Araçariguama, SP – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na terça-feira, 22, que solicitará a extensão do prazo para o programa de descontos de caminhões e ônibus, criado a partir da MP 1 175. Do R$ 1 bilhão reservado, dos quais R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans, apenas R$ 270 milhões foram solicitados pelas empresas após quase três meses de programa. A previsão inicial é que os valores ficariam disponíveis por 120 dias.
“Nós vamos prorrogar o prazo até chegar a R$ 1 bilhão. Se a gente conseguisse mais recursos o ideal seria que o programa ficasse em caráter permanente. Ele está ajudando o mercado neste momento em que os preços subiram de 20% a 30% por causa dos motores Euro 6, uma exigência do Conama.”
Alckmin descartou, porém, a destinação de novos recursos para automóveis e comerciais leves. Os R$ 800 milhões, lembrou o vice-presidente, foram consumidos em 45 dias: “Foi uma medida transitória, para ajudar pontualmente. Agora, com os juros caindo, e a Selic já caiu, o mercado deverá voltar ao normal”.
O vice-presidente esteve na fábrica da Gerdau em Araçariguama, SP, para participar de uma cerimônia de venda de 140 caminhões Volkswagen para o Grupo Vamos por meio do programa do governo. O grupo investiu R$ 4 milhões na compra dos caminhões com idade média de 36 anos, enviou-os para a reciclagem e, com o desconto do governo na mão, adquiriu outros 140 0 KM.
“É um exemplo do ciclo completo do programa: retiramos de circulação 140 caminhões velhos, que poluem mais e são menos seguros, para que outros 140 0 KM, que emitem até 95% menos CO2, comecem a circular. Temos o exemplo de um caminhoneiro que vendeu o seu veículo de quarenta anos de uso e adquiriu um de doze anos. A roda girou.”
Na usina da Gerdau no Interior paulista os caminhões comprados pela Vamos serão reciclados e sua sucata transformada em matéria-prima para aços novos. Segundo Rubens Pereira, vice-presidente da siderúrgica, cada tonelada de aço reciclado evita a emissão de 1,5 tonelada de CO2.
Finame Selic
No evento Alckmin anunciou também a criação de uma nova linha do Finame, destinada por enquanto à compra de caminhão 0 KM por meio do programa do governo, com juro equalizado com a taxa básica de juros. “Se a Selic cair o juro automaticamente será reduzido”.
Ele não informou, porém, quando a linha estará operando. Mas admitiu que pretende criar linhas especiais também para a compra de seminovos, ajudando a fazer a roda da renovação de frota girar.
A falta de financiamento e a desinformação a respeito da reciclagem foi um dos motivos para que o programa de renovação de frota de pesados demorasse a engrenar. Com a entrada de novos players e novas linhas à disposição a expectativa da indústria é a de que ele finalmente caminhe a passos mais rápidos.