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31/08/2015

Sindicato de São José dos Campos diz que vai cobrar explicações à GM

Por Redação AutoData

- 31/08/2015

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, SP, divulgou na quarta-feira, 29, nota oficial assinada por seu presidente, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, na qual afirma que “vai pedir esclarecimentos à General Motors a respeito de seus investimentos de R$ 13 bilhões no Brasil para os próximos quatro anos” – a fabricante anunciou na terça-feira, 28, com a presença de seu presidente global, que dobrou o aporte destinado ao País, adicionando mais R$ 6,5 bilhões até 2019 ao plano de R$ 6,5 bilhões revelado há um ano.

Na ocasião o presidente da montadora para a América do Sul, Jaime Ardila, afirmou que de todas as fábricas no País apenas a unidade de São José dos Campos não seria contemplada com o novo aporte – repetindo o que ocorrera durante a divulgação do primeiro pacote de R$ 6,5 bilhões –, por esta, de acordo com o executivo, não ser competitiva.

Na nota os metalúrgicos declararam que estas declarações “causaram estranheza ao sindicato e trabalhadores, já que contrariam  os acordos assinados em 2013 para vinda de novos investimentos ao complexo da montadora em São José dos Campos”. O sindicato alega ainda que não foi informado da decisão.

“É preciso lembrar que esses acordos, assinados em 2013 pela empresa com o Sindicato, previam um total de R$ 3 bilhões de investimentos na planta local e foram resultado de longas negociações. O maior aporte viria do acordo assinado em 13 de julho de 2013, em que a montadora se comprometia a investir R$ 2,5 bilhões em novo projeto até 2017, gerando a abertura de 2,5 mil postos de trabalho”, prossegue a nota. Estes R$ 2,5 bilhões seriam complementares aos R$ 13 bilhões e, de acordo com Ardila, destinados à produção de um modelo pequeno, de entrada, igualmente não previsto na nova família que nascerá com o aporte adicional de R$ 6,5 bilhões. O executivo afirmou, entretanto, que “esse plano segue em estudo” e que a fabricante “ainda não conseguiu chegar a uma conclusão”.

Em seu comunicado o sindicato acrescenta que “as negociações das condições trabalhistas para a assinatura desse acordo, aprovado em assembleia, foram acompanhadas inclusive por representantes dos governos federal, estadual e municipal. Essas mesmas negociações foram conduzidas pelo diretor de Assuntos Institucionais da GM e atual presidente da Anfavea, Luiz Moan. Ocorreram também duas audiências públicas na Câmara Municipal de São José dos Campos, acompanhadas por trabalhadores e população em geral.  É portanto, de conhecimento público, todos os esforços realizados pelo Sindicato para a vinda de novos investimentos à cidade”.

Os representantes dos metalúrgicos afirmaram que enviaram carta ao diretor de Relações Trabalhistas da General Motors do Brasil, Artur Bernardo Neto, pedindo agendamento de reunião, vez que, em seu ponto de vista, “as empresa deve aos trabalhadores informações claras sobre seus planos para a planta em São José dos Campos. É hora de prefeito, vereadores e a população, junto com o Sindicato, cobrarem da GM o cumprimento do que foi publicamente negociado e assinado”.

Ardila, durante a revelação do aporte adicional, afirmou que São José dos Campos, onde atualmente são produzidos os modelos S10 e TrailBlazer, além de motores, transmissões e componentes, possui “mão-de-obra qualificada, mas [também] salários e benefícios não competitivos e inflexibilidade para acordos trabalhistas”. Para ele, “as outras unidades [da GM no País] oferecem maior flexibilidade”.

 


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