VW anuncia revisão de investimento no México

A fraude dos motores diesel e dos níveis de CO2 da Volkswagen, de proporções globais, fez sua primeira vítima no mercado latina-americano. A montadora informou, por meio de comunicado emitido na sexta-feira, 20, que seus planos para construção de uma nova unidade de pintura no México serão “revisados”.

A medida é uma das primeiras anunciadas dentro de corte de aproximadamente € 1 bilhão previsto pelo Grupo VW para o próximo ano em investimentos – o valor será próximo de € 12 bilhões ante média anual de € 13 bilhões. Outras vítimas já confirmadas são a construção de um novo centro de design em Wolfsburg, na Alemanha, e a próxima geração do sedã de luxo Phaeton,  totalmente elétrica: ambos serão adiados por tempo indeterminado.

A lista, porém, certamente não irá parar por aí. Na nota o CEO Matthias Mueller avisa que “nas próximas semanas vamos rever e eventualmente cancelar ou adiar por bastante tempo outras despesas previstas, mas sem colocar a viabilidade futura da empresa em risco”.

O executivo ainda reforçou que “conforme já anunciado, tudo que não for absolutamente necessário será cancelado ou adiado”. Ele complementou considerando que “estamos operando em tempos incertos e voláteis e temos que responder a isso”.

As fábricas chinesas, entretanto, podem respirar aliviadas: a montadora já avisou que as unidades no país asiático estão fora dos cortes programados pois, de acordo com a empresa, os investimentos ali previstos – de € 4,4 bilhões só em 2016 – serão financiados pelas próprias operações locais, joint-ventures com empresas chinesas.

Mais espaço, formação e conhecimento

O Instituto Renault entregou oficialmente nesta segunda-feira, 23, a nova sede da Associação Borda Viva, entidade do bairro da Borda do Campo, entorno do complexo industrial da montadora em São José dos Pinhais, PR. A solenidade serviu para marcar também os primeiros dez anos da parceria da fabricante de veículos com a associação, trabalho conjunto que já beneficiou cerca de 50 mil crianças, jovens e adultos. 

A nova sede, prédio de 400 metros quadrados em terreno de 1 mil metros quadrados, consumiu R$ 850 mil, recurso decorrente de contrapartida de financiamentos da Renault junto ao BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “Além de uma melhor infraestrutura, o novo prédio permitirá agregar outros serviços”, diz Caique Ferreira, vice-presidente do Instituto Renault, organismo criado há cinco anos para a promoção de ações voltadas para a sustentabilidade socioambiental.

O novo prédio abrigará novos e projetos já existentes como o Casa da Costura, que gera renda para mulheres da comunidade. Elas produzem bolsas, mochilas, porta-objetos a partir de material doado por empresas parceiras como cintos de segurança, capas de bancos, lonas plásticas e retalhos de tecidos.  Essas e outras empresas também ajudam comprando os produtos e serviços da associação, que conta com apoio de voluntários, muitos deles funcionários da montadora.

Além do  Casa da Costura, a Borda Viva desenvolve e oferece  atividades como Cozinha Escola,  Cozinha Comercial e Cantinho da Leitura, que ganharam espaços próprios na nova sede. As instalações anteriores passam a ser utilizadas para cursos profissionalizantes para jovens estudantes, atividades culturais, oficinas de artes, reforço escolar, dentre outras. Cerca de 5 mil pessoas são beneficiadas anualmente pelos projetos geridos pela Associação Borda Viva, calcula o vice-presidente do Instituto Renault.

 

Galson Zardo é o novo diretor geral da Volare

A Volare tem novo diretor geral: o administrador de empresas Gelson Zardo assumiu o lugar que antes era de Milton Susin, dando, assim, seguimento ao processo de sucessão da unidade de negócio da Marcopolo que produz veículos comerciais leves para transporte de passageiros.

O executivo, graduado pela Universidade Caxias do Sul em administração de empresas com especialização em gestão pela mesma faculdade e MBA em gestão organizacional pela Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, era diretor de operações da própria Volare, função que será acumulada com a diretoria geral.

Zardo fez carreira na Marcopolo, onde entrou em 1981 e passou por diversas funções no Brasil e no Exterior. Tem experiência nas áreas comercial, aquisição, logística, produção, recursos humanos – na área social, foi diretor-adjunto da Fundação Marcopolo de 2009 a 2011.

Em nota o novo diretor geral afirmou que sua missão será reorganizar as atividades internas da Volare, com foco na agregação de valor à operação e a seus produtos. “O momento vivido pelo Brasil, sobretudo a indústria automotiva, é delicado. Para superarmos mais esse desafio precisaremos readequar a nossa empresa às atuais demandas do mercado brasileiro a internacional”.

Novo processo da VW Taubaté gera economia e menor impacto ambiental

Um novo processo de limpeza a seco nas cabines de pintura da fábrica da Volkswagen em Taubaté, SP, gerou uma economia de R$ 6,5 milhões em apenas um ano – além de reduzir os impactos ambientais e a geração de resíduos. Digno de uma patente junto ao INPI, Instituto Brasileiro de Propriedade Intelectual, o scrubber, como é chamado o processo, foi desenvolvido por especialistas das áreas de manutenção e operação da própria fábrica.

Funciona da seguinte maneira: o resíduo de tinta que fica no ar durante o processo de pintura é absorvido por meio de filtros feito com fibra de vidro ou polímero, o que dispensa o uso de água ou energia eletrostática. As partículas de tinta que não ficaram na carroceria são retidas em uma manta, formando uma borra seca – que é depois reutilizada como fonte energética em coprocessamento.

O processo usa 22 filtros em três camadas de manta por linha de produção. Sua manutenção é feita uma vez por dia, junto com a limpeza das cabines, em apenas oito minutos – não é preciso, portanto, interromper a produção.

De acordo com a VW a redução nos impactos ambientais energéticos de onde o sistema está instalado chegou a 73%, enquanto os resíduos gerados na pintura diminuíram 40%. Houve ainda a economia financeira, que chegou a R$ 6,5 milhões somente no primeiro ano de aplicação do novo método.

Em nota o diretor da fábrica de Taubaté, Marcos Aparecido Ruza, afirmou que a inovação é um importante avanço tecnológico para a VW do Brasil e um marco para a unidade, que produz todas as versões do up!, além do Gol e do Voyage. “A tecnologia desenvolvida por nossos profissionais está se tornando referência para outras unidades do Grupo e já existem estudos de adoção do mesmo conceito em cabines de pintura de outras fábricas no Exterior”.

Segundo Celso Placeres, diretor de engenharia de manufatura, a iniciativa segue o programa mundial da companhia Think Blue Factory. “A meta é reduzor em 25% os consumos de água e energia, a destinação de resíduos do processo produtivo a aterros e as emissões de CO2 e de solventes em todas as fábricas da VW no mundo até 2018”.

Sensor de € 10 pode ser a solução para a fraude dos motores diesel VW

Um sensor que custa € 10 instalado no interior da caixa do filtro de ar e uma atualização do software poderá ser a solução técnica encontrada pela Volkswagen para corrigir o dispositivo que burla os testes de emissão em motores diesel. A informação foi publicada pela revista alemã de negócios Wirtschaftswoche, citando fontes da área de transportes do governo alemão, aos quais o sistema teria sido apresentado pela montadora – que não confirmou a informação.

Ainda de acordo com a publicação, nos motores 2.0 diesel afetados pela fraude apenas uma atualização do software será suficiente. O sensor seria instalado nos propulsores 1.6 diesel. Em testes de rodagem as duas soluções técnicas, afirma a revista alemã, levaram as emissões aos limites da norma Euro 5, o que seria suficiente para atender a legislação.

Se confirmada, a solução técnica encontrada representaria um alívio para o Grupo VW, pois temia-se a necessidade de substituição dos catalisadores nos motores diesel 1.6, algo que teria um impacto financeiro severamente maior para os cofres da montadora, vez que esta peça, que usa platina em seu interior, tem um custo muito maior do que o sensor.

Desta forma a maior parte dos quase € 7 bilhões reservados pela fabricante para cobrir os custos do escândalo, em tese, seriam mais do que suficientes, vez que a solução técnica em si custaria muito menos – mesmo se o sensor fosse aplicado aos 11 milhões de veículos, o que não ocorrerá, o valor seria de € 110 milhões – e a maior parte destes recursos seriam utilizados para o pagamento de multas e processos.

 

Governo de São Paulo investirá R$ 2,6 bilhões em linhas intermunicipais

Os fabricantes de chassis e carrocerias de ônibus receberam uma boa notícia na quinta-feira, 19, quando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou um pacote de concessões para rodovias, aeroportos, metrôs e ônibus intermunicipais: somente neste último segmento serão aplicados R$ 2,6 bilhões, com foco na renovação da frota.

Não foram fornecidos pormenores sobre a quantidade de veículos necessários para atender à demanda do governo paulista. De acordo com o portal do governo paulista na internet, as frotas de ônibus intermunicipais não poderão mais ter veículos com idade superior a dez anos. Precisarão também respeitar uma média de cinco anos para ônibus rodoviários e sete anos para modelos suburbanos.

Todos os ônibus novos adquiridos a partir deste pacote deverão estar obrigatoriamente equipados com ar-condicionado e oferecer serviço de internet sem fio, em linha com as exigências da prefeitura de São Paulo em sua licitação – cuja entrega dos envelopes ocorreu na quarta-feira, 18.

Segundo o cronograma estabelecido pelo governo estadual as audiência públicas começarão em 8 de dezembro e a consulta pública em 23 de dezembro, com término em fevereiro de 2016. A expectativa é que o edital seja publicado no mês seguinte.

Atualmente o sistema transporta 152 milhões de passageiros por ano, percorrendo mais de 425 milhões de quilômetros. As áreas de atuação foram divididas em cinco macrorregiões: Bauru, Campinas, Ribeirão Preto, Santos e São José do Rio Preto.

O pacote anunciado pelo governador contempla também investimentos em cinco aeroportos e a concessão de 2,2 mil quilômetros da malha rodoviária estadual, criando alternativas de acesso ao Porto de Santos e melhorias no acesso ao aeroporto de Viracopos. Mais informações podem ser encontradas aqui (http://www.saopaulo.sp.gov.br/usr/share/documents/634.pdf)

Mercado – O segmento de ônibus é um dos que mais sofre com a retração do mercado automotivo e da economia brasileira. De janeiro a outubro foram comercializados 14,6 mil chassis, queda de 36% na comparação com o desempenho dos primeiros dez meses de 2014.

A Fenabrave, em suas últimas projeções, estimou retração de 38,1% nas vendas para todo o ano, com 19,8 mil unidades comercializadas. E não acredita em interrupção da queda em 2016: segundo a associação os brasileiros consumirão 19 mil unidades no ano que vem, 4,2% abaixo do resultado projetado para este ano.

Venda diária de motocicletas cresce 22,4% na primeira quinzena

A média diária de licenciamentos de motocicletas registrou impressionante avanço de 22,4% na primeira quinzena de novembro, quando comparado com o mesmo período de outubro. O volume diário de registros saltou de 4 mil 568 unidades para 5 mil 593 emplacamentos, de acordo com dados divulgados pela Abraciclo na quinta-feira, 19.

Na comparação com o mesmo período de 2014, a média caiu 2,8%, ou 160 unidades.

No total a primeira quinzena de novembro somou 50 mil 334 unidades licenciadas em nove dias úteis, um avanço de 10,2% com relação à primeira metade de outubro, quando foram emplacadas 45 mil 679 motocicletas em dez dias úteis.

Com relação ao mesmo período de 2014, porém, o resultado ficou negativo em 12,5%. Nas primeiras duas semanas de novembro do ano passado forma emplacadas 57,5 mil motocicletas.

Projeções – Na terça-feira, 17, a Fenabrave divulgou sua primeira projeção para 2016. Segundo a associação o segmento de motocicletas fechará o ano que vem com 1,2 milhão de unidades comercializadas, um recuo de 2,3% na comparação com o resultado projetado para 2015, que é de 1 milhão 228 mil motocicletas licenciadas.

Argentina corta 75% dos dólares disponíveis às montadoras

O banco central argentino cortou em cerca de 75% a cota de dólares a que as montadoras instaladas naquele país têm direito a adquirir para pagamento de importações de veículos prontos e autopeças necessárias à sua produção local.

A informação foi publicada pelo jornal local Clarín com base em relatório do BC local.

Pelo próximo mês as onze montadoras instaladas na Argentina terão direito a comprar apenas US$ 48 milhões para honrar seus compromissos assumidos em negócios externos com a moeda estadunidense. No fim do primeiro semestre o governo local e a Adefa, associação equivalente à Anfavea no Brasil, fecharam acordo para oferta de até US$ 200 milhões por mês para pagamento de importações de veículos e peças.

Esse montante, segundo o Clarín, entretanto, foi honrado apenas em julho e de lá para cá o valor foi reduzido para US$ 150 milhões, depois US$ 100 milhões e, agora, para apenas US$ 48 milhões.

Com a eleição presidencial em disputa de segundo turno as montadoras têm poucas esperanças de melhoria na situação até o fim do ano. Segundo uma fonte ouvida pelo periódico, “com este valor [de US$ 48 milhões] não é possível sustentar as importações de autopeças e, assim, a própria produção de veículos” – segundo a Adefa em outubro foram fabricadas na Argentina somente 45 mil unidades, queda de 25,6% na comparação com o mesmo mês de 2014 e de 14,6% ante setembro.

Desta forma o mercado argentino, cada vez mais restrito aos veículos nacionais por falta de modelos importados dado o escasso recurso de divisas, utilizadas quando disponível para importar peças, pode apresentar resultados ainda mais modestos dada também a possível falta de modelos fabricados localmente diante do quadro.

De acordo com o Clarín diversas montadoras estão interrompendo frequentemente a produção na Argentina, em paradas curtas, de alguns dias, pela falta de autopeças. Mas oficialmente a razão apresentada costuma ser necessidade de parada técnica para manutenção ou o envio de peças para o mercado de reposição às concessionárias, afirma o periódico.

Metalúrgicos entram em greve na Chery Jacareí

Os trabalhadores da Chery em Jacareí, SP, cruzaram os braços por 24 horas a partir da quarta-feira, 18, em protesto contra a ausência de proposta da montadora durante a campanha salarial. Os metalúrgicos pediram 13% de reajuste salarial, o primeiro desde que a montadora iniciou suas atividades no País, em agosto do ano passado.

Segundo comunicado divulgado pelo sindicato dos metalúrgicos local os cerca de 420 funcionários interromperam todas as etapas da produção e parte da administração da fábrica. Na unidade é produzido o Celer, o primeiro modelo nacional da Chery.

Uma nova reunião foi agendada para a manhã de quinta-feira, 19, quando os dirigentes sindicais esperam receber ao menos uma contraproposta da montadora – que até agora não apresentou nada.

O diretor do sindicato, Guirá Borba Guimarães, afirmou em nota que a greve é uma advertência à empresa. “Queremos que a Chery pare com essa enrolação e apresente uma proposta de reajuste. Os trabalhadores já demonstraram que são de luta e podem parar por tempo indeterminado se não houver avanço nas negociações”.

Outra montadora da região, a General Motors, segue em discussão com os trabalhadores. A companhia propôs 9,9% de reajuste salarial, mas quis acabar com algumas cláusulas da convenção da categoria – o que foi rejeitado pelos trabalhadores e gerou impasse nas negociações.

VW revela mais motores a gasolina envolvidos na fraude do CO2

O Grupo Volkswagen divulgou uma nova relação de motores movidos a gasolina e a diesel envolvidos na fraude do CO2, um desdobramento do caso original do dispositivo eletrônico que enganava os sistemas de testes de emissão – e que a princípio envolvia apenas os diesel.

No início do mês a fabricante de origem alemã revelou que 800 mil veículos tiveram seus dados de CO2 informados incorretamente, além dos 11 milhões que contêm o software que frauda os testes. Na ocasião, pela primeira vez, admitiu que também motores a gasolina faziam parte deste universo, mas ali apenas o motor 1.4 com tecnologia de desativação dos cilindros, ACT, utilizado em uma versão do Polo, fora citado.

Agora a lista dos motores a gasolina envolvidos no caso aumentou bastante e, além disso, a montadora admitiu que a fraude envolve diversos veículos ano-modelo 2016 – ou seja, que estão à venda nas concessionárias hoje. Como a legislação alemã e de outros diversos países da Europa estipula o valor dos impostos cobrados aos consumidores pelo tamanho do motor e seu índice de emissão de CO2, os governos locais deverão cobrar da fabricante a diferença.

Dos motores a gasolina a lista traz o 1.0 TSI três cilindros utilizado nos Seat Ibiza e Leon e no VW Polo, 1.2 TSI e 1.4 TSI aplicados ao VW Jetta, o 1.4 TSI ACT, com a tecnologia que desativa os cilindros, instalado não só no Polo mas também no Golf, Passat Variant e Seat Leon, o 1.8 TFSI que também está no cofre dos Seat Leon e o 2.0 TFSI de Golf e Passat Variant.

A unidade brasileira da montadora afirmou à reportagem da Agência AutoData, por meio de porta-voz, que o motor 1.0 três cilindros TSI citado pela matriz é diferente do 1.0 três cilindros TSI fabricado em São Carlos, SP, e aplicado no Up! nacional.

Já as características técnicas listadas pela fabricante para o motor 2.0 TSFI são idênticas às do modelo Golf GTI oferecido no Brasil, de motor 2.0 com câmbio automatizado de seis marchas, de acordo com a ficha técnica do modelo disponível no site da VW brasileira. O porta-voz local, entretanto, afirma que calibração e outros ajustes do motor do modelo vendido no País diferem daqueles aplicados ao mercado europeu, dado o uso de gasolina adicionada de etanol no Brasil. Além disso, acrescentou, a legislação brasileira não contempla regulações específicas para emissão de CO2.

Adicionando os modelos a diesel a lista da VW contempla ao todo 430 mil unidades, sendo 282 mil da marca Volkswagen. A relação, entretanto, deverá aumentar, vez que o comunicado do Grupo afirma que “neste momento” a empresa ainda trabalha com a estimativa de 800 mil unidades envolvidas neste caso específico.