A assinatura, do jornalista Fernando Campos, emoldura e dá a qualidade e a oportunidade para Esportes a Motor em Goiás: 60 Anos de Histórias, um raríssimo esforço regional de resgate do passado pioneiro do esporte a motor, particularmente o automobilismo, o motociclismo e o kart e, mais recentemente, a Fórmula Truck. Era uma época em que Osvaldo Relojoeiro, personagem e piloto goiano, aparecia nas fotos sempre com os óculos de corrida sobre a testa. Dizem que não perdia uma – nenhuma oportunidade de estar presente –, desde os tempos em que corrida na cidade, mesmo, era de bicicleta.
Em Goiás aceita-se que tudo começou mais oficialmente em 1954, quando Adercílio Pires recebeu um dos troféus de vencedor de bateria – sob os olhos de Osvaldo Relojoeiro – numa corrida de motos que teve Harley, Husqvarna, Matcheless, BSA, Royal Enfield, Jawa e CZ.
A foto que registrou a consagração de Pires é singela testemunha de como as coisas aconteciam: à moda churchulliana do sangue, suor e lágrimas, com muito macacão de mecânico de algodão e botina campeira. Os óculos de corrida, do qual Osvaldo Relojoeiro era detentor de um, parece ser o maior luxo da época.
E que ele não exibiu na foto do, digamos, pódio dos vencedores na categoria de 150 cm3 de cilindrada, formado por ele, Eurípides Cafuçu e Nicola Limongi. Era 24 de outubro, ano 1954, resultado de uma das baterias comemorativas de mais um aniversário da cidade.
“Em 1955 as corridas voltaram, já com a configuração e o circuito que as tornaria famosas e tradicionais: largada em frente à Brasseria, um bar de luxo que ficava em frente ao Banco Agropecuário, abaixo do edifício sede do O Popular, subia pela avenida Goiás até a praça Cívica onde contornava um obelisco, […] e rumava em direção à rua 10. Pouco à frente da catedral a pista fazia um retorno de 180o para descer a rua 20 até a avenida Anhanguera onde contornava à esquerda a estátua do bandeirante […]. E fechava a volta em frente à Brasseria.”
E quem participava? Era gente que gostava de rodas e de motor, de velocidade e de desafios, como Zé Dentinho, Zé Maria, Gugu, Japonês, Mascate e Azeitona. Claro: havia também aqueles identificados por prenome e nome da família, mas importante mesmo era Ademar Luiz Ferreira, dono de concessionária de lambretas no bairro de Campinas, a Casa Oriente, que promovia competições para atrair freguesia – corrida até com bicicletinha motorizada, a Gulivette…
A obra assinada por Fernando Campos tem como seu Fustel de Coulanges a reconstrução, modernização e reinauguração, em 2014, do Autódromo Internacional de Goiânia, o Ayrton Senna – um antiquíssimo requerimento do pessoal ligado às pistas local. Tornou-se pista de primeiríssimo mundo.
Mas como é que as coisas aconteciam lá nos tempos de guerra inglesa, nos tempos de Osvaldo Relojoeiro, Dentinho, Azeitona e Eurípides Cafuçu?. A descrição consta da obra de Fernando Campos:
“Os pilotos contam, Neuder Motta é testemunha, que os concorrentes em velocidade plena olhavam em frente e viam a pista totalmente tomada por espectadores que, ao se aproximarem, as motos, se afastavam, bem no momento. Dezenas de metros adiante, repeteco, o povo ajuntava para ver as máquinas ao longe, fechava a pista e a abria segundos antes da passagem!”.
Fernando Campos também conta, em capítulo próprio, a saga do kartismo em Goiás, a presença dos Mini dos Fittipaldi e dos FBM dos Giaffone, as corridas de rua realizadas na praça Tiradentes e em Inhumas, com largada defronte ao Salão Rex, uma barbearia. E no Centro Cívico, diante do Palácio das Esmeraldas, o do governo.
Vêm daí duelos históricos, sempre de goianos com brasilienses, do qual o mais famoso juntava, na pista, o kart laranja, número 17, de Alex Dias Ribeiro, e o também laranja, 18, de Nélson Piquet.
O autor recorda que o primeiro circuito fixo do Estado, predecessor do autódromo, foi uma iniciativa de motociclistas, por meio do Moto Clube de Goiânia. Era uma área de 3 alqueires, às margens de estrada e perto de Guapó – desestimulada, porém, a rapaziada transferiu a posse da propriedade. Depois de anos de opções desperdiçadas as atenções se fixaram, afinal, em área da fazenda Gameleira, de localização e topografia privilegiadas. E o Autódromo Internacional de Goiânia foi inaugurado en 27 de julho de 1974.
QUEM É – O jornalista Fernando Campos nasceu em Coimbra, Portugal, em 1940, e acompanhou a família em sua fuga para o Brasil, em 1953 – fuga da ditadura salazarista e da PIDE. A família estabeleceu-se em São Paulo, mas, afinal, escolheu Goiânia, e em 1961 Fernando, que já trabalhava no Diário de S. Paulo, sob pressão da mãe, dona Fernanda, juntou-se a ela.
Dois anos depois, integrado ao processo de popularização do kart em Goiânia, começou a escrever suas primeiras notas e reportagens no diároio O Popular, uma coluna chamada AutoMotoKart. Que ao longo do tempo, em 1978, ganhou o éter por meio da rádio Araguaia FM com o nome de Rodas&Motores – em 1985 o programa chegou à televisão e se mantém no ar há 30 anos, hoje pela NET e pela TV Capital. E pela rádio Terra FM.
Serviço
• Esportes a Motor em Goiás: 60 Anos de História, edição bilíngue, 30,5 cm x 26,5 cm, capa dura, 2015;
• textos e seleção de fotos de Fernando Campos, tradução de Jorge Meditsch;
• projeto gráfico da Visualmente Falando, designer gráfico e ilustrador Wiliam Fernando, CTP, impressão e acabamento Editora Poligráfrica,
• realização da Artec Construtora, edição institucional.

Em visita de uma semana ao Brasil o diretor mundial de programa de veículos elétricos da Renault, Eric Feunteun, pretende fazer contatos com empresas locais para incentivar o uso desse tipo de produto no País.

Foram feitos investimentos em marketing, com uma campanha publicitária 100% desenvolvida e filmada no Brasil, em pessoas, com a ampliação do número de trabalhadores, e na rede. “Fechamos o ano passado com nove pontos de venda. Já inauguramos um em 2015, em Florianópolis, e abriremos mais três até o fim do ano. Em 2016 chegaremos a vinte lojas.”
O parque de veículos em circulação no Brasil apresenta características que geram excelentes oportunidades de negócio no segmento de reposição de peças, o aftermarket. Observo, por outro lado, que lamentavelmente nem todos os fabricantes de autopeças estão preparados, estruturados, para participar efetivamente nesse segmento de mercado. É preciso, de fato, organizar o modelo de negócios para que se possa jogar o jogo com sucesso.