AutoData - Xô, 2015! E leva contigo essa tal de tempestade...
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27/12/2015

Xô, 2015! E leva contigo essa tal de tempestade...

Por Márcio Stéfani

- 27/12/2015

No final do segundo semestre de 2014 tive a honra de assistir a uma palestra do renovado economista, professor e ex-ministro da fazenda, Antônio Delfim Neto. Naquela ocasião, o professor Delfim, confortavelmente sentado numa poltrona previu que o Brasil, qualquer que fosse o resultado da eleição presidencial que se avizinhava iria entrar em um período muito difícil. Foi a primeira que ouvi vez a frase “Tempestade Perfeita” para explicar a situação que estaria por vir.

Confesso que, naquele momento, achei aquela frase meio que um tanto exagerada e pessimista. Eu sabia que toda uma série de atitudes econômicas teria que ser tomadas as partir da eleição, fosse qual fosse o presidente eleito.  Mas dali a achar que o Brasil entraria em parafuso, isto nunca passou pela minha cabeça. Hoje, quase findo 2015, cansado e machucado como todos os brasileiros, entendi os fundamentos da lição do professor.

Tenho 57 anos de idade. Nasci em 1958 e passei por inúmeras crises políticas, sociais e econômicas em minha vida, desde a ditadura militar do início da década de 60, mega inflação do final da década de 80 e começo da de 90, problemas econômicos internacionais do final dos anos 90, eleição do Lula em 2003 e a tal da marola em 2008/2009.

E em toda esta minha história não me lembro de ter vivido um ano tão difícil como este 2015. Nem aquele 1991, quando o setor automotivo quase foi extinto no Brasil no final da era Collor, foi tão difícil. Acho que a diferença entre aqueles dias já longínquos e hoje é que, no passado, quando olhávamos à frente, víamos saídas viáveis. Hoje só vemos um nó difícil de ser desatado.

Mas, independente de estar chegando neste final de ano cansado ou não, quero fazer minhas as palavras que ouvi ontem de Roberto Akiyama, diretor comercial da Honda Automóveis: “2016 vai ser um ano desafiante e emocionante. Mas com certeza vamos ultrapassá-lo e, mais uma vez, vamos deixar esta crise para trás para começarmos uma nova fase de crescimento”. Concordo em gênero, número e grau com ele vez que estou convencido que, com ou sem a troca de governo o Brasil já está muito perto de voltar a andar para a frente, independente do que acontecer nos próximo meses.

Tenho certeza que a economia é quase que como um organismo que tem vida própria. E para sobreviver acaba por se adequar a qualquer situação. E, pelo que estou observando nos últimos meses desde que fizemos o Congresso Perspectivas deste ano, no que se refere à este nosso setor automotivo, esta adequação aos cenários que estamos vivendo ou já foi feita ou está muito próxima de ser feita pela maioria das empresas.

Várias companhias já estão se adequando à atual paridade do dólar, por exemplo, e vendo no mercado internacional uma boa saída para equilibrar seus negócios. Vemos isto tanto pelos lados das montadoras como dos fornecedores. Outras estão trazendo para o Brasil alguns produtos que estavam fabricando lá fora, entendendo que, hoje, talvez o tal nível de competitividade seja um pouco mais favorável que antes. E, de qualquer forma, todas, sem exceção, já adequaram suas estruturas operacionais aos novos tempos. Isto representa a roda girando novamente. E, desta vez, para o lado certo.

Teremos pela frente tempos difíceis. Isto é certo. Mas não vai ser o fim do mundo. E que venham agora as férias. Neste ano mais que merecidas. E, saravá, todos possamos sacudir a poeira e iniciar a nova jornada de forma mais adequada e produtiva. Tenho certeza que, assim, todos teremos um 2016 melhor, independente do que acontecer em Brasília…   

 

 

 

 


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