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08/01/2015

Metalúrgicos rejeitam proposta da MAN em Resende

Por Michele Loureiro

- 08/01/2015

Os funcionários da MAN Latin América realizaram assembleia na tarde de segunda-feira, 8, em Resende, RJ, quando rejeitaram proposta apresentada pela montadora de redução de jornada e substituição de reajuste de salários por abono no ano que vem.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região os trabalhadores, a proposta da fabricante eliminava o reajuste salarial em 2015 em troca de abono de R$ 2 mil.

Além disso a companhia previa iniciar programa de demissão voluntária, PDV, nos próximos dias. O sindicato informou que, diante da rejeição do plano pelos trabalhadores, se reunirá novamente com a montadora na tentativa de elaborar outra proposta. O encontro ainda não foi agendado, mas deverá ocorrer nos próximos dias.

Procurada, a MAN afirmou por meio de porta-voz que não se pronunciaria sobre o assunto.

Em entrevista à Agência AutoData na semana passada o presidente da montadora, Roberto Cortes, previu que o mercado de caminhões fechará 2014 em baixa de 10% ante 2013, na casa de 133 mil unidades vendidas, e o de ônibus em queda de 15%. “O ano não foi como esperado, mesmo com o Finame PSI com taxas de 6% ao ano. É preciso equacionar a baixa de mercado e o quadro de funcionários. O esforço é para não demitir.”

Na semana passada os trabalhadores da unidade Anchieta da Volkswagen igualmente rejeitaram proposta apresentada pela montadora, semelhante à da MAN.

Mercedes-Benz – Enquanto isso na Mercedes-Benz o lay off que seria encerrado em 1º de dezembro, depois de cinco meses, será estendido até 30 de abril de 2015. O presidente da montadora, Philipp Schiemer, confirmou à reportagem na segunda-feira, 8, que a companhia irá arcar com as despesas integrais do novo período de afastamento dos funcionários – o intervalo máximo para o subsídio do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, é de cinco meses.

“Vamos manter os trabalhadores afastados, fazendo cursos de capacitação, porque o mercado não reagiu como esperado nos últimos meses. Decidimos arcar com as despesas por acreditarmos em retomada a partir do segundo trimestre de 2015 e por queremos reter nossa mão-de-obra qualificada.”

Schiemer não informou quantos funcionários ficarão afastados até abril, pois aguarda os números da adesão A PDV encerrado na sexta-feira, 5. Segundo o executivo além dos cerca de 1 mil trabalhadores que ficaram em lay off até novembro há excedente na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, que varia de 300 a 700 pessoas conforme o mês. “Em alguns períodos há mais ociosidade e esse número aumenta.”

Nas últimas semanas a montadora enviou cartas aos funcionários afastados para que comparecessem à montadora para conhecer os termos do PDV. A M-B negou que a iniciativa represente forma de coação, como afirmou o Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC. Segundo o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes-Benz, Luiz Carlos de Moraes, o procedimento é padrão. “Eles estavam fora da empresa e tinham de ser informados, mas não forçamos ninguém a aceitar o PDV.”

De acordo com Schiemer atualmente a unidade do ABCD trabalha com capacidade ociosa próxima de 35%. “Temos capacidade para fabricar oitenta mil veículos por ano e em 2014 só deveremos usar 65% desse montante”. A montadora concedeu férias coletivas ao quadro completo de funcionários do chão-de-fábrica durante todo o mês de dezembro – os administrativos continuam trabalhando normalmente no período. “Queremos começar o ano com um nível de estoque mais baixo para que não soframos tanto quanto em 2014. Esperamos a definição do Finame PSI para nos programarmos de forma equilibrada.”