São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que mantém conversas com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para que o Finame, linha de financiamento que no passado foi mecanismo propulsor das vendas de veículos comerciais pesados, volte a ter um papel importante no setor. A intenção do ministro é que a linha do BNDES, aliada ao programa de descontos do governo, ajude a destravar as vendas do segmento, que registra queda nas vendas especialmente por causa da mudança de motorização para o Euro 6, que encareceu os caminhões e ônibus.
“O dono de um caminhão de 25 anos não comprará um 0 KM. É uma escadinha: ele vai comprar um de doze anos e este de doze anos comprará um zero”, disse o ministro na reunião do CNDI, Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial.
O programa de descontos para comerciais pesados reservou R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans, com a contrapartida de que um veículo de mais de vinte anos de uso seja entregue à reciclagem. Assim seria feita a renovação da frota, com a retirada de um modelo mais poluente de circulação.
No entanto apenas R$ 100 milhões foram solicitados pelas montadoras para os veículos de transporte de carga e R$ 140 milhões para os de transporte de passageiros. De acordo com Alckmin está havendo demora nos Detran para a baixa dos veículos reciclados – é apenas com ela que é liberada a compra de um novo: “Já estamos em conversa com os Detran e Denatran para que se acelere essas baixas”.
No caso dos leves, que não têm contrapartida de retirada de outro modelo de circulação e contempla modelos de até R$ 120 mil, já foram liberados R$ 710 milhões de R$ 800 milhões, somados os valores para pessoas físicas e jurídicas: “Foi um sucesso. Os recursos se esgotaram em poucas semanas e mais de 115 mil veículos foram vendidos com os descontos”.
Segundo o ministro houve incremento, inclusive, de vendas de modelos mais caros: “O programa acabou despertando o interesse dos consumidores e aumentou o fluxo nas concessionárias”.