Mesmo sem presença oficial na Fenatran 2015, certos produtos de algumas montadoras de caminhões ocupam espaço em estandes de fabricantes de implementos – coadjuvantes, é claro, dos reboques e semirreboques expostos. As empresas se preocuparam, porém, em disfarçar os emblemas das marcas ausentes, evitando publicidade gratuita àquelas que não colaboraram com a realização da 20ª edição da feira voltada ao setor de transporte de cargas.
Ao passear pelos corredores do Pavilhão de Exposição do Parque Anhembi, onde até a sexta-feira, 13, ocorre a Fenatran, nota-se o cuidado das implementadoras em esconder os logos da “concorrência” – no caso, de produtos que não sejam Daf ou Volvo, as únicas duas montadoras a participar desta edição.
No estande da Gascom, fabricante de Sertãozinho, SP, um caminhão Mercedes-Benz Axor e um Volkswagen Constellation ostentam em suas grades uma placa comemorativa dos 35 anos da companhia em cima dos emblemas das duas marcas. Em espaços próximos, outras duas empresas disfarçam unidades do Ford Cargo – adesivos escondem o oval azul.
A paulistana Truckvan também disfarçou veículos com placas de seu logotipo em cima do emblema de um Iveco Daily. Seu presidente Alcides Braga, que também é presidente da Anfir, associação que representa as fabricantes de implementos, disse que não houve nenhuma orientação da organização da feira para aplicar o procedimento, mas explicou que algumas empresas tomaram essa atitude para preservar o investimento de quem compareceu.
“É uma forma de valorizar [quem expôs]”, afirmou o presidente da Anfir, pouco depois de conceder uma entrevista coletiva a jornalistas no estande da associação. Nela, falou sobre a grande presença do setor – que ocupa 13 mil m² do pavilhão, com quarenta empresas brasileiras expondo produtos. “Recebemos benefícios do governo nos últimos cinco anos e muitas empresas tiveram lucros no período. Não podemos deixar de comparecer só por causa da crise”.
Braga ponderou que, além de uma feira de negócios, a Fenatran é vista pelos participantes como um evento de confraternização do setor. “Todos os estandes são abertos, com oferta de comes e bebes”.
O presidente da Anfir espera, inclusive, que a Reed Exhibitions Alcantara Machado valorize os esforços da indústria de implementos rodoviários ao definir os espaços de exposição da próxima edição da Fenatran, prevista para 2017 em um novo local – o SP Expo, antigo Espaço Imigrantes, na Zona Sul de São Paulo. “Queremos um espaço semelhante ou superior ao dessa edição”.
Sem PSI em 2016 – Na sexta-feira, 13, a Anfir assinará com a Caixa Econômica Federal um convênio que prevê a criação de linhas de crédito para financiamento de implementos rodoviários. Braga, sem dar pormenores do convênio, descartou a possibilidade de renovação do Finame PSI, do BNDES, para 2016 – a prorrogação do programa pelo governo, anunciada na abertura da feira na segunda-feira, 9, tem validade até 27 de novembro.
“É o prazo que precisa para que as operações sejam aprovadas. O Finame PSI sempre terminou nos últimos dias de novembro”.
O presidente da Anfir disse que o setor terá que voltar a se acostumar a trabalhar com os juros da TJLP, Taxa de Juros de Longo Prazo, que, pelas suas contas, chegarão a 12% ao ano, somados os ganhos das instituições financeiras. Mas não espera impacto muito grande no setor de implementos.
“Dificilmente teremos um ano com volumes inferiores ao deste ano. Acredito que com essas linhas da Caixa poderemos ter até um desempenho um pouco melhor”.
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