AutoData - Mercado de Arla 32 está de 30% a 40% subdimensionado no País
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15/06/2015

Mercado de Arla 32 está de 30% a 40% subdimensionado no País

Por Marcos Rozen

- 15/06/2015

O mercado brasileiro de Arla 32 está de 30% a 40% abaixo do que deveria. O cálculo é da GreenChem, empresa que atua de ponta a ponta neste segmento, e leva em conta o número de veículos com motor Euro 5 de sistema SCR e o volume de diesel S10 comercializados no País.
Para o diretor geral da empresa no País, David Piany, a culpa do quadro é da burla nos sistemas de tratamento dos gases nos veículos, associada ainda à falsificação do produto. “A venda dos chips que enganam o sistema ocorre livremente e há muitos casos de transportadores que fazem uma solução caseira que pensam ser substituta do Arla 32, utilizando-se de uréia agrícola e água de torneira.”

Até a Anfavea já chamou a atenção para este cenário: em dezembro do ano passado a associação disparou comunicado onde alertou para o fato de que “a alteração das características originais do veículo por meio de modificações de software ou a instalação de dispositivos, botões, chaves, sensores ou qualquer outro equipamento com a finalidade de burlar os sistemas de controle do Arla 32 gera a perda de garantia do veículo, além de constituir ilícito ambiental”.

Na ocasião a associação ainda destacou que “o infrator ficará sujeito às punições previstas na Lei 9605/1998, a chamada Lei de Crimes Ambientais, que enquadra quem vende e/ou executa a instalação – e também o proprietário do veículo – com multas que podem chegar a R$ 50 milhões. A alteração das características originais também é infração de trânsito sujeita à multa e retenção do veículo”.

O executivo reclama especialmente da falta de fiscalização nas estradas. Ele acredita que “um treinamento simples daria todas as condições à Polícia Rodoviária para flagrar facilmente a burla no sistema SCR”, mas este nunca foi realizado, assegura. Para ele, “vez que a adulteração configura crime ambiental, deveria existir uma fiscalização rígida”.

Piany acrescenta que, além de crime ambiental, “o uso da ureia agrícola, em contato com o calor do escapamento, gera uma substância cancerígena”, o que, naturalmente, representa grave risco para aqueles que fazem uso da mistura ilegal. O executivo lamenta que “o transportador não veja um benefício no uso do Arla 32, observando, de maneira imediatista, que este representa apenas um custo adicional, mas se esquecendo que o benefício é claro para a qualidade do ar que todos respiram, inclusive ele”.

O diretor ainda recorda os investimentos feitos pelas empresas do segmento para atender à demanda, que se mostra abaixo do projetado inesperadamente, o que dificulta o retorno dos aportes.

O tema é delicado e também foi discutido no fim do ano passado pela Afeevas, Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América Latina, que calcula o atual consumo médio de Arla 32 no Brasil é de 18 m³/mês, mas deveria estar na faixa de 35 m³ a 45 m³/mês.

O diretor geral da GreenChem, de qualquer forma, acredita que a questão é cultural e que conforme os veículos que utilizam o sistema forem mais populares, por simples questão de venda dos 0 KM com o passar do tempo, a tendência é de redução dos índices de burla e falsificação. “O Arla 32 veio para ficar”, assegura.

A empresa atua tanto na produção quanto na distribuição do aditivo, inclusive com marca própria, a Arla4You. A GreenChem atua ainda no segmento de armazenamento do produto.


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