Está agendado para 30 de setembro o início das operações de estamparia e pintura da fábrica da BMW em Araquari, SC – exatamente um ano após o primeiro Série 3 nacional sair das linhas de montagem da unidade brasileira da montadora. Um pouco antes o Mini Countryman, último dos cinco modelos na lista dos nacionalizados pelo Grupo BMW, entrará em produção.
Será completado assim, rigorosamente no prazo, o cronograma de instalação da montadora no Brasil. Série 1, Série 3, X1 e X3 já são produzidos nas linhas catarinenses, que recentemente entregaram ao mercado seu modelo de número 10 mil. Com as novas etapas de produção adicionadas a expectativa é que o ritmo de entregas aumente.
“A produção acompanhará o mercado. Conforme ele se desenvolver, ajustaremos a produção”, explica Martin Fritsches, diretor de vendas da BMW do Brasil.
Este ano a marca deverá comercializar cerca de 16 mil veículos, leve avanço ante os 15 mil vendidos no ano passado. Nem todos são nacionais: toda a cota de 4,8 mil unidades importadas sem acréscimo dos trinta pontos porcentuais de IPI determinada pelo Inovar-Auto é usada pela BMW, que alcançou tíquete médio de R$ 200 mil no mercado nacional.
“Enquanto o mercado nacional de veículos caiu 20% de janeiro a julho o segmento premium apresentou avanço de 18%. Nós crescemos 6%, abaixo de alguns concorrentes, mas nosso modelo de entrada custa R$ 117 mil. Não temos veículos abaixo de R$ 100 mil no portfólio.”
Segundo Fritsches a BMW tem conquistado clientes que antes tinham em suas garagens sedãs médios de marcas japonesas, coreanas e europeias. Os planos de financiamento oferecidos pela marca, com entrada mais baixa, taxas reduzidas de juros e parcela-balão quitada apenas no fim do contrato ajudam a atrair esses consumidores – em torno de duzentas vendas por mês são realizadas com os planos que oferecem esta última oferta, revela o executivo.
A ampliação da rede de concessionárias, que fechará o ano com 52 lojas e com maior capilaridade no território nacional, também contribuiu. Fritsches entende que muitos clientes em potencial das regiões Centro-Oeste e Nordeste desistiam da compra de um BMW pela dificuldade no atendimento pós-venda, muitas vezes distante de suas residências.
A montadora de origem bávara amplia seus negócios também no segmento de vendas corporativas, especialmente para empresas que oferecem os veículos como benefício a executivos. “Esse ano venderemos 1 mil unidades nesse segmento, que cresce a cada ano. Estamos ampliando também os negócios para vendas a órgãos diplomáticos e, agora com a fábrica em operação completa, entraremos nas vendas para portadores de deficiências físicas.”
A busca por novos negócios terá importante ação no sábado, 15, e domingo, 16: a Fazenda Capuava, em Indaiatuba, SP, sediará a etapa paulista do BMW Ultimate Experience, evento que reúne clientes atuais e potenciais. São esperadas mais de 800 pessoas, com previsão de cerca de seiscentos test-drives em diversos modelos do portfólio. A ideia, segundo o diretor, é tornar o evento anual.
Em 2015 o encontro já passou por Londrina, PR, Belo Horizonte, MG, e depois será organizado em Recife, PE, Fortaleza, CE, Salvador, BA, Brasília, DF, Goiânia, GO, Rio de Janeiro, RJ, e Porto Alegre, RS.
De forma pioneira a Jac Motors, representada no Brasil pelo Grupo SHC, do empresário Sergio Habib, apresentou recentemente uma novidade em suas atividades de comunicação corporativa: oferecer carros com alta quilometragem – por volta de 90 mil a 100 mil km – e dois ou três anos de uso para avaliação pela imprensa especializada em veículos.
A dinâmica da renovação da linha de produtos é bem conhecida no mundo das empresas que proveem tecnologia, movidas na maior parte das vezes pela inovação. Notadamente a Apple tem se destacado, desde sempre, como uma empresa inquieta no lançamento de novos produtos. O iPhone 6, por exemplo, cujo lançamento se deu no fim do ano passado, deve ceder lugar ao iPhone 7 ainda em 2015. A indústria da moda, como sabemos, renova as coleções anualmente trazendo novos cortes e estampas. Aqui a renovação do portfolio de produtos é parte do jogo. Nas empresas que desenvolvem bens duráveis a renovação da linha de produtos é mais complicada.
Em reunião realizada com o titular do MDIC, o ministro Armando Monteiro, há algumas semanas em Brasília, DF, a Abeifa levou como principal pleito a revisão nas atuais cotas de importação do Inovar-Auto. Definidas em 2012, preveem teto máximo de 4,8 mil unidades ao ano, calculada pela média do volume importado de 2009 a 2011. Para as empresas de menor volume que não atingiram o teto, tais como Porsche, Ferrari e outras, vale a média. O que for importado acima disso recolhe o IPI majorado com alíquota de 35%, além do Imposto de Importação.