São seis meses seguidos de alta. Juros médios, porém, mantêm-se estáveis.
São Paulo – O índice de inadimplência nos financiamentos de veículos 0 KM, medida pelo Banco Central do Brasil, chegou a 5,1% em agosto, 0,2 ponto porcentual acima da média apurada em julho. São seis meses seguidos de alta no índice, que mede os atrasos superiores a noventa dias nos pagamentos dos financiamentos.
Com relação há um ano, agosto de 2021, a inadimplência subiu 1,7 ponto porcentual, influenciada pelo maior endividamento das famílias cuja renda vem sendo comida pela inflação. Desde o início do ano o índice avançou 1,1 ponto porcentual, mais do que no ano passado inteiro, quando a alta foi de 0,9 pp.
Em entrevista coletiva à imprensa, no início do mês, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, alertou que o crédito está ficando mais caro e mais difícil. Não há, porém, crise de demanda segundo a sua avaliação: embora existam entregas para as locadoras que puxam os volumes do mercado para cima o consumidor segue nas concessionárias em busca de novos modelos.
Os juros estão mais altos do que há um ano mas a tendência dos últimos meses indica estabilidade. De julho para agosto a taxa média oscilou para baixo, de 27,6% para 27,4%, mesmo índice apurado em junho pelo BC. Desde março os juros para aquisição de veículos 0 KM estão na casa dos 27%, em média.
Comparada à de um ano atrás, porém, a taxa valorizou 4,7 pontos porcentuais. E, embora a inadimplência cresça, a taxa Selic se manteve estável na última reunião do Copom, Comitê de Política Monetária, em 13,75%, encerrando ciclo de dezoito meses de alta – foram doze elevações consecutivas desde março de 2021, quando a Selic alcançou o piso de 2%.