São Paulo – A Anfavea considera ter menos de um mês para consumir os R$ 700 milhões ainda disponíveis em recursos para descontos nas compras de caminhões e ônibus. A MP 1 175 expira em 3 de outubro e caso não seja analisada antes pelo Congresso o programa encerrará, independentemente de haver ou não ainda dinheiro disponível.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, acredita que pela pauta política dificilmente o assunto será avaliado a tempo, apesar de o vice-presidente e ministro do MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ter sinalizado a intenção do governo de prosseguir com o programa até o esgotamento dos recursos.
O programa de incentivo para caminhões e ônibus demorou para engrenar porque existe uma série de regras a seguir até que o comprador receba o desconto final. Muitas foram simplificadas no decorrer, como a dispensa de o comprador do veículo 0 KM ser o mesmo do usado e a possibilidade de utilizar descontos de dois usados, reciclados, em um novo.
A produção de caminhões em agosto somou 9,6 mil unidades, queda de 44,1% na comparação com igual mês de 2022 e alta de 42,6% sobre julho, aumento que na visão da Anfavea ainda não representa uma recuperação relevante porque a base comparativa era muito baixa. No acumulado do ano o setor produziu 63,5 mil unidades, retração de 37,5%, por causa da baixa demanda por veículos Euro 6.
Os emplacamentos, também afetados pelo baixo interesse do mercado por veículos Euro 6, registrou 9,3 mil vendas, recuo de 25,5% com relação a agosto de 2022 e expansão de 11,3% na comparação com julho, alta também elevada pela base baixa, assim como ocorreu com a produção. No acumulado do ano foram vendidos 70,2 mil caminhões, queda de 14% na comparação com iguais meses de 2022, queda menor do que na produção porque a maior parte dos veículos vendidos foi com motor Euro 5, que as montadoras tinham em estoque.
A Anfavea tem monitorado mês a mês o avanço dos veículos Euro 6 no volume total comercializado, que até agosto está em 35%.
Em agosto foram exportadas 1,4 mil unidades, avanço de 6,1% na comparação com julho, mas queda de 38,6% quando comparado com agosto de 2022. De janeiro a agosto foram embarcados 10,9 mil caminhões, volume 29,3% menor do que em iguais meses do ano passado.