Exportações crescem 24,3% no quadrimestre

As exportações de veículos mantêm-se em alta em número de unidades, mas a receita ainda é negativa no acumulado do quadrimestre por causa da queda nos embarques de caminhões e máquinas agrícolas. “O problema é o mix”, disse na quinta-feira, 5, o presidente da Anfavea, Antônio Megale. “Estamos exportando mais produtos de menor valor agregado e, por isso, o faturamento não acompanha o volume.”

Foram exportados 37,8 mil veículos em abril, totalizando 136,3 mil nos primeiros quatro meses do ano, alta de 24,3% em relação aos 109,7 mil embarcados no mesmo período de 2015. As vendas externas de automóveis e comerciais leves cresceram 26,2%, acumulando 128,3 mil unidades, e também as de ônibus tiveram expansão, de 15,3%, atingindo quase 2,3 unidades. Já as exportações de caminhões caíram 4,2%, em um total de 5,8 mil no quadrimestre.

No caso das máquinas agrícolas e rodoviárias a queda foi de 23,3%, com o embarque de 2,5 mil unidades de janeiro a abril. A receita total, incluindo veículos e máquinas, atingiu US$ 3 bilhões 22 milhões no período, decréscimo de 7,6% no comparativo com os US$ 3 bilhões 269 milhões exportados no primeiro quadrimestre do ano passado.

Apesar de a receita ainda ser inferior à de 2015 a Anfavea acredita em melhorias nos negócios externos nos próximos meses. “Tivemos avanços importantes por parte do governo nas negociações bilaterais”, comentou Megale. “No final do ano passado foram fechados acordos com o Uruguai e mais recentemente com Colômbia e Peru, gerando boas expectativas quanto ao fechamento de novos contratos de exportação.”

Também importante, segundo o presidente da Anfavea, as negociações em curso com os países africanos. A entidade tem trabalhado junto com o governo para detectar quais os melhores mercados para se estabelecer parcerias bilaterais.

Com relação à queda nas exportações de caminhões, o representante dessa área na Anfavea, Luiz Carlos Moraes, explicou que a venda de veículos pesados em outros países demanda maior tempo de negociações, pois envolve criação de estrutura de vendas e serviços nos mercados para os quais serão realizados os embarques. Mas garantiu que todas as montadoras de pesados, incluindo caminhões e ônibus, estão empenhadas em ampliar as vendas externas, viajando mundo afora em busca de novos negócios.

 

 

Vendas de caminhões continuam em níveis baixos

Em abril foram emplacados 4,2 mil caminhões no mercado brasileiro, um recuo de 27,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado – e 13,2% abaixo do resultado de março. Os números divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 4, em coletiva à imprensa em São Paulo, apontam a manutenção dos baixos volumes no segmento que, segundo o vice-presidente da associação, Luiz Carlos Moraes, vive “situação dramática, retornando a volumes de 1999”.

No quadrimestre foram licenciados 17,3 mil caminhões, volume 31% abaixo do registrado nos primeiros quatro meses do ano passado.

“Em 2011, melhor ano da indústria, registrávamos vendas médias de 14 mil unidades mensais. Estamos de volta à década de 90, sem conseguir repassar aos clientes os investimentos promovidos para nos adequar às tecnologias de emissões Euro 5 e com os custos de 2016”.

A produção acompanha a tendência do mercado doméstico. Em abril saíram das linhas de montagem 5,2 mil caminhões, 24,3% abaixo do mesmo mês do ano passado e volume 9,2% inferior ao de março. Nos primeiros quatro meses as fábricas entregaram 20,4 mil unidades, volume 32,4% inferior ao de igual período de 2015.

As exportações de caminhões ainda não reagiram, ao contrário do que vem ocorrendo nos demais segmentos da indústria. De janeiro a abril foram embarcados 5,8 mil caminhões, queda de 4,2% com relação ao primeiro quadrimestre de 2015. Já no mês passado, foram 1,7 mil embarques, alta de 1,7% na comparação e 6,9% na mensal.

“Exportação de caminhão não é um negócio que se fecha da noite para o dia. Nossos executivos estão com as malas nas mãos, procurando novos mercados, mas é complicado. Diferentemente de outros segmentos, o negócio envolve também financiamentos, que não é fácil de fechar”.

Mercedes-Benz premia seus fornecedores

A Mercedes-Benz do Brasil realizou na noite da terça-feira, 3, em sua fábrica em São Bernardo do Campo, SP, cerimônia do tradicional Prêmio Interação, desta vez em sua 24ª. edição, que neste ano reconheceu os principais parceiros fornecedores da marca ao longo de 2015 em cinco categorias: inovação tecnológica, qualidade, excelência em custos, logística e materiais indiretos e serviços.  

Paralelamente a empresa realizou também a entrega de três troféus alusivos ao seu 6º. Prêmio de Responsabilidade Ambiental.  Ao todo doze empresas foram homenageadas no evento nos dois prêmios: Continental, Eaton, Krongsberg, Wabco, Yazaki, Tupy, Voith, Cosan, Accenture, Iochpe-Maxion, Multi-Car Rio e Algar.

A Iochpe-Maxion, divisão Componentes Estruturais, que tem sua sede na cidade de Cruzeiro, Interior de São Paulo, recebeu o Prêmio Interação Especial 2015. Esta empresa iniciou suas atividades em 1918 e, segundo a Mercedes, foi uma das grandes incentivadoras para o início das atividades da montadora alemã para se instalar no Brasil.

O Prêmio Interação Mercedes-Benz é considerado hoje o mais tradicional e importante prêmio de fornecedores do segmento de veículos comerciais no Brasil. O evento, que tradicionalmente acontece em todo mês de dezembro, neste ano foi trazido para este início de maio para coincidir com o início das comemorações de 60 anos de atividades da montadora no Brasil. A festa reuniu mais de seiscentos executivos das principais fabricantes de autopeças do Brasil.

Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, aproveitou a ocasião para mais uma vez reforçar a posição de que a montadora continua apostando firme no futuro do Brasil. “Estamos atravessando uma das piores crises que este País já viveu neste segmento de veículos comerciais. Mas temos a convicção de que os fundamentos da economia brasileira são fortes e que este momento negativo se reverterá rapidamente no futuro, Por isto, renovamos nosso compromisso de continuar investindo no Brasil.”

Schiemer lembrou que a Mercedes-Benz é hoje uma das empresas que mais investem no Brasil. “Foram mais de R$ 2,5 bilhões de 2010 a 2015, além de mais de R$ 600 milhões na construção de nossa fábrica de automóveis em Iracemápolis, que inauguramos recentemente, e mais de R$ 730 milhões para modernização das plantas de São Bernardo do Campo e Juiz de Fora até 2018.”

O executivo também aproveitou o evento e a presença de seus mais importantes fornecedores para mandar um recado duro para os fabricantes de aço instalados no Brasil. “Os fornecedores de aço estão praticando reajustes de preços que são incompatíveis com a atual realidade do mercado. Não podemos aceitar nem suportar isto e, por esta razão, já estamos solicitando à Anfavea e ao Sindipeças para se posicionarem oficialmente a respeito.”

 Segundo informaram à AutoData alguns dos principais fornecedores da Mercedes-Benz presentes ao evento os reajustes estão, hoje, na casa dos 12% a 15%, dependendo do tipo de insumo adquirido.

Erodes Berbetz, diretor de compras da montadora, disse que os próximos anos serão muito desafiadores tanto para a montadora como para parceiros fornecedores. “A retomada será um pouco lenta. O momento difícil que estamos passando hoje, no Brasil, é desafiador e, por isso, precisamos estar unidos para conseguirmos atravessar este período turbulento e para estarmos preparados para quando a retomada das vendas acontecer.”

Segundo ele a montadora conta com a parceria de seus fornecedores neste momento delicado do mercado brasileiro para tentar superar os obstáculos e, assim, alcançar novos resultados e conquistas no futuro . “Temos certeza que a união de forças nos trará maior competitividade no futuro.”

No mercado, disputa é pelo terceiro lugar

Chevrolet Onix e Hyundai HB20, nesta ordem, demonstram uma constância impressionante no primeiro quadrimestre de 2016 no mercado interno: os dois se mantiveram inabaláveis como o campeão e o vice no ranking dos mais vendidos no período, sem qualquer flutuação nesta sequência de janeiro a abril. Com isso, sobra para os concorrentes apenas digladiar-se pelo último degrau do pódio.

E aqui a disputa está interessante: foram três modelos de três marcas a disputar a posição ao longo do primeiro quadrimestre. O Fiat Palio levou em janeiro, o Ford Ka em fevereiro e março e o VW Gol neste abril. A posição de cada um no último mês mostra como a variação neste caso é forte mês a mês, bem diferente dos dois ponteiros – o Ka foi sétimo e o Palio apenas o décimo-primeiro.

Nas brigas particulares por segmento o Honda HR-V mais uma vez abriu distância do Jeep Renegade, quinto e décimo-segundo, respectivamente, deixando o ex-campeão Ford EcoSport em vigésimo e o Renault Duster em um longínquo vigésimo-quinto. Nas picapes a Toro mostrou que vai dar trabalho, alçando o décimo-terceiro no geral e segundo da faixa, atrás apenas da Strada, sexta na soma total, com Hilux em décimo-novo , S10 em vigésimo-sexto e Oroch mais dez posições atrás.

O Toyota Corolla novamente é destaque, em quarto no geral, representando mais uma vez, de forma espantosa, o sedã mais vendido do País no mês – o representante desta carroceria mais próximo, Prisma, foi oitavo e HB20S o décimo-quarto.

O Fiat Mobi, com vendas iniciadas na segunda metade do mês, registrou 1 mil licenciamentos em abril, o que lhe conferiu a trigésimo-oitavo posto. Ainda assim já foi melhor que o Ford Fiesta, Citroën C3 e Peugeot 208.

 

BMW Motorrad terá fábrica própria em Manaus

O Grupo BMW inaugurará no segundo semestre sua segunda fábrica no Brasil, desta vez da divisão Motorrad, de motocicletas. Como é tradição no segmento o local escolhido foi a Zona Franca de Manaus, na Capital do Amazonas, local que oferece benefícios fiscais para a montagem deste tipo de produto – e onde está localizada a atual linha de produção nacional da marca, dentro da fábrica da Dafra Motos.

Com a fábrica própria a BMW encerrará a parceria com a Dafra, transferindo a produção dos oito modelos para o local próprio. Também será montada ali a nova G 310 R, primeiro modelo BMW com motor abaixo de 500 cm³ de cilindrada e que marca a entrada da Motorrad em um novo segmento. E, também, o responsável pelo investimento na nova unidade.

A expectativa da companhia é produzir 10 mil motocicletas, somados todos os modelos, já no ano que vem, primeiro cheio de produção. Segundo os cálculos da BMW serão gerados 170 postos de trabalho.

“Com nossa estratégia de crescimento global reforçaremos a nossa presença em mercados estratégicos, como o Brasil”, afirmou, em nota, Stephan Schaller, presidente global da BMW Motorrad. “Nesse contexto a G 310 R desempenhará um papel fundamental na atração de novos públicos para a marca”.

A parceria BMW-Dafra começou em 2009 com a produção da F 650 GS. Foi a primeira BMW Motorrad produzida fora da Alemanha – depois dela vieram outros sete modelos, sendo o último o S 1000 R, em setembro do ano passado. Em comunicado a BMW afirmou que a transição de operações ocorrerá de forma gradual e não prejudicará o abastecimento ao mercado local.

Também em comunicado a Dafra afirmou que se sente honrada de ter produzido os modelos BMW nos últimos sete anos e desejou sucesso à companhia na nova empreitada. “[A parceria] foi encerrada de modo positivo recentemente e neste momento aguardamos tão somente a aprovação dos órgãos governamentais envolvidos”.

Plano Safra traz alento ao setor de máquinas agrícolas

Apesar de crescimento de 4,9% em abril com relação a março, o mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias continua com desempenho altamente negativo no ano, registrando queda de 40,8% nas vendas do primeiro quadrimestre em relação ao mesmo período de 2015. Foram vendidas no atacado 2,8 mil máquinas no mês passado, totalizando 9,5 mil nos primeiros quatro meses. Há um ano o setor comercializou em idêntico período 16,1 mil unidades.

Os número são preocupantes, como disse na quinta-feira, 5, Antônio Megale, mas a recente divulgação do Plano Safra 2016/2017, com recursos de R$ 200 bilhões, e também do Plano Safra da Agricultura Familiar para o mesmo período trazem novo alento ao setor.

“Temos batido muito na tecla da previsibilidade e, nesse sentido, a divulgação dos novos planos de safra, com definição das verbas e das regras de financiamento, é muito positiva.” De acordo com Megale, houve aumento de apenas 1 ponto porcentual na taxa de juro e as demais condições foram todas mantidas. “O agricultor vendeu bem a safra e tem hoje condições de compra, mas faltava previsibilidade para ele voltar a investir.”

Também positiva para o setor de máquinas agrícolas a realização da Agrishow na semana passada em Ribeirão Preto, SP. A representante da Anfavea para essa área, Ana Helena Correa de Andrade, disse que a Agrishow foi “um exemplo de estado da arte no setor agrícola”, com ampla diversidade de produtos e marcas e a mostra do que há de mais avançado tecnologicamente no setor:

“Houve grande interesse pelos produtos apresentados e a decisão de compra acontece a partir de agora favorecendo os negócios nos próximos meses. Temos um agricultor capitalizado e o temor, antes da divulgação dos novos planos de safra, era o de não ter recursos para custeio. Agora ficou mais fácil para o agricultor tomar a decisão de investir e, por isso, temos expectativa favorável em relação ao mercado”.

Além da queda no mercado interno o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias também não consegue emplacar novos negócios externos. Suas exportações caíram 23,3% no quadrimestre, com 2,5 mil unidades embarcadas para fora este ano, e com isso a produção também é negativa. Foram produzidas nos primeiros quatro meses 11,2 mil unidades, 46,8% a menos do que as 21 mil fabricadas no mesmo período de 2015.

  

 

 

Gandini faz do fim do IPI majorado sua principal bandeira na Abeifa

O empresário José Luiz Gandini já definiu a principal bandeira de sua quinta gestão à frente da Abeifa: o fim dos trinta pontos porcentuais de IPI majorado incidentes nos veículos importados. E de preferência bem antes de 2017, quando está prevista a queda dessa tributação excedente e das cotas destinadas a importadores e fabricantes.

Em sua primeira entrevista coletiva como presidente nessa nova gestão, na quarta-feira, 4, Gandini pediu isonomia dos importados com nacionais – não citou, no entanto, a retirada também dos 35% de imposto de importação – e apresentou diversos dados para provar que o IPI majorado e as cotas não fazem mais sentido, uma vez que o dólar médio do primeiro quadrimestre ficou em R$ 3,80.

“Até entendi esse ato do governo na ocasião”, afirmou o empresário, lembrando de 2011, quando, da noite para o dia, foi criada taxa de 30 pontos porcentuais de IPI. “Quando foi anunciado o IPI majorado o dólar estava R$ 1,71”.

Em 2011, último ano sem IPI majorado, a Abeifa registrou 199 mil unidades comercializadas. Para este ano as associadas projetam fechar o ano com pouco mais de 39 mil veículos licenciados, queda de 35% com relação ao ano passado – retração superior á do mercado, que deverá fechar na casa de 27% de baixa, segundo as projeções da associação.

Somadas todas as cotas das associadas da Abeifa é possível importar 35,7 mil unidades sem a cobrança do IPI majorado. Caso a projeção divulgada pro Gandini se concretize, pouco mais de 3 mil unidades pagarão o imposto excedente. “É impraticável importar fora da cota”.

Gandini apresentou também outros dados comparativos de 2011 com 2016 para reforçar sua opinião. Eram 848 as concessionárias das filiadas à Abeifa antes do IPI majorado, número que hoje caiu para 450 casas. De 35 mil postos de trabalho sobraram 13,5 mil empregos diretos gerados pelos importadores. E a arrecadação do governo com o setor, que foi de R$ 6,5 bilhões em 2011, fechará em cerca de R$ 2,1 bilhões este ano.

“Queremos a imediata suspensão do IPI majorado”, afirmou Gandini. Mas o próprio empresário admitiu que a sua luta será árdua, uma vez que a situação política do País está completamente indefinida. “A ideia é criar uma proposta conjunta com a Anfavea e derrubar esses trinta pontos porcentuais. Queremos que o veículo importado tenha o mesmo tratamento que o nacional”.

Ele acredita que os números apresentados pela Abeifa – queda de 44,6% no quadrimestre, de 22,9 mil unidades de janeiro a abril do ano passado para 12,7 mil veículos no mesmo período de 2016 – poderiam ser melhores sem o imposto majorado. “Eu recebo pedido de novas concessões, mas não posso nomear ninguém porque não teria volume para abastecer”.

Mercado de ônibus retorna a níveis de 1994

Foram comercializados apenas 916 chassis de ônibus no mercado brasileiro em abril, segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5. Dos quatro primeiros meses do ano apenas em um, janeiro, o segmento registrou mais de 1 mil licenciamentos mensais.

O volume de abril representa uma queda de 41,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado e um recuo de 7,2% na comparação com abril. Mais: remete a volumes comercializados em 1994, 22 anos atrás, segundo o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

“Não estamos conseguindo vender 1 mil unidades em um mês”, afirmou, durante entrevista coletiva à imprensa. De janeiro a abril o mercado soma 3,6 mil licenciamentos, queda de 46,3% na comparação com o mesmo período de 2015 – que já havia caído mais de 25% com relação ao ano anterior.

Comportamento semelhante apresenta a produção, que acumulou 5,9 mil chassis de janeiro a abril, queda de 39,2% com relação a igual período do ano passado. Em abril saíram das linhas de montagem 1,6 mil chassis, recuo de 23,1% na comparação anual e de 4,2% na mensal.

As exportações, por outro lado, sinalizam recuperação: em abril os embarques somaram 697 unidades, avanço de 34,8% sobre o volume exportado no mesmo mês do ano passado, embora 4% inferior ao resultado de março. No acumulado o saldo é positivo em 15,3%, com 2,3 mil unidades exportadas.

Fenabrave revê projeção e estima queda de 20% nas vendas

Ao fim do primeiro quadrimestre, sem perspectiva de reversão no cenário negativo do setor automotivo brasileiro, a Fenabrave revisou para baixo suas estimativas de vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus. E bem para baixo: dos 5,8% de queda divulgados no começo do ano as projeções passaram para recuo de 20% no setor, ou pouco mais de 2 milhões 50 mil unidades.

O segmento de automóveis e comerciais leves terá, segundo os cálculos da associação, recuo de 20%, para 1 milhão 981 mil unidades. As vendas de caminhões deverão recuar 23%, para 55,3 mil unidades, enquanto os licenciamentos de chassis de ônibus cederão 21%, para pouco mais de 16 mil unidades.

Segundo Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, as revisões foram alteradas com base em duas vertentes: as pioras nos cenários econômico e político: “A crise política agrava ainda mais a situação econômica. Não fosse isso, a economia não estaria tão ruim”.

O impacto no setor automotivo foi grande. As vendas de veículos recuaram 25,7% em abril, comparado com o mesmo mês do ano passado, para 162,9 mil unidades. Com relação a março a queda foi de 9,1% – explicada pela menor quantidade de dias úteis: a média diária, de cerca de 8 mil licenciamentos por dia, foi mantida.

No acumulado do ano o setor registra queda de 27,9%, com 644,3 mil veículos comercializados.

Em automóveis e comerciais leves a queda acumulada chegou a 27,6%, para 622,6 mil unidades. Em abril os brasileiros consumiram 157,6 mil veículos do segmento, ou 25,5% a menos do que em igual mês do ano passado – na comparação com março o recuo foi de 9,1%.

No segmento de caminhões o quadrimestre fechou com retração de 31,7%, com 17,2 mil unidades vendidas. No mês passado foram 4,2 mil caminhões vendidos, quedas de 27,8% na comparação anual e 13,1% na mensal.

Já as vendas de chassis de ônibus recuaram 46,1% no acumulado do ano, para 4,5 mil unidades. Em abril foram 1,1 mil unidades licenciadas, recuo de 41% na comparação anual e 4,5% na mensal.

O mercado de motocicletas fechou os primeiros quatro meses do ano em retração de 12,8%. Foram comercializadas 379,6 mil unidades. No mês passado a queda anual foi de 16,7%, com 93,5 mil motocicletas emplacadas – com relação a março, recuo de 9,5%.

Para o segmento de duas rodas a Fenabrave projetou 5% de queda nas vendas, para 1,2 milhão de unidades.

Concessionárias – Segundo os cálculos da associação foram fechadas 1 mil 423 revendas, de todos os segmentos, desde dezembro de 2014. No mesmo período foram abertas outras 392 lojas, o que dá um saldo de 1 mil 31 concessionárias a menos, segundo Assumpção Jr. “O setor cortou cerca de 48,5 mil empregos”.

Kicks chega ao mercado dia 5 de agosto

Produzido no México desde março, o Nissan Kicks será vendido no Brasil a partir de 5 agosto, dia da abertura dos Jogos Olímpicos 2016. Sua produção em Resende, RJ, só será iniciada no primeiro trimestre de 2017, conforme revelou José Luis Valls, vice-presidente sênior da Nissan para a América Latina, na apresentação oficial do novo SUV compacto da marca na segunda-feira, 2, no Rio de Janeiro.

“Nossa meta é vender de 2,5 mil a 3 mil unidades/mês do novo modelo”, comentou Valls, dizendo acreditar que o Kicks representará vendas adicionais para a Nissan no País. “Mundialmente somos muito forte no segmento de crossovers e seu lançamento no Brasil certamente atrairá novos consumidores para a marca, pois não temos nenhum produto do gênero por aqui.”

Apesar de produzido no México, o Kicks terá lançamento mundial no Brasil em julho, um mês antes do início das suas vendas. O presidente da Nissan do Brasil, François Dossa, disse que a empresa optou por fabricá-lo primeiro em Aguascalientes por ser uma fábrica mais antiga e considerada referência para a companhia: “Uma das nossas características é a obsessão por qualidade. Nossa fábrica de Resende tem apenas dois anos, enquanto a mexicana já completou setenta”.

Dossa garantiu, no entanto, que dentro do ano fiscal 2016, que termina em março do ano que vem, o modelo já estará sendo produzindo no Brasil, com o mesmo padrão e preço do que vem agora do México. Lembrou, ainda, que o Complexo Industrial de Resende recebe investimento de R$ 750 milhões, ou US$ 192 milhões, para receber o projeto. Com o novo produto e o lançamento em junho de versões do March e Versa com câmbio CVT [transmissão continuamente variável], a Nissan quer ampliar vendas e participação de mercado este ano no Brasil.

Sem revelar a meta de emplacamentos, Dossa disse que a Nissan almeja market share de pelo menos 3%, ante os 2,6% do ano passado. Segundo José Luis Valls, a empresa acredita que o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves encerrará o ano na faixa de 2 milhões a 2,1 milhões de unidades. Se chegar nos 3%, portanto, a Nissan venderá em torno de 60 mil a 63 mil veículos. Valls lembrou que o segmento de SUVs é o que mais cresce no mundo e também no Brasil: “Nos últimos cinco anos a venda de crossovers no mercado brasileiro teve alta de 200%”.

Após ser mostrado para a imprensa na segunda-feira, 2, o novo SUV compacto da Nissan foi apresentado ao público na terça-feira, 3, em Brasília, no primeiro dia do Revezamento da Tocha Olímpica Rio 2016, que é patrocinado pela montadora. Carro oficial dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o Kicks também é o carro comando do revezamento e rodará 95 dias por todo o Brasil acompanhando de perto os condutores da tocha. De acordo com Dossa, a produção do modelo no México até agosto, quando terá vendas iniciadas no Brasil, será de 11 mil unidades.

Exportação – As exportações do Kicks para países da América Latina será iniciada ainda este ano a partir das operações mexicanas. Mas assim que sua produção for iniciada em Resende o Brasil também passará a exportar o modelo. “Em um primeiro momento as duas fábricas vão abastecer a região. Mas a ideia no futuro é fazer do Brasil a base de exportação para todos os países abaixo do México”, informou José Luis Valls, adiantando ainda que futuramente outras parte dos mundo receberão o modelo, totalizando oitenta mercados.

A versão final de produção do Kicks, segundo os executivos da montadora, manteve o mesmo design conceitual do Kicks Concept, visto pela primeira vez no Salão do Automóvel de São Paulo de 2014. O modelo é resultado de um trabalho conjunto das equipes do NDA, Nissan Design América, em San Diego, Estados Unidos, e do estúdio satélite da Nissan, o NDA-R, Nissan Design América – Rio , com a coordenação do Centro Mundial de Design da Nissan, no Japão.

O Kicks chega ao mercado brasileiro com motor flex 1.6. Esteticamente incorpora a grade frontal V-motion, faróis dianteiros e traseiros em formato de bumerangue e o teto flutuante que dá a impressão de estender o para-brisa até o fim dos vidros laterais. Dentre as tecnologias oferecidas pelo Kicks, os executivos da Nissan destacaram o Around View Monitor [monitor com visão 360°] e o Moving Object Detection [detecção de objetos em movimento], que se utilizam de quatro câmeras integradas para exibir uma visão total do carro e alertar ao condutor no caso de qualquer perigo que tenha passado despercebido.

Esta é a primeira vez, segundo Valls, que um veículo é oferecido nesse segmento do mercado brasileiro com tais dispositivos. O Kicks tem 4m295 de comprimento, 1m760 de largura e 1m590 mde altura. Seu entre-eixos é de 2m610 e sua distância do solo, segundo a fabricante, é de 200 mm.