Abimaq prevê mais um ano difícil à frente

A Abimaq está reticente com relação ao desempenho do segmento de máquinas e equipamentos em 2016. Segundo dados divulgados pela associação na quarta-feira, 24, em janeiro o consumo aparente caiu 25% na comparação com o mesmo mês de 2015, para R$ 8,2 bilhões, ainda que este resultado represente crescimento de 14,7% ante dezembro.

Em comunicado, a associação considerou que “as incertezas políticas combinadas com a política econômica recessiva, onde o custo do capital é incompatível com o retorno dos investimentos, tem tornado inviável qualquer decisão de investimento no País. Os dados do mês de janeiro ratificam este cenário de contração dos investimentos e apontam para mais um ano de crise”.

Ao menos o déficit da balança comercial caiu 38% no comparativo anual, para US$ 823,5 milhões. Mas, para a Abimaq, esta se deve “muito mais à redução das importações do que a uma melhora nas exportações”. O total vindo do Exterior no primeiro mês de 2016 chegou a US$ 1,3 bilhão, baixa de 30,4% ante mesmo período de 2015, enquanto que os embarques foram de US$ 509 bilhões, redução de 12,1%.

Um dado preocupante é aquele de uso da capacidade instalada: segundo a Abimaq o índice chegou a apenas 60,9%, enquanto que há um ano era de 67,7%. E a carteira de pedidos está em 2,6 meses, redução de 15,3% ante janeiro de 2015.

Com isso cai também o número de empregos no segmento. Em janeiro o total chegou a 311 mil pessoas, o que representa baixa de 13% ante mesmo período do ano passado – ou cerca de 46 mil postos de trabalho a menos. Na comparação com dezembro, pelo menos, o resultado foi estável.

 

PSA se recupera bem antes do previsto

A PSA Peugeot Citroën está comemorando seus resultados financeiros de 2015, divulgados na quarta-feira, 24. O fluxo de caixa livre operacional chegou a € 3,8 bilhões, superando amplamente o objetivo traçado pelo Grupo de chegar a € 2 bilhões no período 2015-2017. 

Um segundo objetivo também foi superado, o de atingir margem operacional de 2% na divisão Automotiva em 2018 e 5% no período 2019-2023: este índice já foi alcançado em 2015.

Carlos Tavares, Presidente Mundial da PSA Peugeot Citroën, considerou, em comunicado: “Realizamos nosso plano em tempo recorde graças à mobilização de toda a empresa e de seus parceiros. Saúdo esta vitória coletiva que nos traz de volta à corrida e demonstra todo o potencial da PSA. Em um contexto internacional instável, a agilidade e a excelência operacional são as chaves do sucesso. Saberemos nos apoiar nessas forças para executar o nosso próximo plano de crescimento rentável” – que deverá ser apresentado em 5 de abril.

O faturamento pro forma do Grupo foi de € 56,3 bilhões em 2015 ante € 53,3 bilhões em 2014. Mas após reclassificação da atividade Automotive Exteriors da Faurecia o faturamento do Grupo ficou em € 54,7 bilhões, em alta de 6%. O faturamento da divisão Automotiva chegou a € 37,5 bilhões, crescimento de 4%. E o resultado operacional corrente foi multiplicado por três, totalizando € 2,7 bilhões ante € 797 milhões há um ano. Segundo a PSA este crescimento foi sustentado principalmente pela divisão Automotiva, que cresceu € 1,8 bilhão.

O resultado financeiro do Grupo fechou 2015 negativo em € 642 milhões, mas melhor do que 2014, negativo em € 755 milhões. Já o resultado líquido da PSA foi positivo em € 1,2 bilhão.

Para este 2016 a PSA prevê “orientação ascendente no mercado automotivo”, com crescimento de 2% na Europa e de 5% na China, porém também uma queda de cerca de 10% na América Latina e de 15% na Rússia.

Brasil cai três posições no ranking de mercados globais automotivos

O segundo pior desempenho dentre os vinte maiores mercados automotivos globais no ano passado fez com que o Brasil caísse três posições no ranking elaborado com base nos dados da consultoria Jato Dynamics do Brasikl. Superado por Alemanha, Índia e Grã Bretanha, o País passou de quarto maior mercado global em 2014 para sétimo em 2015.

Essa perda de posições ocorreu porque o mercado brasileiro – automóveis e comerciais leves – encolheu 25,6% no ano passado, para 2,5 milhões de unidades, ao passo que o alemão cresceu 5,5%, para 3,4 milhões de veículos, o indiano avançou 4,8%, para 3 milhões 60 mil unidades, e o britânico registrou alta de 7,4%, alcançando 3 milhões 5 mil unidades.

Os dados da Jato Dynamics do Brasil são fornecidos pela Jato Consult e contempla uma pesquisa realizada na África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Croácia, Espanha, EUA, França, Grã Bretanha, Grécia, Holanda, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, Portugal, Rússia, Suécia, Suíça, Taiwan e Turquia.

Em porcentual e em volume o Brasil só apresentou desempenho pior do que a Rússia, que caiu 35,7% no ano passado, para 1,6 milhão de veículos. Os russos perderam quatro posições, caindo de oitavo para décimo-segundo no ranking. Perderam, em volume, 889 mil unidades em um ano – o Brasil perdeu 852 mil.

Com isso a Coreia do Sul, décimo-primeiro maior mercado em 2014, fechou 2015 no top-10, roubando o lugar da Rússia. Com 1,8 milhão de unidades comercializadas e 10,9% de crescimento, o país asiático ficou com a décima posição.

A China liderou novamente o ranking, com 22,4 milhões de unidades comercializadas no ano passado, crescimento de 6,4%. Os Estados Unidos ficaram na vice-liderança, com crescimento de 5,8% e 17,5 milhões de veículos vendidos. A queda de 9,5% do Japão, para 5 milhões de unidades, não foi suficiente para que ele perdesse a terceira posição no ranking.

Marcas – As três marcas que mais venderam carros em 2015 fecharam o ano com números negativos na comparação com 2014. A Volkswagen, líder do ranking, caiu 2,4%, para 8,8 milhões de unidades, mas não foi superada pela Toyota, vice-líder, que com a queda de 1,4% fechou o ano com 8,4 milhões de unidades vendidas.

Terceira colocada, a GM fechou o ano com queda de 1,9%, para 6,9 milhões de veículos vendidos.

Inadimplência alcança 4,2% em janeiro

Os atrasos nos pagamentos de financiamentos de veículos por pessoas físicas voltaram a registrar aumento em janeiro, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central do Brasil na quarta-feira, 24. O índice alcançou 4,2%, o maior desde outubro de 2014, quando fechou no mesmo patamar.

Com relação a dezembro, quando fechou em 4,1% a inadimplência aumentou 0,1 ponto porcentual.  Na comparação com janeiro do ano passado o índice registrou um avanço de 0,3 pontos porcentuais – os atrasos nos pagamentos começaram o ano passado em 3,9%.

A inadimplência mostrou tendência estável em todo o ano passado, quando ficou estagnada em 3,9% por oito meses consecutivos – ou nove, se considerar também dezembro de 2014. A partir de setembro o índice estourou a barreira dos 4% e vem oscilando em 0,1 ponto porcentual, para cima ou para baixo, desde então.

O avanço foi geral. Segundo o BC a taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, nos atrasos superiores a noventa dias, alcançou 3,5% em janeiro, um aumento de 0,1 p.p. na comparação com dezembro – e de 0,7 p.p. com relação ao primeiro mês do ano passado. Em pessoas físicas ficou em 4,3% e em pessoas jurídicas 2,7%, alta de 0,1 p.p. no mês em ambos os segmentos.

Em entrevista à Agência Brasil o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, afirmou que a tendência do índice é de alta nos próximos meses. Ele considera, porém, a alta modesta dentro de um cenário de retração na economia e aumento do desemprego.

Déficit da balança de autopeças cai 34,5% em janeiro

O déficit da balança comercial de autopeças voltou a cair em janeiro: de acordo com índices revelados pelo Sindipeças a diferença das importações para as exportações foi 34,5% menor do que a registrada no mesmo mês de 2015. Entretanto ambas caíram, e o déficit se reduziu porque a retração nas importações foi menor do que nas exportações.

De acordo com as informações divulgadas pela associação as vendas no setor de autopeças para 122 países a partir do Brasil totalizaram US$ 365,6 milhões, baixa de 27,4% ante janeiro do ano passado, enquanto as compras oriundas de 113 países chegaram a US$ 855,8 milhões, redução de 31,6%.

Desta forma o déficit comercial do segmento foi de 490,2 milhões ante US$ 748 milhões registrados há um ano.

No balanço final de 2015 o déficit já se reduzira em 37,9%, para US$ 5,6 bilhões, ante US$ 9 bilhões em 2014.

Em janeiro, segundo os números do Sindipeças, a Argentina prosseguiu como a maior compradora de autopeças brasileiras, apesar de redução de 43,8% no comparativo anual, para US$ 101,5 milhões, e participação de 27,8% no total. Estados Unidos vêm a seguir, com 18,9% de participação, seguidos pelo México, com 8,8%.

E a Alemanha foi a maior vendedora de autopeças para o Brasil no primeiro mês de 2016, mesmo em baixa de 18%, para US$ 105,3 milhões, o que equivale a participação de 12,3%. Logo atrás ficaram os Estados Unidos, com 11,8%, e Japão, 10,6%.

VW traz plataforma MQB zero ao Brasil

O presidente da Volkswagen do Brasil, David Powels, revelou na noite da segunda-feira, 22, durante evento em que foram apresentadas as novas versões de Gol e Voyage, que a empresa já trabalha no desenvolvimento e adoção de uma nova plataforma no Brasil, que será a base de produção para quatro novos produtos globais, dois deles exclusivos para o mercado brasileiro, dentre eles um compacto, um SUV de pequeno porte e uma picape pequena.

A nova plataforma, MQB zero, será mundial e sua adoção, segundo Powels, será feita ao longo dos próximos dois anos. Ele não quis falar a respeito dos investimentos necessários: “Eu não gostaria de dizer agora o quanto investiremos. Mas garanto que serão necessários mais do que RS 1 bilhão no período”.

O executivo ainda revelou que os produtos serão lançados ao longo dos próximos anos e produzidos em duas fábricas brasileiras. Mas nada disse, porém, quais serão as plantas escolhidas: “Ainda estamos em processo de avaliação”.

Powels considera que a chegada desta nova plataforma deverá consumir muito trabalho a partir de agora por parte da engenharia e da área de compras:

“Em função do atual momento que o Brasil atravessa esse processo todo não será fácil porque as novas plataformas exigirão a introdução de uma série de novas tecnologias e materiais. E, neste momento, nossos fornecedores não estão propensos a investir localmente”.

Marcopolo: receita cai mas participação de mercado sobe.

A Marcopolo divulgou na terça-feira, 23, balanço final de seu desempenho em 2015. A receita líquida consolidada chegou a R$ 2 bilhões 739 milhões, redução de 19,4% na comparação com os valores de 2014, R$ 3,4 bilhões.

O principal destaque foi crescimento de 28,5% nos negócios no Exterior e exportações, que alcançaram R$ 1 bilhão 475 milhões ante R$ 1 bilhão 148 milhões registrado no ano anterior.

Segundo comunicado da empresa “a significativa retração da demanda brasileira por ônibus foi o principal motivo para a queda da receita” – o mercado nacional caiu 38,4%, para 17 mil 511 unidades produzidas ante 28 mil 429 em 2014. Mas mesmo neste cenário a Marcopolo conseguiu elevar seu índice de participação de mercado para 40,7% em 2015, mais de um ponto porcentual acima dos 39,6% de 2014.

A empresa exportou a partir do Brasil, 1 mil 766 ônibus no ano passado, sem contar os kits desmontados, aumento de 8,5% ante 2014. Nas fábricas em outros países foram 2 mil 254 ônibus produzidos, na soma de África do Sul, Austrália e México – África do Sul registrou crescimento de 3,7% para 334 ônibus, Austrália foi estável com 428 e México caiu quase 8%, para 1 mil 492.

Nesta fábrica da América do Norte a Marcopolo anunciou que, apesar da parceria com a Mercedes-Benz, passará a encarroçar veículos de outras marcas.

Segundo nota, para 2016 a companhia segue engajada na adoção de três forças-tarefa para acelerar as atividades críticas que colaborem para superar as dificuldades advindas de um mercado interno ainda estagnado em um nível bem abaixo do histórico”.

Uma das ações será o fortalecimento da atuação nos mercados de exportação. Segundo a empresa “as exportações a partir do Brasil seguem aquecidas, impulsionadas principalmente pela taxa de câmbio mais competitiva” e “as ações da companhia visando a cobertura de novos mercados e a ampliação do portfólio de clientes no Exterior já trazem reflexo nos negócios fechados e naqueles em andamento”.

Para a Marcopolo “a retração da demanda em 2015 e nesse início de 2016 representa um represamento de pedidos que deverá se reverter em novos negócios assim que as condições econômicas e políticas do País permitirem”.

 

Mudanças foram internas

As pequenas alterações no design das partes dianteira e traseira da carroceria do Volkswagen Gol e Saveiro são coadjuvantes perto das outras modificações promovidas pela montadora, invisíveis quando vistas de fora. Dentro do capô, por exemplo, o sedã e o hatch em suas versões de entrada agora acomodam o EA211, motor de 1 litro com três cilindros que debutou no Fox e também está disponível na linha up!.  Mas a grande mudança ocorreu na parte interna, tanto em seu design quanto no conteúdo oferecido.

Desde 2013, último dos 27 anos que o Gol foi líder de mercado, o modelo vem perdendo espaço no mercado brasileiro. Naquele ano foram emplacados 255 mil unidades, de acordo com dados da Fenabrave. No ano passado o Gol foi apenas o sexto modelo mais vendido do Brasil, com 82,7 mil emplacamentos.

Jorge Portugal, vice-presidente de vendas e marketing da VW do Brasil, divide a culpa entre o fortalecimento da concorrência – muitos modelos chegaram para competir no segmento, especialmente Chevrolet Onix e Hyundai HB20 – e a própria estratégia da marca, que colocou em seu portfólio o up!, modelo que concorre também com o Gol.

Os três modelos citados acima – e outros competidores do segmento – trazem, além de um design mais moderno e contemporâneo, amplo pacote de itens, de série ou opcionais, que passaram a fazer parte da lista obrigatória do consumidor brasileiro na hora de escolher seu carro zero. Lista essa que agora, com certo atraso, chegou com tudo ao Gol e ao Voyage.

O sistema de infotainment AppConnect, já disponível em outros modelos da companhia, agora compõe o leque de opções dos clientes do Gol e Voyage. Desde a versão mais simples, a Trendline – a VW aposentou, ao menor por enquanto, o Gol Special – é possível turbinar o automóvel com uma das quatro opções de rádio com conectividade.

São elas: Media, mais simples, mas que traz entrada de SD Card e permite conexão com celulares por meio de bluetooth; Media Plus, que acrescenta CD Player e entrada USB; Composition Touch, com tela colorida de 5 polegadas e espelhamento de celulares Android por meio do sistema MirrorLink; e a Discover Media, com tudo que o consumidor tem direito – navegação por GPS, tela de 6,3 polegadas sensível ao toque, visualizador de SMS e comando por voz.

Comfortline e Highline, versões intermediária e topo de linha, oferecem até o Discover Media. O consumidor da Trendline, porém, só poderá acrescentar até o Composition Touch em seu modelo.

Para acomodar esse aparato tecnológico a VW promoveu mudanças internas nos modelos, talvez as mais visíveis aos olhos do consumidor. O painel é totalmente novo, com aumento de 30% no tamanho do cluster, um volante inspirado no Golf GTI com possibilidade de instalação de botões e borboletas para troca de marchas para os carros equipados com o câmbio I-Motion, e um painel central com arquitetura capaz de acomodar os sistemas de infotainment. Os bancos também ganharam novos materiais e design, mais caprichados.

Não bastavam essas mudanças – que consumiram R$ 363 milhões em investimento em desenvolvimento e adaptações nas fábricas da Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, e Taubaté, SP – para elevar a competitividade dos dois modelos no mercado. Foi preciso também mexer no preço, ao custo de parcela da margem, segundo Portugal.

Pois a linha Gol teve uma redução média de 2,5% em seu preço, somadas todas as versões. A Trendline 1.0 manual, de entrada, parte de R$ 34,9 mil, sem ar-condicionado ou sistema de infotainment – são opcionais. “O pacote mais vendido do Gol, Trendline com ar e rádio, sai por R$ 37,7 mil. Reduzimos em R$ 1,9 mil com relação à versão anterior”.

No Voyage a média foi de 5,7%, com seu modelo de entrada saindo por R$ 41 mil – também sem ar e som. Portugal diz que a versão mais vendida, também Trendline 1.0 com os opcionais mais procurados, teve redução de R$ 3,5 mil no preço, para R$ 46,1 mil.

A versão mais completa do Gol, Highline 1.6 com transmissão automatizada, sai por R$ 55,3 mil. Na linha Voyage a mesma versão tem preço sugerido de R$ 58,6 mil.

Reforço na imagem – O lançamento do Gol e Voyage marca a entrada de uma nova era no marketing da Volkswagen do Brasil. A assinatura Das Auto, que acompanha o logo da companhia nas campanhas nacionais desde 2007, foi abandonada.

“O Das Auto não era bem visto pelo brasileiro”, confessa Portugal, que sente a necessidade de uma maior aproximação da marca com o consumidor local. “Vamos adotar simplesmente Volkswagen, que significa o carro das pessoas. As pessoas estão em primeiro lugar”.

Segundo o vice-presidente de vendas e marketing a marca Volkswagen se afastou do consumidor brasileiro, para quem sempre foi sinônimo de pioneirismo, foco no cliente e agilidade para responder às mudanças.

“A marca Volkswagen precisa voltar a ser referência no mercado brasileiro”.

Sem citar metas, Portugal afirmou que o objetivo da companhia em 2016 é recuperar participação do mercado. De 2014 para 2015 a marca perdeu 2,8 pontos de participação, vendo seu share cair de 17,3% para 14,4%. “Por isso precisamos ser mais competitivos. E para isso, tivemos que mexer também no preço do Gol e do Voyage, mesmo com todos os itens adicionais”.

VW é chamada a depor na CPI dos crimes cibernéticos

O diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen do Brasil, Antônio Megale, representará a montadora em audiência pública agendada para a quinta-feira, 25, na CPI dos Crimes Cibernéticos na Câmara dos Deputados em Brasília, DF. O executivo também é o primeiro vice-presidente da Anfavea, na qual sucederá Luiz Moan como presidente na condição de líder da chapa única que concorre às eleições da associação, com posse prevista para abril.

A audiência foi solicitada pelo deputado João Holanda Caldas, mais conhecido como JHC, de Alagoas. As informações são da Agência Câmara.

De acordo com o autor do pedido a audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito “visa esclarecer a utilização de chips que impedem a fiscalização ambiental nos automóveis vendidos pela marca no Brasil”.

No fim do ano passado o Grupo VW admitiu que milhões de seus veículos utilizavam chip que engana os testes oficiais de emissão em diversos países, reconhecendo este momento e dando ao motor parâmetros dentro das normas – em uso real, porém, os valores de emissão de poluentes são mais elevados. A subsidiária brasileira, algum tempo depois, revelou que 17 mil Amarok fabricadas na Argentina e vendidas no Brasil carregam o dispositivo.

Para o deputado “é preciso se debruçar sobre os mecanismos utilizados pela Volkswagen com vistas ao aprimoramento do aparato fiscalizador do Estado, assim como estudar a possibilidade de que mecanismo semelhante seja utilizado por outras montadoras”.
A audiência está prevista para ocorrer às 10 horas, no plenário oito da casa.

Construção: ajustes necessários já foram feitos.

A indústria brasileira de máquinas de construção viveu um momento muito difícil em 2015, mas os ajustes necessários já foram feitos e as empresas terão neste 2016 um quadro mais equilibrado à frente. A opinião foi unânime pelos participantes de painel do Workshop AutoData Máquinas Agrícolas e de Construção, realizado pela AutoData Editora na segunda-feira, 22, no Milenium Centro de Convenções, na zona sul de São Paulo.

Dividiram o palco Roque Reis, vice-presidente para América Latina da Case CE, Alisson Brandes, diretor de vendas e marketing da JCB, Roberto Marques, líder da divisão construção e florestal Brasil da John Deere e Alexandre Flatschart, diretor costumer solutions para a América Latina da Volvo CE.

Reis relembrou que de 27,5 mil máquinas em 2014 o mercado caiu para 11,5 mil em 2015, retração de 54%. Flatschart considerou que o cenário foi agravado por uma “queda rápida associada a uma lentidão do segmento em entender a dimensão do quadro”. Mas, para ele, neste momento as empresas “entenderam a realidade como um todo e se ajustaram”. Brandes vê o resultado de 2015 como “catastrófico e fora de qualquer previsão”.

Para 2016 as vendas continuarão a cair, concordaram todos os participantes, ainda que em índices mais comedidos. Mas o ano começou bem difícil, relatou Marques: “em janeiro foram cerca de 450 máquinas vendidas para 1,2 mil no mesmo mês de 2015”. Ele ponderou que 2016 poderá se comportar de maneira inversa à do ano passado – enquanto que há um ano o patamar foi declinando cada vez mais, neste poderá apresentar leve melhora mês-a-mês, possivelmente a partir de maio. “Mas é uma grande interrogação.”

Os participantes lembraram ainda que se o ritmo de janeiro se repetir ao longo dos meses à frente o ano seria de mercado próximo a 6 mil máquinas, repetindo o resultado de 2004.

Para os representantes das empresas o final do ano deverá se configurar, na média, em baixa de 5% a 15%. E todos creem em uma leve reação para 2017, com retomada mais efetiva e consistente nos anos seguintes.

Para o cenário de longo prazo os quatro executivos são otimistas. O Brasil tem potencial para responder por mercado de 40 mil máquinas de construção ao ano, calcularam, ainda que há algum tempo se calculasse este número como o atual, lembrou Reis.

Há boas perspectivas para os mercados de minério de ferro e para a indústria de cimento, afirmaram os painelistas. A pavimentação de estradas, bem como obras de infraestrutura em geral, acrescentaram, são, além de oportunidades importantes, necessárias ao País.

Os participantes do painel também consideram que o mercado de máquinas de construção apresenta comportamento cíclico, o que reforça a expectativa de recuperação – que, na opinião de Brandes, quando ocorrer, será rápida.