Prever como fechará 2016 é, hoje, missão quase impossível. Este é o entendimento da Anfavea, na pessoa de seu presidente, Luiz Moan, que abriu o Congresso AutoData Perspectivas 2016, que teve início na terça-feira, 20, e prosseguirá na quarta-feira, 21, na sede da Fecomercio, na região central de São Paulo.
Mas o dirigente dá algumas pistas: para ele o atual cenário indica um início de retomada do mercado automotivo no último trimestre de 2016 – antes, Moan estimava o terceiro trimestre como um provável ponto de retorno a melhores momentos das vendas.
Em sua palestra o presidente da Anfavea considerou que a crise está ligada fundamentalmente à questão política, uma “doença regenerativa, uma cirrose, que corrói a economia”. A solução, disse de forma contundente o dirigente, é “que todos passem a pensar no Brasil e não mais em suas querelas pessoais ou partidárias”.
De qualquer forma a média diária de vendas em 2016 deverá ficar ao menos estável com relação à de 2015, estimou Moan, que vê o mesmo quadro neste último trimestre com relação ao trimestre passado. Ele acrescentou que “o momento é difícil, mas o futuro é muito bom. Na hora em que o mercado voltar emergiremos muito mais fortalecidos. Estaremos mais preparados como empresas”.
Pelas contas do dirigente a queda do mercado brasileiro em 2015, que deverá ser de pouco mais de 27% ante 2014, representará uma queda total de arrecadação de R$ 16 bilhões para o governo federal, ou “metade do que se pretende arrecadar com a volta da CPMF”. Moan acrescentou entender que parte da baixa neste ano está ligada à antecipação de compras ocorrida de outubro a dezembro do ano passado, quando ainda havia um nível de redução do IPI.
Ele também afirmou que a associação das montadoras trabalha com estimativa de que o mercado brasileiro possa alcançar volume de sete milhões de unidades vendidas ao ano “em médio prazo”.
O dirigente revelou que missão comercial brasileira, da qual a Anfavea participa, rumará para o Irã na semana que vem em busca de novos acordos comerciais, incluindo o setor automotivo. Para a Colômbia, com acordo fechado há poucos dias, a expectativa é dos primeiros embarques acontecerem ainda este ano, afirmou Moan. “Há montadoras já se preparando para isso.”
Moan ainda acrescentou não ver ameaça do Brasil sair do top-10 do ranking dos países produtores de veículos. “O potencial de crescimento do País é sem igual e nem se compara ao dos outros países da lista, e é isso o que mais importa.”
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