Produção em maio foi a melhor desde agosto do ano passado
São Paulo – Em um mês sem paralisações de fábricas, e com a expectativa do anúncio do programa do governo para incentivar a compra de veículos, a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus somou 227,9 mil unidades em maio, o melhor resultado para o ano e o maior volume desde agosto de 2022. O resultado foi 27,4% superior ao de abril e 10,7% acima do registrado em maio do ano passado, segundo divulgou a Anfavea na terça-feira, 6.
O presidente Márcio Lima Leite destacou, também, os quatro dias úteis a mais do que em abril. Mas foi mesmo a corrida para atender a uma eventual demanda pelos modelos de entrada que fez com que as linhas acelerassem: os pátios de montadoras e das concessionárias fecharam o mês com 251,7 mil veículos, ante 206,1 mil unidades em abril, volume que abastece 43 dias de vendas.
Em um recorte para os modelos de até R$ 120 mil, elegíveis para receber os descontos anunciados pelo governo na segunda-feira, 5, são 115 mil veículos em estoque – eram 70 mil em abril. O crescimento de 46 mil unidades no estoque de abril para maio foi quase todo dos modelos na linha do desconto.
“Não tivemos paralisações em maio, todos aceleram as linhas na expectativa do anúncio”, afirmou Lima Leite em coletiva online. “No ano são catorze paralisações. Após o anúncio do governo ao menos três empresas adiaram seus planos de férias ou de layoff”.
No entanto já há três paradas confirmadas: General Motors em São José dos Campos, SP, e Gravataí, RS, e Renault, em São José dos Pinhais, PR, esta com layoff confirmado a partir de julho, reduzindo sua produção para turno único.
Para o presidente da Anfavea a decisão é de cada montadora: “Há este fato em comum, porém: todo mundo pisou forte na produção no mês passado. Então pode ser que sejam feitas paralisações para ajuste do estoque”.
No acumulado do ano foram produzidos 942,8 mil veículos, crescimento de 9,2% sobre o mesmo período do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 888,1 mil unidades.
Houve um corte de 1 mil postos de trabalho de abril para maio: a indústria fechou o mês com 100,2 mil trabalhadores diretos. Desde o início do ano foram 1,7 mil demissões nas montadoras.