São Paulo – Nos últimos dias, e em momento conturbado da vida econômica do país, ao menos três empresas fabricantes de veículos instaladas na Argentina corrigiram a rota de suas operações industriais. Segundo o portal Motor 1 Argentina Renault e Toyota abriram PDVs, programas de demissão voluntária, e a General Motors suspendeu a produção, ainda que por diferentes razões.
Na Toyota, em Zárate, o PDV pretende reduzir quatrocentos postos de trabalho em função da redução do planejamento de produção para o ano. Segundo o portal, que cita sindicatos como fonte, a queda nas exportações para mercados como Chile, Colômbia e Peru foi o motivo da revisão, para baixo, da meta de produção da Toyota, que produz a picape Hilux, o SUV SW4 e o utilitário Hiace.
Em Córdoba a Renault decidiu não renovar o contrato temporário de 270 trabalhadores, antecipou férias coletivas e abriu um PDV, sem metas específicas. Fontes ligadas à montadora afirmaram à Motor 1 que a razão é a queda nas vendas domésticas, na faixa dos 30% sobre o ano passado, que reduziram a demanda pelos modelos Kangoo, Sandero, Stepway, Logan e pelas picapes Alaskan e Nissan Frontier, que são produzidas em unidade separada. Grande parte do volume produzido em Córdoba atende ao mercado local.
No complexo de Alvear, em Santa Fé, onde a GM produz o Tracker para o mercado local e exportação, a produção foi paralisada de 27 de março a 14 de abril. Em comunicado oficial à publicação local a GM diz que a parada é “devido a problemas com fornecimento de peças de fornecedores afetados por pagamentos no Exterior”.
São fabricantes de autopeças que se endividaram em dólares no ano passado, seguindo recomendação do governo, que prometeu recuperar essas moedas no câmbio oficial do Banco Central – promessa não cumprida. Diante da dívida acumulada fornecedores de insumos começaram a cortar as exportações para a Argentina.