A participação dos automóveis com motor 1.0 no total das vendas do mercado brasileiro em 2015 caiu pelo sexto ano seguido e alcançou o nível mais baixo dos últimos 22 anos: 33,8% do total comercializado, índice comparável apenas ao de 1993, 26,7%, ainda fase do início da popularização deste tipo de veículo no Brasil, também conhecido como Popular, nascido em 1990 com o Fiat Uno Mille.
Em 1994 a participação destes modelos nas vendas totais de automóveis já alcançava 39,7%.
De acordo com dados da Anfavea a queda dos 1.0 em 2015 ante 2014 foi a maior do mercado de automóveis: chegou aos 29%, portanto bem além da média, que foi de 24%. Ao todo 717 mil unidades foram vendidas neste ano ante 1 milhão um ano antes.
Como comparação os modelos com motor na faixa acima de 1.0 até 2.0 viram queda bem menor, de 20,9%, para 1 milhão 355 mil ante 1 milhão 714 mil um ano antes. E os acima de 2.0 caíram 28,3%, para 50,6 mil ante 70,6 mil.
Apenas do fim do primeiro semestre para o do segundo os 1.0 perderam mais de um ponto porcentual: em junho o índice estava em 34,9%. Em 2014 fora de 36,1% e em 2009, última vez em que o segmento conseguiu ganhar mercado na comparação com o ano anterior, alcançava 50,3%. O melhor ano foi 2001, com praticamente 70% das vendas.
O fim de modelos mais baratos com esta motorização, como Fiat Mille, VW Gol G4 e mais recentemente o Chevrolet Celta, ajudaram em muito o cenário atual – algo não compensado com lançamentos como o VW Up!, que só tem motores 1.0, agora também com opção turbo.
Como a faixa de entrada chegou a valores mais altos, também pela adoção obrigatória de equipamentos de segurança e fim dos descontos tributários, os tradicionais consumidores dos 1.0 caíram para os seminovos ou passaram a adquirir modelos com motorização um pouco mais elevada, como 1.4 ou 1.5, de pouca diferença no valor final da parcela mensal de um financiamento.
E isso apesar da recente adoção de novas e avançadas tecnologias para os motores 1.0, em particular a de três cilindros, como os de VW, Ford, Nissan e Hyundai, por exemplo, e também de uma faixa de cobrança de IPI mais reduzida.
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