Para Tarcísio Freitas, extensão do Renave também poderá ajudar o setor
São Paulo – Reduzir o ICMS de veículos usados, acelerar a devolução do imposto às concessionárias por meio da substituição tributária e a extensão do Renave, Registro Nacional de Veículos em Estoque, aos usados, são elementos que ajudarão a reduzir a informalidade, a maior liberação de crédito e, consequentemente, as vendas do setor de distribuição. Foi o que afirmou o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio Freitas, durante a abertura do 31º Congresso & Expo Fenabrave, na quarta-feira, 23, no São Paulo Expo – o evento vai até a quinta-feira, 24.
O governador garantiu estar ciente dos desafios do ramo automotivo, que têm chegado à esfera estadual. E, diante disso, comprometeu-se a encabeçar alguns temas sensíveis à melhora do desempenho dos veículos 0 KM do que por aprimorar questões envolvendo os usados. Freitas lembrou um dos pontos levados pela Fenabrave no início do ano: a possibilidade de transferir veículos com IPVA com parcelas em atraso.
“Imaginem se só pudéssemos transferir veículos com o imposto quitado. O decreto foi lançado [em janeiro] para que fizéssemos esse destravamento e permitir uma série de negócios”.
O governador pontuou que o segmento sofre com alta informalidade e que é sabido que o governo precisa agir para combatê-la: “O Renave foi um avanço do ponto de vista de rastreabilidade e do combate a fraudes. Trata-se de uma tremenda ferramenta. Precisamos estendê-la aos veículos usados.”
No que diz respeito ao crédito, parceria com o setor financeiro será fundamental para que o Renave e a formalização engrenem, afirmou. E, para tanto, será preciso discutir a questão tributária.
“Aí faz todo sentido começar a diminuir paulatinamente o ICMS dos veículos usados. Obviamente começaremos a fazer este movimento olhando a situação fiscal, mas temos de programá-lo para que seja possível competir em condição de igualdade inclusive com as locadoras.”
A devolução do ICMS da substituição tributária que é recolhido pelas concessionárias também está na pauta do governo estadual, o que, segundo Freitas, “tem total atenção de sua gestão”, enquanto aguarda a reforma tributária na qual, de acordo com ele, São Paulo também ganhará em todos os aspectos.
Simplificação de transferências está na agenda federal
Adrualdo de Lima Catão, secretário Nacional do Trânsito garantiu, também durante a abertura do congresso, que dois pontos têm a atenção da Senatran, Secretaria Nacional do Trânsito: a sustentabilidade e a agenda de transformação digital e desburocratização:
“Nossas conversas com a Fenabrave estão relacionadas a ajustes finos que precisamos fazer rumo a este caminho, que já está traçado. Quero me comprometer aqui com o Renave, que precisa ser aprimorado e encaminhado à universalização”.
Ele se referiu à extensão do registro a veículos usados, assunto que engloba também a ampliação da simplificação das transferências.
O Ministério dos Transportes está atento, ainda, de acordo com Catão, a questões regulatórias no trânsito para auxiliar a promoção da descarbonização, por exemplo, sobre o peso das baterias de caminhões elétricos: “Estamos promovendo estudos para aprimorar regulação do setor e permitir que esse custo seja reduzido a médio e, quem sabe, a curto prazo”.
Com relação a acidentes fatais no trânsito o secretário ressaltou a importância da educação no trânsito e de, durante a revisão do Pnatrans, Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, que está em curso, fazer mudanças em cobranças de metas locais nos estados para que em 2030 o número de mortes possa ser reduzido em 50%.
Já o prefeito Ricardo Nunes contou que, em São Paulo, projeta reduzir a atual média de 6,5 mortes no trânsito por 100 mil habitantes para 4,5 mortes nesta mesma relação. Para tanto assinalou que o governo tem realizado investimentos em asfalto e semáforos inteligentes.
Nunes citou que 62% da emissão de CO2 na capital são provenientes dos 9 milhões de veículos circulantes, sendo que 7 milhões rodam todos os dias. Metade desses lançamentos provém de veículos movidos a diesel, grande parte ônibus, dos quais até o fim de 2024 será feita a substituição de 20% da frota. Ainda este ano pelo menos oitocentos ônibus elétricos estarão em operação, prometeu, e no ano que vem de 1,2 mil a 1,4 mil.