A Fenabrave acredita em nova queda nas vendas de veículos no mercado brasileiro em 2016, reduzindo em até 5% o volume de emplacamentos deste ano. De acordo com estimativas divulgadas à imprensa na terça-feira, 17, os brasileiros consumirão em torno de 2 milhões 414 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus no ano que vem – para 2015 o setor de distribuição projeta vendas de 2 milhões 539 mil unidades.
O presidente da associação, Alarico Assumpção Júnior, afirmou que não enxerga sinais de alteração de cenário no ano que vem. Segundo o empresário a falta de confiança do consumidor, agora também com medo do desemprego, faz com que a decisão de se investir em um novo veículo seja postergada e, por isso, o mercado cai.
“O consumidor vê o vizinho, o parente perdendo o emprego e fica retraído. Há ainda a inflação alta, os juros em ascensão e a restrição no crédito, com os bancos mais rigorosos. Mas o que mais dificulta é a falta de confiança do brasileiro”.
Para a Fenabrave apenas o setor de caminhões apresentará números positivos em 2016, recuperando parte da queda de 46,7% estimada para este ano. Os dados da associação apontam vendas de 75 mil caminhões no ano que vem, crescimento de 6,8% sobre a projeção para o resultado deste ano.
Segundo Assumpção Jr, a safra recorde esperada pelo setor alavancará a venda de caminhões novos, apesar da nova projeção negativa para o PIB em 2016.
O segmento de automóveis e comerciais leves tem queda de 5,2% projetada para o ano que vem, com 2,3 milhões de unidades, contra 2,5 milhões estimadas para este ano. As vendas de chassis, 19 mil unidades, representarão recuo de 4,2% com relação às 19,9 mil unidades projetadas para 2015.
Mas existe um componente que pode mexer com essas estimativas – e de maneira positiva. O empresário disse estar confiante na possibilidade do projeto de renovação de frota, costurado por diversas associações ligadas à indústria automotiva com o governo desde a penúltima Fenatran, realizada em 2013, saia no ano que vem.
“A renovação de frota está para sair. Chegou ao último estágio dentro do governo, pronto para a aprovação”, explicou Assumpção Jr, que ponderou que há a possibilidade de automóveis e comerciais leves entrarem no programa. “O projeto tira de vez os carros velhos das ruas. Será concedida uma espécie de certidão de óbito do veículo. Estou confiante que saia em 2016”.
Caso isso ocorra, a associação certamente mexerá em sua projeção para o mercado no ano que vem, garantiu o empresário.
Novembro – A primeira quinzena do mês registrou volume 9% superior ao mesmo período de outubro, com 108,5 mil licenciamentos – média de 10,8 mil por dia útil.
Mas comparado com a primeira metade de novembro do ano passado o mercado segue em baixa – e bem forte: os licenciamentos caíram 32,5%, de 160,8 mil para 108,5 mil veículos.
No acumulado do ano as vendas somaram 2,3 milhões de unidades, queda de 24,7% com relação aos 3 milhões de veículos licenciados no mesmo período de 2014.
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