Renegade chega no dia 10 por R$ 70 mil

O céu encoberto e a chuva perene que dominaram a segunda-feira, 23, no Rio de Janeiro, RJ, não tinham nada a ver com os idílicos verões cariocas e muito menos com o horizonte ensolarado que a FCA imagina para o Renegade. Ainda assim o primeiro veículo produzido pela Jeep na nova fabrica de Goiana, PE, foi exibido para imprensa em clima de euforia.

Sem meias palavras Sérgio Ferreira, diretor da Jeep na América Latina, afirmou que o modelo será líder do segmento de SUV compactos no Brasil, posto hoje ocupado pelo Ford EcoSport, secundado pelo Renault Duster – e já para 2015.

Parece tarefa desafiadora, mas o site da Jeep, até a metade de março, já contava com mais de 20 mil cadastros para pré-compra das três versões de acabamento – Sport, Longitude e Trailhawk. Isso sem que os consumidores soubessem o preço de cada uma delas, algo revelado somente na chuvosa noite da segunda, 23: o modelo tem preços a partir de R$ 69,9 mil, com câmbio manual e motor flex 1.8, mas a fabricante promete versão de entrada para daqui três meses a R$ 66,9 mil.

O topo de gama tem valor sugerido de R$ 117 mil. A diesel mais barata, R$ 99 mil, e as intermediárias R$ 89 mil flex 1.8 e R$ 110 mil diesel.

Alem da tradição dos modelos Jeep, ícone do segmento em todo o mundo e que aqui foram produzidos durante duas décadas a partir dos anos 60, a empresa aposta do pacote de recursos tecnológicos e de conforto e na oferta de motor turbodiesel 2.0 em todas as versões.

Os dois motores podem ser associados a caixas de marchas manual ou automática – de nove marchas no caso do turbodiesel e seis nos flex. Único pênalti é que para dispor de tração nas quatro rodas, quase uma lei para um herdeiro dos pioneiros utilitários da marca, o consumidor terá que desembolsar mais: o 4×4 estará presente apenas nas versões a diesel.

Ao que parece essa limitação não incomoda os dirigentes da Jeep, cuja rede de concessionários será oficialmente aberta esta semana com 120 casas e chegará a duzentas até o fim do ano, segundo o cronograma da empresa revelado na semana passada. O interesse pelas versões a diesel na pré-consulta esteve acima das expectativas, assegurou Ferreira, sem no entanto exibir números.

De qualquer maneira a Jeep espera um mix de vendas de 22% da versão diesel.

O Renegade entra para história do setor automotivo brasileiro como o veículo que marcou a volta da Jeep ao Brasil, mas também por ser produzido na primeira fábrica inaugurada após a consolidação mundial da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, e dispor de conteúdos inéditos para um produto nacional, como sistema auxiliar de estacionamento ou teto totalmente removível.

A apresentação do Renegade no Rio de Janeiro teve abrangência continental. A FCA convidou jornalistas de todos os países sul-americanos, destinos do SUV já partir do segundo semestre. A participação das exportações este ano, tudo indica, será tímida. A montadora entende que a prioridade imediata será abastecer o mercado interno, até porque em breve, até o encerramento de 2016 – embora a empresa não confirme oficialmente –, o Renegade dividirá o mesmo teto pernambucano com outro produto Jeep e mais um Fiat.

Faturamento global da Cummins deve crescer de 2% a 4%

Depois de alcançar faturamento global recorde em 2014, na casa dos US$ 19,2 bilhões e superando em 11% o do ano anterior, a Cummins estima crescer mais em 2015, na faixa de 2% a 4%.

De acordo com Luis Pasquotto, presidente da Cummins América do Sul e vice-presidente da Cummins Inc., o melhor resultado até então havia sido conquistado em 2011, quando chegou a US$ 18 bilhões.

“O mercado dos Estados Unidos continua se fortalecendo, mas a situação de outros países e regiões, como a América do Sul, é diferente. Ainda assim estamos confiantes em consolidar nossa participação, expandir-nos em segmentos como o de geração de energia e formar novas parcerias. Não são muitas empresas que cresceram dois dígitos em 2014 e que projetam nova alta para este ano.”

Os Estados Unidos responderam por 56% do faturamento, enquanto a região que compreende América do Sul e México obteve fatia de 8%.

Incluindo vendas da Cummins em conjunto com joint-ventures regionais os negócios na América do Sul e México foram de US$ 1,52 bilhão. O Brasil representa 53% dessa receita, algo em torno de US$ 805,6 milhões, e lidera o faturamento na região, seguido por Chile, com 23%, Argentina, 8%, Peru, 7%, e Colômbia, 6%. Os demais países da região, juntos, participaram com 3% do total.

Segundo Pasquotto empresas mineradoras do Chile e do Peru postergaram investimentos em equipamentos, o que impactou negativamente o resultado. Mas vê a região plena de oportunidades no médio e longo prazo:

“Há mudanças na legislação de emissões: a Colômbia ruma para o Euro 4 e o Chile para o Euro 5. Há ainda a demanda por energia e investimentos em infraestrutura que dependem de máquinas de construção e caminhões vocacionais”.

Os negócios da Cummins na região são liderados pela divisão de motores, com fatia de 41%, seguida por distribuição de peças, motores e serviços, com 31%. Na sequência vêm a divisão de componentes, que abrange filtros, turbos e sistemas de pós-tratamento, com 14%, e geração de energia, também em 14%.

“Mesmo com o PIB fraco na parte sul do continente há espaço para crescermos, principalmente em setores como o de energia. Não compensa a queda em motores, nosso principal negócio, mas ameniza a retração.”

Pasquotto destaca ainda que há excesso de caminhões com baixa quilometragem, em função da menor quantidade de cargas a se transportar. “Isso impacta nossos negócios na reposição, de modo que esses veículos demandam menos peças.”

No Brasil – A produção total brasileira de motores diesel, incluindo aqueles destinados à agricultura, construção civil, geração de energia, marítimos, caminhões e ônibus, somou 54 mil 101 unidades, baixa de 22,4% na comparação com os 69 mil 722 fabricados em 2013.

Por seus cálculos a Cummins lidera na participação de motores para caminhões acima de 3,5 toneladas, com 28% do mercado. Para ônibus a empresa detém fatia de 13%.

A empresa já tem participação confirmada na 20ª edição da Fenatran, Salão Internacional do Transporte, que abrirá as portas ao público neste ano em 9 de novembro no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo.

“Será um desafio para as empresas participantes, principalmente as montadoras, que investirão em um grande evento durante período no qual o mercado não está aquecido.”

Chineses preparam aquisição da Pirelli

A ChemChina, estatal chinesa do segmento químico, anunciou na segunda-feira, 23, a aquisição de 26,2% das ações da tradicional fabricante de pneus italiana Pirelli, em transação que poderá chegar a US$ 7,7 bilhões, de acordo com a agência de notícias Reuters.

A negociação ocorrerá por meio de uma subsidiária da companhia chinesa, a CNRC, China National Tire & Rubber, que comprará as ações da holding Camfin, atual detentora do porcentual de ações envolvidas na transação, e lançará posteriormente uma oferta de aquisição obrigatória pela fatia restante a € 15 por ação.

Quinta maior fabricante de pneus do mundo, a Pirelli possui mais de 140 anos de história e faturou no ano passado mais de € 6 bilhões em 160 países. É líder em fornecimento de pneus no segmento premium e única fornecedora do produto para a Fórmula 1.

A CNRC lidera o mercado chinês de pneus radiais. Em comunicado, afirmou que “a aquisição criará um valor industrial de longo prazo no setor, fortalecer os planos de desenvolvimento da Pirelli, reforçar a cobertura em zonas geográficas estratégicas e, a partir da integração, permitir à empresa dobrar seus volumes na indústria de pneus”.

Marco Tronchetti Provera, CEO da Pirelli, procurou tranquilizar os funcionários em comunicado divulgado internamente, ao qual a Agência AutoData teve acesso. “O acordo com os chineses não gerará impacto nos empregos. A parceria com a ChemChina traz a oportunidade de a companhia tornar-se maior e entrar de maneira mais efetiva no mercado asiático.”

Segundo o executivo todas as propostas sobre gerenciamento, estratégias e escolha dos diretores continuarão sob a responsabilidade do CEO da Pirelli e a matriz e a área de pesquisa e desenvolvimento seguirão na Itália. “O parceiro chinês não tem intenção, como se pode notar tanto no texto do acordo quando nas cláusulas do estatuto, de interferir no gerenciamento operacional do Grupo.”

Cummins projeta redução de 16% na produção de motores em 2015

A unidade da Cummins em Guarulhos, SP, deverá produzir 45 mil motores neste ano. A previsão é de Luis Pasquotto, presidente da Cummins América do Sul e vice-presidente da Cummins, e representa queda de 16,6% na comparação com as 54 mil unidades saídas das linhas no ano passado.

Segundo o executivo a empresa já previa arrefecimento do mercado no fim de 2014, mas em menor proporção:

“Tanto que fizemos ajustes na força de trabalho naquele período, com demissão de 145 pessoas da unidade de motores. Para nossa surpresa, contudo, o mercado está menor do que prevíamos, então teremos treze sextas-feiras sem produção ao longo do ano.”

Pasquotto revelou que minutos adicionais de trabalho serão adotados para compensar esses dias de paralisação das linhas caso o mercado retome patamares mais elevados no segundo semestre ou mesmo em 2016.

“Por enquanto não há previsão de férias coletivas. Se a economia se deteriorar teremos que tomar alguma outra ação, mas por ora não há nenhuma previsão. Esperamos que este já seja o fundo do poço. Não posso dizer com clareza que o segundo semestre será melhor, mas temos esta esperança.”

A estimativa de mercado da Cummins para o mercado total de caminhões é de 100 mil unidades, mas isso “sendo pessimista. Em uma projeção otimista podemos chegar a 115 mil”. Para os ônibus a previsão da fabricante é de queda de 8% em relação ao ano passado.

A operação brasileira da empresa, somadas as divisões de motores, geração de energia, componentes e distribuição, conta com 1,9 mil funcionários.

Os recém-nacionalizados motores ISF 3.8 deverão representar 15 mil dos 45 mil produzidos em Guarulhos neste ano. Eles destinam-se a picapes, caminhões e ônibus leves.

“O ISF 3.8 tem 340 peças, sendo que 162 já são locais e outras 80 serão nacionais até o fim do ano”, destacou o presidente.

Em 2016 será a vez do ISF 2.8 ser feito localmente. Mas mesmo com o aumento do portfólio local, se confirmadas as perspectivas de Pasquotto a unidade fabril utilizará apenas 40% de sua capacidade produtiva, em que é de 111 mil unidades.

Com espaço vago a unidade passa por mudanças. No ano passado recebeu investimento de US$ 34,7 milhões e está em ciclo de US$ 50 milhões que começou em 2011, sem contar os US$ 11 milhões destinados à nacionalização de motores.

“São aportes que ampliam a produtividade e que serão complementados por investimentos adicionais em salas de teste.”

O projeto de construção da fábrica em Itatiba, Interior de São Paulo, por sua vez, foi cancelado.

“Em 2010, quando anunciamos, tínhamos o objetivo de exportar e prevíamos que precisávamos de espaço extra. Mas o País perdeu competitividade. Para dar um exemplo, levar um gerador de energia da Índia para a Venezuela é mais vantajoso que a partir do Brasil. De qualquer forma temos o espaço em Guarulhos, decorrente da queda de mercado.”

Toyota terá terceiro turno para forjaria em São Bernardo

A fábrica da Toyota de São Bernardo do Campo, SP, ganhará um terceiro turno de produção na área de forjaria. De acordo com comunicado da montadora a Toyota expandirá a produção de bielas e virabrequins para atender a fábrica de Porto Feliz, que será responsável pela fabricação dos motores 1.3L e 1.5L do Etios, a partir do primeiro semestre de 2016.

Atualmente a forjaria do ABC exporta bielas e virabrequins para as fábricas da Toyota nos Estados Unidos, que montam os modelos Corolla e Camry. São produzidos cerca de 3,9 milhões de unidades de bielas e mais 700 mil virabrequins por ano.

Segundo a nota da empresa, com a entrada em operação de terceiro turno e o consequente abastecimento a Porto Feliz, os acréscimos de produção para cada componente será na ordem de 10% para as bielas e de 14% para os virabrequins.

A Toyota não informou, no entanto, quantos empregos serão gerados e nem quando a operação em terceiro turno começará na unidade do ABC.

Na segunda-feira, 23, a montadora realizou cerimônia para marcar projeto de revitalização da unidade de São Bernardo do Campo – a primeira fábrica da Toyota fora do Japão –, inaugurada em 1962.

Batizado de São Bernardo Reborn, o projeto demandou investimento de R$ 19 milhões e contempla a criação do terceiro turno e da transferência da sede administrativa da Toyota de São Paulo para o ABC – desde fevereiro 170 funcionários administrativos, antes alocados na região da Berrini, na Zona Sul de São Paulo, se uniram aos 1,3 mil trabalhadores da fábrica do ABCD.

Na cerimônia estiveram presentes o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e o presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Durante a cerimônia a Toyota também celebrou compromisso com o sindicato local e com os trabalhadores da unidade, no qual promete aprimorar os processos produtivos e aumentar a competitividade da Toyota perante a indústria automotiva nacional e global.

“Dessa forma a Toyota quer fazer valer um de seus principais valores, que é a contribuição contínua para o desenvolvimento da economia e da sociedade dos países onde atua”, afirmou em comunicado Steve St. Angelo, CEO para a América Latina e Caribe e chairman da Toyota do Brasil.

AutoData apresenta as megatendências do setor automotivo

Uma fase como atual, de tamanhas e tão rápidas mudanças conceituais e tecnológicas no setor automotivo – tanto em termos locais quanto globais – permite projetar, sem medo de errar, que são gigantescas as modificações pelas quais passará essa indústria nos próximos dez a quinze anos. Dos veículos em si aos materiais utilizados, passando pelos processos de produção e até de comercialização. 

O tema é tão importante e amplo que mereceu uma edição especial de AutoData. Esta publicação tem exatamente o objetivo de buscar identificar quais serão as principais megatendências a definir os novos contornos do setor automotivo e de seus produtos neste futuro que nem está mais tão distante.

A edição especial já está disponível para acesso on-line por computadores, smartphones e tablets, em diversos formatos à escolha do leitor.

Para computadores pode-se acessar a edição Megatendências pelo sistema vira-página: basta acessar o Portal AutoData pelo www.autodata.com.br e a seguir clicar, no menu horizontal em azul, em Publicações >>> Guias Digitais (ou clique aqui). Quem preferir pode realizar o download completo da edição em PDF, disponível na mesma página (ou clique aqui).

Em smartphones e tablets basta acessar o aplicativo Revista AutoData no próprio aparelho e abrir a edição, disponível na opção Guias do app – clique no ícone que representa um livro, no canto esquerdo alto, para localizá-la. Se você ainda não tiver o aplicativo instalado, basta fazer o download gratuito: o app está disponível na App Store, para aparelhos com sistema operacional iOS, como iPhones e iPads, e na Play Store, para dispositivos que utilizam-se de sistema Android.

Nos dois casos não é necessário nenhum uso de login ou senha: o acesso é totalmente livre.

Em 60 páginas, a edição AutoData Megatendências traz a visão de diversos executivos e especialistas do setor sobre o tema, incluindo o presidente da Anfavea, Luiz Moan. As matérias estão divididas por temas: Veículos leves, Veículos pesados, Produção, Sistemistas, Componentes e Distribuição – há ainda entrevista e artigo.

Volkswagen: 22 milhões de modelos produzidos no Brasil

Às vésperas de completar seus 62 anos de Brasil, a Volkswagen alcançou na tarde de sexta-feira, 20, importante marco em sua história: o Fox Highline azul que saiu das linhas de montagem de São José dos Pinhais, PR, foi o modelo de número 22 milhões produzido no País.

Tal volume de produção só foi alcançado, além do Brasil, na Alemanha, país-sede da montadora de Wolfsburg. Desses 22 milhões de modelos fabricados por aqui mais de um terço, ou 7,5 milhões de unidades para ser mais exato, foram do Gol, modelo mais vendido no mercado brasileiro por 27 anos consecutivos.

Outro dado significativo é o volume de exportações da VW no período: 3,3 milhões de unidades para mais de 147 países, das quais quase 1,3 milhão do Gol.

Em comunicado o presidente da VW brasileira, David Powels afirmou que o marco traduz a seriedade e compromisso da companhia com o País. “É um marco histórico que evidencia a importância do mercado brasileiro, onde vamos investir R$ 10,8 bilhões até 2018, em novos produtos e tecnologias com foco em uma produção ainda mais sustentável em nossas fábricas. Ao completar 62 anos com 22 milhões de veículos produzidos tenho certeza de que a Volkswagen está preparada para os próximos 22 milhões”.

A Volkswagen possui mais de vinte modelos em seu portfólio local de produtos e mais de 600 concessionárias espalhadas pelo Brasil. São mais de 20 mil empregados em suas quatro fábricas.

Os 62 anos de presença no Brasil serão comemorados na segunda-feira, 23. Atualmente a companhia passa por um importante processo de globalização tecnológica, em que procura aproximar as plataformas e tecnologias aplicadas no mercado nacional ao que de melhor oferece globalmente. Exemplos já colocados no mercado são a família de motor EA211, produzida em São Carlos, SP, e a linha do up!, que sai da fábrica de Taubaté, SP.

Até o fim do ano outros dois modelos dentro desse conceito começam a ser oferecidos por aqui: os novos Golf e Jetta, atualmente importados, serão produzidos em São José dos Pinhais, PR, e São Bernardo do Campo, SP, respectivamente.

General Motors: segundo PDV do ano em São Caetano.

A General Motors anunciou na sexta-feira, 20, a abertura de um programa de demissão voluntária, PDV, na unidade de São Caetano do Sul, SP. Os funcionários podem aderir até o dia 24 de março.

Este é o segundo PDV que a montadora abre na fábrica do ABC neste ano – um outro já havia sido anunciado em fevereiro.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, o primeiro programa contou com a adesão de apenas quarenta trabalhadores apesar de oferecer, além dos salários proporcionais ao tempo de empresa, um Chevrolet Prisma para os funcionários que aceitassem deixar a empresa e tivessem alguma restrição médica ou estabilidade de emprego.

Desta vez quem aceitar o PDV será bonificado com até sete salários nominais, de acordo com o tempo de atuação na montadora. Para Francisco Nunes, vice-presidente do sindicato, este programa atrairá ainda menos funcionários do que o primeiro PDV. “As condições são pouco atrativas e neste momento é arriscado ficar sem emprego.”

Em nota a GM confirmou a abertura do PDV para empregados horistas e informou que “a medida tem como objetivo adequar a produção à atual demanda do mercado”.

Atualmente 950 trabalhadores da unidade do ABC estão afastados, cerca de 9% da força de trabalho daquela fábrica, que emprega cerca de 11 mil funcionários.

O último grupo, de cem metalúrgicos, foi notificado em meados de janeiro sobre o afastamento e deve retornar ao trabalho em 9 de abril. Os demais – que somam 850 pessoas – estão longe da companhia desde novembro 2014 e a previsão é que voltem ao trabalho apenas em 11 de maio.

ARaymond estima dobrar de tamanho no País em cinco anos

A operação brasileira da ARayomond, localizada em Vinhedo, no Interior de São Paulo, ainda não chegou ao limite de sua capacidade, mas de acordo com Alexander Picher, presidente, a estimativa é de que em cinco anos a companhia precisará de uma nova unidade fabril para seus negócios. “Devemos dobrar de tamanho até lá. Novos projetos e as exportações nos dão condições de acreditar em um futuro promissor.”

De acordo com o executivo não há área suficiente no local onde a empresa está instalada para expansão, o que obrigará procura por novo terreno.

Fabricante de conectores rápidos para circuitos de fluídos e peças para fixação de plástico e metal para a indústria automotiva, a empresa está presente em todas as montadoras instaladas no Brasil, além de ser base fornecedora para toda a América do Sul.

Dos novos projetos a companhia fornece ao Jeep Renegade e, acredita o executivo, será apenas “questão de tempo para parcerias com a BMW e com a Mercedes-Benz”, referindo-se aos recentes empreendimentos no País destas companhias alemãs. Ainda segundo Picher, a ARaymond é líder no fornecimento de conectores para indústria automotiva, com 70% do mercado, sendo que “o restante é importado”.

A unidade da ARaymond do Brasil possui portfólio com cerca de 2 mil itens. A fábrica tem capacidade para produzir 50 milhões de peças/mês, em três turnos de trabalho. No mundo a empresa dispõe de 25 mil produtos destinados à fixação e outros 10 mil no segmento de conectores. “Por ser um item bem específico muitas das ferramentas são desenvolvidas pela própria empresa. O produto, no entanto, depende do volume: há peças em que a produção local compensa, e para outras não.”

Picher prefere não revelar valores, mas garante que a companhia faz investimento contínuo na operação, de 11% do faturamento todos os anos. Boa parte dos recursos é destinada à pesquisa e desenvolvimento: a empresa, por exemplo, encontrou nos recursos de uma impressora 3D forte aliada para desenvolver produtos. Segundo o executivo a máquina proporciona sensível redução de custos e de economia de tempo em um eventual projeto. “Em dois ou três meses já é possível se pagar um investimento de US$ 300 mil. O interessante também é que para determinadas peças já é possível até mesmo fazer testes mais avançados, como os de aplicação.”

LEED – A ARaymond chegou ao País em 1996 e opera desde 2005 no Distrito Industrial de Vinhedo. Neste 2015 a companhia – de gestão familiar em sua quinta geração – completa 150 anos de fundação.

Em virtude da data o CEO Antoine Raymond, em peregrinação por todas as 22 unidades fabris espalhadas pelo mundo, visitou a unidade brasileira na quarta-feira, 19, para participar das comemorações. Na ocasião recebeu das mãos de Picher a certificação LEED Silver para instalações industriais, uma das primeiras do setor de autopeças do País a receber o atestado. O documento é reconhecido mundialmente e emitido pela organização estadunidense U.S. Green Building Concil.

O chefe da operação mundial aproveitou para manifestar otimismo com relação ao País, apesar das dificuldades atuais. “Crises são passageiras. No passado recente as turbulências também estiveram em outros mercados, como Rússia e Índia. No momento o Brasil passa por um problema de falta de confiança, de crédito, e com a economia menor, atrai menos investimentos. Mas não há dúvida do seu potencial de mercado e de sua capacidade de voltar a crescer rápido.”

PPG aumenta operação no País

A fabricante de tintas PPG inaugurou na quinta-feira, 19, unidade de produção de resinas e-coat – a primeira camada de tinta da carroceria – especialmente para atender aos setores automotivo e industrial. A nova instalação aumenta para seis o número de fábricas existentes na área de 500 mil m², localizada em Sumaré, SP.

No Brasil a companhia tem ainda outra unidade em Gravataí, RS, onde produz tintas arquitetônicas da marca Renner.

Na cerimônia de inauguração, com a presença de autoridades como o governador do Estado de São Paulo e a prefeita do município, Carlos Santa Cruz, diretor-presidente da empresa para Brasil e América do Sul, destacou que a nova unidade é um marco industrial para a companhia e região. “É uma das mais modernas do mundo, com processos eficientes que permitirão aumentar a produção, bem como nossa competitividade e a de nossos clientes para ganhar mercado.”

O projeto da fábrica, de 65 m² de área construída, levou 14 meses e consumiu R$ 100 milhões. De acordo com Santa Cruz, no entanto, nos últimos três anos a companhia investiu mais de R$ 200 milhões no local e, por consequência, na região de Sumaré. “A nova unidade também se mostra como uma oportunidade de melhor capacitação, pois produz resina de ponta com o melhor dos processos que se pode ter.”

Também presente na cerimônia a vice-presidente sênior para revestimentos OEM do setor automotivo, Cindy Niekamp, lembrou a relevância do País nas operações da PPG. “Independentemente da atual fase difícil pela qual o Brasil passa, a PPG continuará investindo aqui”, assegurou. E ainda adiantou: “Já temos preparados US$ 200 milhões para investir pelo mundo e o Brasil certamente estará contemplado”.

O diretor-presidente prefere não revelar capacidade produtiva da nova unidade por questão estratégica, se referindo ao tema apenas como “um projeto ambicioso”. Aponta, porém, que América Latina representa 11% do faturamento da empresa que, no ano passado, alcançou US$ 16 bilhões no globo. De acordo com ele, na região o Brasil é a segunda maior operação, atrás apenas do México e seguido por Argentina e Colômbia. A fabrica de Sumaré abastece a parte da América do Sul que vai da Colômbia para baixo, sendo o restante responsabilidade da operação mexicana.

Santa Cruz estima ainda a PPG tenha pelos menos 25% de participação no mercado brasileiro, o que significa dizer que de todos os veículos vendidos no País um quarto é pintado com as tintas da empresa.