AutoData - Volvo tenta ficar 5 segundos à frente
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28/09/2015

Volvo tenta ficar 5 segundos à frente

A matriz sueca da Volvo tem em seus domínios um veículo-protótipo que considera tratar-se de um caminhão ‘humanizado’: equipado com as mais modernas tecnologias de segurança conhecidas hoje, ele é capaz de escanear todo o entorno a cada 25 milisegundos e reconhecer o ambiente externo, tais como pedestres, carros ou ciclistas, mesmo que estejam se mexendo e a velocidades distintas. Mais: pode antecipar em até 5 segundos os movimentos que estes agentes farão ou poderão fazer, possibilitando assim que acidentes, como um atropelamento causado por um ponto cego em uma curva à direita, sejam totalmente evitados – primeiro o caminhão avisa o motorista do fato e, se este não toma providências, ele mesmo assume o comando e aciona os freios.

Este caminhão foi mostrado em outubro do ano passado, com previsão de chegar ao mercado em 5 a 10 anos. Coincidência ou não, concomitantemente a montadora apresentava no Brasil a sua nova Linha F, carregada de aparatos tecnológicos que procuram elevar a produtividade do veículo – algo que a montadora abriga sob o chapéu Conectividade.

Ali as novidades eram tantas que se mostrou necessário algum tempo para que as tecnologias se desenvolvam em seu pleno potencial: o processo é mais ou menos como lançar um smartphone e aos poucos apresentar novos apps que tornam seu uso mais interessante ou prático.

Falando em aap, a Volvo procura popularizar o seu My Truck: com ele o motorista pode verificar diversas funcionalidades do caminhão, como nível de fluidos, óleo, combustível, lâmpadas queimadas e outros. Tradicionalmente este processo é feito de forma visual e física pelos motoristas antes de partir para viagens rodoviárias, o que, pelos cálculos da fabricante, toma algo como vinte minutos. “É um tempo que o aplicativo economiza e que pode ser utilizado para rodar na estrada ou para o caminhoneiro ficar mais tempo com sua família”, avalia Nilton Roeder, diretor de estratégia, desenvolvimento de negócios e suporte a vendas de caminhões para América Latina. O My Truck será um dos alvos de divulgação da Volvo na Fenatran, em novembro.

Outra novidade ainda à procura de seu pleno potencial é o Dynafleet, que avalia o comportamento do motorista e aponta ações práticas de melhoria em busca de menor consumo e desgaste de componentes. A evolução é que agora ele também funciona on-line: o frotista pode comunicar o motorista das ações de melhoria durante a viagem – antes o relatório só era gerado na chegada ao destino, o que levava as práticas de evolução só para a viagem seguinte.

Destaque também para o Voar On: com ele o motorista consegue se comunicar com uma central na fábrica da Volvo em Curitiba, PR, para relatar alguma falha ou defeito. Antigamente o motorista precisava ligar de um aparelho telefônico, como seu celular, para o número do serviço; agora basta apertar um botão no painel – o caminhão tem um chip telefônico embutido, exclusivo para este fim. E do outro lado da linha o operador tem acesso a todos os relatórios eletrônicos do caminhão, e com isso pode não só, por exemplo, identificar um vazamento, como esclarecer a razão deste. Então orienta o motorista a levar o veículo à concessionária mais próxima, onde o mecânico já estará ciente do problema e da forma de providenciar o conserto.

Mas Michael Gudmunds, gerente de serviços conectados da Volvo Trucks, acredita que em breve esta modernidade cairá em desuso: para ele, todas as parafernalhas eletrônicas e conectadas em breve se conversarão, falando a mesma língua – inclusive externas, como de estradas ou postos de combustível e pedágio – possibilitando levar a zero as paradas não programadas. Ele recorda que o software que estima o desgaste de componentes, por exemplo, no Brasil usa como parâmetro a quilometragem percorrida, mas nada impende que outros sejam utilizados, como o peso transportado, a condição da estrada, as variações climáticas e muito mais, aperfeiçoando o sistema.

Para embasar essas modernidades a Volvo realizou pesquisa com cerca de seiscentos caminhoneiros em todo o País e identificou que, na média, 38% deles possui smartphones e, destes, a ampla maioria usa o aparelho para acessar internet, trocar mensagens por whatsapp e procurar por fretes em apps especializados – nos casos de profissionais que atuam em rotas de longa distância o índice é maior, 50%. Aqui, uma curiosidade: a página do Facebook da Volvo brasileira é aquela com mais seguidores de todo o Grupo Volvo no mundo, 550 mil.

Com tudo isso a montadora tenta pavimentar o caminho para, em coisa uma década, no máximo, estar 5 segundos à frente. E, também, naturalmente, convencer o cliente a pagar até 20% a mais por um caminhão 0 KM – a marca assegura que pela economia proporcionada em consumo, menor desgaste e aumento de produtividade compensa a diferença de preço na aquisição.


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