Anfir assina acordo com o MDA

A Anfir assinou Acordo de Cooperação Técnica com o MDA, Ministério do Desenvolvimento Agrário, na terça-feira, 18, na sede da Abimaq, em São Paulo, no âmbito do Pronaf Mais Alimentos, Programa Nacional da Agricultura Familiar. A parceira permitirá que os pequenos agricultores cadastrados possam se beneficiar de linha de crédito do BNDES para aquisição de implementos rodoviários.

Aos moldes do PSI, o Mais Alimentos oferece taxas de juro de 2,5%, 4,5% e 5,5% – a depender do tipo e valor do produto, com prazos de 5 a 10 anos para pagamento e carência de até três anos – para promover o desenvolvimento da agricultura familiar no País.

Esse é o primeiro acordo da associação com o MDA e tem validade por dois anos. Para o presidente da Anfir, Alcides Braga, a parceria é a oportunidade de ampliar o mercado de implementos rodoviários. O dirigente entende a ação como política pública sem demagogias.

“Diante de uma queda de mais 50% nas vendas de implementos, não será a demanda do Mais Alimentos que representará recuperação. Mas a gama de produtos destinada ao campo é ampla e, sem dúvida, fortalece e promove mais produtividade ao pequeno agricultor.”

A cerimônia também oficializou por mais dois anos o acordo já constituído há sete com a Abimaq. Com esta cooperação, Carlos Pastoriza, presidente da associação, lembrou do motor que a agricultura familiar representa para gerar negócios. “Hoje 20% do faturamento dos agregados da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos da Abimaq vem do Mais Alimentos.”

De acordo com Patrus Ananias, ministro do MDA, também presente á cerimônia, o recurso para o Pronaf Mais Alimentos teve aumento de 20% para a safra 2015/2016, para R$ 28,9 bilhões, em relação ao valor destinado à safra anterior. “Estamos avançando, mesmo diante da crise que o País atravessa. E a perspectiva é aumentar ainda mais o universo de agricultores familiares.”

Segundo dados do MDA a agricultura familiar no País reúne 4,3 milhões de famílias cadastradas, responsáveis por 70% da produção de alimentos do Brasil. “O compromisso de criar de espaços produtivos para alimentos saudáveis, autossuficiente e com condições para que as pessoas fiquem no campo, só devem crescer. Dos 5 mil 570 municípios do País em torno de 4 mil possuem até 20 mil habitantes, ou seja, com características rurais.”

Braga, da Anfir, também lembra que segmento de implementos rodoviários é todo constituído de empresas nacionais, na maior parte de pequenas oficinas familiares. “É um setor muito capilarizado, talvez presente em mais de 20% dos 5 mil municípios do País. Mas dedicado aos produtos vocacionais e compatível com o que o mundo tem de melhor.”

A visão Deloitte do mundo da mobilidade

Encontros do pessoal da consultoria Deloitte especialista no setor automotivo com jornalistas sempre traz boas histórias e dois tipos de notícias, como ocorreu na tarde da terça-feira, 18, com a presença de Joe Vitale, sócio líder global da empresa para o setor. A notícia menos inesperada é que o modelo de resgate que o País adota para o seu mercado de veículos é do tipo europeu, mais lento. Já a notícia mais instigante é que o futuro da mobilidade reserva o paradoxo da dicotomia: posse ou uso de veículos?, veículos como os conhecemos ou autônomos?

No caso da recuperação das vendas no mercado brasileiro Vitale a vê à la européia, que roda passo a passo, ajuste após ajuste, circunstância depois de circunstância, o que implica mais tempo:

“Os gráficos mostram as inflexões das reações do mercado ano a ano. Nos Estados Unidos as decisões depois da crise de 2008 foram mais rápidas: aconteceram as dores iniciais e de percurso mas a ação sobre o andamento do processo era voltar a crescer, como está acontecendo, e com outra atitude fundamental, que foi a adoção de um novo modelo de negócios, mais contábil e menos financeiro. A curva europeia, assim com a brasileira, não mostram picos e vales, são mais homogêneas. E exatamente por isto bem mais lentas”.

Vitale coloca nesse balaio de recuperações a óbvia fase pela qual passam a indústria de veículos e a de componentes, com reflexos sobre os concessionários, de uniões de empresas visando a objetivos específicos e, mesmo, novas aquisições e vendas de interesses.

Ele acredita, assim como Maurício Muramoto, diretor da Deloitte e conselheiro do Sindipeças, que a retomada do mercado brasileiro de vendas de veículos será registrada em algum instante de meados do ano que vem, pouco menos pouco mais, quando a linha do gráfico passar a subir, mesmo que devagar, até alcançar aquelas 3,8 milhões de 2012 bem depois de 2020 – quem sabe três, quatro anos depois. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, também acredita nisso.

Mas o instigante da apresentação de Vitale é o resultado dos estudos das megatendências que o setor apresenta hoje, em todo o mundo, e naquelas em que está inserido. Como hiperurbanização, softwares e as tecnologias de conectividade, a convergência de interesses públicos e privados, os novos padrões para a economia de combustíveis, modularidades, materiais avançados, a globalização. E a visão de babyboomers e das gerações X e Y a respeito das suas necessidades por mobilidade.

E daí, quem sabe, virá mais uma grande transformação, de acordo com aquelas megatendências: muitas pessoas optarem por não ter a propriedade de um carro e por chamar um veículo autônomo sempre que precisarem, com todas as vantagens inerentes. Mas sempre haverá donos de carros e uma indústria que se reinventa com lucratividade.

Caixa oferece linhas de crédito especiais para a cadeia automotiva

A Caixa Econômica Federal anunciou condições especiais em linhas de capital de giro e investimento e em uma série de outros produtos oferecidos pelo banco para a indústria automotiva, beneficiando desde micro até grandes empresas.  O convênio foi firmado em conjunto com a Anfavea, Fenabrave e Sindipeças.

Segundo a Caixa, em comunicado, “o objetivo é contribuir para a melhoria do fluxo de caixa das empresas e fornecedores do setor, auxiliando no pagamento de despesas, salários, tributos e reposição de estoques”.

Um dos frutos do convênio é a linha de crédito para antecipação de contratos firmados por fornecedores com montadoras ou sistemistas. Este contrato serve como garantia do empréstimo, que permite suprir a eventual necessidade de capital de giro com a antecipação do valor, ou parte do valor, que o fornecedor tem a receber da montadora ou sistemista.

Os associados do Sindipeças, Anfavea e Fenabrave terão à disposição linhas com taxas a partir de 0,83% ao mês, com prazos de até 60 meses e carência de até 6 meses para a primeira parcela. Ao antecipar recursos, as empresas poderão se programar para o aumento de despesas comuns de final de ano, além de ganhar mais fôlego para investir.

A Caixa oferecerá também a linha de crédito do Programa Pró-Transporte para renovação de frotas, com taxa de juros correspondentes à TR + 9% ao ano e até 96 meses para pagar. Máquinas e equipamentos novos e usados também poderão ser financiados por taxas a partir de 1,5% ao mês + TR, carência de até seis meses e prazos de até 60 meses.

Segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea, a ação da Caixa tem grande potencial para impulsionar o mercado e auxiliar a indústria automotiva a superar o momento atual. Em nota, o executivo afirmou que tem “a convicção de que este convênio contribuirá para o fortalecimento da cadeia de fornecedores brasileira, além de oferecer condições para a retomada da confiança por parte de investidores e consumidores”.

Miram Belchior, presidente da Caixa, afirmou no comunicado que a parceria é importante para o setor. “As excelentes condições oferecidas pela Caixa contribuem para apoiar um dos setores que mais empregam, gerando as condições necessárias para garantir suas atividades, equilibrando seus negócios, conforme a necessidade de cada empresa”.

Vem aí série de medidas do governo para o setor automotivo

Demorou, mas finalmente o governo federal reagiu à queda de produção e vendas do setor automotivo. Contrariando uma visão que reinava em Brasília, DF, desde o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, em janeiro, comandada pelo Ministério da Fazenda – para quem o mercado deve andar com as próprias pernas, sem incentivos –, diversas ações orquestradas nas últimas semanas serão anunciadas nesta segunda quinzena de agosto e primeira semana de setembro como forma de tentar aliviar o cenário de retração e, principalmente, de demissões, que afetam a confiança do consumidor e consequentemente acabam por derrubar ainda mais os números de comercialização.

Não se espera, entretanto, uma medida de fortíssimo e único impacto como a ocorrida há alguns anos, quando o IPI para veículos leves foi reduzido, o que ocasionou redução nos preços finais ao consumidor. A Fazenda não quer nem ouvir falar em desoneração, mas ao menos admitiu que outras formas de incentivar o mercado precisam ser colocadas em prática e liberou os bancos oficiais, como a Caixa e o Banco do Brasil, para fazê-lo.

O entendimento atual do governo é que um conjunto de medidas menores pode, no todo, ajudar o setor automotivo, em lugar de apenas uma, realizada de forma isolada. Espera-se que esta série de iniciativas específicas ao menos estanque a queda dos índices e ajude a recuperar a confiança tanto dos empresários, no caso dos veículos comerciais, quanto dos consumidores, para os leves.

Duas delas já são conhecidas: a entrada da Anfir no programa Mais Alimentos, que possibilitará aos empresários do agronegócio, em especial aqueles de menor porte, adquirir implementos rodoviários em condições de financiamento muito mais vantajosas do que as atuais via BNDES, e ação da Caixa, voltada principalmente ao financiamento à cadeia produtiva de veículos. Ambas foram reveladas na terça-feira, 18, sendo que a do banco federal contou com a presença dos presidentes da Anfavea, Luiz Moan, da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., e do Sindipeças, Paulo Butori.

Na quarta-feira, 19, os três se encontram novamente para o anúncio de outras linhas de crédito especiais e dedicadas ao setor automotivo, desta vez via Banco do Brasil, em São Paulo. Fontes asseguram que estas serão mais abrangentes que as da Caixa.

Também de acordo com fonte ligada diretamente às negociações junto ao governo federal ouvida pela Agência AutoData pelo menos mais duas medidas serão anunciadas nos dias seguintes: uma na última semana do mês e outra na primeira semana de setembro. Uma delas deverá ser a oficialização do acordo automotivo com a Colômbia, que poderá acrescentar algo como cerca de dez mil unidades ao ano à produção nacional de veículos – o que se não é grande coisa, pois este é volume que se comercializa em apenas um dia no País atualmente, é melhor do que nada e pode render frutos mais interessantes no médio e longo prazo.

O PPE, Programa de Proteção ao Emprego, anunciado recentemente, foi uma espécie de abre-alas de conjunto de iniciativas menores. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC três fabricantes de autopeças da região aderiram ao plano por enquanto, o que representa cerca de 1 mil metalúrgicos no total. A expectativa do sindicato é a de a Mercedes-Benz também aceitar a proposta – seria a primeira montadora a fazê-lo.

Certo é que representantes das associações ligadas ao setor automotivo, em especial a Anfavea, há muito não viajavam a Brasília, DF, com tamanha frequência: nos últimos dois meses, pelo menos, os encontros têm sido no mínimo semanais. A esperança destes é que estas reuniões de fato desemboquem em cenário um pouco mais animador para a indústria automotiva até o fim do ano, preparando terreno para resultados melhores em 2016.

Futuro nacional, XE deve mais do que dobrar vendas da Jaguar no País

Futuro nacional com produção assegurada na unidade de Itatiaia, RJ, conforme revelou com primazia mundial a Agência AutoData em junho do ano passado, o Jaguar XE chegará às lojas brasileiras, ainda como importado, no início de outubro.

Ao menos a montadora já não nega a produção local do modelo, ainda que continue a tergiversar quando trata do tema. Durante o lançamento, realizado em São Paulo na terça-feira, 18, Terry Hill, presidente da Jaguar Land Rover para América Latina e Caribe, afirmou que “por enquanto o único modelo que podemos confirmar para a fábrica brasileira é o Land Rover Discovery Sport”.

Independente do fato, o novo sedã médio da fabricante britânica já chega com árdua missão: mais do que dobrar as vendas da marca do felino no País – assim a montadora quer aproveitar e achar seu cantinho no excelente momento vivido pelas marcas premium no País, como Audi, BMW e Mercedes-Benz.

De acordo com números da Abeifa a Jaguar vendeu no Brasil no ano passado 381 unidades, crescimento de 30% ante 2013. No primeiro semestre deste ano foram 189, nova alta de 22,7% ante a primeira metade de 2014. Como referência, só do XE a marca pretende comercializar seiscentas unidades em um ano, sendo de 150 a 200 no último bimestre deste 2015, aproveitando o impacto do lançamento.

Serão duas as opções de motor para o mercado nacional: 2.0 quatro cilindros turbo com 240 cv de potência e 3.0 V6 supercharged de 340 cv, ambos acoplados a transmissão automática ZF de oito velocidades. Como concorrentes diretos a Jaguar entende os Audi A4 e A5, o BMW Série 3 e o Mercedes-Benz Classe C.

Os preços vão de R$ 170 mil a R$ 300 mil, dependendo da motorização, versões e acessórios.

A rede, que possuía apenas duas casas – São Paulo e Rio de Janeiro, RJ – há três anos atualmente é de 33, sempre conjugada com a Land Rover, e chegará a 46 até 2017.

Para ajudar o lançamento e “mostrar que um Jaguar pode sim ser acessível”, nas palavras do diretor de vendas Ruben Barbosa, a JLR ofertará para o XE o mesmo plano de financiamento hoje aplicado para alguns modelos Land Rover: entrada de pelo menos 20%, 23 parcelas e a 24ª. como parcela-balão de 50% do total após dois anos, com garantia de recompra deste montante.

Para quem optar por este financiamento a montadora oferecerá manutenção básica – troca de óleo e filtros – gratuita. Aos que pagarem à vista ou em outras condições haverá pacote, válido por três anos, ofertado a R$ 2,7 mil. O seguro também poderá ser adquirido conjuntamente por cerca de R$ 3,9 mil, dependendo do perfil do motorista.

Indústria automotiva mexicana só tem o que comemorar

O México terminou o mês passado comemorando os resultados de sua indústria automotiva: os números registrados foram os melhores da história tanto para julho quanto para o acumulado dos sete primeiros meses do ano em vendas ao mercado interno.

No mês foram comercializados 11,7 mil unidades, alta de 16% na comparação com julho de 2014. E com isso o acumulado do ano chegou a 721,5 mil veículos comercializados, crescimento de 21% ante mesmo período do ano passado.

Os dados são da Amia, associação local correspondente à Anfavea no Brasil. A entidade considera que a forte redução nas importações de veículos usados – de quase 70% neste ano em relação ao ano passado –, estimulada pelo governo local, ajudou a impulsionar os números.

Já os volumes de produção não foram tão bons em julho para a indústria mexicana: com 254,3 mil unidades, o resultado foi 2% inferior no comparativo anual. Mas no acumulado desde janeiro o total é de 1 milhão 982 mil veículos leves ali produzidos, recorde para o período e crescimento de 6,7% ante um ano.

Em julho as exportações de veículos leves mexicanos chegaram a 226,5 mil unidades, queda de 2,3% na comparação com mesmo mês de 2014. Mas o total do ano também é o melhor para o período, com 1 milhão 632 mil unidades embarcadas, em alta de 8,4%, puxada em especial por Europa, Canadá e Estados Unidos, tendência contrabalanceada pela América Latina, África e Ásia.

O Brasil caiu de terceiro para quarto maior comprador dos veículos fabricados naquele país: a redução no ano é de 32,4%, para 45 mil unidades, com 2,8% de participação.

Volkswagen demite em Taubaté

Na segunda-feira, 17, quando 250 trabalhadores retornariam de um lay off de cinco meses, a Volkswagen demitiu funcionários da sua fábrica de Taubaté, SP. O número de desligamentos não foi informado pela montadora e a Agência AutoData não conseguiu entrar em contato com o sindicato dos metalúrgicos da região até o começo da noite.

Sem citar demissões a Volkswagen informou, em nota, que “buscou alternativas junto ao sindicato desde abril, quando abriu processo de negociação para a composição de uma proposta que permitisse a adequação necessária da estrutura de efetivo e custos da unidade, que hoje são os mais altos da VW no Brasil”.

Segundo a companhia todas as medidas de flexibilização foram aplicadas – férias coletivas, lay offs e paralisação da fábrica –, mas não foram suficientes para adequar a produção à demanda do mercado.

O último recurso foi negado pelo sindicato, em assembleia, na semana passada: segundo o jornal Valor Econômico a empresa ofereceu um pacote de medidas que incentivava a aposentadoria e oferecia benefícios em um PDV, para eliminar o excedente. Também previa a adesão ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego – mas, em troca, os trabalhadores teriam que trocar o aumento real de 2% acordado há mais de três anos por um abono, não incorporado ao salário, de R$ 8,8 mil.

“Apesar de a proposta não ter sido aprovada, continua urgente a necessidade de adequação de efetivo e otimização de custos para melhorar as condições de competitividade de Taubaté”.

As demissões na fábrica da VW foram divulgadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, cidade vizinha à Taubaté, que não representa os metalúrgicos da companhia. A entidade informou também que os trabalhadores da VW entraram em greve por tempo indeterminado em protesto contra os cortes.

Em São José dos Campos o impasse é com a General Motors, que demitiu 798 trabalhadores da sua fábrica local na sexta-feira, 7. Empresa e sindicato não chegaram a acordo na audiência no Tribunal Regional do Trabalho na segunda-feira, 17, o que provocou o agendamento de uma nova reunião para sexta-feira, 21.

Segundo o sindicato local o Ministério Público do Trabalho manifestou-se favorável ao pedido de anulação das demissões, baseado na jurisprudência que obriga a empresa a negociar com o sindicato antes de promover cortes em massa. A GM propôs um salário-base para cada trabalhador demitido, mas o sindicato não aceitou.

Em comunicado, a companhia informou que “não houve progresso efetivo nas discussões para solução do impasse. A GM entende que a maioria dos empregados deseja voltar ao trabalho e lamentavelmente estão sendo impedidos pelo sindicato, em descumprimento à liminar da justiça do trabalho de São José dos Campos que determinou o livre acesso ao complexo”.

O sindicato informou também que a situação será tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, na Capital, na quarta-feira, 19. Foram convidados representantes da GM, da prefeitura de SJC e da Comissão de Atividades Econômicas da assembleia.

Já a situação dos trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, SP, caminha para um final menos traumático. No sábado, 15, os trabalhadores da companhia aprovaram por unanimidade, em assembleia, que o sindicato dos metalúrgicos local negocie a adesão ao PPE com a empresa – uma proposta parecida foi recusada há pouco mais de um mês, antes da criação efetiva do PPE pelo governo.

Sérgio Nobre, diretor do sindicato, afirmou em comunicado que a companhia informou que fará demissões a partir de 1º de setembro caso não haja alternativa. A possível adesão ao PPE é suficiente para resolver a situação, segundo ele.

“O PPE permite reduzir a jornada em até 30%, com corte proporcional do salário, mas metade dessa diferença seria financiada pelo FAT. Ele reduz o custo para a empresa e dá estabilidade ao trabalhador. Estamos certo de que é suficiente, mas a empresa tem dito que não. Se a empresa insistir em demissões, faremos toda a luta possível. Não aceitaremos essa situação”.

Na sexta-feira, 14, os funcionários da Melling do Brasil, de Diadema, SP, aprovaram a adesão ao PPE – foi a terceira do ABCD Paulista, após Rassini Automotive e Trefilação União.

O acordo da Melling prevê redução de 9,8% na jornada e nos salários dos duzentos trabalhadores por seis meses, mas 4,9% dos vencimentos serão bancados pelo FAT. A empresa produz bombas de água, de óleo e válvulas a frio para Ford, GM e Volkswagen.

Colômbia, o próximo destino

Confirmando a expectativa alimentada pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, durante o evento de divulgação dos dados da indústria à imprensa, realizado em São Paulo no início do mês, os governos de Brasil e Colômbia devem anunciar nos próximos dias acordo bilateral para comércio de veículos.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, citando fontes em Brasília, DF, a base do acordo já foi fechada e deverá contemplar cota de 10 mil a 12 mil veículos importados sem imposto para cada país.

Moan acreditava no fechamento rápido da proposta – tanto assim que a Anfavea optou por não revisar neste mês os números de exportação, deixando a iniciativa para setembro, após a assinatura do documento por representantes dos dois países.

Quem é – A Colômbia não possui uma associação própria da indústria automotiva. O segmento é representado por uma câmara na Andi, a Associação Nacional de Empresários.

De acordo com dados da Andi a indústria automotiva responde por cerca de 4% da produção industrial colombiana, sendo que 1% é exclusivo do segmento de motocicletas.

Há oito fabricantes de veículos naquele país, excetuando-se as de motocicletas, mas quatro deles abrigam 96% dos índices totais: General Motors Colmotores, Sofasa, que produz veículos Renault, Hino, pertencente à Toyota, e a Non Plus Ultra, fabricante de carrocerias de ônibus.

Há, de acordo com as informações da Andi, também operações da Nissan, Agrale, Daimler e Foton no país.

A capacidade total instalada total é de pouco mais de 300 mil unidades/ano.

O mercado colombiano fechou 2014 com 340 mil unidades vendidas, sendo 109 mil delas nacionais – para esta ano a previsão é de queda próxima de 10% nos dois índices. A melhor marca foi obtida em 2011, 315 mil vendidas das quais 141 mil produzidas localmente.

A General Motors lidera amplamente e há bastante tempo o mercado colombiano de veículos: ponteia por nada menos do que 29 anos e pode completar o trigésimo neste 2015.

Até maio o mercado da Colômbia registra 113 mil unidades vendidas, queda de 6,4% ante mesmo período do ano anterior. Destes, 275 mil são Chevrolet e mais especificamente 6,9 mil do modelo Sail, o mais vendido daquele país.

A GM Colmotores é a maior fábrica de veículos da Colômbia e ganhou novo impulso em 2013, com a transformação da região da fábrica em zona franca. A unidade é antiga, inaugurada em 1957 para produção de modelos Austin, sob licença da matriz inglesa. Foi adquirida pela GM em 1979 das mãos da Chrysler, sua proprietária desde 1965. Desde 2012 a montadora aplicou investimentos próximos de US$ 200 milhões na fábrica.

Ali são fabricados diversos modelos Chevrolet que não estão disponíveis no mercado brasileiro, como o Spark, o Aveo e o Sail.

 

Quinzena manterá o ritmo dos últimos meses

Em dez dias úteis de agosto foram licenciados 98,7 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro, de acordo com dados preliminares do Renavam que a Agência AutoData teve acesso. A um dia do fechamento oficial da quinzena – para o período são considerados os primeiros onze dias úteis do mês – o mercado segue o ritmo dos últimos meses: em torno de 10 mil licenciamentos por dia útil.

Tal desempenho foi apurado tanto nos resultados da quinzena, quanto nos do fechamento do mês. Em junho, por exemplo, foram licenciados 108,3 mil veículos nos primeiros onze dias úteis, média de 9,9 mil unidades. No mês passado o volume caiu para 104,1 mil veículos, 9,5 mil por dia útil, porém com um feriado em São Paulo – como o Detran paulista não operou em 9 de julho, não houve licenciamento neste dia para a praça, praticamente reduzindo um dia útil no maior mercado do País.

Em todo junho o mercado consumiu 212,5 mil veículos, média diária de 10,1 mil unidades. Em julho, por sua vez, 227,6 mil unidades foram licenciadas, 9,9 mil veículos por dia útil, também considerando o feriado paulista.

Nesses primeiros dez dias úteis de agosto a média chegou a 9,8 mil unidades e pouco deverá diferir acrescentando os emplacamentos da segunda-feira, 17, para oficialmente termos o número da quinzena. É com essa média inclusive que os varejistas trabalham suas projeções do mês: segundo uma fonte do varejo agosto deverá fechar com 206 mil unidades comercializadas em seus 21 dias úteis.

A comparação com a primeira quinzena de agosto do ano passado, porém, apontará queda de cerca de 19% nos licenciamentos. Também pouco se altera com relação ao desempenho do mercado no acumulado do ano, pois de janeiro a julho a queda nas vendas alcançou 21%.

Cabe às montadoras ajustar seus parques industriais ao novo tamanho do mercado brasileiro. Segundo a Anfavea no fim de julho havia 7 mil trabalhadores afastados das linhas de produção. Nesse mês Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, SP, Fiat, em Betim, MG, e Ford, em Camaçari, BA, anunciaram paralisação na produção, lançando mão de folgas remuneradas e férias coletivas, e cresceram este número.

Principais montadoras brasileiras já confirmaram participação no Congresso Perspectivas 2016

A AutoData Editora promoverá nos próximos dias 20 e 21 de outubro, em São Paulo, o tradicional Congresso AutoData Perspectivas, desta vez na versão 2016, que neste ano contará com a presença de importantes executivos de 17 montadoras, cinco sistemistas, três fabricantes de motores diesel e três fabricantes de motocicletas,  além de entidades representativas do setor e consultores especializados.

Esta será a primeira oportunidade neste ano em que esta quantidade de importantes executivos e líderes de grandes empresas do setor automotivo estarão reunidos em um único evento para discutir os atuais problemas do setor e suas perspectivas para o próximo exercício.

E mais: em razão das fortes dúvidas que infelizmente ainda pairam a respeito do futuro de curto e médio prazos do negócio automotivo no Brasil este será, sem nenhuma sombra de dúvida, o mais aguardado evento de análise do nosso setor realizado até este momento neste ano e uma excelente oportunidade para que os empresários e executivos que atuam no segmento possam buscar importantes informações que possam balizar o planejamento futuro dos seus próprios negócios.

Vários importantes executivos e empresários das maiores empresas do setor automotivo brasileiro já confirmaram suas presenças como palestrantes ou debatedores no Congresso  AutoData Perspectivas 2016, com especial destaque, como representantes já confirmados das montadoras, para Jörg Hofmann, presidente da Audi; David Powels, presidente da Volkswagen; Cledorvino Belini, presidente da  Fiat Chrysler Automobiles; Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America; Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz; Carlos Zarlenga, South America CFO da General Motors ; João Pimentel, diretor geral da Ford Caminhões; Marco Borba, vice-presidente comercial da Iveco, Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo; Luiz Gambim, diretor comercial da DAF; Bernhard Kiep, vice-presidente de marketing da AGCO; Rafael Miotto, diretor de produto da CNH Industrial e Massami Murakami, diretor comercial da Volvo Constrution.  

Até este momento mais de 300 pessoas já garantiram sua inscrição para este encontro histórico.  “É importante frisar, no entanto, que o evento poderá ser assistido por somente cerca de 500 pessoas, número este que constitui a capacidade máxima do local de sua realização”, observa Paulo Fagundes, editor de seminários da AutoData Editora e organizador do encontro.

O Congresso AutoData Perspectivas 2016 acontecerá nos próximo dias 20 e 21 de outubro,  na Federação do Comércio de São Paulo, a Fecomércio, em São Paulo. Outras informações poderão ser obtidas pelos telefones (11) 5096.2957 e 98420.9350 ou pelo e-mail seminários@autodata.com.br.