São Paulo – Mais de 90% dos 28,6 mil caminhões vendidos no primeiro trimestre, volume 6,6% superior ao de igual período de 2022, foram de modelos com a tecnologia Euro 5, fabricados até 31 de dezembro. Segundo Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, apenas 6,4% dos licenciamentos foram de modelos Euro 6, produzidos este ano. O que liga um sinal de alerta no setor:
“No fim do ano passado não sabíamos afirmar se estava ocorrendo uma antecipação de compras, por causa da limitação de produção, mas os números do primeiro trimestre nos mostram que houve esse movimento, atendido pelo estoque disponível no começo de 2023. É comum e ocorreu na chegada do Euro 5, mas desta vez foi muito mais forte e contundente”.
Após o resultado do trimestre as montadoras estão adaptando suas fábricas para o volume atual do mercado, mas a expectativa da Anfavea é de que ocorra o equilíbrio maior em produção e venda de modelos Euro 6 nos próximos meses. Algumas empresas já anunciaram o fechamento de turnos por causa do baixo volume de emplacamentos e a Anfavea monitora o cenário com preocupação.
Com a demanda concentrada nos veículos Euro 5 a produção de janeiro a março somou 24,5 mil unidades, queda de 28,8% na comparação com igual período do ano passado. Este resultado foi o pior para a indústria nacional desde 2017, de acordo com o presidente Márcio de Lima Leite:
“O custo de produção encareceu e hoje o que vemos é um esfriamento da demanda, principalmente pelo aumento nos custos. Também falta uma linha de financiamento exclusiva para esse tipo de veículo, que é muito importante para o País”.
As exportações seguiram o caminho da produção e recuaram 4,6% no primeiro trimestre, com 4,5 mil unidades.
Março – O resultado isolado de março apontou para 12,3 mil caminhões produzidos, queda de 8,9% ante igual mês de 2022 e avanço de 51,7% sobre fevereiro, expansão que foi puxada pela base de comparação baixa.
Os emplacamentos somaram 10,1 mil veículos, empate na comparação com março de 2022 e crescimento de 24% ante fevereiro.
Foram exportados 1,8 mil caminhões em março, retração de 12,5% na comparação com o resultado do mesmo mês do ano passado e expansão de 8,6% sobre fevereiro.