Nos Estados Unidos crescem vendas e lucros

O mercado de veículos leves dos Estados Unidos registrou o melhor primeiro semestre da última década, com 8,5 milhões de unidades comercializadas e 4,4% de crescimento com relação aos primeiros seis meses do ano passado.

Os preços baixos da gasolina, crescimento do emprego e crédito favorável são citados como os fatores da bonança do mercado estadunidense. Em junho as vendas avançaram 3,9%, para 1 milhão 476 mil unidades.

Analistas estadunidenses projetam superar a marca de 17 milhões de veículos vendidos no ano, algo que não ocorre desde 2001 – e só ocorreu por duas vezes. Nos últimos doze meses o índice já foi batido: de julho de 2014 a junho deste ano foram 17,2 milhões de unidades comercializadas naquele país.

“As pessoas se sentem bem com relação aos seus empregos e a direção que a economia como um todo está tomando”, afirmou Kurt McNeil, vice-presidente de vendas da General Motors à publicação local Automotive News.

Assim como a demanda, cresce o tíquete médio e os lucros. A média de preço dos veículos vendidos chegou a US$ 33,3 mil no mês passado, valor 2,5% superior ao de junho de 2014, de acordo com a consultoria Kelley Blue Book.

Dentre as montadoras com grande volume de vendas destacam-se o crescimento da Fiat Chrysler, 6%, Toyota, 5,6% e Nissan, com vendas 4,5% maiores no semestre.

A General Motors lidera o mercado local, com 1,5 milhão de veículos vendidos de janeiro a junho. A Ford vem em seguida, com 1 milhão 288 mil unidades comercializadas, seguida por Toyota, com 1 milhão 231 mil veículos, e FCA, com 1 milhão 88 mil unidades – em todos os casos estão somadas todas as marcas de cada companhia.

Nem Von Zeppelin imaginaria

A ZF comemorará seu primeiro centenário no dia 9 de setembro, mas este é apenas um dos motivos para que uma semana depois, no Salão do Automóvel de Frankfurt, Alemanha, o estande da empresa tenha mais lustro do que de costume ao longo de tantas edições. Na verdade, a gigantesca mostra alemã será palco do que se pode chamar de primeira grande apresentação do agora terceiro maior conglomerado de componentes, sistemas e tecnologias do setor automotivo: o Grupo ZF, desde maio, oficialmente, acrescido da TRW, após aprovada a aquisição pelas autoridades antitruste.

Mais do que um ou outro produto, a ZF jogará seus holofotes para o fato de ter dobrado de tamanho com a aquisição da TRW e, melhor, com muito pouca, para não dizer nenhuma, sobreposição de linha de produtos e de mercados. Alguns números de 2014 somados ajudam a traduzir essa nova condição: são 230 fábricas, 134 mil empregados – 6,4 mil deles na América do Sul, base de nove fábricas –, presença em quarenta países e faturamento de € 30 bilhões. Somente a produção de transmissões 8HP bateu na casa de 2,6 milhões de unidades, enquanto a de air bags esbarrou em 59 milhões.

A integração completa dos dois grupos originais cumprirá ainda várias etapas, respeitando a cultura e adotando as melhores práticas de cada um deles, como afirmam ambos reiteradamente. Por isso, calculam seus executivos, o processo todo demandará de quatro a cinco anos.

Mas, na prática, diversas equipes já atuam conjuntamente e de forma intensiva, como fizeram questão de comprovar na quarta-feira, 1º. de julho, em Potsdam, localidade vizinha à capital Berlim e famosa por sediar o congresso que definiu, dentre outros aspectos, a nova ordem pós-Segunda Guerra Mundial.

Já a nova ordem pós-aquisição do Grupo ZF esteve naquele dia em campo de provas a alguns quilômetros da agora pacata Potsdam para ser exibida à imprensa mundial – dinamicamente inclusive. Esteve em pelo menos duas dezenas de automóveis convencionais, elétricos e híbridos, representado por alguns dos vários produtos já em linha e, mais importante, projetos que apenas aguardam a demanda dos clientes – leia-se fabricantes de veículos – e que dão alguma luz sobre o futuro do conglomerado.

Tirando o motor, quase nada escapará da competência a que se propõe a ZF de agora em diante tanto para veículos comerciais, agrícolas e de construção, como automóveis e comerciais leves. Além das transmissões e air bags, há sistemas de direção, vários conteúdos do cockpit, sistemas ativos e passivos de segurança, detecção de obstáculos, condução autônoma e semi, componentes estruturais de suspensão, eixos – e segue uma longa lista.

O novo portfólio de produtos e tecnologias, em especial no caso dos automóveis, unifica os sistemas de transmissão e tecnologia de chassis com os de segurança ativa e passiva. A ZF, diz a empresa, “passa a fornecer praticamente todos os componentes necessários para a condução totalmente automatizada – das transmissões automáticas e acionamentos de eixos passando pelos sistemas ativos de chassis, até os sistemas de assistência ao motorista, com abrangência de sistemas de câmeras e radares e sistemas de controle do veículo”.

Traduzindo: a ZF se prepara para participar como uma das protagonistas de um segmento que deve puxar o desenvolvimento dos veículos nas próximas décadas. “A fusão de nossas capacidades de pesquisa e desenvolvimento nos permitirá criar tecnologias inovadoras para o futuro”, alertou Stefan Sommer, CEO da ZF, quando da conclusão do processo de aquisição iniciado no ano passado.

Uma pílula do que essa integração de conhecimentos e tecnologias pode representar na prática é o conceito Veículo Urbano Inteligente, exibido em Potsdam e que será destaque em Frankurt. Dentre as muitas soluções, estão os eixos: o traseiro esterça eletricamente e possibilita redefinir o layout básico do veículo. Em conjunto com o dianteiro, cujo ângulo de esterçamento é de incríveis 75 graus, permite manobras em espaço diminuto. Para um retorno de 180 graus não é necessária mais do que uma pista estreita.

Para o homem adulto que queira voltar a seus tempos de pixote e conduzir um carrinho de controle remoto, o conceito da ZF conta ainda com o Smart Parking Assist, dispositivo que coloca o veículo em praticamente qualquer vaga, mesmo as perpendiculares, e que, a depender da vontade do condutor, é controlado por meio de dispositivos portáteis como relógio inteligente, smartphones e tablets a até cerca de 10 metros de distância.

Outra dose de futuro inovador próximo do carro-conceito é o PreVision Cloud Assist. O sistema se vale de informações armazenadas em uma nuvem para aumentar a eficiência e segurança da condução em um determinado trecho. O carro ‘sabe’ quais as ideais velocidades, torque, aceleração lateral e longitudinal de cada trajeto percorrido e as ajusta de forma a evitar o uso dos freios, por exemplo.

Todas as informações são passadas em painel montado no campo de visão do motorista, que ainda mantém contato direto com o carro por meio do volante, cuja superfície incorpora um sensor de toque, que reconhece se o motorista está segurando o volante. Um computador instalado no sistema de direção identifica sinais digitais e transmite o que acontece ao veículo, que, dependendo do quadro, apenas alerta o motorista ou aciona os sistemas de assistência.

A festa em Frankfurt, assim, será grande, apenas não maior do que em Friedrichshafen, cidade onde há cem anos nasceu a ZF sob a inspiração do Conde Graf Von Zeppelin, que mesmo suficientemente visionário para se aventurar com seus enormes dirigíveis dificilmente imaginaria o futuro que hoje se apresenta.

Metalúrgicos rejeitam proposta de reduzir jornada e salários na Mercedes-Benz

Caso venha a ser efetivamente colocado em prática o PPE, Programa de Proteção ao Emprego, em gestação nos corredores do governo federal com apoio pela Anfavea e de alguns sindicatos de metalúrgicos, passou longe do teste de popularidade a que foi submetido na quinta-feira, 2.

Diante da demora na divulgação do plano pelo governo, a Mercedes-Benz e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negociaram uma espécie de PPE próprio. A base do acordo previa redução de jornada de 20% com diminuição de 10% dos salários, termos similares aos previstos no PPE federal. O plano foi submetido a voto dos metalúrgicos dos três turnos da montadora na quinta-feira, 2, e o resultado saiu na sexta-feira, 3: rejeição por “ampla maioria”, segundo o sindicato, que não revelou números mais pormenorizados da votação.

Para Sérgio Nobre, diretor do Sindicato, em nota, “a negociação foi dificultada pela incerteza em relação à continuidade da queda na produção, a decisão da matriz de não carregar o custo sozinha e a recusa da empresa em discutir a situação dos acampados. O Sindicato entendeu que a proposta foi construída com muita responsabilidade. O voto em urna é para que cada trabalhador vote pela sua própria consciência”.

No fim de maio a Mercedes-Benz demitiu quinhentos funcionários, sendo que duzentos aderiram a PDV na data em que seriam cortados da empresa. Como protesto foi montado um acampamento em praça pública, próximo à entrada da montadora em São Bernardo do Campo, SP, que permanecia ativo até a sexta-feira, 3.

O Sindicato era claramente a favor do acordo. Para Aroaldo Oliveira da Silva, VP do Sindicato, “medidas como o layoff não tem sido suficientes para administrar o excedente” – que a montadora calcula em dois mil funcionários, mesmo com as quinhentas demissões já efetivadas. “A solução seria a retomada da produção e a previsão é que, se ocorrer, a melhora seja a partir de julho de 2016. O desafio é atravessar esse período sem demissões.”

A proposta rejeitada pelos metalúrgicos previa redução da jornada de trabalho em 20% de julho de 2015 a junho de 2016 com redução de 10% do salário para todos os trabalhadores da unidade do ABCD. Também estava previsto que caso o governo anunciasse a criação do PPE após a aprovação do acordo a montadora adotaria o sistema em lugar dos termos selados internamente. Ao final dos 12 meses seria feita recomposição integral dos salários, além da aplicação de 50% do INPC como reajuste em maio de 2016 – haveria ainda congelamento da evolução salarial até 2016.

Em contrapartida haveria estabilidade de todos os trabalhadores por um ano, de 1º. de agosto de 2015 a 30 de julho de 2016, e abertura de um novo PDV, destinado aos trabalhadores estáveis e aposentados. A quantidade de adesões a este Programa de Demissão Voluntária determinaria o número de trabalhadores recontratados pela empresa do total de trezentos demitidos em maio.

Após o resultado da votação o sindicato, em tom lacônico, informou apenas que “por enquanto não há nenhuma reunião marcada com a empresa”, acrescentando ainda que “os trabalhadores estão em banco de horas até o dia 10 de julho”.

De qualquer forma, o sindicato assegurou que “o que vale é vontade do trabalhador”.

Agrale: cronograma para nova fábrica no Espírito Santo está mantido.

Merecedor da Medalha do Mérito Farroupilha, a maior láurea concedida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Hugo Zattera é desde 2006 diretor-presidente da Agrale, além de vice-presidente da Anfavea na atual gestão. Em entrevista exclusiva concedida à Agência AutoData o executivo assegurou a manutenção do cronograma de obras da nova fábrica da montadora 100% nacional no Estado do Espírito Santo – prevista para entrar em operação em aproximadamente um ano –, mesmo diante do atual cenário do segmento de ônibus. Ele revelou ainda as estratégias comerciais para a nova geração do utilitário Marruá e mais. Confira.

 

Qual foi o investimento aplicado para a nova geração do utilitário Marruá?

A Agrale investe anualmente cerca de 3% do seu faturamento no desenvolvimento de novos produtos, mas no caso específico da família Marruá, novas versões e melhorias vêm sendo desenvolvidas normalmente ao longo dos últimos dez anos. Especificamente para o desenvolvimento dessa nova geração foram destinados, até agora, mais de R$ 15 milhões.

O desenvolvimento da nova geração do utilitário foi inteiramente nacional? Este processo levou quanto tempo?

O desenvolvimento foi totalmente feito no Brasil, com equipe própria, e apoiada por uma experiente empresa de engenharia de origem alemã. Os avanços apresentados nos novos modelos foram sendo desenvolvidos e testados especialmente nos últimos três anos.

 

Ainda com relação ao Marruá, notadamente a estratégia adotada pela Agrale para a geração anterior foi a de concentrar esforços nos frotistas, sejam civis ou militares, em detrimento do mercado de varejo, direção oposta àquela adotada pela Troller, por exemplo. Esta tendência deve continuar com a nova geração?

A Agrale entende que o Marruá, pelas suas características de robustez, durabilidade e utilização fora-de-estrada, tem uso voltado para aplicações severas, como eletrificação, mineração, construção, além do uso militar. A nova geração dos utilitários Marruá tem como grandes diferenciais em relação à geração anterior a tecnologia, o padrão de acabamento, a ergonomia, o conforto e a sofisticação, mas o veículo ainda privilegia a durabilidade, a robustez e o baixo custo de manutenção, além da facilidade de manutenção e operação.

 

Nem mesmo com o aumento da popularidade de SUVs compactos e consequentemente de modelos com aptidões de uso off-road este segmento de varejo não se mostra interessante para ser explorado pela Agrale com o novo modelo?

O veículo não pode ser comparado a um SUV, pois seu foco é estritamente de serviço.

 

Quanto ao mercado de caminhões e ônibus, como a Agrale está enfrentando a forte retração de mercado nestes segmentos? Algumas ações específicas estão sendo desenvolvidas?

A Agrale está procurando soluções para se adequar à baixa demanda, tanto em caminhões como em chassis para ônibus. A empresa está desenvolvendo opções para atender o seu cliente. Uma das ações foi o lançamento, no ano passado, de um linha de menor custo de aquisição, os caminhões 8700 S e 10000 S, que tiveram excelente resposta da rede de concessionários.

 

As grandes montadoras estão driblando as restrições da linha Finame PSI com financiamentos por seus próprios bancos, com condições mais vantajosas. E a Agrale, como está atuando dentro deste contexto?

Os produtos Agrale podem ser adquiridos pelas linhas do BNDES, mas a empresa não tem banco próprio, o que restringe um pouco as ações, mas possui parceria com bancos para oferecer as melhores condições para aquisição de seus produtos.

 

Como estão as encomendas para o programa federal Caminho da Escola neste 2015? Ele foi afetado pelo ajuste fiscal? Quantas unidades esse programa representou para a Agrale nos anos de 2013 e 2014?

Não há nada acontecendo hoje com relação ao Programa Caminho da Escola: a última licitação foi em janeiro de 2014 e deste total somente 40% foi fornecido das 4 mil unidades licitadas no ano passado. O corte no orçamento afetou diretamente o programa.

 

Como foi o encontro de negócios realizado pela Agrale no Espírito Santo? Haverá um parque de fornecedores dedicado na unidade?

O evento foi muito concorrido. O objetivo foi apresentar a empresa para potenciais fornecedores localizados principalmente no Estado do Espírito Santo, e eventualmente estados próximos, tais como Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que possam trazer competitividade em custo e em logística e novas tecnologias. Não está contemplado no projeto um parque dedicado a fornecedores.

 

O atual panorama do mercado de ônibus representará algum atraso no cronograma da nova fábrica no Espírito Santo?

Diretamente não, pois a unidade deverá entrar em operação no segundo semestre de 2016. Mas, por outro lado, somos fornecedores e um dos objetivos principais da unidade é atender o cliente Volare. Com a menor demanda e produção da Volare, também a nossa produção é reduzida. Além disso, a atual situação do mercado automobilístico e de transporte não permite que adiantemos nenhum programa e os investimentos são criteriosamente analisados antes de serem realizados.

Audi Q3 ganha nova versão de entrada na linha 2016

A Audi apresentou na quinta-feira, 2, sua nova oferta dos modelos 2016 da linha Q3. Além de algumas alterações estéticas, inclusão de novos equipamentos e motores 2.0 TSFI mais potentes, a maior novidade é a introdução de uma opção com motor 1.4 TSFI de 150 cv. Com isso o portfólio do utilitário esportivo passa a ter cinco versões de acabamento a partir de três motores.

“Adequamos a gama do carro ao comportamento do mercado de SUVs compactos”, observa Gerold Pillekamp, gerente da marketing da fabricante. “É um veículo de entrada, em versão bem urbana. Se o Q3 não estava no radar de muitos consumidores, agora está.”

O Q3 equipado com motor 1.4, disponível somente com tração traseira e câmbio automático S-tronic de 6 marchas, chegou embalado em duas versões de acabamento: a Attraction, por R$ 127,2 mil, e Ambiente, por R$ 144,2 mil. Ambas – e não poderia ser diferente apesar de estarem na base da linha – trazem ampla lista de equipamentos de série e recursos de conforto e segurança, tais como sensores de chuva e luz, faróis bixeon com leds, sensor de estacionamento e volante multifuncional com borboletas para mudança de marcha. A opção acima vem ainda com abertura do porta-malas com acionamento elétrico, teto solar e ar-condicionado automático.

“Faz parte da estratégia expandir o portfólio com outras versões para ser mais competitivo. E um dos pilares dessa estratégia é oferecer preço e produto”, acredita Pillekamp. “Preço mais competitivo permite atrair outros consumidores e competir em outras fatias do mercado. Mas o principal objetivo é preservar encantamento do cliente e não deixar de ser premium.”

O restante da linha, equipada com motor 2.0 TSFI de 180 cv ou 220 cv – antes 170 cv e 211 cv, respectivamente –, foi equacionada a partir das versões Attraction, por R$ 145,2 mil, Ambiente, por R$ 165,2 mil, e Ambition, a R$ 190,2 mil. Todas dotadas com o sistema quattro e câmbio S-tronic de 7 marchas. Nesta faixa da gama, a fabricante dispôs de conveniências como ajustes elétricos dos bancos, sistema de som com até dez alto-falantes, Audi Drive Select, recurso que seleciona modos de direção, do mais econômico ao mais esportivo, e função Auto Hold, que permite ao motorista tirar o pé do freio nas paradas de trânsito.

Além das novidades mecânicas o Q3 também ganhou algumas interferências visuais como nova grade dianteira, escolhida para estar presente em toda a família Q, e novo desenho do para-choque e nos faróis.

A nova linha 2016 do Q3, porém, bem mais importante que as alterações estéticas, lança alguma luz no futuro breve do modelo. O utilitário esportivo foi escolhido para ser o próximo veículo produzido pela Audi no País a partir do primeiro semestre do ano que vem, depois do A3 Sedan, programado para setembro. O gerente de marketing da empresa não confirma, mas também não nega a escolha da configuração. “Ainda é um pouco distante para falar da produção do Q3, mas há possibilidade de ser tanto o 1.4 quanto o 2.0. Os dois motores podem ser feitos aqui.”

O utilitário esportivo compacto da Audi é peça-chave da empresa no País. Segundo considerações de Pillekamp, o Q3 foi o SUV de luxo mais emplacado no País no primeiro semestre do ano. Baseado nos números da Fenabrave, foram quase 2,1 mil unidades licenciadas no acumulado até junho.

No ano passado, ainda de acordo com a federação das distribuidoras, o Q3 encerrou o período com 3 mil 764 unidades vendidas, 1,28% de todo o mercado de SUVs. Pelas contas da Audi, no entanto, como apresentou o gerente de marketing, as vendas do Q3 saltaram 437% em dois anos, representando fatia de 23,3% da categoria de SUVs de luxo, contabilizado em pouco mais de 13 mil unidades.

Pillekamp prefere não destacar um número para as estimativas de venda da nova gama do Q3, “mesmo porque temos um portfólio novo”. Ele acredita, porém, que a partir de agora 60% das vendas do Q3 serão das versões equipadas com motor 1.4.

Palio e HB20, a nova dupla de ouro do mercado nacional

O Fiat Palio e o Hyundai HB20 estão se configurando como a dupla de vendas mais forte do mercado brasileiro. Em junho, e pelo segundo mês seguido, os modelos representaram, pela ordem, o campeão e o vice-campeão de vendas.

O Palio teve um mês relativamente tranquilo e com 10,6 mil emplacamentos cravou a vitória pela quinta vez em seis meses – perdeu só em março, para a Strada. E o HB20 repetiu o feito de maio e assegurou a segunda posição com 9,1 mil. O Onix fechou o pódio com 8,9 mil, tomando lugar que fora do Ka em maio, deixando a Strada, 8,7 mil, e o Gol, com 7,3 mil, a completar os cinco primeiros.

Três modelos podem comemorar junho: Sandero, Corolla e HR-V. O Renault por assegurar retorno ao top-10, do qual já estava quase desacostumado, em oitavo; o Toyota por além de também estar no top-10, em nono, é nada menos do que o sedã mais vendido do País, à frente inclusive dos modelos compactos, como Siena, Prisma ou Voyage. E o Honda por mais uma vez um excelente desempenho, 12º. no mês com 5,2 mil unidades vendidas.

Em compensação junho não trará boas recordações para Ka, Up! e EcoSport. O hatch compacto Ford caiu do último degrau do pódio em maio para a sétima colocação no mês passado, enquanto o VW foi somente o 17º. depois de flertar com o top-10 no primeiro trimestre. Por sua vez o SUV Ford tem na 26ª. posição o menor dos seus problemas: em junho perdeu para praticamente toda a concorrência direta – além do HR-V, viu o Duster em 18º. e o Renegade em 22º. Foi só melhor que o Peugeot 2008, que com apenas pouco mais de setecentos emplacamentos ficou bem longe dos 50 mais vendidos.

Conforme antecipou a Agência AutoData há duas semanas (noticias/21181/hr-v-pode-assumir-a-lideranca-dos-suvs-compactos-no-mes-que-vem) é certo que o HR-V assumirá a liderança em vendas dos SUVs compactos em julho. Até o fechamento de junho apenas pouco menos de trezentos emplacamentos o separa do EcoSport e neste momento não há nada que o Ford possa fazer para reverter a tendência, que é muito forte – em junho o Honda já passou o Duster e assumiu a vice-colocação desta faixa.

A certeza dos executivos da Jeep de que o segmento será dominado pelo Renegade ao fim deste ano se torna cada vez mais improvável: o modelo já acumula desvantagem de 11,6 mil unidades para o ainda líder EcoSport, que agora precisa ser descontada em seis meses – em junho a novidade produzida em Goiana, PE, registrou pouco mais de três mil licenciamentos.

Fenabrave revê projeções e agora estima queda de 24%

Encerrado o primeiro semestre com queda de 20,7% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, comparado com os primeiros seis meses do ano passado, a Fenabrave refez suas projeções de licenciamentos para 2015 – pela terceira vez.

Agora a associação estima redução de 23,9% nos emplacamentos do ano, para 2 milhões 663 mil unidades. São 835,2 mil veículos abaixo do volume comercializado em 2014, quando os brasileiros consumiram 3,5 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus.

Na primeira projeção divulgada pela Fenabrave, em janeiro, a expectativa era de leve redução nas vendas, 0,5%. Em março o presidente Alarico Assumpção Jr. revelou estimativa de 10% de retração no mercado, revista para 19% em maio.

Os números divulgados pelo presidente da associação na quinta-feira, 2, apontam que o segundo semestre será só um pouco melhor do que o primeiro. De janeiro a junho foram licenciadas 1 milhão 318 mil unidades no mercado brasileiro e, caso as projeções da Fenabrave sejam comprovadas, de julho a dezembro serão licenciados 1 milhão 344 mil unidades. Desta forma, o mercado cresceria apenas 2% na segunda metade do ano ante a primeira.

Por segmento a queda mais forte será em caminhões: a Fenabrave estima vendas 45% inferiores às do ano passado, com apenas 75,4 mil licenciamentos. Em chassis de ônibus a expectativa é de redução em 24% das vendas, para 24,3 mil unidades, e em automóveis e comerciais leves a retração chegaria a 23%, com pouco mais de 2,5 milhões de veículos.

Inflação alta, taxas de juros e desemprego em crescimento, redução do poder de compra, restrição de crédito e endividamento das famílias foram citados como razões para a queda nas vendas de veículos leves, acrescidas de volumes mínimos de transporte de carga e antecipação de compras para a queda do segmento pesado.

“Mas a pior questão é a confiança do consumidor e do empresário. Ela vai além de todos os fatores, políticos ou econômicos”, avaliou Assumpção Jr.

Semestre – As 1 milhão 318 mil unidades emplacadas de janeiro a junho representam o pior volume para o primeiro semestre da indústria desde 2007.

Deste total 1 milhão 270 mil licenciamentos foram de automóveis e comerciais leves, queda de 19,8% com relação ao primeiro semestre do ano passado. Em junho as vendas do segmento alcançaram 204,6 mil unidades, 18,4% abaixo do mesmo mês de 2014 e 0,2% inferiores a maio, em estabilidade.

O mercado de caminhões caiu 42,1% no semestre, para 37,4 mil unidades. Em junho foram comercializadas 6,2 mil unidades, 41,4% abaixo de igual mês do ano passado mas 3,1% acima de maio.

Em chassis de ônibus a queda acumulada chegou a 25,1%, para 11,7 mil unidades. No mês passado foram licenciadas 1,7 mil novidades, estável com relação a maio e 27,2% abaixo de junho de 2014.

O segmento de motocicletas registrou desempenho 10,6% inferior ao dos primeiros seis meses de 2014, com 641,8 mil unidades emplacadas. Em junho foram 101,1 mil licenciamentos, queda de 2,6% com relação ao mesmo mês do ano passado e de 4,2% na comparação com maio.

O desempenho do semestre provocou o corte de cerca de 12 mil postos de trabalho no setor de distribuição, de acordo com Assumpção Jr:. “Foram fechadas 492 concessionárias, mas abriram outras 250. O déficit no ano, portanto, chega a 242 pontos de vendas”.

Segundo o presidente da Fenabrave o Brasil possui atualmente 7,9 mil concessionárias que empregam 410 mil trabalhadores – mas o dirigente estima que haverá redução ainda maior no tamanho da rede. “Nessa toada poderemos fechar o ano com 400 pontos de vendas de déficit, cerca de 5% do tamanho da rede. E o número de demissões poderá chegar a 20 mil.”

Michelin produz nova linha Agilis em Itatiaia

A Michelin lançou na quinta-feira, 2, a linha Agilis, destinada ao segmento de furgões e vans. A unidade industrial de Itatiaia, RJ, será responsável por 80% da produção dos pneus Agilis para abastecimento do mercado brasileiro e demais países da América do Sul. O restante virá de fábricas europeias, revela Anoildo Mattos, gerente de marketing para pneus de passeio e caminhonete da Michelin América do Sul:

“Com essa nova linha seguimos em frente com nosso propósito de ocupar em 100% a capacidade instalada de 20 mil toneladas/ano na fábrica do Interior fluminense, inaugurada em 2012”.

Sem revelar números específicos da nova linha, seja de produção ou de perspectiva de vendas, o executivo limitou-se a dizer que a empresa quer ampliar sua participação de mercado na reposição, à qual destinam-se os pneus da nova linha. O preço sugerido na opção 15 polegadas é de R$ 500.

“Grande parte das capitais brasileiras apresenta algum tipo de restrição ao trânsito de veículos de carga e, com isso, as vendas de comerciais leves têm perspectiva de crescimento anual na faixa de 5% nos próximos cinco anos”, comentou Mattos, citando dados da consultoria Global Insight.

Os novos pneus, segundo o gerente, visam justamente atender aos profissionais que têm no veículo o seu instrumento de trabalho e, por isso, precisam de produtos que ofereçam melhor relação custo-benefício. De acordo com dados da Michelin os pneus Agilis propiciam economia de 2% em consumo de combustível com relação à concorrência, têm durabilidade 40% superior e distância de frenagem até sete metros menor em pisos molhados.

Os dados, segundo Mattos, foram obtidos a partir de testes feitos por dois institutos independentes da Alemanha, Tüd Süd AG e Dekra, que compararam os pneus Michelin com similares adquiridos no mercado brasileiro na dimensão 195/75 R16:

“Este desempenho superior se deve à tecnologia Compactread, uma combinação de uma escultura com mais borracha e um reforço pelos blocos, que minimiza possíveis deformações, aumentando a área de contato com o solo e maximizando a aderência”.

Semestre fecha em queda de 20,7%

O primeiro semestre de 2015 terminou em queda de 20,7% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, quando comparadas com os primeiros seis meses do ano passado. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData foram licenciados 1 milhão 219 mil veículos de janeiro a junho ante 1 milhão 663 mil unidades no mesmo período de 2014.

A queda se enquadra nas projeções da Anfavea para o ano. No mês passado a associação divulgou estimativa de retração de 20,6% no mercado este ano, para cerca de 2,8 milhões de unidades.

Uma notícia boa, em meio a tantas ruins, foi a redução de 0,2 ponto porcentual da queda com relação ao período de janeiro a maio. O mercado havia caído 20,9% nos primeiros cinco meses do ano. Antes, o quadrimestre havia fechado com queda de 19,2%, o trimestre com retração de 17%, o bimestre em baixa de 23,1% e em janeiro o mercado se retraiu 18,8%.

Junho, conforme antecipou a Agência AutoData, fechou com 212,5 mil licenciamentos, em linha com maio, que teve 212,7 mil unidades comercializadas. A diferença é que o mês passado teve um dia útil a mais, por isso a média caiu de 10,6 mil unidades/dia para 10,1 mil licenciamentos/dia. Porém se descontada a emenda do feriado de corpus christi – a sexta-feira, 5 de junho – a média retorna a 10,6 mil unidades/dia.

Na comparação com junho do ano passado o mercado registrou queda de 19,4%. No mês de 2014, que apresentou redução na demanda devido ao início da Copa do Mundo, foram licenciadas 263,6 mil unidades.

Os varejistas seguem reclamando de fortes volumes de emplacamentos realizados pelas montadoras por meio de vendas diretas. Segundo uma fonte do setor as vendas no varejo giraram ao redor da faixa de 120 mil automóveis e comerciais leves em junho – a fonte relatou casos de concessionárias que enfrentam queda de até 40% nas vendas mensais.

A fonte alertou ainda que os estoques continuam elevados e há forte possibilidade de extensão das férias coletivas das montadoras.

A Fiat liderou as vendas do mês, seguida por Volkswagen e General Motors – esta com participação de mercado bem abaixo da média em junho, de acordo com informações da fonte. Os dados oficiais serão divulgados pela Fenabrave na quinta-feira, 2, e os de produção e exportação a Anfavea divulgará na segunda-feira, 6.

Nissan em busca do legado olímpico

Começa no domingo, 5, a maior ação publicitária da Nissan desde sua chegada ao mercado brasileiro, em 2000, ainda como importadora. Usando como mote os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, dos quais é patrocinadora oficial, a montadora busca reforçar sua marca na cabeça do consumidor nacional, passo importante no seu plano de expansão por aqui.

Esforços e recursos não foram poupados para essa campanha, mesmo diante do cenário atual de retração nas vendas. Até porque a Nissan rema contra a maré: em junho sua participação de mercado saltou para 2,7%, ante 2,2% um ano antes, de acordo com as contas do vice-presidente de vendas e marketing da companhia, Ronaldo Znidarsis.

Segundo o executivo a Nissan já tem quase tudo: Frontier, March, Versa e Sentra bem colocados no mercado, com boa aceitação dos consumidores e mídia especializada, fábrica nova com níveis de qualidade superiores a similares na Europa e América do Norte, e ambição. Falta, porém, ser reconhecida pelo consumidor brasileiro.

Pesquisas indicam que há muitos consumidores que sequer sabem que a Nissan produz veículos no Brasil. O histórico dos serviços pós-venda da rede também não joga a favor da marca – mas Znidarsis garante que isso faz parte do passado: a cultura japonesa de qualidade foi incorporada à operação nacional.

O que a Nissan quer agora é chamar o brasileiro às suas lojas para testar e comprar seus modelos. A campanha, desenvolvida em parceria com a Lew’Lara/TBWA, vai nesse tom: com a assinatura Quem se Atreve Vai Além, pretende fazer com que os consumidores se atrevam a comprar um modelo da marca.

O primeiro de três vídeos vai ao ar no domingo, 5, no intervalo de um importante programa em horário nobre da emissora líder em audiência. Com sessenta segundos tem como estrelas principais sete dos 29 atletas e paratletas que a montadora patrocina – além, é claro, dos veículos. Um site na internet, o www.quemseatreve.com.br, trará outras informações, como extensões dos vídeos principais onde os atletas e paratletas contam as suas histórias.

As ações começam agora, um ano antes da competição, para aproveitar o fato de que a Nissan patrocina também o revezamento da tocha olímpica. Uma promoção será lançada para o evento, proporcionando a possibilidade de um consumidor ser um dos escolhidos a conduzir a tocha em determinado percurso.

Embora diga que seja elevado, Znidarsis não revela o valor do investimento na ação. “Nossa verba em marketing será em torno de 20% superior à do ano passado”, garante.

A torcida dos executivos é que o investimento seja pequeno diante do legado que os Jogos Olímpicos possam deixar para a marca no Brasil.