrolet Impala e Malibu, e considerado “a mais nova expressão global do DNA da marca”. O Cx, coeficiente de penetração aerodinâmica, não ultrapassa 0,30, e o novo Cruze ganhou 62 mm no comprimento, 9 mm na altura e 15 mm no entre-eixos.

Tem controle eletrônico de estabilidade e de tração, freios ABS com EBD e PBA. E assistente de partida em rampa, câmara de ré.

Diz a companhia que a versão LTZ tem pacote hi-tech “jamais oferecido no segmento, o que o leva a patamar de veículos premium importados”.

E a garantia é de três anos.

Axalta investe US$ 15 milhões na Argentina

A Axalta Coating Systems, um dos mais tradicionais fabricantes de tintas automotivas da América Latina, que já foi Renner DuPont, investe cerca de US$ 15 milhões para instalar sua primeira planta na Argentina. A nova fábrica, que deverá ser inaugurada em outubro, está localizada em Pilar, na Província de Buenos Aires, no Noroeste da Capital, estrategicamente próxima a boa parte das montadoras que atuam naquele País.

A Axalta vem atendendo seus clientes automotivos da região, tanto do Brasil como da Argentina, somente a partir de sua fábrica brasileira, localizada em Guarulhos, SP. Com esta nova fábrica a expectativa é intensificar seus negócios argentinos de forma mais acentuada já a partir do ano que vem.

Segundo Mateus R. Aquino, diretor de negócios OEM da companhia, a decisão de estabelecer esta nova fábrica deveu-se principalmente às solicitações que foram feitas pelas próprias montadoras argentinas e ao fato de a empresa entender que o mercado argentino é importante, está em processo de recuperação e tem bom potencial no futuro:

“Os clientes da Argentina querem que tenhamos uma planta local e nos pediram isto”.

Segundo ele a Axalta , mesmo atuando a partir do Brasil, já fornece para seis montadoras estabelecidas na Argentina: Fiat, Ford, General Motors, Honda, Toyota, e Volkswagen. A empresa fornece também para vários fabricantes de autopeças que produzem lá:

“A partir do início de operação da planta de Pilar nosso objetivo é pelo menos dobrar nossa participação no mercado local”.

Outro passo importante que foi dado pela Axalta neste primeiro semestre foi integrar o segmento de veículos comerciais ao grupo automotivo da companhia que, até então, era responsável somente pelo atendimento das montadoras de automóveis.

“Até o fim do ano passado este segmento da indústria, formado pelos fabricantes de caminhões e de carroçarias para ônibus, era atendido pelo grupo de negócios ligado à área industrial na Axalta”, contou Aquino. “Os interesses e necessidades de negociação e atendimento são, no entanto, bastante similares tanto em caminhões, como em ônibus e automóveis. E a lógica nos mostrou que seria muito mais interessante passarmos a atuar de maneira única.”

Segundo ele esta decisão já está funcionando como facilitador de novo negócios.

A Axata, hoje, tem muito boa participação no mercado de carroçarias de ônibus e, no segmento de caminhões, já fornece para Ford e Volvo. A ideia é que a partir desta nova forma de atendimento a empresa possa tentar se aproximar, também, das demais montadoras que fabricam este tipo de produto e que já são clientes da marca na área de caminhões.

MDIC oficializa exclusão da Jac Motors do Inovar-Auto

O MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, confirmou na edição do Diário Oficial de 31 de maio o cancelamento da habilitação da Jac Motors ao Inovar-Auto como investidora – http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=31/05/2016&jornal=1&pagina=56&totalArquivos=104.

É a primeira vez que esta iniciativa ocorre dentro do programa, criado em 2012. A habilitação deve ser renovada anualmente pelo próprio MDIC, algo que nunca se concretizou no caso da Jac Motors – concedida em 2013, deveria ter sido renovada pela primeira vez em 2014.

No texto do Diário Oficial, assinado pelo atual titular do MDIC, Marcos Pereira, que também é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, o ministério afirma que a Jac Motors “até hoje não cumpriu o cronograma físico-financeiro de seu projeto de investimento”. Considera ainda que “mesmo após inúmeros contatos, tentativas, diligências e esforço por parte da Administração Pública, o descumprimento das condicionantes ao usufruto dos benefícios fiscais do Inovar-Auto se manteve” e que “em virtude do descumprimento de suas contrapartidas a empresária foi notificada a respeito da iminente adoção do cancelamento de sua habilitação, oportunidade em que lhe foi franqueado prazo de dez dias, em deferência ao contraditório e ampla defesa, para apresentação de elementos concretos que comprovassem a execução do projeto que lhe propiciou a habilitação”, mas que na oportunidade “a empresa não apresentou qualquer elemento novo ou concreto que apontasse para efetiva execução do projeto industrial”.

Em fevereiro a Agência AutoData publicou reportagem exclusiva em que representante do MDIC afirmava categoricamente que a habilitação da Jac Motors ao Inovar-Auto já estava cancelada e que o processo legal de cobrança dos benefícios fiscais devidos estava sendo conduzido. Naquela ocasião a empresa contestou esta informação, alegando que ainda negociava a renovação com o MDIC. Relembre em noticias/21920/mdic-diz-que-vai-cobrar-o-imposto-devido-pela-jac-motors.

Ao jornal O Globo o ministro Marcos Pereira afirmou que “é importante mostrar que o programa é sério. No estágio em que estamos, essa foi uma medida para dar equidade em relação aos outros”.

Em nota a Jac Motors afirmou que “essa decisão já era esperada, razão pela qual protocolamos o faseamento do projeto do nosso empreendimento em outubro de 2015 e estamos aguardando a posição do MDIC na avaliação. Quanto à multa, acionaremos nossa área jurídica antes de tomar qualquer posição”. A empresa considera ainda que “de nossa parte o projeto continua progredindo: a aquisição das primeiras máquinas de produção já foi efetuada, com chegada prevista e instalação na nova planta nos próximos meses, bem como a documentação que envolve o novo endereço da fábrica está assinada e devidamente legalizada. O projeto do modelo que será produzido, Jac T5, também está igualmente pronto. A inauguração da planta está prevista para o 1º. trimestre de 2017. As operações comerciais da Jac Motors continuam normalmente, sem qualquer alteração, baseadas na cota livre de importação, conforme prevê o próprio Inovar-Auto, e que supre nossa atual demanda de mercado. Reiteramos nosso compromisso de seriedade e parceria com o mercado brasileiro”.

A conta – Na parte prática, segundo o regulamento do Inovar-Auto, a Jac Motors terá de devolver aos cofres públicos a diferença que não recolheu do IPI majorado em 35 pontos porcentuais de cada veículo que importou na condição de investidora pelo período da habilitação, de janeiro de 2013 a maio de 2014. O valor devido ainda será acrescido de multa de 10%.

A empresa pôde, na oportunidade, importar até 20 mil unidades dos modelos J2, J3 e J3 Turin – que compartilham a plataforma do modelo que seria produzido em Camaçari, na Bahia –, mas não há revelação do número exato de veículos que entraram no País dentro desta cota.

O cálculo é confuso pois a Jac Motors possui outra habilitação, esta como importadora, em nome da SNS Automóveis, de até 4,8 mil unidades ao ano, que em tese seria válida para os modelos não previstos na habilitação de investidora, como J5 e J6 – mas impedia a empresa de também trazer os J2 e J3 por esta via. Esta habilitação ainda se mantém, sem alterações. Para ambas o benefício é exatamente o mesmo: isenção dos 35 pontos adicionais de IPI.

Para determinar exatamente o valor que a Jac Motors deve, portanto, será necessário estabelecer quantos veículos entraram no País pela cota de investidora e quantos pela de importadora naquele período. A cobrança será feita pela Receita Federal.

Um levantamento da Agência AutoData com base em dados da Abeifa mostra que na soma de 2013 e 2014 a Jac Motors vendeu no País 19,5 mil unidades dos modelos J2, J3 e J3 Turin, ou praticamente a cota toda da habilitação como investidora.

Entretanto outros modelos, no mesmo período de dois anos, somaram apenas 3 mil unidades vendidas, sendo que a Jac Motors poderia ter importado, nas cotas de importadora, 9,6 mil veículos – ou 4,8 mil a cada ano.

Ao todo, portanto, foram emplacadas pela Jac, na soma de 2013 e 2014, 22,5 mil unidades. Neste mesmo período a cota total a que a montadora teve direito foi de 29,6 mil unidades, sendo 9,6 mil como importadora e 20 mil como investidora.

 Apenas supondo que todos estes veículos tenham entrado no País antes de maio de 2014, quando venceu a habilitação como investidora, e que a Jac consiga mostrar que também trouxe modelos J2, J3 e J3 Turin dentro da cota de importadora e não de investidora, restaria portanto um saldo de no mínimo 12,9 mil unidades a pagar o IPI adicional não recolhido.

Esse cálculo, apenas teórico, também não considera que algum veículo importado até maio de 2014 tenha sido licenciado apenas em 2015.

Histórico – A Jac Motors anunciou em agosto de 2011 a construção de uma fábrica no País com capacidade para 100 mil unidades/ano e investimento de R$ 900 milhões. De lá para cá foram nada menos do que treze mudanças significativas no projeto, que atualmente prevê produção de até 20 mil unidades/ano do utilitário T5, com investimento de R$ 200 milhões e sem a participação do sócio chinês, a partir do início do ano que vem.

Relembre toda a saga envolvendo a unidade da Jac Motors aqui: noticias/21860/habib-muda-os-planos-para-fabrica-da-jac-motors-pela-decima-terceira-vez.