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04/03/2016

Moan: Governo já tomou 70% das medidas para incentivar exportações.

Por Michele Loureiro

- 04/03/2016

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que o Governo Federal já colocou em prática grande parte das medidas solicitadas pela indústria automotiva para fomentar as exportações. “Das 56 sugestões, ainda que às vezes não da forma integral que nós sugerimos, cerca de 70% já foram colocadas em prática.”

Moan afirmou que as medidas sugeridas pela indústria automotiva nos últimos anos nunca tiveram a pretensão de ser um pacote, mas a Anfavea acabou se inserindo nas negociações profundamente. “Ações como o Portal do Comércio Exterior, o novo sistema de drawback, além de vários acordos de comércio foram oriundas desse trabalho.”

O presidente da Anfavea falou na abertura do Workshop Exportação – A nova fronteira da expansão realizado pela AutoData Editora na sede da consultoria KPMG, em São Paulo, na quarta-feira, 3.

Moan, que se despede da presidência da Anfavea ainda no primeiro semestre deste ano, aproveitou o evento para relembrar dados sobre as exportações em 2015 e falou também sobre os desafios do setor. No último ano foram exportados 417,3 mil veículos, alta de 25% ante 2014, representando 17,2% da produção total do País. “As exportações certamente amenizaram a situação interna difícil e cada companhia definiu sua estratégia para ganhar mais desse mercado neste ano.”

Em 2015, com o aprofundamento de alguns acordos de comércio, os números de exportação já apresentaram sinais de melhora, também pelo fator do câmbio favorável. A média da cotação do dólar no ano passado foi de R$ 3,33. “A Argentina ainda é nosso mercado cliente e enquanto o mercado doméstico deles caiu cerca de 6% nós conseguimos aumentar as exportações em 5,5%”, disse, destacando o aumento da participação brasileira no mercado vizinho.

Moan também citou a alta relevante nas exportações de veículos para outros países na América Latina, como México, que teve avanço de 75%, Peru, 63%, e Chile, 83%. Em termos de caminhões e ônibus as remessas para a África do Sul cresceram 50% na comparação com 2014, Chile 34% e México, 88%. Já em máquinas rodoviárias, a exportação para o Chile foi o destaque com crescimento de 15%.

“Ainda temos algumas dificuldades mercadológicas para inserir nossos produtos nos mercados externos, pois há um custo alto de engenharia para isso, mas estamos trabalhando para ajustar esse movimento.”

Segundo o presidente da Anfavea o processo produtivo das montadoras está se ajustando e as exportações colaboram para isso. “Dos portões para dentro estamos bem. Em termos de custos fixos ainda temos algumas dificuldades por causa da queda de escala, e isso significa que no momento que a produção der um sinal positivo estaremos estruturados para retornar a uma lucratividade que perdemos nos últimos dois ou três anos.”

Para este ano a Anfavea projeta uma exportação 8,1% maior do que a verificada em 2015. “Nossa meta era alcançar 1 milhão de veículos em 2018, mas não devemos chegar lá tão rápido.”

De acordo com Moan o ideal é que 30% da produção interna seja enviada para mercados no Exterior. “Este o nível que consideramos bom.” Ele, entretanto, destacou que há lacunas como o custo-Brasil, logística e infraestrutura que ainda requerem muita atenção.

“Mas não podemos esperar o cenário ideal para trabalhar: agora é hora de ir em busca de novos mercados e retomar relações adormecidas.”


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