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25/03/2015

Para Volvo, o ano começa agora para os caminhões

Por George Guimarães

- 25/03/2015

O ano comercial para o setor de caminhões começou, na prática, na última segunda-feira, 23, segundo Bernardo Fedaldo, diretor de caminhões da Volvo no Brasil. Com as novas regras de financiamento em prática o executivo revela que é perceptível aumento de consultas de negócios nos últimos dias: “Já notamos alguma movimentação mesmo antes do feriado de carnaval. O impacto será ainda pequeno, mas já veremos alguma mudança em março”.

O quadro do primeiro bimestre pode sugerir o contrário, mas Fedalto argumenta que o mercado “não está tão ruim”. Os números refletem, lembra o executivo, o movimento nas lojas de dezembro, quando ainda vigoravam as antigas regras de financiamento e a expectativa era de mudanças, e de janeiro, período de total indefinição da nova regulamentação do BNDES Finame PSI agora em vigor.

Ainda assim, mesmo sem ser alarmista, Fedalto revela um dado preocupante: a empresa trabalha com a hipótese de que as vendas internas de caminhões pesados e semipesados girem em torno de 75 mil unidades em 2015, contra 92 mil unidades emplacadas em 2014 – muito por conta de um primeiro trimestre fraco e provável recuperação somente a partir do segundo semestre.

O tom de moderação adotado pelo diretor de caminhões acompanhou o dos demais membros da cúpula da empresa, reunida em São Paulo na quarta-feira, 25, para a apresentação oficial de Claes Nilsson, novo presidente do Grupo Volvo Latin America.

O próprio Nilsson, recém-chegado, no cargo desde janeiro, tratou de atenuar os desafios que indústria de caminhões terá no curto prazo. Preferiu dizer que o conglomerado sueco acredita que Brasil e vizinhos continuarão a crescer nos próximos anos: “Todos os indicadores apontam nesse sentido. O momento agora é de ajustes”.

O executivo enfatizou que a empresa iniciou o ano com a estrutura adequada para o atual momento do mercado regional, depois da dispensa de 206 funcionários no início de dezembro. “Não pretendemos fazer qualquer nova alteração, mas é um cenário que tem que ser acompanhado dia-a-dia”, disse Nilsson, que entrou na empresa em 1982 e antes de vir para o Brasil presidia a Volvo Trucks.

RESULTADOS – Embora tenha afirmado que “o pacote de boas-vindas” a ele foi dos melhores, com mercados em recuo e indefinições econômicas no Brasil, o novo presidente do Grupo Volvo no País, que se notabilizou por estrelar filme comercial pendurado em um guindaste em porto sueco, teve o que comemorar.

A Volvo registrou bons resultados em 2014, mesmo com o encolhimento do mercado de veículos comerciais. A marca obteve, com 19,7 mil veículos entregues, seu segundo melhor ano de vendas no mercado interno de pesados, superado apenas por 2013 e suas 20,7 mil unidades.

O resultado foi suficiente para que a Volvo retomasse a liderança nos caminhões pesados, com 29,6% de participação, três pontos porcentuais a mais do que em 2013. De quebra ainda bateu mais um recorde no semipesados, com 12,6% de participação. Somados pesados e semipesados a Volvo fechou o ano passado com 21,3% do mercado, 1,3 ponto porcentual a mais do que no ano anterior – em 2008 detinha apenas 12,8%.

As vendas de ônibus crescerem 2,7% em 2014, enquanto o mercado recuou 16,3%. Foi também o segundo melhor ano da Volvo nesse segmento, com 3,1 mil chassis vendidos, sendo 1,7 mil no mercado interno e o restante exportado. A participação no mercado interno de ônibus pesados e semipesados chegou a 11,9%, enquanto que em 2010 a Volvo Bus respondia por 4,1% das vendas internas.


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