Rede trabalha ações para enfrentar encolhimento do mercado

Os números do mercado nacional de veículos estão aquém das estimativas mais modestas neste ano. A solução para enfrentar momentos como este é simples, entende Sérgio Reze, presidente da Assobrav, associação nacional dos distribuidores VW: “É preciso debater menos a economia e ir até o cliente. As montadoras têm que falar com a rede e a rede, por sua vez, com sua linha de frente. É hora de arregaçar as mangas”.

O dirigente foi um dos participantes de painel do Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, realizado pela AutoData Editora na segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, na Zona Sul de São Paulo. O encontro debateu tendências de vendas ao varejo e dele participaram ainda Ricardo de Oliveira Lima, vice-presidente da Fenabrave, e Ney Faustini, representante da Abrac, associação nacional dos concessionários de bandeira Chevrolet.

Para Reze a indústria automotiva não vive exatamente uma crise. “As vendas de novos são, sim, afetadas por uma crise, que é econômica e política. Minha empresa mesmo já trabalha com estimativas de volumes de novos menores. Mas as vendas de usados e pós-vendas são exemplos de segmentos que estão indo relativamente bem.”

O presidente da Assobrav ainda considerou que esta não é a primeira vez que o País enfrenta algum tipo de turbulência econômica – há inúmeros exemplos de outras ocorrências semelhantes na história. “Vivemos crises desde a morte de Getúlio Vargas, em 1954, depois nos tempos de Jânio Quadros e mais recentemente com Fernando Henrique Cardoso, que restringiu o crédito ao consumidor”.

Em relação à indústria, Reze comentou a perda das vendas ao mercado externo. Para ele “o País foi descuidado: exportávamos para Egito, Rússia, Alemanha, Estados Unidos. E esquecemos esses mercados”.

Lima, vice-presidente da Fenabrave, por sua vez acrescentou: “Reinvestimos cegamente, sem considerar que o Brasil vive ciclos. E atualmente a crise política se instalou na economia e, consequentemente, em diversos setores”.

Ainda assim, o porta-voz da associação que representa todos os distribuidores no País estimou melhor ânimo nos próximos meses: “Este ano prevemos melhora no segundo semestre, vez que o consumidor não tem mais o orçamento comprometido com IPVA, IPTU e matrícula escolar. Além disso há uma série de lançamentos no mercado”.

Faustini, da Abrac, destacou ainda que há 240 mil consumidores contemplados em consórcio. “A rede Chevrolet começou recentemente uma campanha neste sentido, que já movimenta mais as casas. Isso é positivo, pois embora estejamos na liderança [nas vendas a varejo], sofremos os efeitos da baixa econômica como todas as marcas.”

Para Faustini o mercado deve retomar o crescimento apenas em 2017. Mas salientou que “se tivermos boas notícias na economia, isso pode se antecipar. O mundo não acabou”.

Estoques devem cair em maio, calcula Anfavea

Os estoques de veículos leves deverão apresentar redução ao término de maio – em abril o volume total chegou a 367 mil unidades na soma dos pátios de montadoras e rede de distribuição, o equivalente a 50 dias de venda, um dia a mais que no fim de março.

A informação foi revelada por Antônio Megale, 1º. Vice-presidente da Anfavea, associação que representa as montadoras no País, na segunda-feira, 25, em palestra que abriu o Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, no Milenium Centro de Convenções, na Zona Sul da Capital Paulista.

O cenário de redução dos estoques neste mês, de acordo com o dirigente, se deve à somatória de dois fatores: “Houve férias coletivas em diversas montadoras em maio e os índices de venda estão se mostrando estáveis com relação a abril. A combinação destas realidades, assim, deverá representar uma redução no volume dos estoques”.

Por outro lado os índices de produção de maio deverão trazer uma “queda importante” no comparativo com abril – e também com maio do ano passado.

Para o VP da Anfavea o mercado automotivo brasileiro atravessa essencialmente uma crise de confiança. Ele deu exemplo utilizando o cenário das máquinas agrícolas: “Temos uma supersafra à frente e quando isso acontece o mercado de maquinário agrícola geralmente é alavancado em conjunto, mas não é o que temos visto este ano. Isso mostra que a questão é de confiança. Em conversas que tivemos recentemente com empresários do segmento isso ficou muito evidente”.

Megale entende que o momento atual gera “grande preocupação”, mas assegura que a melhor forma de atravessá-lo é “ficar atento, e não desesperado”.

O dirigente deu mostras de certeza de recuperação a partir do ano que vem e mostrou números que servem como base para justificar sua confiança. “Nos Estados Unidos o mercado caiu 36% e a produção 47% de 2007 para 2008 e atualmente os números ali são de plena evolução. No Japão, na mesma análise, a baixa foi de 14% e 32%, respectivamente, e agora o país está saindo da crise. Tudo indica que o mundo deverá partir rumo ao crescimento nos próximos anos e o Brasil deve se beneficiar com isso.”

Outro dado relevante, para Megale, é a relação habitante por veículo no País, ainda muito abaixo de mercados semelhantes como Argentina e México: 5,4 aqui para cerca de 3,3 nestes vizinhos latino-americanos. “Apenas para nos igualar a estes países nossa frota teria que crescer 50%, o que significaria um adicional de 20 milhões de veículos.” Esta elevação deve ocorrer em especial no Interior e nas cidades menores, acrescentou, vez que em São Paulo, por exemplo, o índice já é próximo ao Europeu, em 2 habitantes por veículo.

O representante da Anfavea se mostrou confiante ainda com uma reformulação das leis trabalhistas, com possível adoção do chamado PPE, Plano de Proteção ao Emprego, com regras mais flexíveis para redução de jornada e salários, em breve.

“O projeto está no Ministério da Fazenda, que está fazendo os cálculos, mas pelo que soubemos o PPE está evoluindo muito bem dentro do governo e pode ser anunciado nos próximos meses.”

Megale argumenta que o PPE é melhor que o quadro atual porque “o problema hoje é uma queda de 20%, mas pelas regras atuais não se consegue reduzir a produção neste nível. Quando se acionam sistemas como lay-off ou coletivas a parada é de 100%. No caso da indústria automotiva o PPE oferece uma visão melhor para a cadeia de autopeças, que é muito importante e não pode ser enfraquecida”.

Nos cálculos da Anfavea “no caso de um trabalhador que receba R$ 4 mil, como referência, em um lay-off o governo arca com R$ 1,4 mil, via FAT, enquanto que pelo PPE este valor cairia para cerca de R$ 480”.

Apenas de janeiro a maio a indústria automotiva brasileira, considerando apenas as fabricantes de veículos, cortou aproximadamente 3,5 mil postos de trabalho.

Reposição deve crescer 5% ao ano no País, estima Roland Berger

O setor de reposição tem horizonte otimista nos próximos anos no Brasil, com previsão de alta nos negócios de, em média, 5% ao ano.

A conclusão é de estudo realizado pela consultoria Roland Berger em parceria com Sindipeças, Sincopeças e Sindirepa, ao qual a Agência AutoData obteve acesso.

De acordo com a pesquisa apenas em 2015 os negócios no segmento deverão movimentar R$ 23 bilhões – R$ 19,5 bilhões em autopeças e R$ 3,5 bilhões em fluidos. Desse faturamento 55% serão concentrados no segmento de automóveis e 45% no de pesados.

Stephan Keese, consultor sócio da Roland Berger, atribui a projeção positiva à ampliação da frota circulante brasileira nos últimos anos e ao aumento do que chama de valor por veículo: “os modelos comercializados no País estão mais complexos, com maior tecnologia e mais eletrônica embarcada”.

Keese explica que para a confecção do estudo a consultoria ouviu os diversos elos da cadeia de reposição, incluindo profissionais das próprias montadoras e de fornecedores, distribuidores, varejistas, associações e oficinas. A conclusão é a de que o segmento da reposição automotiva oferece boas oportunidades de negócio a empresas que se estruturarem a esse mercado, mas deve-se levar em conta seu cenário bastante específico, analisa o consultor:

“Para muitas empresas a reposição é um negócio de segunda prioridade. Vemos hoje, com a queda da produção automotiva, que grandes fornecedores aplicam esforços na reposição para mitigar as perdas no OEM. No entanto esta trata-se, ainda, de uma ação pontual, de curto prazo”.

Desta forma as melhores chances de ganhos em rentabilidade na fatia da reposição, de acordo com Keese, dependem de estratégias de médio e longo prazo: “É preciso investir em processo logístico, entender a cadeia de distribuição e reduzir custos operacionais para, assim, conseguir uma boa margem de lucro”.

O consultor destaca a importância dos varejistas como clientes. “Há aqueles que compram direto da fábrica, além dos distribuidores que vendem diretamente para as oficinas. Cada região, e até mesmo cada peça, tem uma característica específica. Trata-se de um mercado bem diversificado.”

Brilliance revela plano para se instalar na Argentina

A chinesa Brilliance tem plano de construir fábrica na Argentina. A informação foi transmitida pelo executivo responsável pelas operações da montadora nas Américas do Sul e Central, Han Ren, à ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi, durante reunião em Buenos Aires nesta semana.

Se a intenção for adiante, esta seria a sétima unidade fabril da Brilliance fora da China – a empresa já possui plantas no Egito, Rússia e Irã, além de Filipinas, Malásia e Coréia do Norte, as três últimas de menor porte.

A Brilliance é empresa estatal, pertencente ao Estado chinês de Liaoning, e no país-sede conta com joint-venture com a BMW para produzir os modelos das Séries 1, 3 e 5. No Brasil é mais conhecida por sua divisão de veículos comerciais, a Jinbei, representada pela CN Auto que vende van nas versões passageiro e carga com o nome Topic.

Em comunicado a ministra argentina da indústria considerou que “é interesse do governo estudar a instalação de uma nova montadora no país”, mas deixou claro que o plano deve representar “um projeto produtivo integral, superior ao nível apenas de montadora, de modo a firmar compromissos de integração nacional crescente”.

Não foram pormenorizados os modelos que poderiam ser fabricados no País vizinho – além dos BMW a montadora tem somente linha de utilitários, com oferta de MPVs e vans. Para estes produtos conta com acordo de transferência de tecnologia com a Toyota e a Magna.

Além disso a empresa produz componentes em parceria com grandes sistemistas globais tais como Bosch, Continental, Delphi, TI Automotive e Johnson Controls.

Proibição de frisagem de pneus avança na Câmara

Avançou na Câmara dos Deputados o projeto de lei que proíbe a frisagem de pneus no país – a adulteração do pneu careca, com a criação de novos sulcos nos produtos usados a fim de ampliar sua vida útil. O texto do deputado catarinense Celso Maldaner foi aprovado na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.

Segundo a Agência Câmara o PL 7 308/14, o texto original sofreu alterações: a nova versão permite a frisagem, desde que em pneus cuja fabricação já prevê a ressulcagem. Segundo o autor do substitutivo, o deputado cearense Antônio Balhmann, alguns caminhões saem de fábrica com uma camada extra de borracha, já pensando na frisagem após o desgaste natural.

Esses pneus recebem uma identificação especial na lateral: Ressulcagem/Regroovable. A exceção aberta traz a ressalva de que a frisagem terá que ser feita “nos termos do manual de instruções do pneu”, sob pena de sanção.

A proposta tramita de forma conclusiva e agora será analisada nas comissões de Viação e Transportes, de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Guia da Indústria AutoData — Transmissões está no ar

Está disponível a partir da sexta-feira, 22, a nova edição do Guia da Indústria AutoData, desta vez dedicada ao segmento de transmissões de veículos comerciais.

Esta série de publicações especiais, ao longo do ano, formará um verdadeiro guia da indústria automotiva brasileira. Em versão exclusivamente criada para o meio digital, a nova publicação busca traçar um perfil de vários segmentos. Eletrônica, matérias-primas, autopeças, reposição e outras áreas terão espaço neste novo meio, que trará as tendências e perspectivas mais imediatas de cada um deles, o mercado inclusive, e que poderão servir de balizamento para decisões, negócios e parcerias – além de dados institucionais das empresas que os compõem.

As três primeiras publicações envolvem o powertrain de veículos comerciais: na sexta-feira, 15, a série estreou com tema motores a diesel. Esta segunda publicação, agora, aborda as transmissões, enquanto as suspensões para o segmento serão abordadas na próxima sexta-feira, 29.

Nesta edição, Eaton, Voith e ZF foram ouvidas. A publicação traz, além de reportagem dedicada ao segmento, que aposta fortemente nas caixas automáticas e automatizadas, o perfil completo de cada uma destas empresas.

Ao ampliar o espaço para informações acerca destas e tantas outras áreas a AutoData Editora, assim, amplia sua cobertura jornalística e a visibilidade de empresas, produtos, aplicações e serviços.

Para acessar o Guia da Indústria AutoData – Transmissões, basta acessar este link: arquivos/ad-mst/.

Para acessar o Guia da Indústria AutoData – Motores, basta acessar o link arquivos/ad-msp/.

Greve na Volvo prosseguirá ao menos até segunda-feira, 25

A greve dos metalúrgicos na fábrica da Volvo em Curitiba, PR, se manterá pelo menos até a segunda-feira, 25. A informação foi divulgada pelo SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Em comunicado, o sindicato também considerou que haverá assembleia para discutir o movimento no início da semana “apenas se houver proposta”. O SMC afirma que “até o momento nenhuma nova proposta foi apresentada ao sindicato, que continua à disposição para dialogar e acabar de vez com o impasse, contrapondo a intransigência da montadora”.

Na segunda-feira, 18, a montadora aceitou abrir um lay-off e um programa de PDV para seiscentos trabalhadores que seriam demitidos com o fim do segundo turno na unidade. Em assembleias realizadas naquele dia e na terça-feira, 19, os trabalhadores não-associados ao SMC, a maioria administrativos, aceitaram a proposta e retornaram ao trabalho. Os funcionários associados ao sindicato, entretanto, rejeitaram o acordo e mantiveram a paralisação, que já é a maior da história na unidade, fundada em 1979 – até então a maior greve durou 5 dias. Pelos cálculos do SMC, que considera somente os dias da semana, a paralisação chegou ao décimo-primeiro dia na sexta-feira, 22. Mas se computados os dias corridos seriam 15, e a segunda-feira, 25, representaria o décimo-oitavo dia.

O impasse agora se deve ao valor do adiantamento da PLR. O benefício no ano passado foi de R$ 30 mil e a Volvo oferecia R$ 15 mil, dada previsão de redução de 50% na produção, com R$ 5 mil de adiantamento. A fabricante reviu a oferta eliminando o teto de R$ 15 mil, prevendo elevar o valor caso os volumes fabris sejam maiores que a metade de 2014, mas manteve o valor do adiantamento enquanto o SMC pede R$ 9,5 mil – no ano passado o valor antecipado foi de R$ 19 mil.

No comunicado o SMC afirmou que “o valor apresentado pela Volvo contrasta e de certa forma até destoa com valores pagos em outras empresas do mesmo e até de menor porte de Curitiba e Região. Na Johnson Controls em São José dos Pinhais, por exemplo, os cerca de 150 trabalhadores garantiram R$ 8,1 mil de adiantamento e na Faurecia em Quatro Barras o valor conquistado pelos 750 companheiros foi de R$ 7,8 mil”.

O sindicato alega também que “a montadora suspendeu o pagamento do vale-mercado e do adiantamento salarial dos trabalhadores do chão de fábrica. Ambos deveriam ser pagos no dia 20”.

MERCEDES-BENZ – Já na fábrica da Mercedes-Benz do ABCD continuam as negociações em torno de possível demissão de 500 trabalhadores em lay-off, conforme anunciado pela fabricante, que agendou as dispensas para o dia 29. Encontro com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC está agendado para a segunda-feira, 25 – reunião na quarta-feira, 20, terminou sem conclusões.

Moisés Celerges, diretor do SMABC, em nota, foi taxativo: “Não vamos aceitar demissões”. Ele considera: “Reconhecemos que o setor atravessa um período de baixa, mas quando a produção estava em alta a Mercedes ganhou muito dinheiro. Além disso, esse problema não vai durar para sempre e a economia irá se recuperar, por isso estudamos alternativas”.

O diretor sindical acrescentou ainda: “Acreditamos que é possível construir um acordo e evitar o desligamento de parte dos trabalhadores, como a montadora está propondo, alegando ser excedente”.

GENERAL MOTORS – E na GM reunião da montadora com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul na sexta-feira, 22, terminou sem acordo. As conversas foram principalmente com relação ao destino de 819 metalúrgicos que estão em lay-off desde novembro e têm na agenda retorno para 9 de junho. Ao Diário do Grande ABC o presidente do sindicato, o Cidão, afirmou que “ainda não está garantida a volta deles. Estamos construindo um acordo que proteja o emprego deles por um tempo maior, e não somente até o fim do ano”.

Ainda de acordo com o sindicalista ao periódico, a montadora pretende lançar mão de férias coletivas por até 20 dias em junho, e o sindicato sugeriu adoção de licença remunerada – na primeira opção os dias parados são descontados das férias regulares e na segunda do banco de horas.

Desde a semana passada a montadora negocia com o sindicato também a adoção de um novo lay-off na unidade, para cerca de novecentos trabalhadores.

Audi x Volkswagen: clássico automotivo na Bundesliga.

A Bundesliga, primeira divisão do futebol alemão, oferecerá aos amantes da indústria automobilística um inusitado espetáculo na próxima temporada: um clássico reunindo os clubes das cidades-sede da Audi e da Volkswagen, patrocinadoras oficiais e donas de uma parcela das ações do FC Ingolstadt 04 e do VfL Wolfsburg, respectivamente.

O FC Ingolstadt 04 garantiu no domingo, 17, seu acesso à principal liga de futebol do país que detém o atual título da Copa do Mundo. Bateu por 2 a 1 o RB Leipzig em seu estádio, o Audi Sportpark, e conquistou pontuação suficiente para carimbar a participação na primeira divisão na próxima temporada.

Fundado em 2004, o clube originou-se da fusão do MTV Ingolstadt e do ESV Ingolstadt, dois times que dividiam a torcida da pequena cidade da Baviera, localizada a cerca de oitenta quilômetros da Capital Munique. Desde os primeiros passos a Audi se envolveu com o rubro-negro FC Ingolstadt, um dos mais jovens do futebol profissional alemão e do qual detém mais de 20% das ações, de acordo com informações de agências internacionais.

Curiosamente, o acesso veio com uma vitória sobre o time de outra empresa, a austríaca Red Bull, que mantém um clube de futebol em Leipzig, cidade da antiga porção oriental da Alemanha.

Já o VfL Wolfsburg disputa a primeira divisão alemã desde a temporada 1997-1998. Estampa o logo da VW em seu uniforme e disputa seus jogos na Volkswagen Arena, estádio fundado em 2002 na pequena cidade da Baixa Saxônia. A companhia detém 95% das ações do clube, segundo agências internacionais.

Em 2008-2009 o Wolfsburg sagrou-se campeão alemão com a ajuda de um brasileiro, o atacante Grafite, que fez fama nos gramados nacionais em clubes como Grêmio e São Paulo e foi o artilheiro da temporada, com 28 gols. O volante Josué, que defendeu São Paulo e seleção brasileira, era o capitão da esquadra, que tinha ainda o zagueiro Rodrigo Alvim e o atacante Caiuby, menos famosos brasileiros no elenco.

O clube ainda tem brasileiros em seu atual quadro de jogadores: os zagueiros Felipe Lopes e Naldo e o meio-campista Luiz Gustavo, que foi titular da seleção brasileira na Copa do Mundo do ano passado.

Diego e Marcelinho Paraíba são outros exemplos de jogadores locais famosos que vestiram a camisa verde e branca do clube alemão, que ocupa a segunda posição da temporada 2014-2015, embora sem chances de titulo: o Bayern de Munique já é o campeão antecipado.

Ambas as cidades possuem pouco mais de 100 mil habitantes, segundo a Wikipedia, e têm nas fábricas de automóvel sua principal atividade econômica. Um em cada quatro habitantes de Ingolstadt trabalham na Audi. Semelhante importância representa a VW em Wolfsburg, onde construiu a Autostadt, a cidade do automóvel do Grupo.

Quando entrarem em campo na próxima temporada – o que deverá ocorrer ainda em 2015, uma vez que o futebol europeu começa em agosto e termina em maio – os clubes de Audi e Volkswagen dividirão os corações dos executivos do Grupo Volkswagen, dono das duas marcas.

Corações que são divididos também pelos executivos da Audi, por enquanto vitoriosos em sua investida no futebol. Apesar de o Wolfsburg ter erguido a taça da Bundesliga uma vez, a Audi também detém cerca de 10% das ações do clube mais famoso da Baviera – e, por que não, da Alemanha –: o Bayern de Munique.

Metalúrgicos da GM SJC cruzarão os braços em 29 de maio

Os trabalhadores da fábrica da General Motors de São José dos Campos, SP, cruzarão os braços na sexta-feira, 29. Não se trata, porém, de nenhum protesto específico contra a montadora: os metalúrgicos decidiram aderir ao chamado Dia Nacional da Paralisação, série de manifestações organizada por centrais sindicais contra o projeto de lei da terceirização, as MPs 664 e 665 e o ajuste fiscal.

Em comunicado o presidente do sindicato dos metalúrgicos local, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que a intenção é “construir uma greve geral contra todos os ataques que o governo Dilma e o Congresso Nacional têm realizado à classe trabalhadora”.

Mas a GM não escapou incólume: na mesma assembleia os trabalhadores exigiram abertura de negociações sobre a PLR com a montadora. O pedido foi protocolado no início de abril e até agora não foi agendada nenhuma reunião – tradicionalmente a primeira parcela da participação nos lucros é paga em maio, após negociações das duas partes.

Segundo Barros os trabalhadores reivindicam primeira parcela superior à de 2014, R$ 9,5 mil, e fim das metas. “A GM está muito atrasada, há semanas enrola para marcar a primeira rodada de negociação. Se continuar assim, as máquinas vão parar.”

Outra medida aprovada em assembleia foi a proibição de horas extras na unidade enquanto houver trabalhadores em lay-off – atualmente são 798 os afastados.

O presidente do sindicato manifestou também seu apoio aos trabalhadores da Volvo de Curitiba, PR, em greve há dez dias, a maior paralisação da história da fábrica de caminhões. Na quarta-feira, 21, executivos da Volvo e sindicalistas locais sentaram-se à mesa durante a tarde para discutir novas propostas, mas até o começo da noite a reunião ainda não havia terminado.

Em São Bernardo do Campo, SP, Mercedes-Benz e sindicato não chegaram a acordo. A montadora pretende demitir quinhentos funcionários da fábrica de caminhões e chassis, parte do excedente de 1 mil 750 funcionários que a companhia alega ter na unidade. Segundo o jornal Diário do Grande ABC nova rodada de discussões foi agendada para a segunda-feira, 25.

Vendas de caminhões em maio devem empatar com abril

Sem recuperação, mas tampouco queda: assim segue o mercado de caminhões em maio. Até quarta-feira, 20, os emplacamentos acima de 3,5 toneladas somaram 3 mil 828 unidades segundo dados preliminares do Renavam obtidos com exclusividade pela Agência AutoData.

Com a média de 294 licenciamentos/dia, o mês deve fechar na casa dos 5,8 mil caminhões, empate técnico, portanto, com os 5 mil 782 vendidos em abril.

Um indicador, porém, pode remeter a dias melhores nos próximos meses: em abril a média de vendas foi de 289 caminhões/dia. Assim, há leve alta do índice diário em maio frente ao do mês passado.

Para Antônio Baltar, gerente de marketing e vendas da Ford Caminhões, o resultado pode ser considerado como uma conquista. “Depois das baixas do primeiro trimestre o mercado se mantém por dois meses seguidos. É difícil, ainda, dizer se batemos no fundo do poço e já estamos subindo, mas pessoalmente acredito que sim, que o pior já passou.”

O executivo afirma ainda que, mesmo com os baixos volumes registrados em abril e maio, é possível trabalhar de forma mais assertiva no planejamento da indústria e das redes: “Precisamos de previsibilidade, o que absolutamente não vinha ocorrendo. Agora podemos nos adaptar, ainda que seja a um mercado menor, por enquanto”.

Para Baltar o mercado anual de caminhões ficará na faixa de 87 mil a 95 mil unidades. “Isso considerando resultados dos últimos meses e contando com uma tradicional recuperação no segundo semestre.”

Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America, prefere trabalhar com a estimativa da Anfavea, de 80 mil a 83 mil emplacamentos para o ano.

Na mesma linha de raciocínio do colega da Ford, o executivo afirma que “dentro do que se vem apresentando no acumulado do ano, não deve haver mais movimentos abruptos nem para cima e nem para baixo. Queda além da já registrada nem a indústria nem a rede de concessionários suportaria”.

Alouche também entende que o pior já passou: “Acredito que o cenário não deva piorar, já passamos pelo fundo do poço. Maio deve melhorar brandamente e o mercado começará a recuperar fôlego de junho em diante”.