Foi infrutífera a reunião realizada em Brasilia, DF, na segunda-feira, 25, para tratar da renovação do acordo automotivo Brasil-Argentina, que vence em junho. O maior entrave ainda é a questão do livre comércio, defendida pelo Brasil mas sem respaldo pelo parceiro, que prefere a manutenção do atual sistema, regulado pelo flex de US$ 1,5 para US$ 1.
Segundo informações da Agência Brasil o titular do MDIC, Armando Monteiro, declarou ao término do encontro com seu colega argentino que “havemos de encontrar, em um prazo curto, um ponto de equilíbrio que justifique essa extensão do acordo. O Brasil tem a compreensão de que precisamos ter um marco mais amplo, que tem de contemplar, também, a perspectiva de um acordo de livre comércio. Para alcançar esse objetivo precisamos criar condições para que o acordo seja um processo equilibrado e sustentável”.
Porém o próprio ministro considerou que a renovação no curto prazo deverá manter o sistema flex – e expressou otimismo diante de chance de se chegar a “ajuste” e “condições equilibradas” em relação às que estão vigorando atualmente.
Francisco Cabrera, ministro da Produção da Argentina, considerou as proporções do sistema flex “tema aberto para discussão”, mas disse que, por enquanto, a posição dos argentinos é de manutenção do patamar em vigor hoje, uma vez que “ainda não modificamos esse índice”. Ele manifestou preocupação com a capacidade ociosa da indústria brasileira e com a queda nas vendas do setor automotivo.
Para o MDIC, em nota, “os ministros enfatizaram a importância da parceria estratégica dos dois países, visando à formação de uma plataforma automotiva regional, buscando o incremento da produtividade e da competitividade em nível global”.
Os representantes definiram retomada das reuniões do Comitê Automotivo Bilateral e definição de uma agenda de trabalho comum com “políticas convergentes para o fortalecimento do setor automotivo regional”. Segundo o ministério brasileiro “ambos definiram os objetivos comuns de integração produtiva, geração de empregos, agregação de valor tecnológico e acesso a novos mercados. Concordaram ainda com o objetivo de alcançar o livre comércio bilateral do setor automotivo, de maneira progressiva e em condições de equilíbrio, fortalecendo estruturas e capacidades produtivas de cada parte”.
O conjunto de diretrizes que formam o plano de trabalho do Comitê Automotivo para a negociação do regime automotivo bilateral “será examinado e monitorado em bases permanentes”, segundo o MDIC.
O último dia de vigência do acordo atual é 30 de junho – são praticamente apenas mais dois meses, portanto.

Antônio Megale, diretor de relações governamentais da Volkswagen do Brasil, 36 anos de carreira no setor automotivo brasileiro, assumiu na segunda-feira, 25, a presidência da Anfavea, para mandato que cumprirá até abril de 2019.