Pouso Alegre, MG – Desde o fim de 2022 a XCMG comercializou na América Latina 120 caminhões elétricos, hoje 100% importados da China. Metade do volume foi para o Brasil e a outra para países da região, segundo o vice-presidente Tian Dong, que projeta triplicar ou quadruplicar as vendas, chegando a cerca de quatrocentos caminhões pesados até o fim do ano, dos quais até 70% no mercado brasileiro.
Na terça-feira, dia 20, a companhia festejou a entrega de dez unidades para a Reiter Log, que possui em torno de 30% de sua frota movidos por energias alternativas, segundo Vanessa Reiter Pilz, diretora de ESG da empresa de logística do Rio Grande do Sul. Foi a maior venda da XCMG para uma só empresa – até então as aquisições eram unitárias ou de duas unidades comercializadas a clientes como Vale, CSN e Jundu.
Pilz contou que há dez anos a companhia é adepta a veículos que poluam menos, processo que começou com um caminhão a gás da Iveco: “Até 2035 queremos ter 100% da nossa frota movida a energia alternativa”.
Ao todo a Reiter Log possui 250 veículos a gás e 55 elétricos, sendo cinco Volvo alugados, dez XCMG e quarenta VUCs da JAC Motors. Sobre adquirir dez caminhões elétricos da XCMG de uma vez a executiva atribuiu a decisão à relação de confiança com o gerente de veículos elétricos Ricardo Senda, que está há cerca de um ano na XCMG e que trabalhava na JAC Motors.
“A Reiter Log possui a premissa de testar tudo o que é novo no mercado. Temos apetite por novas tecnologias.”
Baterias são trocadas em 6 minutos
Com autonomia de 150 quilômetros – que ao percorrer essa distância deixa de emitir 162 kg de CO2 – o caminhão elétrico E7-49T 6×4 tem seu pack de baterias substituído em até 6 minutos em uma estação de troca, pelo método swap, afirmou Rodrigo Setrak Giglio, responsável pela área dos produtos eletrificados da XCMG.
Giglio contou que ainda não há por aqui, contudo, uma estação do tipo, devido ao alto custo, de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões: “O objetivo da XCMG é formar parcerias para desenvolver um modelo que custe R$ 1 milhão e torne-se atrativo para empresas que apostem em frotas de elétricos”.
O veículo, ressaltou, também pode ser recarregado da forma tradicional: com um carregador rápido de 360 kW em apenas uma hora está pronto para rodar novamente. Quanto ao tempo de vida útil hoje as baterias usadas nestes veículos duram até 4,5 mil ciclos de carga, o equivalente a dez anos, se for feita uma recarga por dia. A promessa é a de que o custo de manutenção fique em torno de 70% abaixo de similar a combustão.
Há 80 anos no mercado a empresa é a segunda maior fabricante de veículos elétricos na China, a nona maior montadora de caminhões no país, cujo mercado é de 2 milhões de unidades anuais, e a terceira maior do mundo no mercado de linha amarela.