Metalúrgicos da Ford Taboão têm empregos garantidos até 2017

Os trabalhadores da unidade da Ford do Taboão, em São Bernardo do Campo, no ABCD paulista, terão estabilidade no emprego garantida até 2017. Segundo comunicado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC o benefício é uma das cláusulas do acordo coletivo aprovado pelos metalúrgicos em assembleia realizada na quinta-feira, 26.

O acordo firmado por montadora e sindicato prevê índices de reajuste salarial até 2016 e inclui também os cálculos para a participação nos lucros e resultados, PLR, até 2017.

Neste ano o reajuste será convertido em abono no valor de R$ 8 mil. Em 2016 os trabalhadores da unidade do ABCD terão reposição integral da inflação, incorporada ao salário, mais abono de R$ 1,7 mil.

Para o cálculo da PLR o acordo prevê em 2016 o mesmo valor pago em 2015, e para 2017 o montante será corrigido pelo INPC.

Em comunicado o presidente do sindicato, Rafael Marques, ressaltou a importância da aprovação do acordo no cenário econômico atual:

“Essa proposta nos ajuda a atravessar este ano, em que o mercado se encontra instável, e o próximo. A aprovação tira de cena qualquer ameaça de insegurança em relação ao emprego”.

Como parte do acordo com os metalúrgicos haverá abertura de um programa de demissão voluntária, PDV, na unidade. O período para adesão ainda não foi divulgado.

Podem participar os trabalhadores horistas, que receberão o equivalente a 83% do salário por ano trabalhado. Para os funcionários com restrição médica o valor pago será de 140% do salário por ano trabalhado.

Além disso a montadora acordou com o sindicato que desligará os trabalhadores aposentados – são cerca de oitenta – com os mesmo benefícios oferecidos no PDV.

Procurada, a Ford optou por não comentar o assunto.

O acordo ainda prevê a formação de uma comissão permanente de negociação para produção de novos modelos na unidade, além da chamada ‘desterceirização’ de algumas áreas ao longo deste ano.

Marques, na nota, complementou: “Nesses próximos dois anos vamos debater com a diretoria da fábrica a chegada de novos investimentos e produtos. Queremos trazer de volta a produção do segmento de picapes [hoje concentrada na Argentina com a Ranger, após o fim da Courier] e novas versões do New Fiesta” – a configuração sedã do modelo é importada do México, sendo que apenas o hatch é fabricado no Taboão.

Presidentes de montadoras se reunirão com MDIC

A quinta-feira, 26, testemunhará uma verdadeira caravana de presidentes de montadoras em direção ao Hotel Transamérica, na Zona Sul da Capital paulista: os executivos têm encontro agendado com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC.

A reunião é capitaneada pela Anfavea e terá seu presidente Luiz Moan conduzindo as conversas, que devem durar aproximadamente uma hora e meia. A agenda do evento contempla, à saída, atendimento à imprensa pelo ministro e pelo dirigente, mas de acordo com fontes próximas às negociações ouvidas pela reportagem não há nenhum anúncio programado.

Oficialmente o encontro tratará “da conjuntura econômica do País e do setor automotivo, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e máquinas autopropulsadas”. As fontes, entretanto, asseguram que os dirigentes pedirão ao ministro alternativas efetivas para as atuais dificuldades que o setor enfrenta, demonstrando dados de faturamento e aumento de custos fixos, com a alegação de que sem a concessão de algum tipo de incentivo e consequente reescalonamento da produção demissões começarão a ocorrer na indústria. Na lista de pedidos urgentes estarão facilidades para aumento rápido das exportações – uma forma de escoar o volume produtivo diante da queda do mercado interno –, início rápido e atuante do programa de renovação de frota para todos os segmentos e outros.

Ainda de acordo com as fontes o encontro ocorrerá em São Paulo para facilitar o deslocamento de todos os executivos convocados, o que seria mais difícil caso a reunião acontecesse em Brasília, DF.

No início da semana passada, durante evento promovido pela AutoData Editora, Moan revelou encontros com três esferas governamentais naquela data – uma delas foi com o Ministro da Fazenda. Na ocasião o dirigente se considerou “esperançoso” diante da possibilidade de iniciativas federais para reavivar o mercado automotivo.

Anfir – Quem já se reuniu com o titular do MDIC foi Alcides Braga, presidente da Anfir, associação que reúne os fabricantes de implementos rodoviários, que participou de audiência com Armando Monteiro na terça-feira, 24, em Brasília, DF.

Em entrevista à Agência AutoData o dirigente afirmou ter destacado junto ao ministério a necessidade de colocar em prática o plano nacional de renovação de frota de caminhões, medida que naturalmente beneficiaria também o segmento de implementos rodoviários.

Braga solicitou ainda a ampliação do financiamento de implementos por meio do Finame PSI para até 80% do valor do equipamento.

“Com atividade industrial baixa e queda no consumo nosso cliente não tem como financiar via PSI 50% do implemento, no caso da grande empresa, ou 70%, nas médias e pequenas, e pagar o restante a taxas de juros de mercado. Nosso segmento apresenta resultados sofríveis: o primeiro trimestre será equivalente em vendas a um mês do ano passado.”

O presidente da Anfir antecipou que o setor vai “reverberar o discurso junto ao governo”. E acrescentou: “O ministro terá várias rodadas de conversas com diversos setores. Nós, do segmento automotivo, como Anfavea, Fabus e Sindipeças, vamos sempre bater nas mesmas teclas. Senti uma disposição do ministro em criar uma agenda positiva e ser um aliado.”

Inadimplência estaciona nos 3,9%

Pelo terceiro mês consecutivo a inadimplência do setor automotivo ficou estável. Segundo dados divulgados pelo Banco Central do Brasil na terça-feira, 25, os atrasos nos pagamentos de veículos por pessoas físicas superiores a noventa dias se manteve em 3,9% no mês passado, mesmo índice registrado em janeiro e dezembro.

Trata-se também do menor nível de inadimplência para o setor desde 2011, pelo menos.

O índice caiu 1,2 ponto porcentual na comparação com fevereiro do ano passado, quando os atrasos nos financiamentos de veículos alcançaram 5,1%. Desde abril de 2014 não há crescimento na inadimplência: todos os meses sequentes apresentaram retração ou estabilidade na comparação com o anterior.

Segundo o Banco Central os atrasos superiores a noventa dias de todo o sistema financeiro ficou estável em 2,8%. No crédito às famílias o indicador cresceu 0,1 ponto porcentual, para 3,8%, enquanto nos financiamentos para as empresas houve estabilidade em 2%.

Marcopolo lidera programa de capacitação de fornecedores no Sul

A Marcopolo liderará projeto de desenvolvimento de fornecedores em Caxias do Sul, RS. Lançado oficialmente na quarta-feira, 25, tem como intuito capacitar e fortalecer as empresas do setor automotivo naquela região. Inicialmente 31 companhias de porte pequeno e médio participarão do programa de fomento.

Nelson Gehrke, diretor de aquisição e logística da Marcopolo, pormenorizou em nota que “as participantes receberão apoio e orientações necessárias para melhorar seu desempenho e estar mais bem preparadas para fornecer às grandes indústrias”.

A seleção de empresas atendeu a critérios tais como ser fornecedor estratégico para novos desenvolvimentos e possuir sede na região da Serra Gaúcha. Até 30 de setembro de 2016 as participantes contarão com consultorias para melhorias de gestão de processos, a partir da metodologia Lean Manufacturing.

Segundo Gehrke a meta é capacitar a cadeia de suprimentos, elevar o padrão de qualidade e competitividade, aumentar a capacidade de inovação e gerar melhorias nos aspectos de gestão, metodologia e perpetuação dos negócios.

O programa inclui ainda a criação de um Portal de Negócios para integrar os fornecedores à empresa âncora, a Marcopolo, e posteriormente a outras possíveis clientes.

O programa de capacitação é realizado em parceria com a UCS, Fundação Universidade de Caxias do Sul, e com o APLMMeA, Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha. Ele foi apresentado pelo MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e nacionalmente conta com 11 projetos de mesmo escopo em andamento, sete no setor automotivo e quatro no de petróleo, e faz parte do PNDF, Programa Nacional de Desenvolvimento de Fornecedores.

GM produzirá nova geração do Cruze no México

A General Motors anunciou investimento de US$ 350 milhões para produzir a nova geração do Cruze na fábrica de Ramos Arizpe, no México. O valor faz parte do pacote de US$ 5 bilhões divulgado pela companhia em dezembro do ano passado, um plano de modernização das operações mexicanas para consolidá-la como a sexto maior fornecedora global de veículos da GM.

Em comunicado o presidente da GM México Ernesto Hernández afirmou que 7% do volume de produção da companhia sairá das linhas de montagem de Ramos Arizpe. Segundo ele a unidade tornou-se um “imã para os investimentos da GM em nível global”.

O Cruze atualmente é produzido em São Caetano do Sul, SP, e em Lordstown, Ohio, nos Estados Unidos, dentre outros locais. A próxima geração sairá das linhas da unidade de Santa Fé, na Argentina – fato ainda não oficialmente confirmado pela companhia –, e da fábrica mexicana.

No comunicado divulgado à imprensa mexicana a GM confirmou que o Cruze seguirá em produção também nos Estados Unidos, mas nada mencionou sobre o futuro do modelo nas operações brasileiras ou argentinas.

O Complexo da GM Ramoz Arizpe foi inaugurado em maio de 1981 e produz aproximadamente 25% do volume da companhia no México, com 173,4 mil unidades fabricadas no ano passado. Segundo a companhia 87% do volume produzido na unidade tem como destino outros mercados, como Arábia Saudita, Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Japão, Paraguai, Rússia e União Europeia.

Corolla – Outra montadora que prepara para breve um anúncio de investimentos para o México é a Toyota. Segundo a Agência Reuters a aprovação da diretoria da montadora japonesa para a produção do sedã Corolla deverá sair em abril, para início de produção em 2009. O objetivo maior é abastecer o mercado estadunidense.

A companhia é a única dentre as grandes fabricantes de automóveis que ainda não produz veículos de passeio no país – na unidade de Baja Califórnia, no México, produz a picape Tacoma.

Setor reduz em 1,7% investimento em propaganda

A indústria automotiva reduziu em 1,7% os investimentos em propaganda nos meios de comunicação no ano passado, ao aplicar em torno de R$ 8,4 bilhões em jornais, revistas, internet, televisão aberta e fechada, cinema e publicidade urbana. O setor foi o quinto maior anunciante, atrás do comércio varejista, setor de higiene pessoal e beleza, serviços ao consumidor e mercado financeiro e securitário, de acordo com levantamento do Ibope Monitor.

A fatia de participação do setor dentro do valor aplicado em anúncios nos meios de comunicação caiu de 8% em 2013 para 7% no ano passado.

No levantamento do Ibope Monitor são considerados valores da tabela cheia dos anúncios veiculados nos meios de comunicação. Descarta-se, portanto, eventuais descontos conquistados nas negociações das empresas com a mídia, prática comum do mercado publicitário.

Dentre as trinta empresas que mais anunciaram no ano passado de acordo com o levantamento do instituto, seis são montadoras – coincidentemente as seis que mais venderam automóveis e comerciais leves no mercado brasileiro em 2014. Fiat, General Motors, Volkswagen, Hyundai-CAOA, Ford e Renault ocuparam a 11ª, 14ª, 16ª, 21ª, 26ª e 29ª posição do ranking, respectivamente.

Nenhuma montadora esteve dentre os dez maiores anunciantes. À frente da líder do setor e 11ª do ranking, Fiat, ficaram Via Varejo – a união das Casas Bahia com o Ponto Frio – Unilever, Genomma, Caixa, Ambev, Hypermarcas, Petrobras, Telefônica, Banco do Brasil e Reckitt Benckiser.

Volkswagen e Renault reduziram seus investimentos de 2013 para 2014. Os alemães aplicaram pouco mais de R$ 1 bilhão no ano passado, valor 15% inferior ao de um ano antes, quando lideraram o ranking de anunciantes do setor automotivo com R$ 1,2 bilhão em propaganda. Já a Renault, quarta montadora que mais investiu em publicidade em 2013, foi a apenas a sexta no ano passado, reduzindo em 31,9% o valor aplicado – de R$ 949,5 milhões para R$ 646,8 milhões.

A Hyundai-CAOA elevou consideravelmente o valor aplicado em propaganda nos meios de comunicação no ano passado. Em 2013 foram R$ 665,5 milhões e, no ano passado, R$ 846,2 milhões, alta de 27,1%. De sexto passou para quarto maior anunciante do setor, superando Ford e Renault.

O ranking de investimento em publicidade das montadoras é quase um espelho do ranking de vendas de automóveis e comerciais leves. A exceção é justamente a Hyundai-CAOA, sexta em vendas e quarta maior anunciante. Ao subir essas duas posições a companhia derruba a Ford, quarta em vendas e quinta em anúncio, e a Renault, quinta em vendas e sexta em investimento publicitário.

Gastos x Emplacamentos – A Agência AutoData dividiu o valor aplicado em propaganda divulgado pelo Ibope Monitor pela quantidade de modelos emplacados no ano passado e o resultado é um valor aproximado de quantos reais cada empresa gasta em anúncio para cada automóvel vendido.

A Hyundai-CAOA é, dentre as seis líderes do ranking, a que mais investe nessa relação. No ano passado cada automóvel, comercial leve e caminhão vendido da marca – inclui a família HB20, o caminhão HR e a gama de importados comercializada pela rede de concessionárias Caoa – custou R$ 3 557,78 em propaganda.

A marca recuperou a liderança, que em 2013 coube à Renault. Os franceses apertaram os gastos e ficaram com a segunda posição, investindo R$ 2 727,18 por cada automóvel licenciado.

A líder em vendas e gastos em publicidade, Fiat, fechou o ano com a menor relação investimento x licenciamento: R$ 1 675,80 por veículo.

Novo J5 já aparece no site da Jac Motors brasileira

Há pouco mais de três anos o sedã médio J5, da Jac Motors, desembarcava no Brasil exibido em campanha publicitária em horário nobre com o apresentador Fausto Silva, o Faustão. Dessa vez a nova versão do modelo chegou de forma bem mais discreta e já aparece no site da montadora.

Ao menos até o momento não houve divulgação para a imprensa tampouco campanha publicitária específica para o novo J5. As fotos do modelo, bem como sua ficha técnica, estão no site da montadora e destacam mudanças no design exterior e interior do veículo. Nota-se que agora o sedã traz lanternas dianteiras com luzes diurnas em LED e kit multimídia. De acordo com o site o veículo tem ainda o TPMS, sensor de pressão dos pneus.

O modelo continua sem oferta de câmbio automático, o que neste segmento é fator limitante. Também continua sem versão flex – o motor permanece o mesmo da geração passada, 1.5 VVT. Com seis anos de garantia, o novo J5 tem revisão de 3 mil km gratuita e o consumidor pagará R$ 348 pela checagem dos 10 mil km.

Segundo vendedor da Jac Motors consultado pela Agência AutoData o modelo ainda não está sendo comercializado – a previsão é que comece a ser vendido no segundo semestre. O preço estimado é de R$ 59 mil a R$ 62 mil, valor ao menos R$ 6 mil mais caro do que o praticado para o modelo antigo, a R$ 53 mil.

Ainda de acordo com o vendedor neste momento não há J5 0 KM à venda no País, uma vez que a versão antiga parou de ser oferecida e a nova ainda não chegou às lojas. “Temos uma fila de espera de nível nacional de cerca de 120 consumidores aguardando o novo J5”, garantiu o vendedor, de concessionária de São Paulo.

Desde que foi lançado, em março de 2012, 4 mil unidades do J5 foram comercializadas, de acordo com números da Fenabrave. No primeiro trimestre desse ano foram apenas 59: sendo 36 em janeiro, 14 em fevereiro e 8 em março, comprovando o ritmo de retirada do produto das concessionárias.

O J5 concorre diretamente em um dos segmentos mais disputados do mercado brasileiro, que tem como principais líderes Toyota Corolla e Honda Civic. Há opções de quase todas as montadoras e que vão desde VW Jetta e Ford Focus sedã a Fiat Linea, passando por outros como Kia Cerato, Nissan Sentra, Renault Fluence e Citroën C4 Lounge.

LiuGong inaugura fábrica em Mogi Guaçu

Depois de XCMG e Hyundai Heavy Industries – ambas de origem asiática – inaugurarem fábricas de máquinas de construção no Brasil, agora foi a vez da LiuGong Machinery, que vende seus equipamentos importados no País desde 2007 a partir de escritório em Belo Horizonte, MG.

De origem chinesa, a empresa aportou sua unidade fabril no município paulista de Mogi Guaçu e realizou cerimônia oficial de início de atividades na sexta-feira, 20.

Segundo informações da Investe São Paulo, Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, a LiuGong investirá R$ 120 milhões na operação ao longo de três anos.

A partir de abril a fábrica montará pás carregadeiras e escavadeiras em regime CKD. Posteriormente entrarão em linha também retroescavadeiras, motoniveladoras e rolos compactadores.

Porta-voz da empresa revelou à Agência AutoData que a LiuGong conta com fornecimento global de motores Cummins, transmissões ZF e bombas hidráulicas Kawasaki. Inicialmente os componentes virão da China, mas a empresa já negocia contratos locais.

A estimativa é alcançar índice de nacionalização de 60% “o mais rápido possível”. O porta-voz revelou também que “já há buscas para fornecimento local de uma série de partes, tais como peças forjadas”.

De acordo com informações da Investe São Paulo “a cidade de Mogi Guaçu oferece fácil acesso a alguns dos principais fornecedores de peças na região e sua localização estratégica é fundamental para o plano de negócios” da empresa.

A LiuGong tem outras quatro unidades no mundo, instaladas, além da China, na Polônia, Índia e Argentina. No Brasil contratará inicialmente 60 funcionários, mas a projeção é de alcançar seiscentos tão logo atinja capacidade total de 1,5 mil unidades/ano.

Metalúrgicos ameaçam greve na Chery em Jacareí

A Chery começou a enfrentar problemas com o sindicato dos metalúrgicos antes mesmo de entregar à rede concessionária o primeiro lote de Celer produzido em Jacareí, SP. Na manhã da terça-feira, 24, os trabalhadores cruzaram os braços por cerca de duas horas e meia para exigir da empresa a assinatura da convenção coletiva da categoria – algo que, segundo a entidade, vem sendo negociado desde agosto do ano passado.

O sindicato é o mesmo que representa os trabalhadores da General Motors em São José dos Campos, SP, conhecido por ser duro nas negociações. Em nota os sindicalistas alegam que os salários dos trabalhadores da Chery estão abaixo dos praticados pelas montadoras da região e acusam a companhia de oferecer condições e direitos de trabalho incompatíveis com a legislação brasileira.

E exemplifica: “As atividades de funilaria e solda são feitas de forma braçal, sem equipamentos adequados, desrespeitando as normas de segurança e expondo os trabalhadores a alto risco de doenças ocupacionais. Também há denúncias de péssima qualidade na alimentação.”

De acordo com a entidade existem também terceirizações em setores que são vetados pela CLT, como o de manuseio.

Em comunicado a Chery negou as acusações e afirmou seguir rigorosamente a legislação brasileira desde o início de suas atividades no País, ainda como importadora, em 2009. Informou também que mantém diálogo com o sindicato há meses.

Foi agendada para a quarta-feira, 25, nova reunião do sindicato com a montadora. Segundo a Chery a reunião tem como objetivo a aprovação de uma proposta que atenda aos interesses de todas as partes.

Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, ameaça greve: “A Chery está pensando que o Brasil é a China. Não existem motivos para continuar praticando salários e direitos inferiores aos da categoria. Ou a empresa muda a postura ou haverá greve.”

Embora a inauguração tenha ocorrido em agosto do ano passado, a produção comercial do Celer começou apenas em 6 de fevereiro. Diante das dificuldades econômicas do País a companhia reduziu sua meta de produção, de 30 mil unidades para 25 mil veículos no primeiro ano de operação.

Na nota o vice-presidente Luiz Curi reforçou o compromisso de continuar contribuindo com o desenvolvimento da região e prometeu criar mais 120 vagas de emprego no segundo semestre, ampliando o quadro de funcionários atual, que conta com cerca de quinhentos trabalhadores.

O primeiro lote de Celer produzido no Brasil será entregue à rede em 6 de abril, segundo informações divulgadas pelo sindicato.

Basf ampliará fábrica de catalisadores em Indaiatuba

A evolução dos motores que equipam os veículos produzidos em solo brasileiro é um dos principais desafios da divisão de catalisadores automotivos da Basf para os próximos anos. A empresa quer fazer parte da geração de powertrain em desenvolvimento aqui, como no caso dos motores 1.0 três cilindros.

Segundo Antônio Lacerda, vice-presidente sênior da Basf para a América do Sul, as montadoras estão exigindo a participação dos fornecedores desde a fase inicial de projeto de novos motores:

“Sabemos que nossa participação no desenvolvimento pode contribuir para um produto com melhor desempenho. Estamos constantemente em busca de novas tecnologias”.

O recém-chegado Jeep Renegade, por exemplo, possui catalisador fornecido pela Basf. “Queremos estar presentes em cada modelo novo que desembarcar no País.”

Para garantir que poderá atender os clientes a empresa estuda ampliar suas instalações em Indaiatuba, SP, onde está a fábrica de catalisadores. De acordo com Marc Ehrhardt, vice-presidente sênior do Negócio de Catalisadores, a unidade será modernizada e ganhará uma área nova.

“Ainda estamos definindo o cronograma e o volume a ser investido, mas pretendemos trocar algumas das máquinas mais antigas e ampliar a capacidade de produção da fábrica.”

Em cerimônia realizada na terça-feira, 24, a Basf comemorou 15 anos da unidade. Diversos executivos da empresa e representantes de montadoras estiveram presentes no evento, que assinalou ainda marco de 14 milhões de catalisadores produzidos no local desde sua fundação.

Segundo a companhia os componentes fabricados na unidade evitaram despejo de cerca de 20 milhões de toneladas de poluentes por automóveis, caminhões e motocicletas no Brasil e nos países vizinhos.

Quando a fábrica foi inaugurada, em 2000, eram apenas vinte funcionários e duas linhas de produção de catalisadores – atualmente trabalham cem pessoas no local, em cinco linhas. De acordo com Ehrhardt “esses números devem ficar ainda maiores nos próximos anos”.

Mesmo com o mercado automotivo enfrentando um momento de contração a Basf não deixará de investir no País, garante Jeffrey DeAlmeida, diretor de catalisadores para a América do Sul.

“Nenhuma montadora deixou de investir no Brasil e nós vamos acompanhar o movimento de otimismo, pois acreditamos que a indústria local se recuperará em breve e queremos estar prontos para quando o crescimento chegar.”